#ADEHOJE – MANIFESTAÇÕES, CONFUSÕES E DESENTENDIMENTOS

#ADEHOJE – MANIFESTAÇÕES, CONFUSÕES E DESENTENDIMENTOS

 

SÓ UM MINUTONão me levem a mal, por favor. Só queria chamar a atenção para que não haja mais nunca essa coisa de só seguir cegamente sem entender para onde. Ontem passei pela Avenida Paulista e fiquei bastante surpresa com os grupos de movimentos que não sei mais se são o quê, se bolsonaristas, de direita, desinformados, ou só de má fé. Juntaram grupos de pessoas vestidas de verde e amarelo, inclusive muito parecidas fisicamente entre si, e em detalhes que não são muito legais. Eram gritos contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente contra o Gilmar Mendes. Gilmar arregimenta uma revolta particular contra ele. Mas ninguém ai parece entender o papel do Supremo, o que representa, assim como as leis. O clima esquisitíssimo, tenso, com uns discursos bastante reacionários.
Perto dali, uma manifestação de bolivianos pedia a volta de Evo Morales dizendo que a Bolívia sofreu um golpe de Estado. Com Tantas mortes e tantos feridos nas manifestações de lá, ainda não era grande o número de bolivianos protestando. Aliás, que loucura que estão as manifestações pelo mundo…

 

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manifestação bolivianos #americalatina #avenidapaulista

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#ADEHOJE – VEIAS PULSANTES E CORTANTES DA AMÉRICA LATINA

#ADEHOJE – VEIAS PULSANTES E CORTANTES DA AMÉRICA LATINA

 

SÓ UM MINUTO – Creio que, assim como eu, estamos todos muito preocupados com tudo o que acontece à nossa volta. Pior, estamos todos muito confusos sobre a constitucionalidade e legalidade das coisas. Digo isso, não só, claro, por causa da Bolívia, da renúncia de Evo Morales. Mas pelo somatório das coisas em toda a região. No Brasil, a libertação de Lula acirrou novamente ânimos que estavam, mal ou bem, sendo acalmados. Nas ruas, pessoas desinformadas pedem o fim do STF, protestam sem bem entender as coisas.

As falas de todos os lados não estão sendo para aplacar as diferenças, mas para acentuá-las. Qualquer posicionamento é visto sob o ângulo de direções que não explicam as coisas. A economia – que se abala com qualquer fato nacional e internacional – bambeia. Na área de comportamento, a violência grassa em estádios, na polícia, dentro das casas com os feminicídios em destaque.

Vivemos mesmo momentos difíceis, muito difíceis.

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#ADEHOJE – SUICÍDIOS POLÍTICOS. VÁRIAS FORMAS

#ADEHOJE – NINGUÉM SABE O QUE FAZER COM A VENEZUELA. VEIAS FECHADAS NA AMÉRICA LATINA

#ADEHOJE – NINGUÉM SABE O QUE FAZER COM A VENEZUELA. VEIAS FECHADAS NA AMÉRICA LATINA

 

Só um minuto – Vamos falar a verdade: ninguém sabe mais o que fazer com a Venezuela. Os fatos se anteciparam com a autoproclamação de Juan Guaidó como presidente, sem que o Maduro queria sair da cadeira onde se aboletou. A ajuda humanitária foi um bom pretexto, mas pelo que já vimos esse final de semana, não vai dar certo nem será fácil essa entrega do outro lado, pelo Brasil, ou pela Colômbia. Os Estados Unidos provocam, mas não aparecem para segurar os estragos. Muito menos a Rússia.

Perdemos hoje Roberto Avallone, jornalista esportivo que todos conhecem, Ex-companheiro de redação no Jornal da Tarde. Siga na luz.

ARTIGO – Aquela musiquinha sinistra. Por Marli Gonçalves

Pã, papam, pã-pãm, papapapaaaam. Aconteceu comigo. Foi agora por esses dias. Mais precisamente já na madrugada do domingo, 21 de maio, o que piorou ainda mais. Madrugada. Meu coração quase saiu pela boca. Estava despreparada para qualquer notícia ruim naquele momento, tão ruim que não podia nem esperar? Estava relaxada, por algumas horas tinha esquecido esse tormento que virou o dia a dia nacional. Esse novo tormento.

Mas quando vi aquilo, aqueles microfones apontados como mísseis vindos em minha direção, como que saindo, pulando, da tela da tevê no meu colo, deu palpitação e naqueles segundos, vocês não acreditariam, tantos pensamentos passaram velozmente até surgir a apresentadora. Várias hipóteses que poderiam até ser concretas. Cada uma mais louca que a outra. Todas essas, as minhas, até valeriam um plantão àquela altura.

Mas não. Naquele, uma trêmula apresentadora que estava certamente de plantão na redação surgiu para dar um outro plantão- e que até ela me pareceu não estar convencida da importância. Ela apareceu ali para anunciar que uma reunião da Ordem dos Advogados do Brasil havia decidido pedir o impeachment do presidente Michel Temer. Ohhhh. Oi? Vê se isso é notícia para dar em plantão de madrugada num sábado? É? Mudou sua vida? Resolveu nossos problemas? Vale alguma coisa nesse país que desrespeitou e diminuiu nos últimos tempos as entidades da sociedade civil a pó de poeira? Responda rápido: qual o nome do atual presidente da OAB?

Vou ser sincera para vocês. Xinguei muito. Falando sozinha, mas xinguei, ô se xinguei. Eu tinha acabado de chegar em casa, do teatro; fui ver Roque Santeiro durante a Virada Cultural. Com fome tinha preparado um lanche maravilhoso (… tá, tá bom: um hambúrguer X-Salada-Tudo e mais um pouco) para comer na sala vendo tevê. Tinha dado a primeira mordida, sabe aquela quando a maionese se espalha e o queijo derretido cria uma união teimosa entre sua boca e o sanduíche?? Aí veio a musiquinha maldita, sinistra. Pã, papam, pã-pam, papapapaaaam

Não foi legal. Não me fez bem. Se eu, que acompanho essa trapalhada toda por dever até de profissão não gostei, imagino como foi nesse Brasilzão de Deus, nas tevês de beira de estrada, nos cafundós. Uma tal de OAB fez num-sei-o-quê.

Já estamos tomando muitos sustos. Quer cena mais para assustar criancinha do que aquele vídeo do Aécio com cara de medo, olhar de medo, e sem nenhuma “convincência”, na frente de uma parede lisa de cor horrível, dizendo-se enganado, ingênuo, desfalcado de recursos? Patético. A expressão do Rodrigo Maia girando o pescoço na quarta-feira do terror em Brasília, e que saiu pedindo reforço da segurança, que acabou chegando o Exército para acudir?

E as duas vezes que apareceu rede oficial no púlpito, para a fala do presidente que toda hora é fotografado engolindo bocejo – não repararam? Ele engole o bocejo de uma forma bem engraçada. Põe para dentro, fica bochechudo. Não deve estar dormindo nada bem. Nas duas vezes falou, falou e não resolveu nada, quase não disse coisa com coisa, como diria meu pai. E a entrevista exclusiva que ele resolveu dar? E que não tinha um assessor que preste para corrigi-lo quando citou a operação Carne Fraca que só aconteceria dez dias depois e que ele usava como argumento para explicar ter recebido no porão de casa o malaco da carne na calada da noite?

Está confuso demais. É mala monitorada que não estava monitorada em nada e justamente ela some, reaparece com uma mordida enorme de bufunfa; é gravação que brota de tudo quanto é canto, até as que não têm nada a ver com o peixe, mas expôs um jornalista que andou arranjando inimigos até debaixo da água.

Por favor, mais comedimento em usar a música maldita e sinistra que nunca traz boas notícias, e que nos ameaça com aqueles microfones na piracema.

Essa musiquinha de agora, mais invocada, tem pouco mais que 14 anos. Mas o plantão se iniciou em 1982, anunciando a eclosão da Guerra das Malvinas. De lá para cá, 35 anos, não foram muito mais de quinhentas vezes a sua utilização. Mas esta, a primeira, já chegou me apavorando e afetando muito. Naqueles dias, sob o comando do admirável Fernando Portela, completávamos, no Jornal da Tarde, uma das maiores reportagens de todos os tempos – de fôlego, três meses de batalha. Chamava-se Viver em Prédios e reportava todos os fatos ligados a isso, de todos os ângulos. Principalmente o do difícil convívio entre os seres, carros, portas, goteiras e vazamentos, portarias e garagens.

A matéria acabou decepada para dar espaço ao noticiário da guerra aqui de nossos vizinhos argentinos, que não cumprimentam ninguém no elevador. A propósito, está de novo uma barulhada e tanto nesse Edifício América Latina.

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20170521_001811Marli Gonçalves, jornalistaPã, papam, pã-pam, papapapaaaam. Só usem de novo, por favor, quando for para noticiar que encontraram a solução para que a gente volte à vida normal. E que outros só surjam para informar avanços da ciência, a descoberta de curas para os males do mundo.

Brasil, isso é certeza. É aqui. Só pode. 2017

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