ARTIGO – As datas de nossas vidas. Por Marli Gonçalves

Já vem mais uma ali no horizonte feita para alegrar alguns, vender – e também para entristecer muita gente que não tem mais aquilo para comemorar. É Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia disso, Dia daquilo. Mas você bem sabe: cada um de nós tem a sua data particular para as coisas que importam, em nosso próprio e surpreendente calendário, nossa folhinha.

Dá até frio na barriga quando elas, sorrateiras, mais de um mês antes, começam a se aproximar, as mais reconhecidas, comerciais. Você já vê aquela onda vindo, nas vitrines, nas ofertas, nos spots de rádio, comerciais de tevê (e que a cada dia estão mais complexos tentando acompanhar o progresso e comportamento da sociedade), no aumento de preços dos produtos que possam vir a ser os preferidos. Se não entrar no clima, acaba engolfado. Agora é Dia dos Pais, e será o primeiro que passarei sem o meu.

Não, nada muda, que ele também nunca foi ligado nisso de data, a não ser por ano a ano ficar bem feliz em ganhar uma comida especial, que – olha – meu pai adorava comer. Esse era o seu melhor presente, e se acompanhado de uma boa pinguinha, uma batida, um doce de sobremesa, não precisava de mais nada. Isso tudo em casa, comigo e meu irmão, porque ele não era chegado a restaurantes, a não ser que se acenasse com uma caneca de chopp. Mamãe também não era ligada, à exceção de Dia das Crianças: até o fim de vida ela sempre inventava e me dava alguma bobagem neste dia. Uma brincadeira nossa.

Mas a questão é que nessas datas tentam de qualquer forma nos emocionar para valer, para comprar, fazer virar obrigação. Não dá para se proteger disso, só virando eremita. Então tudo lembra o quanto é legal ter pai, ter mãe, ter namorado, um amor, ter família. Sempre imaginei o sofrimento que isso pode trazer à enésima potência. Pais perdidos, desconhecidos, adotivos, amores e paixões desfeitas, o emocional fica em frangalhos.

Tudo isso para que?- se cada um de nós se lembra de outros dias e datas – essas, sim, particulares, expressivas, marcantes, únicas, tristes e alegres, exclusivas, importantes, mas também umas completamente soltas, até bobas. Que a gente tem de cor na cabeça ou que marca no calendário com caneta vermelha, ou bolinha em volta do dia. Hábito que até já me causou problema.  Na época da ditadura dancei e fiquei detida por mais tempo do que devia numa dessas roubadas daquele período só porque havia destacado na minha apreendida  agenda daquele ano que já vai bem longe o 9 de outubro, dia da morte de Che Guevara. Ícone, ídolo idealista e bárbaro de adolescentes até hoje, até que se descubra aquele outro lado de Cuba e se relembre a importância da Liberdade. E pra se explicar com os “homi”?

Teve tempo que marcava com um coração as visitas de um grande amor, esperando sempre poder marcar novamente em outra data mais para frente, muitas vezes. Os dias passavam mais esperançosos assim. Uma sucessão de esperas, encontros e despedidas.

Uma coisa engraçada para marcar também, e que pode ser útil, é assinalar conjunções astrais de nossos signos astrológicos. Por aqui, todo dia 1 é dia de procurar o horóscopo mensal, tanto o feito pela Barbara Abramo, como o da americana Susan Miller, que acompanho antes de ser tão badalada como anda. Elas falam em datas ou períodos próximos que isso ou aquilo pode acontecer; dias em que será melhor ter mais cuidado ou, por exemplo, não comprar eletrônicos, ou não fazer qualquer tratamento ou mudança estética sob o risco de se arrepender depois. Boas conselheiras, em geral aproveitam para nos dar esperança de ganhos financeiros ao mesmo tempo em que alertam para possibilidades de maiores gastos aparecerem.  Dias de Lua. Dias de eclipses solares e lunares.

E você? Quais são suas datas? As datas que assinala, as datas que lembra mesmo quando o que mais queria era esquecer?  As datas que podem até não ter sido importantes para a outra pessoa, mas recordar acelera o coração?

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20170617_130831Marli Gonçalves, jornalista– Sim, não dá para pular este mês. E nele, para mim, o dia 25 marca uma grande perda há 24 anos, a de meu melhor amigo. Para piorar, o dia 20 vai marcar a ida para a Espanha do casal que adotei como se família, de sangue, fossem. Indo para muito longe de mim e desse Brasil que não dá mais oportunidades.

SP, agosto, 2017

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ARTIGO – Dias marcantes. Por Marli Gonçalves

terremotos diáriosAgenda (1)Estamos vivendo dias marcantes. Se até para quem já viveu outros iguais ou parecidos, são marcantes, imagine para quem os vive agora a primeira vez, caso de muitos que nesses dias estão nas ruas palpitando sobre política, tomando partido ou trocando de algum. Dias marcantes são os inesquecíveis. Esses que vivemos agora estão sendo marcantes, extenuantes e históricos.

Você tem dias marcantes na sua vida, deve ter alguns. Todo mundo tem. Às vezes só percebe que tinham sido marcantes quando lembra deles tempos depois, anos após. Dias são parâmetros diferentes, importantes, específicos. Você começa um e nunca sabe como ele vai terminar, do acordar ao dormir de novo, o período que vive o dia, e que claro abarca a noite, mas não é desse período o dia sobre o qual falamos. Você pode ter tido um dia marcante porque aquela foi uma noite magnífica. É coisa de memória, que vai para uma gaveta específica e às vezes até surpreendente.

Qual é o dia marcante para você? Dia de alguma luta inglória, ou de uma vitória suada?

Repara que tem essa: dias marcantes podem o ser por motivos bons ou ruins, essa coisa dialética. Morte, vida, começo ou fim. O dia que perdeu alguém; o dia que ganhou alguém.

Pode ter sido bobo ou extraordinariamente proveitoso. Pode ter virado dia comemorativo, tipo dia do casamento, dia do nascimento. Pode ter sido dia da caça ou do caçador. Datados ou não. Você pode deles lembrar o mês ou o ano, ou apenas uma época, em qual década. Alguns vêm completos, até com dia, mês, ano, hora. E cor, cheiro, sabor. Esses são os que marcaram a ferro e fogo.

Pensando agora, me veio à mente dias marcantes díspares. O dia em que tirei meu aparelho de dentes, que viveu comigo e foi um suplício oito longos anos. Tinha quinze anos. O dia do casamento, vejam só, de um amigo; na verdade exatamente o que aconteceu depois desse casamento quase 30 anos atrás. Uma paixão eterna, sem cura.

david_goliathNa minha profissão tive muitos dias marcantes. Muitos deles com o mesmo afã dessas horas de agora, quando acompanhava pelo Jornal da Tarde e Rádio Eldorado a luta pelas Eleições Diretas, os comícios, e especialmente o mais marcante, o grande dia da votação no Congresso da Emenda Dante de Oliveira, o nome do deputado que a havia apresentado. Fui a última a sair do ar, já de madrugada. “Eles” censuravam tudo e haviam proibido a cobertura livre. Meu golpe foi ficar falando de lá com a redação ao telefone direto de um orelhão (daqueles com ficha) na Praça da Sé, perto de onde havia um palanque acompanhando a votação em Brasília, e que dispunha de alto-falantes, nomeando voto a voto. Assim os meus ouvintes acompanharam a votação até eu ser “descoberta”. Lembro do dia por isso e mais ainda por causa da grande tristeza da derrota que ocorreu naquele dia e que ainda atrasaria o país alguns anos. Lembro do calvário de Tancredo Neves, e do marcante dia do féretro pelas ruas de São Paulo. Já choramos muito por política, sim.

Decepção também faz muitos dias serem marcantes. O time que deixou de ser campeão. O fim de um relacionamento. A descoberta de uma traição. Um encontro esperado e desmarcado.

Dias marcantes podem ter sido dias trabalhados ou descansados. Letivos, entre muitos que lembramos por motivos que só muita terapia poderia explicar. Dias úteis e inúteis, ou que foram úteis para alguém, talvez. Dias assim, assados, nublados ou ensolarados.janela homem corre atras da mulher

Pois esses dias de agora são desses, marcantes, e cujas marcas esperamos sejam boas e não nos deixem cicatrizes. Eles podem não ir para o lado que você gostaria, mas sabe de antemão que são dias frenéticos, do tipo que ainda por muito tempo procurará e precisará de ajustes. Dias melhores virão. Ainda mais marcantes.

Serão mais que dias, etapas. Só estou curiosa de saber como que lembraremos desses aqui mais tarde, ali logo mais no futuro.

SP, 2016, de um dia marcante.

Marli Gonçalves, jornalista Na Ordem do Dia: por que não vemos um movimento sério, suprapartidário, de união? Por que os artistas e intelectuais de um lado e outro, acompanhados de outros de os outros matizes, não propõem e saem em busca da solução? Porque são egoístas. Querem os dias assim. Se sentem importantes demais.

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Meninas !Presente!!! Boa semana. Boa primavera, Veja só uns pedaços desses atletas franceses posando nus, semi nus, com alguma coisinha

O Dieux du Stade mostra esportistas de várias modalidades. São 31 ao todo, desde nadadores, judocas, jogadores de futebol, rugby, etc…

Fotos de Fred Goudon

Federação Nacional dos Médicos divulga agenda de greves e movimentações. Eles estão bravos.

 

n99FENAM define calendário de greve

(fonte: Assessoria de Imprensa)

A Federação Nacional dos Médicos (FENAM) definiu nesta quinta-feira (11) um calendário de ações como forma de enfrentamento ao Governo. Lideranças sindicais de todo o país estiveram reunidas na sede da entidade em Brasília, traçando os rumos do movimento diante da revolta generalizada da categoria com o Programa Mais Médicos e os vetos à Lei 12.842, que regulamenta a medicina. Greve, manifestações, assembleias, ações judiciais e realização do Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem) fazem parte do cronograma que se inicia no próximo dia 15.n98

No Congresso Nacional, a luta será pela derrubada da MP 621, chamada de ‘MP da morte’ e dos vetos da presidenta Dilma Rousseff ao Ato Médico. Ao mesmo tempo, serão movidas ações judiciais sobre a mesma questão. Na ocasião, também definiu-se que a FENAM apresentará o seu pedido de desligamento da Comissão do Ministério da Saúde para provimento de médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Segundo o presidente da FENAM, Geraldo Ferreira, as últimas medidas tomadas pela presidenta Dilma Rousseff tratam-se de manobras para exploração da mão de obra médica e precarização do trabalho. A destinação de 10% das receitas da União para a saúde, a criação de carreira de estado e a devida regulamentação da medicina são essenciais para começar a solucionar enfim o caos em que se encontra a saúde brasileira.

Julho
Dia 15: Assembleias estaduais
Dia 17: Reunião FENAM, CFM e AMB
Dia 18: Manifestações de rua
Dia 23: Greve e manifestações
Dia 30: Greve
Dia 31: Greve e assembleias estaduais

Agosto
Dia 8: Audiência pública no Congresso e realização do Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem)
Dia 9: Realização do Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem)
Dia 10: Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem)