O pensamento vivo de Dilma. Sobre a mulher. Captado pelo Augusto Nunes

A metade de um neurônio

Buzzed_woman “Eu sempre acho que mulher é muito importante ser ponderada. Então, a minha resposta é genérica. Eu acredito que as mulheres elas crescentemente vão… bom, se nós somos parte do céu como dizem os chineses, agora deu, nós queremos ser metade do céu, segundo os chineses. Deu para eles, nós queremos ser é metade do mundo mesmo e, aí, isso se expressa também em presidentes ou presidentas, tá? E não sejam preconceituosos contra as mulheres”.housework3

É do Augusto Nunes, na Veja online. Mas eu tinha de trazer para vocês. Dilma nos fazendo rir já que ela nos fazer chorar está virando rotina

Dilma na sabatina da CNI: a doutora em preço de gás diz que 13 menos 4 é igual a 7, viaja da Ucrânia para o Japão em menos de um minuto, confunde usina nuclear com furacão e submerge num tsunami

Até o colunista acharia que o título do post é coisa da elite golpista, gente que acorda e dorme debochando da presidente da República, se não pudesse apresentar como prova o vídeo que registra um trecho das considerações finais de Dilma Rousseff na sabatina da CNI. A candidata à reeleição começa discorrendo sobre as variações do preço do gás no mercado internacional, estaciona de novo em reticências bêbadas e diz o seguinte:

“Na Ucrânia pagam 13 dólares o… o milhão de BTU. Mas.. 4 pra 13 dá sete.. pagam… quanto é que paga? Depois do furacão.. (Uma alma caridosa na plateia corrige a maluquice aritmética: NOVE!). Aliás 4 pra 13 dá 9.. eu tô pensando no furacão Ka.. o furacão não.. em Fugujima  (sic)… Como é que chama.. no Japão.. O tsunami…”

Pena que o vídeo não tenha incluído o fecho recitado em dilmês erudito: “No Japão a diferença é aquela que eu disse”. O Japão jamais saberá que diferença é essa. Mas todos os japoneses sabem que Fukushima nunca foi “Fugujima” sempre foi Fukushima. E aprendem ainda na infância que 13 menos 4 jamais será igual a 7.

Genial, genial! Leia esse post, do site de Augusto Nunes…Sobre a Rainha…Malévola, ops, Dilma

procuraA afilhada de Dom Pedro III está ficando parecida com a mãe de Dom João VI

Deslumbrado com a vitória do PT na eleição de 2010, o marqueteiro João Santana resolveu transformar o gabinete presidencial em sala do trono e promover Dilma Rousseff a rainha. “Ela tem tudo para ocupar esse espaço que só foi parcialmente ocupado pela princesa Isabel”, caprichou no chute o vidente baiano. A bola de cristal bateu na trave.Electrocution

Não há semelhanças entre a afilhada de Lula (que se nomeou Dom Pedro III ao decretar a transposição das águas do São Francisco) e a princesa que aboliu a escravidão. Cartas escritas ao pai e outros documentos históricos mostram que Isabel sempre teve a cabeça no lugar. Mas o falatório de Santana faria algum sentido se, em vez da filha de Dom Pedro II, tivesse evocado a mãe de Dom João VI. Como notou nosso Reynaldo-BH, quem tem muito a ver com Dilma é dona Maria I de Portugal, a primeira rainha do Brasil.

Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança já se tornara conhecida como Maria, a Louca quando chegou ao Brasil em 1808. Até morrer oito anos depois, justificou diariamente o cruel cognome. Ela acordava no meio da madrugada, por exemplo, para ordenar que todos ficassem longe do Pão de Açúcar: era ali a morada do diabo, advertia aos berros.

Dilma Rousseff, faça-se justiça, ainda não enxerga demônios a serviço da oposição pendurados nas encostas do Corcovado. Mas a safra de sandices em dilmês colhida nos últimos dias deixaria assustada a mais antiga mucama de Maria I. Dois exemplos:

“Nesses dez anos nós lutamos para quê? Nós lutamos para que a saúde bucal, os nossos dentes, todo o tratamento bucal, que, como disse o Chioro, é a porta de entrada daquilo que nos alimenta e faz com que nós continuamos vivendo, daquela água que nós bebemos e faz com que nós sobrevivamos, que faz também que nós sejamos humanos, porque uma coisa que nos diferencia de qualquer outra espécie, nós nos comunicamos pela fala, e ainda mais humano do que tudo, nós somos aquela espécie que sorri e também chora, mas sorri, que acha graça, que ri”.

“A gente ia de helicóptero e eu olhei para as propriedades, era em plena região do semiárido. E o que a gente via? A gente via uma porção de pontos brancos, alguns cinzas, via cinza também, porque cinza é mais difícil de ver de lá cima, mas você via isso. E o que me parecia? Eu falei, olha é a quantidade de estrelas no céu é a quantidade de cisternas no chão. As cisternas era uma espécie das estrelas no chão. Isso porque, de fato, ela permite que as pessoas tenham acesso à água”

Neste sábado, a presidente que enxerga um cachorro oculto por trás de cada criança baixou no Rio para festejar a incorporação ao “legado da Copa” de uma das raríssimas “obras de mobilidade urbana” visíveis a olho nu. Segundo o Portal do Planalto, ficou tão emocionada que disse o seguinte:

“E aí eu chego aqui no Transcarioca. O quê que é, eu vou dizer para vocês o quê que é, de fato, absolutamente fantástico nesse BRT Transcarioca. Quê que é?”

Alucinações verbais de calibre semelhante precipitaram a interdição de Maria I, obrigada a repassar ao filho regente o efetivo comando do reino. Embora viva dizendo coisas sem pé nem cabeça há muito tempo, Dilma Rousseff quer continuar no trono pelo menos até 2018.

paraquedas.gif3FONTE: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

 

O negócio da caxirola é pior do que pensei. Leia esse comentário de Augusto Nunes e Celso Arnaldo. Dê uma passada pelo vídeo e descubra as nossas novas artistas da percussão.

277Caxirola: a vuvuzela da Copa de 2014 chacoalha Dilma Rousseff

CELSO ARNALDO ARAÚJO

O Portal do Planalto, fornecedor oficial da coluna, anunciou agora à tarde, sem aviso prévio na agenda presidencial do dia, um novo e promissor item: “Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na abertura da Exposição O olhar que ouve, de Carlinhos Brown – Brasília/DF”.

Olhar que ouve, Dilma Rousseff, Carlinhos Brown? Manchete que naturalmente convida a uma excursão aos domínios do dilmês oficial, o dilmês de palácio. É no Palácio do Planalto, glória da arquitetura brasileira, que Carlinhos Brown expõe a partir de hoje sua mostra de pinturas intitulada “O olhar que ouve”. Niemeyer se fez de morto para não saber disso. O tal “olhar ouvinte”, se pudesse, se faria de surdo, porque lá vem Dilmalada:

“Eu queria começar comprimentando o Carlinhos Brown. E eu estava dizendo para ele que as pessoas que têm talento, como ele tem, acham normal ter talento. E acham normal inventar a caxirola”.

Caxirola? Sim, ela decorou bem o neologismo trava-língua criado por Carlinhos Brown, que acaba de superar fuleco ─ e isso parecia simplesmente impossível ─ como a pior palavra já criada pela espécie humana desde o advento da fala. É isso mesmo: caxirola. Mas, voltando ao início do discurso da Dilma, há algo a ser dito: o mundo tem 7 bilhões de habitantes. É provável que 6.999.999.000 não achem normal inventar alguma coisa que não tenham a menor ideia do que seja, como a caxirola.

Aliás, o que vem a ser a caxirola? Vindo de Carlinhos Brown, poderia muito bem ser uma combinação de caixa com caçarola. Mas quem leu o título deste post, e verá o vídeo em seguida, já sabe: Carlinhos criou a caxirola para ser, nos estádios da Copa de 2014, sobretudo quando o Brasil estiver em campo, o que foi a vuvuzela na Copa da África do Sul. Tão ensurdecedor e exasperante como? Em tese, menos. Aquela era instrumento de sopro, terrível para os tímpanos, mesmo pela TV. Esta, de percussão bem discreta, pelo menos quando sozinha. Mas a impressão de Dilma sobre a caxirola é entusiástica:

“Nós, a mim me provoca, na minha ausência de talento musical, provoca uma surpresa que eu acho que todos aqui compartilham. A surpresa diante de uma coisa tão bonita, tão simples, tão sintética e tão representativa do Brasil”.

Ok, Dilma, confessadamente, surpreendendo a todos, tem “ausência” de talento musical ─ a par de suas múltiplas ausências de talento. Mas, embora tão simples para ela, a caxirola pareceu-lhe realmente mágica: Carlinhos Brown criou um surpreendente instrumento, representação da alma musical brasileira — inclusive nas cores, tão inusitadas para uma Copa do Mundo no Brasil: verde e amarelo.

Mas espere: Carlinhos, no vídeo, começa a sacudir a caxirola, Dilma e Marta ensaiam agitar desajeitadamente a caxirola, e…surpresa de verdade: ela soa como um chocalho. Talvez porque seja um chocalho. Um prosaico chocalho em forma de sino. Carlinhos Brown reinventou o chocalho. Um chocalho com status ─ vai chacoalhar a Copa no Brasil. Imagine 100 mil caxirolas, em uníssono, nas arquibancadas: a vuvuzela soava como uma serenata de Mozart.

Mas espere de novo: no texto do Planalto que acompanha a notícia da cerimônia, o redator descreve a pretensa vuvuzela da Copa de 2014 como “um tipo de chocalho inspirado no caxixi”. Caxixi? Segundo o Wikipedia, “um pequeno cesto de palha trançada, em forma de campânula, contendo pedaços de acrílico ou sementes, para fazê-lo soar. No Brasil, é usado principalmente como complemento do berimbau”.

Agora ligou o nome à figura? Você já viu um tocador de berimbau segurar esse instrumento com a mesma mão que empunha a vareta, de modo que cada pancada da vareta sobre a corda seja acompanhada pelo som seco e vegetal do caxixi? Já? Então você já viu e ouviu a caxirola bem antes da Copa: sim, era o caxixi. Carlinhos Brown não apenas reinventou o chocalho como copiou o caxixi. E, num laivo de criatividade, pintou-o de verde e amarelo, rebatizando-o de caxirola — já marcando um golaço na estreia oficial, no Palácio do Planalto: ver Marta Suplicy sacudindo sem graça duas caxirolas e cantando o Hino Nacional enquanto Carlinhos Brown “caxirola” a bandeira brasileira, não tem preço. Veja o vídeo.

Mas Dilma parece nunca ter ouvido um caxixi ou nem mesmo um chocalho antes. Continua tão impressionada com o novo símbolo sonoro da Copa que não acreditou em Carlinhos quando ele lhe disse, antes da cerimônia, que era normal fazer uma caxirola. Normalíssimo: era só fazer um chocalho em forma de caxixi.

“O Carlinhos é um autor e um grande artista. E ele expressa um mundo diverso, mas muito específico, do Brasil, e especialmente da Bahia. A pluralidade, o fato de que esse mundo tem milhões de aspectos. E agora o Carlinhos nessa sua quase ingênua aceitação de que ´ah, não, é muito fácil fazer uma caxirola´, nos encanta porque ele combina aí a imagem, essa imagem lá, verde e amarela da caxirola, esse fato que nós estamos falando de um plástico verde, de um país que tem a liderança da sustentabilidade no mundo e ao mesmo tempo é um objeto capaz de fazer duas coisas: de combinar a imagem com som e nos levar a gols”.

Já posso ouvir José Silvério gritando na final da Copa, no Maracanã: “Caxirola chacoalha as redes da Espanha!”.

Poucas coisas, além do Edison Lobão do Diário da Dilma, mexeram tanto com ela como a caxirola:

“Eu tenho certeza que principalmente as crianças desse país vão ter uma experiência muito fantástica com a caxirola. O Carlinhos não disse, mas ele me falou que a caxirola também tem um sentido transcendental de cura, de enfim, de paz com o mundo, de estar, de fato em sintonia com a natureza e com todos os orixás”.

Imagino babás chacoalhando a caxirola diante de crianças indóceis. Também imagino médicos do Sírio-Libanês vibrando a caxirola diante dos leitos dos seus doentes. E pais de santo jogando minicaxirolas em vez de búzios. A coisa realmente chacoalhou Dilma:

“Eu acredito que a caxirola faz parte não só do futebol, mas da imensa capacidade do nosso país de fazer um instrumento muito mais bonito que a vuvuzela”.

Neste exato momento, faltam 414 dias, 2 horas, 11 minutos e 13 segundos para começar a Copa de fuleco, caxirola e Dilma Rousseff.

aqui você acha o vídeo “compacto”: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

FONTE: BLOG DE AUGUSTO NUNES – VEJA ONLINE

Leiam esse artigo do Augusto Nunes. Quando crescer, já disse, quero escrever assim

O São Jorge de bordel nem desconfia que farra foi longe demais e a casa pode cair

FONTE: VEJA ONLINE – http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

Em agosto de 2005, num texto publicado no Jornal do Brasil, lembrei que a vida de adolescente em cidade pequena era bem menos divertida antes da revolução dos costumes desencadeada no fim dos anos 60. As moças se casavam virgens, motel só aparecia em filme americano, drive-in era coisa da capital. A esfregação nunca ia muito longe. E também os moços pouco ou nada saberiam de sexo se não houvesse, em qualquer município com mais de 10 mil habitantes, uma zona.

Ninguém chamava pelo nome completo ─ zona do meretrício ─ aquele punhado de casas com uma luz vermelha na varanda, plantadas no difuso território onde a cidade já acabou sem que o campo tenha começado. O mobiliário se limitava à mesa com cinco ou seis cadeiras, um sofá, três ou quatro poltronas e uma vitrola antiga. Às vezes, nem isso. Só não podiam faltar a cama de casal em cada quarto e o quadro de São Jorge na parede da sala.

Bonito, aquilo. As vestes de guerreiro, o corcel colérico, a lança em riste, o dragão subjugado, as imagens beligerantes contrastavam esplendidamente com a expressão beatífica. Todo santo de retrato é sereno, mas nenhum se mete com monstros que soltam fogo pelas ventas. Só um São Jorge de bordel poderia arrostar tamanho perigo com aquela fisionomia plácida  que sublinhava o espetáculo da coragem.

Concentrado no duelo tremendo, o exterminador de dragões não prestava a menor atenção no que acontecia fora do retrato. Na sala, mulheres e fregueses negociavam o acerto que os levaria a algum dos quartos escurecidos pela meia-luz que eternizava o crepúsculo. Deles não paravam de chegar sons muito suspeitos, mas o santo guerreiro nada ouvia. Estava na parede para proteger a zona do meretrício, não para vigiá-la nem convertê-la em convento. Quem luta com dragões não perde tempo com batalhas de alcova.

São Jorge de bordel era chamado naquele tempo todo homem que mantinha a cara de paisagem enquanto desfilavam a um palmo do nariz iniqüidades, bandalheiras, delinqüências e safadezas domésticas. O filho abandonara os estudos e voltava da rua com mais dinheiro, a filha se apaixonara pelo cafajeste do bairro e exagerava na pintura no rosto, a mulher vivia arrastando vizinhos para o quarto do casal, o sobrinho furtava as economias da avó ─ e a tudo seguia indiferente o chefe de família. Como um São Jorge de bordel.

Como um São Jorge de bordel sempre agiu Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado Roberto Teixeira nunca lhe cobrou aluguel pela casa onde viveu durante oito anos. O inquilino fez de conta que nem notou. Em 2002, sobrou o dinheiro que faltara a todas as campanhas anteriores. O beneficiário não quis saber como se dera o milagre. Tampouco perguntou quem financiara a milionária festa da vitória na Avenida Paulista.

Instalado no gabinete presidencial, não enxergou as agudas mudanças na paisagem. Bons parceiros como Djalma Bom estacavam na secretária do ajudante de ordens. Entravam sem bater na sala presidencial aliados como Pedro Correia ou Valdemar Costa Neto. Fundadores do PT eram expulsos do partido. Roberto Jefferson ganhava cheques em branco. Contratos milionários engordavam a base alugada. Lula nem conferia rubricas, assinaturas e endossos.

Sílvio Pereira e Delúbio Soares se tornaram clientes assíduos dos palácios, ganharam salas para negociar com a freguesia, assimilaram hábitos de novo-rico. O dono da casa não enxergou o entra-e-sai, não ouviu o ronco do Land Rover de Silvinho, muito menos a barulheira dos jatinhos de Delúbio. Não percebeu que sindicalistas promovidos a diretores de banco agora usavam gravata borboleta, fumavam charuto e davam gorjetas do tamanho dos salários dos tempos difíceis.

Despertado pelo ruído provocado por Waldomiro Diniz, Lula voltou a dormir depois das explicações sussurradas por José Dirceu. Não ouviu o governador de Goiás, Marconi Perillo, assombrado com a desenvoltura dos trambiqueiros aliados que tentavam comprar mais deputados. Não quis ouvir a mesma denúncia repetida por Roberto Jefferson. Não enxergou a expansão do pântano. Não viu as marcas de lama nos tapetes do Planalto.

Numa zona de antigamente, a figura protetora desceria da parede para botar ordem na casa. Num Brasil em decomposição moral, o São Jorge de bordel só quebra o silêncio para berrar improvisos insensatos. Que os outros santos nos protejam.

Passados sete anos, o São Jorge de São Bernardo faz de conta que nem sabe direito o que se passa no Supremo Tribunal Federal. Jura que, em vez de acompanhar o resgate da roubalheira de verdade, prefere gastar o cérebro baldio seguindo as bandalheiras inventadas pela novela das nove. A fila dos condenados aumenta, mas Lula continua fingindo que nada viu, nada ouviu e de nada soube.

Marcos Valério começou a abrir a medonha caixa preta. Pela primeira vez, como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, uma alta patente da quadrilha confirmou que falta alguém no banco dos réus do Supremo. Nem assim o chefe da seita se anima a falar em mensalão. Acha que vai ficar até o fim dos tempos pendurado no retrato na parede.

Não percebeu que a farra na zona foi longe demais e descambou para o terreno da pouca vergonha. Nem desconfia que a casa vai cair.

Esse Augusto Nunes…olha o que ele escreveu no site dele – sobre Dilma e Maluf, Maluf e Dilma. E a Interpol…Uma delícia.

A foto do beija-mão ajudou a Interpol

POR AUGUSTO NUNES

Já não se fazem cavalheiros dessa estirpe, murmura a expressão derretida de Dilma Rousseff enquanto contempla o homem que se inclina para beijar-lhe a mão. No rosto da presidente, não há vestígios da rabugenta vocacional. A carranca exibida desde o berço foi subitamente desfeita pelos olhos semicerrados, pelos lábios contraídos de quem ensaia um ósculo, pelo queixo que se projeta para testemunhar de perto o espetáculo protagonizado por um gentleman de filme antigo.

Tanta doçura torna quase irreconhecível a mulher fotografada de frente. O homem fotografado por trás, e só do pescoço para cima, esse todos sabem quem é: Paulo Maluf, claro. A festinha no jardim da mansão anunciou que Maluf é o mais recente amigo de infância de Lula. O beijo na mão informou que o antigo satã do PT sente pela afilhada o mesmo afeto desinteressado que devota ao padrinho.

Para azar do cavalheiro incluído na lista dos procurados pela Interpol, a foto embutiu uma perigosa informação adicional. A polícia internacional sabia faz tempo como é Maluf de frente e de perfil. Acaba de descobrir como é Maluf por trás.

FONTE: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/a-foto-do-beija-mao-ajudou-a-interpol/

Artigo do Augusto Nunes. Você tem que ler para pensar direito…

Os vincos no rosto e as rugas na alma, por Augusto Nunes

Para balear José Serra, Fernando Haddad sacou da maleta a certidão de nascimento. “Um homem novo para um tempo novo”, diz o slogan do candidato à prefeitura de São Paulo que o PT engoliu por ordem de Lula. Haddad tem 49 anos. Serra, 70. Em outubro de 2008, quando partidários de Eduardo Paes incluíram a diferença de idade no repulsivo balaio de espertezas forjadas para convencer o eleitorado carioca a aposentar Fernando Gabeira, publiquei no Jornal do Brasil um artigo com o mesmo título deste post. A reprise ensaiada pelo filhote de Lula exige a republicação do texto. Volto em seguida.

“Um é novo, outro é velho, decreta a primeira linha de uma reportagem que confronta os perfis dos candidatos Eduardo Paes, 38 anos, e Fernando Gabeira, 67. Se a frase abrisse o editorial que formaliza a escolha feita por um jornal, nada a objetar. Se abrisse algum texto assinado por colunistas ou colaboradores, tudo bem. Como abre uma reportagem que deve tratar as coisas como as coisas são, a isenção é assassinada no prólogo ─ e os capítulos seguintes estão condenados à morte por parcialidade. Não há esperança de salvação para matérias jornalísticas que, amparadas em duas certidões de nascimento, decretam em seis palavras quem é o novo e quem é o velho.

Se a diferença de idade é o quesito mais relevante no desfile de comparações, a sensatez e a ética recomendam palavras que rimem com neutralidade. Por exemplo: um tem 26 anos menos que outro. Ou, então, um tem 26 anos mais que outro. Ou, ainda, um é mais novo que o outro. A escolha de uma quarta opção transformou Paes na encarnação da novidade, da inovação, da mudança ─ e comunicou aos cariocas que o candidato do PV é apenas velho.

Quase 34 anos distante de Oscar Niemeyer, 10 atrás de Fernando Henrique Cardoso, quatro à frente de Lula, apenas um à frente de José Serra, Gabeira só se encaixaria nessa simplificação se fosse portador de senilidade precoce (e aguda). Como o candidato sessentão chegou ao ponto final da reportagem com boa saúde, deduz-se que o decreto se apoiou exclusivamente no calendário gregoriano.

Juventude é uma expressão associada a entusiasmo, energia, dinamismo, vitalidade. No Brasil, pode ser o outro nome do perigo. Os mais velhos sabem disso desde o começo da década de 60. Os ainda novos ficaram sabendo na década de 90. Jânio Quadros tinha 44 anos ao tornar-se presidente em 1961. Renunciou depois de sete meses, sem explicar direito por quê. O vice João Goulart tinha 43 quando herdou a vaga. Perdeu-a 36 meses mais tarde, deposto pelo golpe militar de 1964.

Como a era dos generais revogou a eleição direta, o último presidente escolhido nas urnas seria também o mais jovem da história republicana entre 1960 e 1989. Foi superado por Fernando Collor, eleito com 40 anos. O recordista em idade se tornaria também o único a escapar do impeachment pelo atalho da renúncia. Os presidentes quarentões não deixaram saudade.

No começo da campanha, Eduardo Paes parecia moço demais para cuidar do Rio. A 10 dias da decisão, está claro que o corpo de menor de 40 tem uma cabeça perturbadoramente envelhecida por excesso de pressa e carência de princípios. Gabeira foi desde sempre um contemporâneo do mundo ao redor. Paes é a versão remoçada dos políticos do século passado. Um se orienta por idéias. Outro é conduzido por interesses, circunstâncias e conveniências.

Eduardo Paes sempre embarca no trem que lhe parece mais veloz e abandona o vagão quando a velocidade diminui. Começou no PV, fez uma demorada escala no cordão dos agregados de Cesar Maia, elegeu-se deputado federal pelo PFL, filiou-se ao PSDB, caprichou no papel de inquisidor enquanto durou a CPI dos Correios, foi promovido a secretário nacional do partido, candidatou-se a governador para garantir a tribuna que lhe permitiu desancar o padrinho Cesar Maia e o adversário Sérgio Cabral, rendeu-se ao PMDB de olho em alguma vaga no secretariado estadual. Para quem viveu tão pouco, não é pouca coisa.

Decidido a alojar-se no gabinete do prefeito, Paes topa qualquer negócio, faz tudo o que for preciso. Insulta o tutor Cesar Maia, rasteja diante de Lula, presta vassalagem à primeira-dama, ordena agressões a cabos eleitorais adversários, mobiliza entidades fantasmas em passeatas instruídas para gritar que Gabeira odeia suburbanos, renega os companheiros de combate na CPI, acaricia mensaleiros juramentados, absolve de todos os pecados a bandidagem dos partidos que o apóiam. Cesar Maia? Só esse não pode. Babu, o vereador de estimação dos moradores dos presídios, esse pode. Delúbio Soares? Pode.

Os vincos no rosto de Fernando Gabeira reafirmam a idade que tem. As rugas na alma de Eduardo Paes informam que a idade mental é muito maior que a oficial. Um é antigo. Outro é moderno.

Em 1984, Paulo Maluf amparou-se na mesma fraude para enfrentar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. “O Brasil não deve eleger um presidente com mais de 70 anos de idade”, começou a recitar o candidato do regime militar agonizante. A ladainha foi silenciada pela curta réplica de Tancredo: “A Inglaterra, no auge da Segunda Guerra, foi conduzida com sabedoria pelo ancião Churchill. Roma antiga, no entanto, foi incendiada pela estupidez do jovem Nero”.

Juventude costuma ser sinônimo de inquietação, rebeldia, independência. Fernando Haddad faz tudo o que lhe ordena o padrinho sessentão. Prisioneiro de teses empoeiradas, com a cabeça estacionada em outros séculos, a invenção de Lula é um Eduardo Paes que ainda não soube da queda do Muro de Berlim.

De novo, o maior adversário de José Serra é o próprio José Serra. Ele terá de mostrar ao eleitorado, com a veemência e a clareza que lhe faltaram em 2010, que a velhice política não é determinada pelo calendário gregoriano, mas pela idade das ideias.

FONTE: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

Nota de Augusto Nunes, sobre mais uma frase ” do efeito” do Tio Lula

 

Chama o psiquiatra!

“Aqui no Brasil tem gente que me critica por excesso de carros nas ruas. Ao invés de criticar quem não faz ruas, eles criticam o Lula”.

Lula, durante a discurseira no 5º Fórum de Desenvolvimento Ministerial, lembrando que, antes de assumir o governo, criar a indústria automobilística e inventar o congestionamento de trânsito, pobre só entrava num carro quando a polícia cismava de embarcá-lo na traseira do camburão.

Retrato de Marta Suplicy, pintado com maestria por Augusto Nunes. Para emoldurar.

 \ Direto ao Ponto –

Uma imagem a preservar,

por Augusto Nunes

Marta Suplicy foi  casada com Eduardo Suplicy e com Luis Favre. Desde a fundação do PT, vive abraçada ao bando de amigos que fez no partido. Delúbio Soares, um dos mais íntimos, comemorou pelo menos duas vezes a virada do ano na casa de Marta no Guarujá. Ali, Antonio Palocci descansou uma semana depois de descoberta a mais recente anotação no prontuário: o estuprador de contas bancárias também exercia o ofício de traficante de influência. Ela acha que os dois são inocentes. Também acha que o mensalão não existiu.

Deputada federal, abrilhantou a roda do cafezinho liderada por José Dirceu. Prefeita de São Paulo, tornou-se porta-estandarte do bloco que tinha na comissão de frente Rui Falcão e os irmãos Tatto. Na eleição municipal de 2008, a adversária de Gilberto Kassab quis saber se o prefeito era casado e tinha filhos. Na eleição de 2010, a candidata ao Senado fez dupla com um suplente do PR indicado por Waldemar Costa Neto, dançou com Aloízio Mercadante (veja o vídeo abaixo), cantou com Netinho de Paula e prestou serviços a Dilma Rousseff como camareira voluntária.

Por ordem de Lula, a ex-prefeita de São Paulo desistiu de tentar a improvável volta ao cargo. Acabou rebaixada a cabo eleitoral de Fernando Haddad. Por ordem de Dilma, revogou o desejo de virar ministra da Educação. Conformou-se com mais um ano na vice-presidência do Senado. Vai continuar trocando sorrisos, beijinhos e números de celulares com José Sarney, Fernando Collor, Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho, Alfredo Nascimento e outras abjeções da base alugada. Ela trata esse buquê de horrores com o  mesmo carinho dispensado às flores do pântano do PT.

A agenda telefônica de Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy informa que a filha da aristocracia paulistana convive amistosamente tanto com as granfinas de narinas de cadáver eternizadas por Nelson Rodrigues quanto com cretinos fundamentais, vigaristas da classe executiva, escroques internacionais, gazuas especializadas em cofres públicos, órfãos da União Soviética, comunistas de Jockey Club, tiranos analfabetos, farsantes com um neurônio só e corruptos em geral. No círculo de amigos, companheiros e aliados da senadora, cabe todo mundo.

Menos Gilberto Kassab.

Clica nesse link, ouça, e dá uma olhada só no que o Augusto Nunes foi desencavar…

http://www.goear.com/files/external.swf?file=b95251a

Leia mais em : http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

O Augusto desencavou, com os Implicantes, uma outra obra artística de um jornalista que vem sendo muito comentado… Amaury Ribeiro Jr, de A Privataria Tucana.

E olha que a canção que o homem fez tem meu nome! Marli meu travesti. QUÁ!

Você tem de ler. Ainda sobre a entrevista de Dilma, uma análise divertida. Mas séria.

FONTE: BLOG DO AUGUSTO NUNES

Celso Arnaldo acompanha o fantástico passeio de Dilma Rousseff e Patrícia Poeta pelo Palácio da Alvorada

 

Celso Arnaldo Araújo

Com um mínimo de treinamento, um guia mirim de Olinda — descamisado, analfabeto, ranhoso — conduziria o visitante no Palácio da Alvorada com mais propriedade. Mas Dilma é a guia oficial quando os convidados da casa são chefes de estado, astros de rock ou celebridades televisivas.

Em maio foi Hebe, tão bem informada sobre a anfitriã/entrevistada que não sabia, nem por ouvir dizer, de sua passagem pela luta armada e pela prisão. Hebe mereceu, portanto, entre outras respostas espantosas para uma presidente da República, a atual dona do pedaço tentando explicar a alma do Palácio da Alvorada:

“É histórico, é um, vamos dizer, símbolo do que é, eu acho, o espírito do povo brasileiro, que é um espírito moderno, mas ao mesmo tempo muito simples. Esse palácio, se ocê olhá, ele é um palácio bonito, mas ele é simples, ele é tranquilo”.

Ok, Dilma disse isso a Hebe Camargo – e, em se tratando dessa entrevistadora, tanto fazia isso quanto uma resposta situando o Palácio da Alvorada na Tríade Vitruviana. Mas domingo era Patrícia – Poeta por sobrenome, jornalista de carreira, apresentadora de um programa que mistura variedades e jornalismo hard no horário mais nobre da maior emissora do país. Mais bonita do que bem formada, mas muito aplicada na lição de casa, PP chegou ao Palácio com um punhado de perguntas – imagine – sobre o fisiologismo do governo, para cutucar a presidente, a danadinha.

Mas, ao entrar no recinto, também se deixou trair pelo fascínio de estar em Palácio. Até seus sofás — alguns, no caso, com um estilão Silvia Design – foram objeto de questionamento na entrevista com a presidente.

Patricia: A senhora já teve tempo de sentar em todos esses sofás ou não?

Dilma: Olha, eu já, viu? Vou te dizer com sinceridade.

Patrícia: Já inaugurou todos, então.

Dilma: Porque quando é mais pessoas eu recebo do lado de cá, quando é menos eu recebo do lado de lá.

Receber do lado de cá, do lado de lá, ficou uma coisa meio “Nosso Lar”. Deve ter sido intencional. O Palácio da Alvorada é o lar de Dilma, o seu Minha Casa, Minha Vida para pronta entrega.

Patricia está diante da primeira mulher presidente. Ou da primeira presidente mulher. De todo modo, o lado-mulher de Dilma é o primeiro a ser explorado na entrevista – mas PP ainda não sabia que, desse lado, Dilma não fotografa bem. Do outro, o de presidente, ela também não sai bem na foto. Juntando os dois lados numa mesma pergunta, é desastre natural:

Patrícia: Como é que é acordar todo dia como presidente da República?

Dilma: É como todo mundo acorda, Patrícia.

Só faltou dizer: abrindo os olhos e espreguiçando, bobinha. Mas, de mulher para mulher:

Patrícia: É ter que escolher, por exemplo, uma roupa, tem que estar sempre muito bem alinhada, tem que se preocupar com isso também.

Não, minha Poeta. Vou para o gabinete de peignoir. Mas Dilma é uma dama, à falta de uma primeira:

Dilma: Geralmente, Patricia, eu acordo cedo porque eu caminho. Ai eu volto e aí você tem de, de fato, procurar uma roupa rápido.

Enfim, uma revelação: a presidente Dilma sofre de sonambulismo. Mas ninguém tem coragem de interromper a caminhada noturna – um pouco antes do laguinho onde já caíram vários fotógrafos, ela desperta. E então volta correndo para o quarto, a fim de não se atrasar para o batente. Outra revelação: hoje, quem, vai escolher a roupa é Patricia Poeta: “Você tem de, de fato, procurar uma roupa rápido”.

Patrícia: Tem alguém que escolhe as suas roupas, tem alguém que lhe ajuda nessa tarefa?

Dilma: Não. Não. É inviável, é pouco eficiente, você tem de dar conta das suas necessidades. Pelo fato de você ter virado presidente, você não deixa de ser uma pessoa e é bom que você seja responsável por tudo que diz respeito a você mesma.

Agora Dilma parece transferir o cargo de presidente para Patricia, mas foi só vício de linguagem. O “você” reflexivo já é quase tão popular na fala de Dilma quanto “essa questão é uma questão muito importante”. E mais um pouco, o Fantástico vira o “Tamanho Único”, do GNT:

Patrícia: É impressão minha ou a senhora tem usado mais saia, mais vestidos?

Dilma: Eu tenho usado mais saia do que antes. Eu poderia continuar usando só calça comprida, mas eu acho que pelo fato de eu ser mulher tem horas que eu tenho de afirmar essa característica feminina.

O companheiro Lula, e todos os presidentes que antecederam Dilma, pelo fato de serem homens, teve horas em que precisaram afirmar sua característica masculina usando calças. Assim é a tradição republicana, muito bem conservada por Dilma. Mas mãe morando no Palácio é a primeira vez.

Patrícia: No Palácio do Planalto é a senhora que manda. E aqui no Palácio da Alvorada, é a senhora ou sua mãe?

Dilma: Acho que nenhuma de nós mandamos. Isso funciona por si só, viu?

“Nenhuma de nós mandamos?” Deve ter mais gente ai nessa construção. Ah, a tia. O netinho Gabriel também está na casa. Além do netinho presidencial, informou PP, o palácio hospedava na entrevista outros nove “bebês” – filhotes de emas que nasceram na semana anterior.

Dilma: Tem uma chocando. É um emo que choca.

Adepta da diversidade cultural, Dilma, na surdina, abrigou um emo no Palácio da Alvorada. O rapaz, coitado, está chocado – os Dragões da Independência implicam com aquele cabelinho emplastrado para o lado. E ele chora o dia todo.

Patricia aproveita a associação de ideias – ema, galinha, galinha, ovo – para uma pergunta culinária:

Patrícia: Qual o seu prato preferido?

Dilma: Arroz, feijão, bife, batata frita e salada de tomate com alface, que era isso que eu comi com a minha infância.

Uma infância devorada, junto com um prato de arroz e feijão. É triste. Não é à toa que Dilma, ainda adolescente, foi para a luta armada. Mas prato puxa prato:

Patrícia: A senhora sabe cozinhar?

Dilma: Eu sei. Algumas coisas eu faço direito; outras, não.

Patrícia: Eu sei uma coisa que a senhora sabe fazer.

Dilma: O quê?

Patrícia: Omelete.

Dilma: Ah, omelete. O problema meu com omelete é que ele gruda. Eu não sou boa de omelete, não. Sou boa de ovos revueltos.

(Um assessor palaciano revelaria mais tarde que, na saída, Dilma tirou satisfação com Patricia: “Você prometeu que não ia falar do omelete. Tive de mentir, para consertar sua pergunta maldosa: também não sei fazer ovos revueltos. Aliás, nem sei o que são revueltos”)

A esta altura, Dilma ficou com vontade de dizer: “Patricia, minha querida, já são quase 9 horas. Vão cortar meu dia. O Gilbertinho se faz de bobo, mas foi bedel na escola de padre e nunca mais perdeu a mania do livro de ponto”. Na verdade, disse a presidente com a ameaça de mais uma pergunta:

Dilma: Você já notou que eu comecei a ficar indócil, não é?

Patrícia: Já, reparei pela perninha, já reparei.

Dilma: Estou indócil.

Patrícia: Está na hora de ir para o Palácio do Planalto, certo?

Dilma: Certíssimo.

Patrícia: A gente pode acompanhar a senhora até lá?

Dilma: Com o compromisso de serem bem rápidos.

Patrícia: Está certo, temos um acordo, então.

Dilma: Temos um acordo, então.

O Palácio do Planalto seria o cenário da segunda parte da entrevista – que versaria sobre política e economia. Dizem que são os pontos fracos da presidente. Mas, em compensação, como se viu e ouviu aqui, a Dilma mulher – para os que votaram na mulher, não na desconhecida e fantasticamente despreparada candidata de Lula – é uma Poeta calada.

Nos vemos no Palácio do Planalto

Viu essa enquete lá do blog do Augusto Nunes? O nome da UNE agora deveria ser…

  • Enquete
                Como agora pertence ao governo, qual deve ser o novo nome da UNE?
  • União Nacional dos Estudantes Amestrados (UNEA)
  • Mocidade Dependente do Planalto (MODEPLA)
  • União Nacional dos Universitários Domesticados (UNUD)
  • Associação dos Filhotes de Lula (AFIL)
  • Juventude da Base Alugada (JUBA)
  • Clube dos Comunistas Capitalistas (CCC)

Sobre o escândalo no Ministério dos Transportes, mais uma vez Augusto Nunes é definitivo

Só no Brasil a nova ponte do Rio Guaíba não é o caminho mais curto entre o Ministério dos Transportes e a penitenciária

Há uma semana, o governo da China  inaugurou a ponte da baía de Jiaodhou, que  liga o porto de Qingdao à ilha de Huangdao. Construído em quatro anos, o colosso sobre o mar tem 42 quilômetros de extensão e custou o equivalente a R$2,4 bilhões.

Há uma semana, o DNIT escolheu o projeto da nova ponte do Guaíba, em Ponte Alegre, uma das mais vistosas promessas da candidata Dilma Rousseff. Confiado ao Ministério dos Transportes, o colosso sobre o rio deverá ficar pronto em quatro anos. Com 2,9 quilômetros de extensão, vai engolir R$ 1,16 bilhões.

Intrigado, o matemático gaúcho Gilberto Flach resolveu estabelecer algumas comparações entre a ponte do Guaíba e a chinesa. Na edição desta segunda-feira, o jornal Zero Hora publicou o espantoso confronto númerico resumido no quadro abaixo:

Os números informam que, se o Guaíba ficasse na China, a obra seria concluída em 102 dias, ao preço de R$ 170 milhões. Se a baía de Jiadhou ficasse no Brasil, a ponte não teria prazo para terminar e seria calculada em trilhões. Como o Ministério dos Transportes está arrendado ao PR, financiado por propinas, barganhas e permutas ilegais, o País do Carnaval abrigaria o partido mais rico do mundo.

Depois de ter ordenado o afastamento dos oficiais, aí incluído o coronel do DNIT, Dilma Rousseff parece decidida a preservar o general. “O governo manifesta sua confiança no ministro Alfredo Nascimento”, avisou nesta segunda-feira uma nota da Presidência da República. “O ministro é o responsável pela coordenação do processo de apuração das denúncias feitas contra o Ministério dos Transportes”. Tradução: em vez de demitir o chefe mais que suspeito, Dilma encarregou-o de  investigar os chefiados.

Corruptos existem em qualquer lugar. A diferença é que o Brasil institucionalizou a impunidade. Se tentasse fazer em outros países uma ponte como a do Guaíba, Alfredo Nascimento e seus parceiros saberiam que o castigo começa com a demissão e termina na cadeia.

FONTE: TEXTO DE AUGUSTO NUNES NO BLOG DA VEJA: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

Parte 2 – Mais sete maravilhas da fauna do Planalto, por Augusto Nunes

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

Mais sete maravilhas da fauna do Planalto

Antonio Palocci perdeu a chance de candidatar-se à Presidência da República ou ao governo de São Paulo por ter-se enfiado até o pescoço em histórias muito mal contadas, começando pela encomenda do estupro do sigilo da conta bancária do caseiro Francenildo Costa. Pelo mesmo motivo, virou ministro-chefe da Casa Civil. A escolha de quem vai instalar-se no gabinete já ocupado por José Dirceu, Dilma Rousseff e Erenice Guerra é determinada não pelo peso do currículo, mas pelo colorido do prontuário.

Ana de Hollanda acha que Romero Britto é o Velázquez que o Brasil merece. Baseada em pareceres de mil comissões de especialistas, concluiu que é muito justo Maria Bethânia ganhar R$ 50 mil por mês para declamar um poema por dia. Virou ministra da Cultura porque é irmã do Chico.

Guido Mantega tem tanta coragem que, se vislumbrar um tsunami econômico avançando para as praias do Brasil, é capaz de escapar a nado e chegar à África em algumas horas. Continua ministro da Fazenda porque nem precisa de palavras para mentir. Bastam números.

Carlos Lupi não escaparia do camburão se a lei da vadiagem valesse para todos. Longe do batente há muitos anos, tornou-se ministro do Trabalho porque Leonel Brizola era freguês da banca de jornais que explorava no Rio, os dois ficaram amigos, Lupi herdou o PDT do Rio e, graças a um bom contrato de aluguel, acabou escalado para piorar a vida de quem trabalha.

José Eduardo Cardozo sempre usou seus conhecimentos de Direito para livrar da cadeia companheiros delinquentes. Foi instalado no Ministério da Justiça para ampliar o serviço sem suar tanto a camisa: como o ministro também chefia a Polícia Federal, é só impedir que o camburão estacione no lugar certo.

Nelson Jobim só subjugou sucuris de quartel, comandou carnavais fora de época fantasiado de general, almirante ou brigadeiro, foi ignorado por aviões e urubus quando decretou o fim dos atrasos nos pousos e decolagens de tudo que voasse. Continua no Ministério da Defesa por ter virado especialista em compra e venda de caças franceses.

Gilberto Carvalho carregou as malas de Lula durante oito anos. Escalado para cuidar da bagagem de Dilma, pediu que fosse promovido a secretário-geral da Presidência da República para transformar-se no primeiro carregador de malas do Brasil com status de ministro. Vai continuar acumulando a chefia do Departamento Nacional de Acobertamento de Crimes Hediondos, Obstrução da Justiça, Ocultação de Provas e Proteção aos  Companheiros Delinquentes.

O desfile do primeiro escalão ainda está na metade. Mas os 17 espantos já apresentados confirmam que a criatura superou o criador em mais um quesito: o ministério de Dilma é um pouco pior que o de Lula.

Augusto Nunes listou uma fauna interessante…Todos no Planalto

o blog do super Augusto Nunes e sua pena invejável listou uns bichinhos novos encontráveis lá em Brasília, mas que circulam na corrente sanguínea de todo o país.

Olha só:

Dez maravilhas da fauna do Planalto (1)

  1. Ideli Salvatti não sabe colocar uma isca no anzol e imagina que samburá é um tipo de peixe. Virou ministra da Pesca para convalescer num empregão federal da surra sofrida nas urnas de Santa Catarina.
  2. Aloízio Mercadante só domina a ciência da sabujice e seus conhecimentos tecnológicos são insuficientes para operar o twitter sem ajuda. Virou ministro da Ciência e Tecnologia por ter derrapado na candidatura reincidente ao governo de São Paulo.
  3. Garibaldi Alves jamais estacionou numa fila do INSS e enxerga no Ministério da Previdência Social um abacaxi. Foi alojado no primeiro escalão para não atrapalhar a permanência de José Sarney no comando do Senado.
  4. Edison Lobão não sabe a diferença entre uma tomada e um fusível, acha que raio provoca apagão e só viu as usinas de Angra a bordo de uma lancha. Oficialmente, o ministro de Minas e Energia é um senador maranhense que já foi governador. Na prática, quem está homiziado no gabinete controlado por José Sarney é Magro Velho, comparsa de Madre Superiora.
  5. Fernando Pimentel nunca administrou uma empresa privada e só circulou por estabelecimentos comerciais como freguês. Ex-prefeito de Belo Horizonte, virou ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para não ficar deprimido com o fracasso da candidatura a senador.
  6. Fernando Haddad liderou duas tentativas de assassinato do Enem. Vai continuar no Ministério da Educação até aprender como se mata uma boa ideia.
  7. Miriam Belchior aprendeu na Casa Civil, incumbida de administrar o PAC, como se faz para atrasar simultaneamente todas as obras do governo federal. Foi presenteada com o Ministério do Planejamento porque a viúva de Celso Daniel merece muita atenção.
  8. Orlando Silva bateu o recorde panamericano de salto no orçamento nos Jogos de 2007. Continua no Ministério do Esporte para melhorar a marca na Copa do Mundo e garantir para o Brasil a medalha de ouro na Olímpiada de 2016.
  9. Pedro Novais só conhece o circuito turístico dos motéis do Maranhão. Aos 80 anos, foi instalado por José Sarney no Ministério do Turismo para garantir que a República Dominicana continue recebendo a cada ano o dobro do número de estrangeiros que visitam o Brasil.
  10. Alfredo Nascimento quase exterminou a malha rodoviária federal quando foi ministro dos Transportes de Lula. Derrotado na eleição para o governo do Amazonas, voltou ao cargo para liquidar o que sobrou.

Governar é escolher, sabe-se desde sempre. Essas 10 maravilhas da fauna do Planalto prestam serviços à nação por escolha de Dilma Rousseff, que logo estará cercada por 40 espantos. Todos serão expostos à visitação pública nos próximos posts.

A oposição oficial diz estar à caça de temas e argumentos para  fazer oposição. Pode começar pelo pior ministério da história da República.

Para fechar o dia: sensacional. Enquanto Marilyn Monroe cantava para o presidente Kennedy, Lula tem Ideli Salvatti…

AUGUSTO NUNES, COMO SEMPRE, IMPERDÍVEL!SENSACIONAL!

História em Imagens

Ideli é a Marylin Monroe do Lula

Em 19 de maio de 1962, o ator Peter Lawford, casado com uma das irmãs do presidente John Fitzgerald Kennedy, resolveu melhorar a noite do 45° aniversário do cunhado com uma surpresa admirável: convidou a amiga Marilyn Monroe para cantar o Happy Birthday na festa em Nova York. Sozinha no palco do Madison Square Garden, com a silhueta deslumbrante realçada pelo vestido cor da pele enfeitado de contas que parecia costurado ao corpo, a estrela ronronou uma sensualíssima reinterpretação da mais conhecida e insossa letra musical da história. “Depois de ouvir uma voz tão suave e encantadora, já posso deixar a política”, derreteu-se Kennedy.

Em 27 de outubro de 2010, a companheira Ideli Salvatti, senadora em fim de carreira, resolveu piorar o dia do aniversário do presidente Lula com uma festa-surpresa. E convidou-se para puxar o Parabéns a Você no interior de Santa Catarina. Num palanque em Itajaí, trajando um vestido branco e um casaco vermelho que lembrava a versão pré-candidatura de Dilma Rousseff, de óculos, Ideli assassinou a música aos berros, acompanhada pela banda da cidade. Terminada a performance, o presidente nem se lembrou de agradecer à intérprete. Agarrou o microfone e homenageou o aniversariante: “Olha o Lulinha aí, minha gente!”

Em 1999, num leilão em Nova York, o vestido usado por Marilyn foi arrematado por US$ 1,267 milhão. Quanto custará em 2029 o modelito de Ideli?

Top Five:um resuminho delicioso e divertido que poderá ser nossa vida se…

VEJA SÓ:AUGUSTO NUNES, HOJE, IMPERDÍVEL, CÁUSTICO, E TRAZ ESSE VÍDEO SUPER LEGAL!

\ Direto ao Ponto

Os cinco melhores-piores momentos da candidata que a seita lulista engoliu
No Brasil, professores universitários reverenciam o Mestre que não sabe escrever, escritores se ajoelham no altar do São Jorge de bordel que não lê, um Chico Buarque faz dueto com um Netinho de Paula para animar o solo do Exterminador do Plural, jornalistas louvam o Gênio que os trata a pontapés. É compreensível que esses intelectuais e artistas do rebanho tenham engolido sem engasgos uma candidata que não lembra o nome do livro que acabou de ler, não diz coisa com coisa, assassina todos os erres finais dos verbos, espanca a verdade de meia em meia hora e frequenta com inquietante regularidade o noticiário político-policial.

O vídeo de 4:19 reúne os cinco melhores-piores momentos de Dilma Rousseff. Todos já deram as caras na coluna, mas é indispensável rever a obra em seu conjunto. Fruto do cruzamento da soberba com a ignorância, Lula ordenou aos brasileiros que elejam uma coisa dessas. Muitos milhões de homens sensatos disseram não. Os intectuais e artistas reincidiram no amém. Eles sabem o que fazem. O vídeo permitirá que as gerações que virão saibam o que eles fizeram. Divirta-se com Dilma. E inquiete-se com o que pode acontecer ao país.

Augusto Nunes comenta o debate de forma cirúrgica, precisa

Um debate bisonho como a campanha

Vou tratar do debate na Globo num texto mais extenso, mas o conteúdo do post anterior exige a antecipação de quatro registros.

Primeiro: sorteado para abrir o terceiro bloco do debate na Globo com uma pergunta sobre habitação, José Serra poderia ter convidado Dilma Rousseff a explicar-se sobre a Casa da Mãe Joana instalada na Casa Civil pela melhor amiga Erenice Guerra, ou desmontado as invencionices, lorotas e malandragens que transformaram o programa Minha Casa, Minha Vida no maior conjunto residencial imaginário do planeta. Em vez disso, preferiu conversar sobre irrelevâncias com Marina Silva.

Segundo: Serra será lembrado como o primeiro candidato da história que, em segundo lugar nas pesquisas, prefere trocar ideias com quem vem atrás em vez de acossar quem lidera a disputa.

Terceiro: num país atormentado pela corrupção endêmica, a única menção à impunidade dos bandidos de estimação foi feita pela platéia. Quando Dilma Rousseff garantiu que todas as doações recebidas pela aliança governista estão oficialmente documentadas, até alguns companheiros caíram na gargalhada.

Quarto: o espetáculo da mediocridade encenado no estúdio da Globo foi um desfecho perfeito para a mais bisonha campanha presidencial desde a Proclamação da República.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes

Assista mais esse vídeo que comprova a “quebrada” que o país está entrando se virar a esquina desta forma, com a Vó Dilma e Papi Lula

MAIS UMA VEZ AUGUSTO NUNES FAZ O COMENTÁRIO CONCISO SOBRE TUDO O QUE VOCÊ MESMO PODE VER AQUI NESSE VÍDEO. ENQUANTO É TEMPO!

 

 

 

 

 

DO AUGUSTO NUNES: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

Direto ao Ponto

 

Dilma repete em 2010 o palavrório que o chefe aprendeu a ler na campanha de 2006
Os espantos protagonizados por Lula já não espantam ninguém, certo? Errado, prova em 2 minutos e 26 segundos um vídeo tão surpreendente quanto desmoralizante. Quem montou o documento histórico foi o Lucio Neto, que o divulgou em primeira mão no seu blog. A sequência de falatórios comprova que Dilma Rousseff repete em 2010 as falsidades que Lula repete, com as mesmíssimas palavras, a cada campanha eleitoral. Se os protagonistas soubessem envergonhar-se, seria um documento vergonhoso

Augusto Nunes postou uma foto que parece joguinho de brincadeira, com a Marta, a Marisa e a Dilma

AUGUSTO! AMEI ESSE EFEITO BORBOLETA!!!

GENTE, OLHA SÓ O QUE O AUGUSTO NUNES BOTOU LÁ NO BLOG DELE (http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/historia-em-imagens/nao-precisa-de-dna-2/)

História em Imagens 

Não precisa de DNA

Vai lá e passa o mouse sobre a foto para conferir a mudança no visual de Marta Letícia, Marisa Rousseff e Dilma Suplicy: