Mercadante pode voltar a ser aloprado
( fonte _ coluna confidencial – aziz ahmed – o povo/rj)
No rolo da Lava-Jato, o ministro Aloisio Mercante corre o risco de ser novamente
aloprado. No despacho que determinou a prisão do almirante
Othon Pinheiro da Silva, ao mesmo tempo presidente da Eletronuclear e
proprietário da Aratec Consultoria e Representações, há um fio de meada
que chega ao famoso ministro de quem até o PT desconfia, menos a
presidente Dilma, o que confere a ele uma aura de probidade.
Através de Angra 3, a Lava-Jato chegou ao projeto do submarino nuclear, o Prosub,
de aquisição de submarinos franceses, um pacote de R$ 28 bilhões, quase
10 milhões de dólares, que inclui a compra de quatro Scorpéne de propulsão
a diesel e o desenvolvimento conjunto com a estatal DCNS de um
modelo de propulsão nuclear, que será montado num estaleiro em Itaguaí,
no Rio.
Ocorre que a Odebrecht – sempre ela – foi escolhida pela
Marinha para construir o estaleiro, sem licitação. Esse negócio foi conduzido
por outro militar, o coronel Oswaldo Oliva Neto, irmão do ministro
da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A investigação do MPF reúne
indícios de que Oliva Neto possa ter atuado como operador de Mercadante,
que, ao assumir a pasta de Ciência e Tecnologia, teria pressionado
para a realização de uma nova licitação para Angra 3. Até 2007, Oliva
Neto foi chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência.
Desde então, ele reativou a Penta Prospectiva Estratégica, que prestou
consultoria na compra dos submarinos, além dos helicópteros franceses
EC-725 e em projetos da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Em 2010,
a Penta se uniu à Odebrecht Defesa e Tecnologia, criando a Copa Gestão
em Defesa. Depois foi adquirida a Mectron, que igualmente firmou sem
concorrência contrato com a Amazul Tecnologias de Defesa, estatal de
projetos criada por Dilma para atuar no Prosub.
O fio está desencapado e pode dar curto-circuito.