UMA CURIOSA ELEIÇÃO SEM PATRONOS: MUDANÇA DE GERAÇÕES POLÍTICAS?
1. A eleição de 2014 talvez seja a única, desde a redemocratização, que não tem patronos, seja para Presidente da República, seja para Governadores. Inclua-se a ausência dos partidos como referência eleitoral.
2. Nenhum dos ex-presidentes tem sido apresentado como patrono e nenhum dos ex-governadores e nenhum dos candidatos a presidente tem sido apresentado como patrono das campanhas para governador.
3. Esses, provavelmente, são sinais de uma renovação geracional que se encerra com esta eleição. A geração de 1964 (seja a que assumiu o poder ou a que foi cassada), a geração de 1968 (seja a que estava no poder em todos os níveis, seja a que foi excluída), encerram seus ciclos com esta eleição.
4. São ciclos de 50 anos e 46 anos, que tiveram como pontos de partida rupturas institucionais, com a tomada do poder em 1964 e a manutenção com o AI-5 em dezembro de 1968. Paradoxalmente, estas datas foram fixadas pelos exilados que se identificavam como da geração de 1964 e da geração de 1968.
5. Dessa forma, é importante atentar para as eleições de governadores e deputados federais de 2014, em que nomes das gerações dos nascidos a partir de 1970 despontarão e deverão liderar o processo político no próximo ciclo. Isso se afirmará tanto pela quantidade de votos, quanto pela densidade dos mesmos.
6. Evidente que sempre há exceções à regra e, como sempre, serão exceções que justificarão a regra, pela refundação de seus discursos e de suas comunicações políticas.
7. Finalmente, cumpre lembrar que as redes sociais estão apenas em seu nascedouro político e que serão certamente parte desta refundação da comunicação política.