ARTIGO – Para não dizer que não falei…Por Marli Gonçalves

 

É tanta coisa para comentar, ler, discutir, mostrar, conversar, que seria preciso muito espaço, tempo, e algum cachê, claro, para viver só fazendo isso. Quando chega o fim do dia, esgotada, olho as coisas que continuam girando continuamente nessa Terra, que é redonda, garanto. Mas a gente tem de decidir sobre o quê versar. E ultimamente esse é o assunto que mais interessa: estaremos vivos para os outros temas? Sobreviveremos?

Então vamos falar um pouco dela, a Primavera, a estação mais bonita do ano, a que renova e traz em sai as cores, formas e aromas das flores e a sensação vital, sexual, sensorial de toda a diversidade da natureza. As estações têm datas definidas, mas na realidade agora tudo se mistura em seus efeitos. Uns dias, frio de lascar; em outros, calor sufocante, e os meteorologistas e moços e moças do tempo rebolando nos anunciando seguidos recordes, temperaturas médias de décadas sendo superadas.

Vamos falar então também da tal natureza que vem sendo castigada tão terrivelmente diante de nossos olhos. E que, castigada, se vinga no ar que respiramos, na falta dele muitas vezes, e nos efeitos letais que tudo isso causa em nosso organismo.  Parece areia nos olhos. O calor, a secura se estampam na pele que transpira ou racha.

Enquanto escrevo, milhões de pessoas em todo o mundo já foram, estão ou irão às ruas clamar por atenção à natureza, ao clima, à Terra, ao futuro. Chamam o evento de Greve Geral do Clima. Os manifestantes são diversificados e coloridos como as flores da primavera. Trazem cartazes, fazem performances, as imagens correm o mundo. Muito interessante: em sua maioria são bem jovens e, em grande maioria, mulheres.

Liderados por uma menina sueca de tranças compridas, 16 anos, já candidata ao Nobel da Paz, Greta Thunberg, a grande sensação mundial do momento. Era uma sexta-feira de agosto de 2018 quando começou. Não foi à aula. Escreveu um cartaz e foi às ruas, diante do parlamento de seu país. Agora está diante de todo o mundo, mas não mais sozinha; chega acompanhada de outros milhões e sonoros gritos de atenção, atenção, queremos o Futuro.

Malala, a jovem ativista paquistanesa parou o mundo porque queria ir à Escola e fez escola clamando por educação e direitos iguais para mulheres, homens, meninas. Um tiro traiçoeiro tentou calá-la, mas sobreviveu para dar vida à sua causa e ser a mais jovem Nobel da Paz, que recebeu em 2014.

Greta, ao contrário, não vai à escola especialmente nas sextas-feiras que dedica a mostrar seu cartaz nas ruas de algum lugar. Ultimamente, na verdade, não tem nem aparecido por lá, mas está na escola do mundo. Radical, cruzou o planeta, agora está em Nova York para onde foi de veleiro com zero emissões de carbono para reduzir o impacto ambiental. Greta não anda de avião e busca denunciar tudo o que polui. Danada essa menina que não cora nem se intimida diante de qualquer líder mundial.

Voltando à nossa primavera, principalmente política, que hoje nos parece tão distante, será essa semana o discurso do Presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas, ONU.

Combinando com o momento de nosso país, ele já chegará lá queimado por tantas declarações absurdas que fez desde que tomou posse e pelo descaso que demonstra com as questões relacionadas ao meio ambiente, que mascara como luta pela soberania nacional e outras patriotadas.

O Brasil queima, não só a Amazônia. Nossa imagem está tosquiada, e também não é só pelo clima, mas por falas, atos, guinadas e pensamentos estranhos que só nos fazem torcer e lembrar com todas as forças que haverá uma Primavera. Se não for hoje, amanhã, essa semana, ela virá.

O que dirá Greta? O que ele, Bolsonaro dirá ao mundo e à menina de pele clara, olhos brilhantes e longos cabelos louros, que mais parece saída de uma história de contos de fadas?

Para não dizer que não falei das flores: … “Pelas ruas marchando indecisos cordões/ Ainda fazem da flor seu mais forte refrão/ E acreditam nas flores vencendo o canhão/Vem, vamos embora que esperar não é saber” …

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Site Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano- Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. Já à venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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Oxum, uma composição que achei nas andanças

Oxum – Orixá do amor, da fertilidade e maternidade

  • Saudação: Ora yê yê ô!
  • Cores: amarelo
  • Dia da semana: Sábado

Oxum água

 
Ei Oxum!
Água que faz
Barulho na fonte
Água da mina
Desce contornando o monte
Água que caí
Que pede a sede da gente
Água do rio
Que lava e cura a doença
Água de Oxum
Doce da vida
Água que limpa
Lavando feridas
Água de amor
Água da vida
Água que da
Na chuva o presente
Água que faz
Brotar as sementes
Água que traz
Água que fica
Água que vem
Água que limpa
Água na terra
Água do ar
Água no fogo
Água no mar
Ei Oxum!
Ei água.
                                   22/02/2011
CRIAÇÃO DE Paulo Eduardo Ribeiro Braulino
 

OXUM,UMA ORAÇÃO

 

 

 

 

 

Oxum

Ó Senhorα minhα, ó minhα Mãe, eu me ofereço todo α vós e, em provα de minhα devoção pαrα convosco, eu vos consαgro neste diα os meus olhos, os meus ouvidos, α minhα bocα, o meu corαção e inteirαmente todo o meu ser.

E, guαrdαi-me e defendei-me, como coisα e propriedαde vossα. Que αssim sejα!

Orα ie ieu Oxum…

Sαlve dourαdα senhorα dα pele de ouro!

FONTE: http://templodemaeoxum.blogspot.com/2010/07/transporte-e-descarrego-na-umbanda.html

Oxum, a beleza da história e imagens

É a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, Deusa da candura e da meiguice.

Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Yemanjá.

A regência fascinante de Oxum é o processo de fecundação, na multiplicação da célula mater. É Oxum quem gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas.
 
É, sem dúvida alguma, das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. É Oxum que “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entrega à Yemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança.
 
Oxum não vê defeitos nos seus filhos, não vê sujidade. Os seus filhos são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver o seu brilho. É por isso que Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.
Os seus filhos, melhor, as suas jóias, são a sua maior riqueza. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum; como também não podemos segurá-la em nossas mãos.
 
Assim, Oxum é o ardil feminino, considerada a deusa do amor, a Vênus africana. O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por conseqüência, a felicidade.
 
De menina-moça faceira, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida.
 
Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor.
A partir desse amor é que se dá a origem as Agregações, e consequentemente origina a concepção das coisas.
 

Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida.

Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.


O toque dos atabaques, que acompanha sua dança no candomblé, é denominado ijexá. A dança de Oxum é a mímica da mulher faceira, que se embeleza e atavia, exibindo com orgulho colares e pulseiras tilintantes. Diante do espelho, sorri, vaidosa e feliz, por se ver tão linda e sedutora.
Essa doçura de encanto feminino, porém, não revela a deusa por inteiro. Pois ela é também guerreira intrépida e lutadora pertinaz. Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra.
 
Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxossi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós.

Data festiva: 12 de outubro e 08 de dezembro



Saudação: Eri ieiê ô, Ore yèyé o, Oraie iê Oxum, Ai iê ieu Mamãe Oxum (Salve Senhora da Bondade e da Benevolência)

Símbolo: um coração do qual nasce um rio.


Sincretismo religioso: Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Conceição

Cores: amarelo dourado, Azul ou cor de rosa

Instrumento: Abebé, um leque em forma circular dourado ou feito em latão que pode trazer um espelho no centro

Pedra: Ametista, Quartzo Rosa


Ervas principais: Erva-cidreira, Melissa, Erva-de-Santa-Maria, Ipê-Amarelo, Mãe-Boa (erva sagrada de Oxum), Calêndula, Rosas Amarelas, Malva, Chuva de Ouro, Trevo Três Corações.

Oferendas: frutas doces em geral, banana prata e
ouro, laranja-lima, cereja, maçã, pêra, melancia, goiaba, framboesa, figo,
pêssego, uva; bebidas doces, ressaltando-se o mel, água de cachoeira,
champanhe de maçã, licor de cereja, suco de suas ervas e de suas frutas;
flores de tonalidade amarela, lírio, margaridas, flor-de-maio, amor-perfeito,
madressilva, narciso, rosa branca, amarela.



Ponto de força: cachoeiras, rios ou nascentes

Características dos Filhos de Oxum:

Quase tudo o que foi dito sobre Iemanjá pode ser estendido a Oxum, cujo relacionamento com seus filhos se equivale por representarem ambas o Princípio Criador.

Também é aplicada aos Filhos de Oxum, ainda mais emotivos que os de Iemanjá, a denominação de chorões. A sensibilidade dos Filhos de Oxum é ainda maior e, não raras vezes, chamados, principalmente as mulheres, de dengosas e flores de estufa, que fenecem ao menor motivo.

Na verdade, os Filhos de Oxum, essencialmente honestos e dedicados, esperam sempre merecer as atenções que procuram despertar e sentem-se desprestigiadas quando não acontece. Um fato a ser considerado é o de que os Filhos de Oxum tendem a guardar por mais tempo alguma coisa que lhes tenha atingido e olham com muita desconfiança quem os traiu uma vez.

Por outro lado, menos vaidoso do que os Filhos de Iemanjá ou Iansã, aparentam, mesmo em roupas discretas, uma certa realeza. Ternos e carinhosos, são conseqüentes e seguros e buscam sempre a companhia de pessoas de caráter. Preferem não impor suas opiniões, mas detestam ser contrariados.
 
Custam muito a se irritar, mas quando o fazem, também custam a serenar.
Oxum parece ocupar no coração das pessoas o espaço destinado à figura da mãe e esta característica faz com que seus filhos sejam naturalmente bem quistos e, não raras vezes, invejados.
O homem e mulher, Filhos de Oxum, são, a exemplo de Iemanjá, muito ligados ao lar e a família, em geral.

Dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar com suas diferenças com habilidade e diplomacia. São obstinadas na busca de seus objetivos.Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem suas finalidades, atrás de sua imagem doce se esconde uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social.
 
 
 
 
 
 

Têm uma certa tendência à gordura, a imagem do gordinho risonho e bem-humorado combina com eles. Gostam de festas, badalações e de outros prazeres que a vida possa lhes oferecer.
Tendem a uma vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos.

Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém.
Graça, vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum, que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro.


Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade.


O lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso as maiores ialorixás que o Brasil tem e teve são de Oxum.

No Rio, de Janeiro, Dia de Oxum é patrimônio imaterial do Estado. 8 de dezembro.

Dia de Oxum é patrimônio imaterial do estado

( de O globo – 5 de março de 2010)
 
RIO – Uma lei publicada no Diário Oficial desta sexta-feira transforma o Dia de Oxum, comemorado anualmente no dia 8 de dezembro, em patrimônio imaterial do estado do Rio. A determinação foi sancionada pelo governador Sérgio Cabral.

A nova norma, de autoria do deputado Átila Nunes (DEM), determina que festejos deverão ser programados e realizados pelas secretarias de Turismo e Ciência e Cultura e incluídos no calendário oficial e turístico do estado.

“A finalidade principal desta lei é reconhecer, oficialmente, essa manifestação religiosa realizada há mais de 300 anos em nossa cidade, trazida pelos afro-descendentes que aqui chegaram como escravos, trazendo suas tradições e cultura. É um patrimônio vivo, dinâmico e um bem cultural intangível do povo fluminense”, destacou, em nota, o parlamentar

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/dia-de-oxum-patrimonio-imaterial-do-estado-3044538#ixzz1fseuvZln
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8 DE DEZEMBRO: DIA DE OXUM. MARIA BETHANIA CANTA BONITO.

Kerêô declaro aos de casa que estou chegando
Quem sabe venha buscar-me em festa
Orarei a Oxum
Que adoro Oxum, sei que sim
Xinguinxi comigo

Oxum que me cura com água fresca
Sem gota de sangue
Dona do oculto, a que sabe e cala
No puro frescor de sua morada
Oh! Minha mãe, rainha dos rios
Água que faz crescer as crianças
Dona da brisa de lagos
Corpo divino sem osso nem sangue

Orarei a Oxum
Que adoro Oxum, sei que sim
Xinguinxi comigo

Eu saúdo quem rompe na guerra
Senhora das águas que correm caladas
Oxum das águas de todo som
Água da aurora no mar agora
Bela mãe da grinalda de flores
Alegria da minha manhã

Orarei a Oxum
Que adoro Oxum, sei que sim
Xinguinxi comigo

Ipondá que se oculta no escuro
De longe me chega a cintilação
dos seus cílios
Oxum é água que aparta a morte
Oxum melhora a cabeça ruim
A yê yê orarei!
Bendita onda que inunda a casa do traidor

Orarei a Oxum
Que adoro Oxum, sei que sim
Xinguinxi comigo

Oxum que eu bendigo na boca do dia
Oxum que eu adoro
Rica de dons
Riqueza dos rios
Oxum que chamei
Que não chamei
Adê-okô
Senhora das águas