ARTIGO – Quem não se comunica, se …Por Marli Gonçalves

CHAMANDO CACHORROSe ferra. Se trumbica. Se estrumbica. Dá com a cara na parede. Tem de sair por aí depois apagando a lousa, revogando as ordens, desistindo de suas próprias decisões antes irrevogáveis. Nossos políticos, os próprios exemplos de trumbicados, comprovam com louvor a teoria do Velho Guerreiro. Alopram. Quem quer um abacaxi? Roda, roda, roda e avisa: um minuto pros comerciais! chamando

Há algum tempo quero falar um pouco sobre a área na qual trabalho, de comunicação, de imprensa. Expor e questionar o que está acontecendo no mercado, a forma como a informação está sendo filtrada para os seus olhos e ouvidos, contar até de como está raro achar um personagem que esteja se defendendo porque teria uma reputação a zelar, um mínimo de vergonha na cara.

Repara. De uns tempos para cá virou moda: quem responde à imprensa é quase sempre o advogado do acusado, na vitrine, e que passa a ter visibilidade; afinal, muitos falam na porta das cadeias onde estão trancados os seu defendidos. Só que advogados advogam, não são obrigatoriamente bons comunicadores, por mais competentes que sejam em suas áreas, por melhores que sejam suas defesas diante de juízes, desembargadores e júris. Sua linguagem é outra, esse é o problema quando as ouvimos. A linguagem que usam é técnica, específica da profissão, estão sempre numa atitude meio defensiva, protegendo a linha da cintura de seus clientes. Nós estamos aqui fora, esperando não a redução de penas, mas explicações sobre o que aconteceu.895868a9-a721-4105-9f8f-5d09473792ff_18

Não é questão de certo ou errado. Mas é o que torna possível perceber – e é horrível isso -que querem que a opinião pública se esgoele; fatalmente se cansará da questão, substituída por outra gritaria, por outro assunto. A opinião pública é utilizada para fazer pressão, quando interessa – autorizam até entrevista dos clientes ao Fantástico. Quando essa pressão é contra, aí não há por que satisfazer ao seu apetite – e servem ao público as falas de suas defesas, repetitivas, monocórdicas (pois o texto já foi encaminhado aos magistrados, não pode variar), às vezes até desconectadas da realidade mínima dos fatos.

#chamaobolsonaropropauMas o que acelerou mesmo o tema foi esse caso de São Paulo com os garotos que ocuparam as ruas para protestar contra o que eles nem bem sabiam bem o que é, mas não gostaram. Não gostaram e pronto. Porque o que chegou é que fato x ia mexer muito com a rotina. Não houve da parte do governo Alckmin e nem do secretário com cara rude o cuidado de antes preparar o terreno para plantar a ideia. Aí ficou até engraçado porque a ideia de que ele desistiu antes que aparecesse um garoto morto ou machucado parece que era boa, defensável – todo mundo que tem filhos e que eu perguntei, achou legal, falou bem, gostou. Só que saber ou ver que a polícia estava dando umas bifas nos jovens não foi legal. Eu também não ia gostar de imaginar meus filhos sendo educados a cassetetes e bombas de gás. Assim, passou-se quase um mês só de bate-boca, prejuízos, invasão de escolas, quebra-quebra, ruas ocupadas e bloqueadas. Os meninos estavam tendo ali a sua primeira incursão no maléfico mundo da política, no caso representada pelos sindicatos instigando a rebeldia juvenil. Deixa. Assim aprendem, como alguns de nós que estivemos em outros lados, e que também um dia já acreditamos até num certo líder metalúrgico.

A presidente Dilma é outro exemplo de quem despreza a comunicação ou está cercada por não entendedores. Ou, ainda, é uma que só de birra não quer escutar, faz o que quer, contraria conselhos – como aquele que diz que em boca fechada não entra mosquito, ou outro, que quanto mais fala, mais se enrola, ou um terceiro: quem fala demais dá bom-dia a cavalo.

Só que o mosquito do momento, que prolifera junto com o abandono cívico, não entra na boca. Pica. E suas patinhas-agulha estão transmitindo males que não esqueceremos tão cedo, porque essas crianças de cérebro pequeno vão sobreviver e a imagem delas irá nos atormentar ainda mais lembrando dessa época agora, com esse grito parado no ar, momento que não anda nem desanda, nem sai de cima. E as explicações, quem irá dá-las? Quem vai contar por que aquele mosquito que Oswaldo Cruz eliminou do Brasil há um século hoje zomba de nossos Governos?vamos achar o Norte, o Nordeste... e mudar o Irã

Se a boca é feita para falar como se diz, não há porque ficarmos quietos com o silêncio deles em suas manobras.

Boca de siri! Não os deixe perceber que o povo já os viu sendo pegos com a boca na botija. Enquanto isso, tempo que esperamos explicações, a gente vai continuar botando a boca no trombone. Quem não fala, consente.

São Paulo, dezembro animado, 2015
MARLI GONÇALVES, JORNALISTA – Prontinha para libertar a Matilde, aquela da boquinha que vai adorar contar os bastidores dessas discussões que estão parando o país.

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ARTIGO – Dilma, o que é que você anda tomando? Por Marli Gonçalves

catdrunkPrecisamos saber, perguntar, pesquisar, investigar – e tentar comprar também – o que a presidente Dilma anda tomando, comendo, fumando, aspirando no ar enquanto pedala, passando no cabelo como shampoo, até para que possamos fazer o mesmo e nos acalmar de forma divertida diante dessa loucura que assola o Brasil

O país todo à beira de um ataque de nervos. Seja quem quer mudança; seja os que querem continuar atarracados – ouvidos moucos, olhos cegos, esses que, coitados, também já não sabem mais o que fazer e como continuar defendendo o indefensável – que a vida anda bem dura para eles, hein!

A espera é difícil e nós aqui esperando sambando na zazueira que virou. Uma presidente atônita, com os seus atonitozinhos ao redor fazendo trapalhadas, às vezes até nos fins de semana, no exterior. Até quando calados nos dão notícias da situação ao vermos as suas fotos estampadas nos jornais do dia seguinte. Aliás, neste momento, nada melhor e mais significativo do que os registros fotográficos que vêm sendo feitos nas solenidades. Dizem tudo para bons observadores.

O problema é que o negócio todo está ficando esquizofrênico, cada dia mais. O que acaba nos levando no roldão, e creio que nunca se vendeu tanto remédio antidepressivo, calmantes, chás de cidreira. Outro dia, em uma reunião com pessoas da classe dos muitos “As” soube de uma coisa surpreendente, explicada rapidamente por um alto executivo de banco, presente na ocasião: “É a crise”. O comentário era sobre o número de pessoas que eles conhecem que ultimamente andam abertamente aderindo ou se aproximando de religiões, digamos, mais do balacobaco, como umbanda e candomblé. Bem que eu já tinha observado a volta de um número grande de despachos nos cruzamentos e encruzilhadas dos bairros nobres, feitos com esmero, frangos robustos depositados em bonitos alguidares de barro. É. É a crise. E é também o desespero da busca por solução – como digo, manter a cabeça fora da água e os pezinhos batendo para não se afogar.

drunk7Os humoristas vão acabar perdendo espaço para os políticos, para os governantes, que já devem ter descoberto a poção da Dilma. Cunha bota a mão na boca para conspirar não conspirando; tira, para negar o dinheiro que tem, mas não tem, porque estava no nome dele, mas não é dele, entende? O tucano daqui fica indignado em descobrir quase um ano depois que “alguém” tinha trancado toda a documentação de transportes do Estado numa cápsula do tempo, que só poderia ser aberta daqui a 25 anos. Já pensaram? A gente andando de foguetinho nas vias aéreas, indo para a Lua, ou indo passear em Marte, e aparecem papéis revelando coisas horríveis sobre um tal Metrô que teria existido no final do século passado e começo deste.

Enquanto isso a presidente que fez de tudo para que suas pedaladas reais fossem vistas de forma positiva, e se esgueira toda paramentada passeando de bicicleta no meio dos carros em Brasília, demonstra que deve ter batido a cabeça sem capacete e misturado o tico e o teco. Souberam do discurso do vento que devemos estocar, feito na ONU? Não?Benny-Mountain-Bikes

Ipsis Litteris, ela disse: “Até agora, a energia hidrelétrica é a mais barata, em termos do que ela dura com a manutenção e também pelo fato da água ser gratuita e da gente poder estocar. O vento podia ser isso também, mas você não conseguiu ainda tecnologia para estocar vento. Então, se a contribuição dos outros países, vamos supor que seja desenvolver uma tecnologia que seja capaz de na eólica estocar, ter uma forma de você estocar, porque o vento ele é diferente em horas do dia. Então, vamos supor que vente mais à noite, como eu faria para estocar isso?” Disse. Disse sim.drunk5

Pois é. Ando bem preocupada com a gente e com ela. Semana que vem chega de novo aquele desarranjo do horário de verão (tá, se você gosta, tudo bem, mas eu discuto e vou discutir sempre ordens vindas de cima que mudam nossas vidas), dizem que o calor vai fritar nossas resistências alguns graus a mais por causa do fenômeno El Nino. O PMDB vai continuar mandando, os tucanos tucanando, um monte de peixes caindo na Rede de Marina (que também acho que toma algum chá de cipó), o Levy teimando em bater o pé, o Lula se intrometendo para se safar, a gente batendo panela vazia. Embora tenha quem queira que paguemos o pato, além de dar bom dia a cavalo e amarrar o burro, com estômago de avestruz.

Mas, Dilma, com todo o respeito, os abraços de tamanduá vão levá-la, quase que inevitavelmente, ao canto do cisne, com lágrimas de crocodilo.

sample_dringgSão Paulo, nariz tapado, 2015

Marli Gonçalves, jornalista – Uma brasileira que já não está entendendo mais é nada. Como sempre, pergunto: será alguma coisa que está vindo na água?

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FLAGRANTE 1: Cenas ridículas de uma São Paulo largada às traças. Essa, do desperdício nos Jardins

Joalheria da Rua Haddock Lobo, ao lado do Restaurante Rodeio,  hoje pela manhã.

O cara ficou mais de quinze minutos refrescando a calçada. Isso porque é preciso economizar.

Flagramos! ( fotos de Carlos Brickmann)fotos Carlos Brickmann 20140911_104539fotos Carlos Brickmann

ARTIGO – O jogo começou divertido. Lance os dados que é sua vez. Por Marli Gonçalves

Game-Board-Ludo-200p-2types-animatedO jogo começou. Façam suas apostas. Cada vez mais pessoas, principalmente jovens, se desinteressam pela política, que anda mesmo “trabalhada na chatura”. Assim, num momento de colaboração, porque sou boazinha, resolvi jogar os dados para você ver como tudo anda parecendo um gigantesco Ludo, ou um misto com Banco Imobiliário versão luxo. Dá para se divertir acompanhando, mas alguém tem de ganhar, e aí é que está o xisGame-Board-Ludo-200p-2types-animated

Estava no meu canto prestando atenção às coisas e, como diria aquele juiz de futebol, a imagem foi clara. A política nacional virou um joguinho que você vai lembrar porque certamente já o jogou, o Ludo, aquele que você vai andando as casinhas, para, recua, anda, com misto de Banco Imobiliário, Minha Casa Minha Vida, Minha Mansão.

Vê se não tenho razão para brincar: de dois a quatro jogadores, um vermelho, um azul, um verde e outro amarelo, cores partidárias. O objetivo do jogo é ser o primeiro que, partindo de uma casa de origem chega à casa final. Para isso, deve-se dar a volta inteira no tabuleiro e chegar antes dos adversários. Na minha cabeça misturei com o Banco Imobiliário justamente para dar mais emoção: o jogador ganha bolsa, perde bolsa, pode ser preso, inventa que está construindo, dando desconto. A casa cai. Tem um valor no morro e na cidade. Enfrenta protestos e balas perdidas. Enfrenta o Batman. Pode construir de mentirinha: laboratórios. Investe em ações: Eike no jogo. É espionado. Faz compras nos Estados Unidos e paga mais…Ou pode ser expulso, pagando é o mico da vez, com guardanapo na cabeça.

0091Preparado? Trouxe uns jogadores para brincar com a gente.

Alexandre Padilha, candidato do PT ao Governo do Estado de São Paulo. Recuou quatro casas quando encontrou com o doleiro, com o deputado do bracinho levantado, e depois de ter assinado a compra do Labogen. Vai virar poste, mas para ficar parado um tempo até ser resgatado, se possível.Ainda tem de ficar ouvindo piadinhas tipo “Volta para casa, Padilha!”

Lula, ex-presidente que fez que ia, mas não foi. Botou todas as cartas em jogo. Parou no hospital, desencalacrou, tenta trocar jogadas com qualquer um. Elegeu um poste e uma posta. Fixou um em Brasília. Outro, em São Paulo. Ambos perderam jogadas. Mudou de tática. Agora quer de novo dar as cartas, ou tem quem queira trucar com ele. Andou duas casas esta semana com o movimento Volta, Lula, mas disfarça as cartas que tem na mão. Resolveu virar messiânico e acha que o povo vai comprar o que diz.0008

Dilma, a posta. Primeira mulher a governar o Brasil, mas continuou com o passo duro e irritada, gritando com todo o mundo. Fez uma jogada grande, conseguiu chegar no Palácio do Planalto, mas não abriu as portas, não conseguiu abaixar nada do que disse, nem entregar o que prometeu. Como gerentona se acabou quando assinou – e disse que não sabia de tudo nem de nada – a compra da Refinaria nos Estados Unidos. Obama sabia, mas também fez birra. Vai andar várias casas para trás nas próximas jogadas. Ou acabar só com o Jogo da Velha.0099

Fernando Haddad, poste e prefeito de São Paulo. Pediu para sair do jogo. Prefere Buracos. A cidade está repleta. Já faz planos de voltar a estudar, defender alguma tese, já que na política não deve se aventurar mais.

Aécio, candidato da oposição, como tucano, à Presidência da República. Apareceu no jogo. Andou umas dez casas nos últimos dias. Empurrou para lá o senador Álvaro Dias e agora é ele quem dá opinião sobre tudo e todos, ziguezagueia no tabuleiro, sobe e desce do muro. Aproveita fama das jogadas do avô.

0100Eduardo Campos, outro candidato de oposição à Presidência. Tenta hipnotizar os ex-amigos, agora inimigos, com seus olhos coloridos. Avança no tabuleiro muito lentamente porque ainda não definiu sua estratégia. Encavalou sua partida quando entrou junto com o peão verde, Marina Silva, e está um tal de empurra para lá, empurra para cá, para ver quem se equilibra no quadradinho. Quem fica em cima ou embaixo. Ainda tem muita coisa para resolver quando passar pelos pontos Igreja, Economia, Ecologia, quando deverá ainda enfrentar os perigosos soldados dos ruralistas.

Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e candidato à reeleição. Secou. Atolou. Está de castigo, parado há várias jogadas, até que chova. Ou que algo melhor caia do céu.Adoraria ficar transparente, literalmente.

Paulo Skaf, presidente da FIESP e candidato ao Governo do Estado de São Paulo, pelo PMDB. Pulou umas oito casas na frente quando o Padilha regrediu. Comprou indústrias, casas, jogou tudo o que podia, se reune até com o diabo. Deixou crescer cabelo na cabeça e vitaminou os “Ss”(esses), e com eles serpenteia por todo o Estado. Espera desistências para continuar no tabuleiro. Que não é o da bahiana, literalmente.Door_01_Reactions

Olha, que pena que a gente não pode colocar um número indefinido de jogadores, porque ainda tem uns bem legais esperando a vez, e que de vez em quando jogam para a plateia. Mas estes preferem, creio, o dominó, ficam encaixando as peças para ver se acabam as pedras. Fernando Henrique Cardoso, Gilberto Kassab, bons exemplos. Mas eles também sabem jogar com outras pedras, peças e cartas; sabem jogar damas, xadrez, War.

São Paulo, sua vez, 2014

  • Marli Gonçalves é jornalista Como esse jogo ainda leva meses, os esquecidos aqui ainda terão algum tempo de se movimentar.

magicMan

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ARTIGO – Pavio aceso. Por Marli Gonçalves

   Gifs%20Anim%E9s%20Feu%20%28119%29  Não esbarre. Não pise no pé. Não cutuque a onça. Não pise no rabo. Não provoque. Use óculos escuros. Fique na sua. Não encara! Vivo em São Paulo. Então, transmito minhas impressões diretamente do centro do caldeirão, e o caldeirão está em ebulição de uma forma que não me lembro de ter visto antes, em formato, perigo, disparates. Está difícil ir daqui até ali sem se aborrecer, sem encontrar problema, sem encontrar gente rosnando inconformado seja de um lado ou de outro, curtindo rancores, olhando torto para o que não compreende ou que não lhe é espelho Gifs%20Anim%E9s%20Feu%20%2850%29

Gifs Animés Bombes et Explosion (3)O país inteiro está quente, mas aqui em São Paulo todo esse calor se mistura com cimento, ar sujo, cidade caída e esburacada, saco cheio, durezas de vidas sem poder por o pé na areia, nem chinelos de dedo, nem grandes possibilidades de se acalmar vendo o por do sol sentado em algum morrinho. Sim, tem quem pode; mas a maioria apenas se sacode. E sacode para cima dos outros. O clima de individualismo está chegando num perigoso limite com a insanidade mental e física.

O pavio está aceso e o barbantinho queima com rapidez. O relógio faz tiquetaque, tiquetaque, e a gente procura para ver se acha a bomba antes que ela estoure. O barril é de pólvora e tem gente com fósforo aceso achando graça. A panela está fervendo e o leite já derramou. Nunca antes nesse país qualquer faísca – e elas não param – eclode em tanta violência. No trânsito, até facas zunem. Nas ruas ninguém mais pede licença nem para passar e gentilezas são tão raras que quando a gente encontra uma é capaz de se apaixonar, querer filmar para guardar a cena e mostrar para gerações futuras, chorar e querer abraçar e beijar.

Pior é que para arrumar uma encrenca não precisa nem mais sair de casa. Tenho visto amigos deixarem de ser amigos entre si, e o que é pior, em público, se xingando de uma forma pavorosa e cruel via as tais redes que daqui a pouco se chamarão é “redes anti sociais”. Não é mais porque um não pagou o dinheiro que pediu emprestado, ou não devolveu um livro, ou mexeu com a mulher, roubou um namorado; mas brigam só por conta dessa política rastaquera implantada tal qual erva daninha. Não me conformo. E todo dia assisto pelo menos uma dessas pendengas. Sei também o quanto é difícil calar, principalmente quando escrevem bobagens no seus posts – quase como uma invasão do espaço íntimo. Porque a gente não gosta de ser amigo de quem é burro, maria-vai-com-as-outras, e que dá palpite sobre o que nem tem ideia, apenas telecomandado por uma ideologia de última categoria, vontade de engraxar sapato dos guias máximos. Eu pelo menos não gosto. Não brigo, mas fico atenta para ver se a pessoa ainda tem cura. E espero que ela vá pensar o que quer, democraticamente, mas bem longe dos meus domínios, com a turma dela, já que não há mais possibilidade de debate sério, civilizado. É só petralha! para lá, tucano da elite para cá; agora deram para xingar até de “comunistas!” Quando é que vão ver que esquerda e direita é mão de direção? E em política a gente pode, sim, pegar a contramão na hora que quiser. Deveria poder.

Os nervos, ah, os nervos! Estão à flor da pele e temo que seja por não estarmos conseguindo prever – pense – nada, nem poucas horas diante de nossos narizes. Como vai ser? Vai ter protesto? O povo voltará às ruas? A seleção brasileira passará das oitavas? Aliás, os turistas conseguirão chegar? Partir? Vai ter Copa? (Claro que vai, mas tumultuada).

Achei verdadeiramente brilhante esse post do amigo jornalista Wilson Weigl: “Pra mim já deu! Não aguento mais ouvir falar de: manifestação, protesto, caos, crise, crime, Black Blocs, arrastão, rolezinho, roubo, assalto, polícia, tráfico, metrô, faixa de ônibus, tarifa de ônibus, apagão, racionamento, favela, comunidade, UPP, crack, cracolândia, máscara, médicos cubanos, Ramona, Mais Médicos, Bolsa Família, Cuba, porto cubano, eleição, Copa, imagina na Copa, Pizzolato, Pedrinhas, Pampulha, Maranhão, PT, PSDB, Dilma, Lula, Alckmin, Haddad, Padilha, Cardozo, Sarney etc etc etc. #cumbicajá

Gifs%20Anim%E9s%20Eau%20%2828%29Quem vive de informação tem melhor ideia do que trato. Você abre o jornal e lê artigos que, puxa vida, como alguém pode escrever e publicar tanta bobagem só porque tem nominho no mercado? Como alguém pode ser âncora de jornal sério e ser tão babaca? E as declarações e explicações dos homens públicos? Trabalho com isso, gente; os caras não estão contratando profissionais de comunicação, não. Andam contratando qualquer coisa: filhinhos de papai, moças bonitinhas, coisinhas fofas, mas que não têm ideia do mal que estão fazendo. A gente vai guardando…uma hora a coisa explode, e não vai ter controle. Fora os jornalistas que viraram bucha de canhão, fritos em óleo quente, queimados com fogos, rojões, acertados com cassetetes e bordunas.

Gifs%20Anim%E9s%20Feu%20%28107%29Dá para dizer que o tumulto no Metrô foi sabotagem? Não. Dá para dizer que o rolezinho é coisa de infiltrados? Não. Dá para dizer que fazer a justiça com paramilitares sanguinários, milicianos que espancam meninos, está certo? Não. Dá para ficar perguntando o que foi que o Lula dedurou, para acreditar que ele teve, sim, tratamento diferenciado? Não. Se ele falou, nem que seja a cor da cueca do companheiro, se sorriu (e sorriu) para os agentes da ditadura, já não é suficiente? Dá para jurar num dia que não vai ter apagão e no dia seguinte o país inteiro sofrer um apagão? Dá para por culpa no raio?

Alguém, por favor, pode jogar água nessa fervura? Rápido! O barbantinho está quase no fim. E a água está para ser racionada.

Gifs%20Anim%E9s%20Eau%20%2813%29São Paulo, 40 graus  

Marli Gonçalves é jornalista Lembra quando a gente brincava de esconde-esconde, adivinhação, quente ou frio? Pois é: agora está mais para “chegou com um quente e dois fervendo”. A batata está assando. Ou quente, nas mãos.

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Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter @Marligo

O que eles queriam? Aplausos? Eu quero os nomes das grandes personalidades que desviaram o traçado do Metrô, tirando de Higienópolis porque teria muito…povo? Agora, aguentem!

PROGRAMAÇÃO DE SÁBADO!

da TWITTSFERA:

FONTE: @caroltypes

Churrasco de Gente Diferenciada. sábado, dia 14, 14h

TEMOS O REMÉDIO IDEAL E IMEDIATO PARA CURAR O SOLUÇO DO ALCKMIN. MOSTRA O SERRA…

AS LÍNGUAS MALDITAS DO PEDAÇO TEM A CURA PARA O PROBLEMA DO ALCKMIN, QUE FOI INTERNADO COM SOLUÇO.

SÓ MOSTRAR ESSAS FOTOS AQUI:

 

 

http://www1.folha.uol.com.br/poder/850134-alckmin-foi-internado-com-crise-de-soluco-diz-medico.shtml

Alckmin foi internado com crise de soluço, diz médico

UIRÁ MACHADO
DE SÃO PAULO

O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi internado na noite desta quarta-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com uma crise de soluço que vinha se repetindo desde a eleição.

Segundo o médico David Uip, que atendeu o tucano, os soluços foram causados por esofagite, gastrite e refluxo. Alckmin foi submetido a uma endoscopia, que confirmou os três problemas e descartou a hipótese de hérnia de hiato com refluxo.

O governador eleito também fez uma colonoscopia, que não deu alteração.

Uip disse que o problema digestivo de Alckmin se deve a uma dieta irregular –intervalos longos entre uma refeição e outra, comer de forma apressada e tomar muito café.

O quadro, porém, não é grave e ele deve receber alta ainda hoje, no final da tarde. O tratamento é simples, a base de medicamento e correção da alimentação.

Ontem, o tucano confirmou a escolha do deputado estadual Davi Zaia (PPS-SP) para a chefia da Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho.

Zaia sempre foi o nome de Alckmin para a pasta. Ele é presidente da Federação dos Bancários, filiada à UGT (União Geral dos Trabalhadores) e cumpriria o papel de reposicionar a pasta com o movimento sindical.

Com seu ingresso no Bandeirantes, promove o suplente Vitor Sapienza, amigo de Alckmin e ex-presidente da Assembleia, ao sétimo mandato na Casa.

A equipe de Alckmin deve ser reforçada ainda por outro deputado estadual. O tucano deve indicar o deputado estadual Bruno Covas (PSDB) como secretário de Meio Ambiente, segundo informou ontem o “Painel” da Folha.

A pasta, cobiçada pelo PV, foi oferecida ao neto de Mário Covas.

Campeão de votos para a Assembleia, ele antes foi cotado para assumir o Desenvolvimento Social, mas manifestou desinteresse por essa pasta.