Já que chegamos até aqui vamos lá! Vamos atravessar a ponte que liga um ano a outro. Pergunto: daria para destruir esse acesso assim que acabarmos de atravessá-lo? Senão, tudo bem, que ele pode até ter sido bom para muita gente. Mas de uma coisa tenho certeza: você já está aí do outro lado se fazendo um monte de promessas, revirando o baú, apelando para todos os santos, pensando em quais rituais, simpatias e antipatias vai produzir para a passagem do ano.
Quem foi que disse que as coisas mudam assim, num passe de mágica, num estalar de dedos, assim que vira o ano, que muda o número? Mas é bom acreditar; faz bem ao espírito tentar se renovar para começar de novo ou terminar o que já vinha sendo feito, inventar alguma pirueta, propor algo para você próprio. Prometer coisas – para si ou para alguém – já não acho muito legal, porque já vem carregado da óbvia culpa do não-cumprir, essazinha mesma que bate agora no fim de ano e dá uma certa ressaca. A auto-cobrança da época é a parte chata. O mais engraçado é que a gente passa a vida nessa, se desafiando até. Nessas horas, agora, nesse vácuo de tempo entre Natal e Ano Novo, nesse último mês do ano, nos voltamos mais para nós mesmos, para esse mundo que carregamos junto, onde vivem os nossos mais livres pensamentos e desejos. Só o espelho nos conhece (ou pensa que nos conhece).
O legal de escrever é que você encontra com as pessoas – eu e você aí – nas horas mais diferentes, situações especiais e até íntimas. Principalmente pelo meio digital, onde pode ter ativado seu smartphone ou tablet de quase qualquer lugar. Posso estar aí agora. Onde quer que esteja, seja praia, campo, montanhas, pegando ondas bravas ou só fazendo chapchap em alguma piscina. Talvez passeando em alguma metrópole desenvolvida, ou alguma cidade histórica; em um safári ou em algum imenso parque de diversões. Aqui por perto ou muito longe. Pelado ou cheio de roupa para se aquecer de alguma neve que foi cavar. Escrevo para dar um oi. Ver se nos encorajamos juntos nesse 2015.
Espero te encontrar com mais saúde, se você acaso está lendo agora, meio mal ou numa beira ou numa cama de hospital. Que recupere as forças, não sofra nem sinta dores, estas pontadas que nos paralisam.
Como eu dizia, já que chegamos até aqui, vambora. Primeiro, aquele “ufa” coletivo, porque a coisa não tá fácil, anda pior que corrida de obstáculos. É violência, má notícia, catástrofe, péssima administração, descalabro político, atentado social, corrupa, corrupinha, corrupona por todo o caminho por onde a gente passa pulando. Estamos vivos.
Então, o que precisamos fazer é melhorar. O que exatamente eu não sei, mas você sabe.
Tenho aqui minha listinha básica. No geral, listo coisas que, se feitas, e se souberem, vocês se orgulharão de mim – acho que até tenho me saído bem nesse sentido. Mas também tenho desejos de não ser o que sou.
Queria ser camaleão para poder me metamorfosear em determinados momentos, me protegendo de ataques, já que os inimigos não me localizarão e espero que nem em pensamento.
Queria ser vagalume para trazendo a luz em mim atrair a luz de bons olhares. E podem vir esses olhares, que espero gostosos, amorosos e até apaixonados.
Queria ser borboleta para fazer voleios ao seu redor. Ou uma joaninha para alegrar seu olhar e fazer você perder alguns segundos me fazendo passear entre seus dedos, até voar, toda prosa.
Com tudo isso, só quero mesmo é que não me esqueça se tiver algo legal a dizer. Agradeço sua atenção.
São Paulo, amanhã será outro ano.
Marli Gonçalves é jornalista – Tentando olhar sempre à frente
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MARLI GONÇALVES, EU VIREI SEU FÃ. Como eu sempre busco defeito nas coisas para falar mal, eu sou crítico por natureza, no seu caso, como em muitos quando não encontro defeito, é porque está bom, e muito pelo contrário, quero dar a você meus parabéns, porque você tem feito a diferença, até entre os outros jornalistas que são muito tagarelas: falam muito e dizem pouco, ou são enfadonhos, muito repetitivos e enjoados. Com você, sempre há este espírito renovador, sempre buscando o melhor, querendo sempre ser solidário com os justos e honestos, por ser também do mesmo tipo puro e límpido como as águas cristalinas de uma fonte não contaminada. Realmente, ficamos desapontados com homens públicos que descaradamente mentem, e demagogos, acham que nos podem enganar o tempo todo com escândalos que vem à tona a todo momento. E jornalistas são inimigos, porque incomodam por publicar seus atos sórdidos. Oxalá pudessem os jornalistas falar bem deles, mas isso é impossível, porque eles não conseguem ser honestos, administrando muito dinheiro que não é deles, mas mesmo assim metem a mão com artifícios fraudulentos! É uma vergonha! Estamos cansados de tanta impunidade para tantos canalhas na administração pública! Até quando? A corrupção abunda! FELIZ ANO NOVO, QUERIDA MARLI GONÇALVES, ADMIRÁVEL JORNALISTA, GUERREIRA, COMO A POESIA DE GONÇALVES DIAS, NA CANÇÃO DOS TAMOIOS: “Teu grito de guerra, retumbe os ouvidos por vil comoção, e tremam de ouví-lo, pior que sibilo das setas ligeiras, pior que o trovão!” Abraço do Károly.
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Tá bom! Conseguiu: EMOCIONOU. Muito obrigada pelo carinho, dedicação, constância com que me brindou durante todo o ano e que espero possa ter correspondido na medida do possível
Beijo enorme! Vamos que vamos!!!!!
(para de procurar defeitos, porque senão me ferro – tenho muitos…:-)
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