BOA! Adoro protestos bonitos. Pessoal do Greenpeace pichou com laser

Greenpeace pede veto ao novo
Código iluminando o Congresso

Evaristo Sá/AFP
Foto

 
 
 O Congresso Nacional foi iluminado na noite de ontem (8) pela organização Greenpeace, que projetou pedidos para a presidenta Dilma Rousseff vetar o novo Código Florestal. Na foto, é possível ler a frase “Veto Dilma” e “New Forest Code”. Vários ministros já afirmaram que Dilma deve vetar alguns trechos que versam sobre anistia à desmatadores, além daqueles que prejudiquem pequenos produtores rurais.
 
fonte: coluna claudio humberto – www.claudiohumberto.com.br
 

Código florestal: leia a análise do Gabeira

Código Florestal, aos vencedores o deserto

DO BLOG OFICIAL DE FERNANDO GABEIRA – http://www.gabeira.com.br/wordpress/2012/04/codigo-florestal-aos-vencedores-o-deserto/
 

Com 274 votos a favor e 184 contra, a Câmara aprovou, ontem, um novo Código Florestal para o Brasil. Como somos um pais rico em recursos naturais e também um grande produtor de alimentos, creio que a votação de ontem tem uma importância planetária.

A votação reflete uma vitória dos deputados que se dizem ruralistas, aliados ao PMDB e outros partidos da base do governo.

Desde o princípio, achei que num debate exposto apenas ao jogo parlamentar, a tendência era sair um Código Florestal impreciso. Mencionei a importância do trabalho científico para orientar as decisões pois é muito difícil, abstratamente em Brasília, definir limites de preservação em todos os os rios do Brasil, limites de destamento em todos os principais biomas do pais.

Mesmo dentro da Amazônia é uma grande abstração afirmar que 80 por cento de sua área não pode ser plantada. Existem regiões degradadas que poderiam ser usadas e, alem disso, existem métodos de plantação, usados pelos indígenas no passado, que não destroem o meio ambiente.

Pelas pessoas que comemoraram, pela ênfase em suprimir multas e facilitar financiamentos mesmo para quem desmatou recentemente, a mensagem que o novo Código Florestal passa é a de liberalismo em relação ao uso do solo no Brasil.

Como será interpretado, que conseqüências trará para o nosso futuro? O líder do PMDB, Henrique Alves, estava eufórico com a votação. Ele não é do tipo que se preocupa com o futuro do pais, muito menos do planeta. Como a maioria é um político vulgar, interessado em enriquecer e fazer negócios no Congresso.

Poucos donos de terra no Brasil respeitaram a lei. Agora que se passou este sinal de liberalização, é possível que a respeitem menos ainda.

O governo dá a entender que foi derrotado e que não queria esse desfecho. O governo também a entender que é contra a corrupção e está realizando uma faxina. Tudo isso é calculado para manter algo os níveis de popularidade de Dilma.

A combinação de extrordinário recursos naturais com um baixíssimo nível político acabaria definindo os caminhos futuros do Brasil. O pais contribui para solucionar um importante problema mundial que é o da segurança alimentar. Poderia fazê-lo de uma forma mais equilibrada.

O único consolo é que na vigência de leis mais severas, o meio ambiente era destruído de qualquer jeito. Na vigência de multas pesadas, poucos centavos eram recolhidos aos cofres do governo. Para o bem ou para o mal, as leis não são ainda o fator determinante.

Se depender do Congresso, com o nível de mediocridade dominante, tudo será negociado até a última árvore e a última gota de água nos rios brasileiros.

Não sei se a resposta para isto é apenas o radicalismo militante. O zoneamento ecológico, algo que não é realizado no Brasil, pode definir, com a ajuda da ciência como e quais áreas  serão exploradas. Da mesma maneira, os comitês de bacia que cuidam especificamente de um rio teriam mais condições de determinar a área de proteção de suas margens do que deputados em Brasília que, as vezes, nunca saíram de sua própria região.

Vamos ver como se desenrolam os próximos capítulos. A quem se interessa pelo tema, recomendo a leitura do livro A Ferro e Fogo, de Warren Dean, contando a destruição do Espírito Santo com a lavoura do café, realizada sem planejamento e critérios

Como ele vai fazer isso? Ficando na porta? Não deixando ninguém passar? Pedindo ajuda ao pai? Botando a Marina na frente? Ou o Penna, assustando criancinhas e convocando a Vila Madalena para o front?

SE VOCÊ TIVER OUTRAS IDÉIAS DE COMO ZEQUINHA SARNEY e TURMA POSSAM USAR PARA IMPEDIR A VOTAÇÃO, POR FAVOR, NÃO DEIXE DE LISTÁ-LAS AQUI

NOTA DE CLAUDIO HUMBERTO

Líder do PV promete obstruir sessão sobre Código florestal na próxima terça

 O líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), afirmou no plenário da Câmara, que o PV “não participou do acordão” firmado na tarde de ontem (18), para votar a proposta que muda o Código Florestal na próxima terça-feira. “Nós do PV desconhecemos o texto que foi acordado, não participamos dos entendimentos e agora vamos analisar a emenda 164 que o relator incluiu no texto. A decisão de votar a proposta ocorre no mesmo dia em que a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, anunciou que o desmatamento da Amazônia está fora de controle”, alertou o deputado. Para Sarney Filho a pressa em votar a proposta do relator Aldo Rebelo “satisfaz apenas a um pequeno grupo que defende seus interesses na Casa”. Ele anunciou ainda que o PV irá “obstruir a sessão”.

Uma análise da votação do Código Florestal, de quem entende do riscado: Fernando Gabeira

A novela do Código Florestal

por Fernando Gabeira – DE HOJE, do blog no ESTADÃO

Código ou incêndio florestal? A votação do texto esta semana tornou-se muito áspera, considerando a complexidade do tema.
Muita gente, vendo de longe, imagina que as dificuldades estão apenas num embate entre ambientalistas e ruralistas.
O governo perdeu o controle de sua base e foi obrigado a adiar a votação. Portanto, o problema existe também entre governo e base aliada.
Mas o que me parece mais interessante, não foi levantado com destaque. Um dos países com mais recursos naturais no mundo, o Brasil é muito complexo para ser resolvido pela burocracia política em Brasília.
Se tivessemos feito um zoneamento ecológico e econômico do país, não precisávamos ficar discutindo se as terras teriam de ter 80 ou por cento de reserva legal. Cada área, de acordo com o estudo específico de suas condições, teria o espaço exato para sua proteção.

Da mesma maneira, no caso dos rios, é difícil determinar uma regra para todo o Brasil. Criamos, através de três leis, uma legislação moderna para os recursos hídricos. Ela prevê a criação de Comitês de Bacia, um instrumento democrático de gestão, que poderia determinar a situação das margens do rio sob seu controle.

Visão da Mata Atlântica, em Itatiaia, RJ.(foto FG)

 Não posso dizer que o caminho de votação do Código no Congresso esteja errado. Ele precisa ser definido lá. Mas o quadro legal em que se faz a escolha é abstrato, impreciso. O ecologista saca um número mais alto, o ruralista um número mais baixo. E fica parecendo que esse é o melhor debate.

A novela vai continuar e o provável resultado será a insatisfação das partes. Elas precisavam incorporar procedimentos científicos em suas decisões. Se duvidam dos cientistas, que, às vezes, também discordam entre si, poderiam pelo estabelecer um padrão: quando houver consenso científico, estaremos juntos, quando não houver, resolvemos a questão na luta política.