ARTIGO – Os novos e esquisitos terroristas. Por Marli Gonçalves

Os novos terroristas brasileiros deste século, ainda bem que se filmam e fotografam, porque se a gente contasse sem estas imagens seria difícil acreditar, até parece piada. Seria cômico se não fosse trágico. Mas a vontade de rir deles acaba com a visão da destruição que promoveram em Brasília no fatídico 8 de janeiro deste novo ano. Idosos, gordinhos, feios, classe média, aposentados, maioria branca, deselegantes, uniformizados com bandeiras nacionais que improvisam como decoração e adereços, lenços, cangas, capinhas de super-heróis prestes a levantar voo
DONA FÁTIMA - TERRORISTA
NOVOS TERRORISTAS DO SÉCULO – Essa é Dona Fátima
Vovó que quebrou tudo em Brasília tem antecedentes - Extra Classe
NOVOS TERRORISTAS DO SÉCULO – Essa é Dona Fátima, em ação, orgulhosa dos estragos que fez

O olhar alucinado, a impressão até que uma baba escorre de suas bocas, uma ignorância sem limites, o traço comum entre as centenas de “terroristas”, como foram imediatamente taxados, e que invadiram e depredaram tudo o que encontraram pela frente na Praça dos Três Poderes. Alegres, sem qualquer compromisso a não ser o grave ataque em massa às instituições do poder e democráticas, buscavam – em um passeio turístico até a Capital Federal – um Golpe de Estado, como fica cada vez mais claro com o andar das investigações. Com organização, financiamento e comando de cabeças que esperamos nos sejam entregues imediatamente, foram gestados em “células” – outra piada, porque as tais células eram em grande maioria ao ar livre em acampamentos diante de quartéis, com comida, sombra e água fresca. Será que tinham roupa lavada também? Inclusive, com ajuda de custo.

Com tudo isso tão ao descoberto, durante meses antes e após a eleição presidencial, outra boa pergunta é como se deixou que essa situação se mantivesse. Anote aí, são vários detalhes que precisamos saber as respostas.

Ao contrário dos terroristas da luta armada atuando na clandestinidade contra a ditadura militar, em geral jovens idealistas, intelectuais, alguns estudiosos e já respeitados em suas áreas de atuação, os atuais, de acordo com a relação oficial dos presos, são na maioria pessoas que ouviram o passarinho cantar alguma coisa no ar, desinformados por suas próprias redes de mentiras, reunindo donas de casa, senhoras e senhores moralistas capazes de levar criancinhas vestidinhas de verde e amarelo como escudo, como se fossem a um passeio dominical. Crianças, aliás, com as quais deveremos ter cuidado com o passar dos anos. Quando crescerem podem ser inimigas ou, no mínimo, precisarem de apoio psicológico após se verem em fotos acompanhando os avós nesse dia de terror.

Ao invés de rifles, muitas bengalas; máscaras? – as comuns contra a Covid, que muitos ainda acreditam ser mito, antivacinas que demonstram ser. Claro, há exceções. Muitos foram ao “passeio” municiados com máscaras antibombas, estacas, estilingues, facas e outras, digamos, ferramentas. Coisas turísticas, não? –  De quem viaja horas em ônibus vindo de várias cidades, inclusive sem pagar a passagem, ainda ganhando algum, no meio de outros tantos iguais entoando o Hino Nacional.

GOLPISTAS TERROISTAS QUE ATCARAM BRASILIA
Fotos de alguns “terroristas” identificados – Estadão

A vergonhosa e inesquecível cena do grupo sendo escoltado por policiais não sai da cabeça. Assim como a surpreendente cena do dia seguinte, com a desmobilização dos acampamentos e a alegre e organizada entrada de todos nas dezenas de ônibus rumo à prisão, mas que achavam que estavam indo, inocentes, lalalalá, de volta para suas casas, e protegidos pelo Exército que tanto conclamaram. Não é por menos que os bolsonaristas radicais foram apelidados de minions.

Estou convencida, no entanto, que muitas dessas pessoas não são totalmente do mal. Acharam um grupo social para chamar de seu, uma ocupação para suas vidas, talvez solitárias, igual àqueles passeios organizados que levam pra lá e para cá em vans. Fizeram amigos, turminhas, e como crianças juntas seguindo o mais diabinho acharam divertido quebrar tudo, fazer arruaças que nunca devem ter feito. Se esbaldaram. Comportamento de manada é o nome. Desgarrados. A tal boiada do ministro em ação na realidade. Boi não conhece arte, limites, monumentos. Levanta poeira. Se atiram em precipícios. Foi o caso, e agora haverão de ser repreendidos severamente. Que não fiquem só sem a sobremesa.TERRORISTAS - NOVOS TIPOS ATACAM BRASILIA

Este dia que já passou tristemente para a História nacional ainda vai muito longe em sua repercussão e investigações, como acompanhamos boquiabertos que havia claramente em curso – surgem documentos – uma tentativa de Golpe de Estado envolvendo alguns importantes agentes públicos e ex-dirigentes nacionais. A massa dessa manobra eram os minions. Esses novos terroristas munidos de celulares, com os quais pedem ajuda a Ets, usam e abusam de aplicativos de mensagens em grupo, e que acabaram criando provas contundentes contra si mesmos, em detalhes, adiantando o serviço dos policiais. Muitos, ao serem identificados, puxaram suas próprias “capivaras” – muitos condenados, procurados, corruptos. Uma ficou famosa, Dona Fátima, de Santa Catarina, já condenada por tráfico de drogas com envolvimento de menores. Liberada em caráter humanitário por ser idosa, foi ativa no quebra-quebra e nas ameaças gravadas contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, do prédio que adorou ajudar a destruir e onde falou aos quatro cantos ter defecado.

Só mais uma observação: contei quase uma centena de fervorosas notas de repúdio aos atos golpistas, vindos de tudo quanto é tipo de entidades, instituições, sindicatos, grupos, etceteras, algumas até surpreendentes. De tão vazias. Me fizeram lembrar uma obra de arte que vi em uma galeria, um enorme mural construído com muitas notas destas, produzidas e sem respostas, ao longo dos quatro longos anos de ações e falas do governo – esse mesmo, o anterior, que construiu e propiciou que chegássemos ao que vimos.

E isso tudo, convenhamos, não tem a menor graça.

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MARLI -MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon).

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

ARTIGO – Estamos numa fria. Por Marli Gonçalves

Entramos e estamos numa boa fria, numa gelada, num enorme saco sem fundo. É tanta coisa acontecendo de esquisito, de ruim, e sem que possamos resolver de vez ou tomar medidas rápidas e objetivas – a solução não está só em nossas mãos, mas na de todos e em tantas mudanças e acertos – que só resta, sei lá, espirrar. Espirrar com muitos desses culpados de nossa frente

Saltos, piruetas, manobras espetaculares no asfalto, nos tatames, no mar, fôlego na piscina; as mulheres arrasando, a garotinha em cima do skate, a outra bailando com movimentos precisos bem na cara de suas próprias dificuldades. Orgulho, vitórias, e não só, também as derrotas, trouxeram distração para mais de 100 metros nas notícias e madrugadas olímpicas. Vimos novamente, felizes – mesmo que por instantes – a bandeira nacional tremulando sem que ela nos causasse essa certa repulsa que tanto fizeram que conseguiram nos fazer dela até enjoar nos últimos tempos.

Soubemos das incríveis lutas e histórias de superação dos atletas – os vimos felizes e também desolados quando ficaram pelo caminho em suas modalidades. Pelo menos ali acompanhamos um país se esforçando, lutando para se firmar e melhorar. Temos mais alguns dias para acompanhá-los e torcer.

Mas agosto está aí, sempre teremos agosto. E já está vindo embalado pela pandemia que continua matando muito mais de mil pessoas por dia e querem que isso pareça normal, quando vemos outros países indo e voltando de medidas restritivas nesse vaivém estonteante. Aqui, o pimpão prefeito do Rio de Janeiro, por exemplo, decretou que vai estar tudo bem até o outro mês e até já marcou feriado e festa. Uma vergonhosa corrida de Estado contra Estado, cada um querendo parecer melhor que outro, em campanha aberta, como se não bastasse o furdunço que virou o Governo Federal.

Às vezes acho que a água que os dirigentes e responsáveis pela condução do país tomam contém mesmo alguma coisa a mais – só pode ser. Não atingimos ainda nem os 20% de imunizados com as duas doses. Há ainda um inacreditável número de pessoas contrárias às vacinas ou que não voltaram para a segunda dose, quando necessária, como o é para a maioria. Ainda vemos quem tenta escolher qual marca tomar – e muitos desses estão tombando pelo caminho. O Ministro da Saúde ousa proclamar vitória e ações do governo, como se não tivéssemos já quase 560 mil mortos e mais de um ano e meio de pandemia muito mais cruel por causa dos erros deles.

Agora, as aulas vão voltar – e não se tem a menor ideia de como resolveremos os sérios problemas da Educação, da evasão, do atraso no ensino. O Ministério? Além de uma fala maluca do ministro, outro batendo no peito por feitos não feitos, pôs no ar uns anúncios moderninhos. Volta também o showzinho diário da CPI que, quando acabar, teremos um relatório enorme, e precisaremos torcer muito é para que ele não vá dormir em alguma gaveta.

Quem chacoalhou esse país para ele estar assim tão dividido? Quem abriu a tampa do bueiro para tantas absurdas ignorâncias? Um queima o Borba Gato; outros vêm e jogam tinta vermelha nas homenagens a Marighella e Marielle. O fogo queima nossa memória. As mentiras e notícias falsas se espalham e ecoam. O presidente monta um circo para dizer o que já sabíamos de suas acusações sobre as eleições – que ele não sabe de nada, não prova nada e isso é só mais um assunto para manter o percentual cada vez mais baixo de quem o segue, ainda achando que ele presta, mesmo vendendo seu mísero poder para outros míseros carrapatos que grudam em tudo que é governo, seja de qualquer lado do colchão. Não adianta virar, desvirar, por ao Sol.

É inverno e até o frio intenso e recorde que há muito não aparecia ataca o Sul e o Sudeste, expondo nosso total despreparo para qualquer situação extrema e a miséria que grassa nas ruas que acomodam friamente mais milhares de recém-chegados. Os preços disparam, sem controle, enquanto turistas fazem horrorosos bonequinhos de neve e a geada acaba com as plantações.

Estamos mesmo numa fria na qual entramos sem saber ainda como sair dela, estranhamente escaldados.

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MARLI - cgMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – A nossa dança do passinho. Por Marli Gonçalves

Ora, como assim, você não percebeu que estamos todos numa pista dando cambalhotas, rodando no chão, pulando alto, passinho pra frente, dois pra trás, voleios e malabarismos? Que de passinho em passinho continuamos embalados ao ritmo de uma dancinha que por vezes chega até a ser bem macabra, toda desconjuntada?

É assim: quando a gente acha que está indo, não vai, volta. Escuta que a inflação está controlada e vai péquipéquipéqui (som dos passos) ao mercado ou na feira e pula a cada produto que vai verificar o preço. Aquele da semana passada aumentou, e sempre haverá um álibi que darão para explicar, a safra, o tempo, o transporte e agora até o perigo do roubo de cargas, contratação de seguranças. Tudo é a gente que paga, porque somos legais e não queremos que ninguém mais tenha prejuízo, não é mesmo?

Aí saltitamos correndo para procurar alguma seção de ofertas que ultimamente até que estamos tendo colher de chá com produtos quase vencidos. Os cotovelos se movem para tirar as outras pessoas do caminho e tentar resgatar algo para levar para casa. Senão, dançamos miudinho. Mais ainda.

Rebolamos. Rebolamos para driblar os boletos malditos que – incrível – conseguem sempre atravessar ruas, avenidas e cidades para chegar em dia, naquela coreografia que acompanha o som do papel entrando debaixo da porta, ou na caixa de Correios, que pra isso funciona que é uma beleza. Já os pagamentos, os depósitos no banco, as transferências, o atendimento às nossas urgências, esses chegam ao ritmo de valsa, pura valsa. Rodam, rodam até a gente ficar tonto e parar de importuná-los.

Sabemos onde o sapato aperta. Mas não conseguimos tirar as unhas encravadas que estão doendo tanto enquanto estão no poder. Batemos palmas para alertar aos amigos sobre os erros que incorrem em acreditar nos cantores boquirrotos do mal, que querem repetir a tragédia desoladora que já vivemos anos atrás. Ou melhor, que, grande maioria desinformados, pensam em entrar numa roda de dança perigosa, como se brincadeira fosse jogar o destino nas mãos de péssimos coreógrafos. Alguns, no momento, até com os seus passos totalmente bloqueados ou vigiados.

Como se precisasse, ou se ainda havia os que duvidavam, agora surgem documentos que provam para o mundo o horror que durante 21 anos acabou com a nossa alegria e espontaneidade, levando muitos de nossos competidores, fazendo-os desaparecem como num passe de mágica errado, que mata o coelho e a pombinha branca. Nada, no entanto, que ainda impeça uma besta fera que tira a e veste farda a seu bel-prazer de dizer que isso tudo foi apenas um “tapa no bumbum”. E o outro de verdinho que diz que foi tudo mentira. Eles têm de dançar um dia, e para fora de nossos salões.

Precisamos afinar nossas violas e aprender com os repentes a elaborar improvisos cantados nas violas que nos motivem a dançar mais juntos. Com os pés no chão. Conscientes que nossa criatividade pode ser um grande sucesso e que o tempo urge que nos apressemos nos acordes dessa ciranda.

Na nossa dancinha misturaremos os ritmos, para evitar marchas que até agora só mancharam nossa história.

Será hora de combatermos certo nacionalismo bobo que tenta se infiltrar, espalhando a nossa bandeira como se ela fosse enfeite em avenidas, pontes, viadutos. E agora usada numa versão oficial de propaganda de governo que é de doer profundamente: Ordem é Progresso. É o quê? Que ordem? Quem é que ordena e quem é que ordenará nossos passos? A que custo?  O que é essa ordem? Como se fôssemos carneirinhos alinhados lado a lado, quando tudo o que queremos é saltar nos sonhos de todos.

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Marli Gonçalves, jornalista – Acostumada a dançar conforme a música. Implorando que ela seja boa de ouvir e seguir.

Brasil, 2018

marligo@uol.com.br/ marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Ziquizira Brasilis. Por Marli Gonçalves

 Eles sempre existiram. Mas agora andam saindo das tocas inclusive de dia, atrás de comida para alimentar seus instintos torpes. E a comida deles – infelizmente – é a nossa liberdade, os princípios democráticos, a alegria. Não dá para calar porque a situação esquisita está numa crescente. Homens e mulheres cheios de ódio que parece estão gostando de nos irritar devem ser iluminados urgentemente. Não resistirão se formos firmes. Voltarão para as suas profundezas

Quer chamar atenção? Coloca uma melancia no pescoço! Capaz até de a gente achar engraçadinho porque pelo menos seria inofensivo. Mas não são nada inofensivas e nem brincadeiras as ações que temos presenciado espocar aqui e ali e que têm aumentado a frequência de uma forma preocupante. Do que vivem? Como conseguem dormir? Quem lhes deu tamanha ignorância e tanta ousadia? Onde estão os criadouros que os fermentam?

Tenho muito ouvido falar que é culpa da internet, das redes sociais que dá voz aos idiotas. Verdade. Dá mesmo. Mas encafifei que acabamos generalizando muito e o que é essencial nos escapa. O que temos de fazer é buscar os ninhos, os ovos de serpente chocados. Tipo localizar quem é a abelha rainha, a formiga mãe, o macho dominante. Quem é o enrustido problemático, o mentecapto cafajeste, o religioso doente, a mente do Mal. Nesses ninhos reside o mal que alimenta os boquirrotos, que comem as minhocas que lhe são servidas e as regurgitam nas redes. Esses são bem reais, orgulham-se de seus pensamentos e ações torpes, adoram dar entrevistas, aparecer na foto – e sempre com suas segundas intenções, acreditem.

Vergonha. Quantas vezes esses últimos dias li amigos meus falando que estavam com vergonha por conta de acontecimentos armados por essa gente nefasta. Vergonha! Vergonha do Brasil. De ser brasileiro, do papelão. Pior é realmente ruborizar e querer morrer diante das insanidades. A filósofa perseguida como bruxa, queimada como boneca, escorraçada no aeroporto. O cantor com cabelinhos de caracol, símbolo de uma era e da qualidade de nossas criações, achincalhado, tachado e #hashtagueado como pedófilo. Uns deputados obscuros e obscurantistas querendo levar à força um artista para depor lá no picadeiro deles – coitado, já pensaram você ser obrigado a ficar lá ouvindo e sendo agredido por aqueles “pelasaco”? Pelasacos são muito chatos. Os nossos, então, ainda por cima são muito burros.

Que dizer dos que, além de não nos deixarem andar para frente, com as mulheres decidindo o que fazer com seus corpos e úteros, quererem proibir o aborto das meninas e mulheres estupradas? Só pode ser gente muito ruim e sem sensibilidade para também querer ver nascer uma criança sem cérebro.

A coisa não pararia aí nos últimos dias. Houve o ápice. O absurdo da divulgação de um vídeo de um ano atrás no qual o mais do que conceituado jornalista William Waack aparece – fora do ar – resmungando e dizendo uma frase, sim, de cunho racista. Mas que é manjada até. E de maneira alguma isso querendo dizer que ele, William, seja racista, até por ser  impossível – uma vez que vem de uma família de ascendência de negros; mas nunca fez disso pilar. Pois bem. William Waack foi decepado, decapitado, dissecado e, pior, demitido, desconsiderado. E claro com um monte de gente (até uns bem admiráveis) aplaudindo seu linchamento público em prol de seus ideais supostos politicamente corretos – ah, como eles são corretos! Só eles são os bons, os puros. Pior ainda descobrir a origem, que isso foi arte de dois jovens cheios de dreads, blablabá, piriri pororó! Justiceiros… Dá até palpitação. Pavor.

Mas devemos ter pisado muito no pescoço do padre e estamos pagando por isso. Para finalizar o coreto apareceu o conhecido designer austríaco Hans Donner querendo, sim, falando sério, com gente aplaudindo, mudar a bandeira do Brasil. Legal, né? Querendo acrescer a palavra amor. Ficaria Amor, Ordem e Progresso na tira, no arco central que mudaria a posição para ascendente, ao contrário da forma atual. O verde seria degradê. O amarelo. Digamos que é uma coisa super simples de ser desenhada, reproduzida… Degradê. Degradê! Um veeeeerde… Amareeeelo. Não é genial? As estrelinhas ficariam ali mesmo onde estão.

Vocês também não gostariam de dar um golinho nessa bebida que ele sorve?

Que o Brasil está precisando de Amor, não há dúvida. Que as bandeiras brancas hasteadas que já deveríamos estar fazendo tremular nas ruas deveriam trazer amor estampado, não há dúvida.

As coisas estão tão esquisitas que só pode estar havendo uma epidemia de ziquizira. Ziquizira Brasilis, suco de nossas jabuticabas.

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Marli Gonçalves, jornalistaMais amor, por favor. Mas na real, para ser a bandeira de todos.

 Brasilzão, e ainda tem o Aécio querendo cantar de galo!

 

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