#ADEHOJE – LETRAS E NÚMEROS PERIGOSOS: GLO, AI-5.

#ADEHOJE – LETRAS E NÚMEROS PERIGOSOS: GLO, AI-5.

E O PALAVRÃO EXCLUDENTE DE ILICITUDE

 

SÓ UM MINUTO – VAMOS LÁ: GLO – Garantia da Lei e da Ordem. AI-5: Ato institucional número 5, que foi uma porta para as maiores barbáries da ditadura militar brasileira. Some-se ao palavrão, Excludente de Ilicitude, previsto no artigo 23 do Código Penal, e que exclui a culpabilidade de condutas ilegais em determinadas circunstâncias. Conforme esse artigo, “não há crime quando o agente pratica o fato: em estado de necessidade; em legítima defesa; em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito”. Mas vai saber exatamente o que é isso, como funcionará. Porque quem mata fica inocentado. Total.

Realmente as conversas estão ficando muito esquisitas. Tudo bem que ouvi depois a fala inteira do Paulo Guedes – admito, não gosto dele, ainda não sei bem por causa do quê, mas não gosto, não me inspira confiança, parece estar sempre sendo irônico – e ele não defendeu o AI-5. Mas o citou. O que já é bastante problema para quem acha que o dólar a R$ 4, e lá vai pedrada, absolutamente normal. Medos, receios, ameaças…

ARTIGO – Sombras sobre nós. Por Marli Gonçalves

É uma névoa densa, cinza, triste, que vai se encorpando, tampando a luz, puxando rapidamente mais uma noite e a escuridão de ideias, criatividade, avanços. Ela não vem só da queimada de nossas florestas e campos, mas de uma tentativa de, mais uma vez, buscarem regrar e direcionar atos, visões, fatos, para apenas um ângulo onde o mundo é dominado, atrasado, censurado, muito triste…

Afasta de nós tudo isso, por favor. A quem apelar a não ser à uma mínima consciência de que a realidade é muito mais forte? Que mesmo os que ainda resistem a entender o que se passa, e que não é proibindo que se resolvem as coisas, sejam mais rápidos e percebam que isso não vai dar certo se continuarem nessa toada, porque também serão eles os prejudicados.

Já escrevi sobre os pequenos poderes, mas agora, vendo a cara e a alegria do tal coronel Wolney Dias à frente de um grupo de comandados de avental entrando na Bienal do Livro do Rio de Janeiro para recolher histórias em quadrinhos e livros a mando do prefeito Marcelo Crivella me assustei mais ainda. E logo vieram à tona imagens de tempos tenebrosos, peruas Veraneio misteriosas, com agentes de óculos escuros e ternos xadrezes, que nos espionavam nas esquinas a mando de alguém de cima.

É uma escadinha que só desce. Um presidente falastrão e com problemas sexuais abre a fila e quer proibir cartilhas e que sejam dadas educação e explicações sobre sexo para crianças e adolescentes. Logo seguido por um governador que se diz todo moderno e que manda recolher cartilhas que citavam a questão de gênero. Logo atrás um prefeito, religioso, sabe-se lá como eleito em uma cidade como o Rio de janeiro – nem me peçam detalhes que vocês já sabem o que gostaria de lembrar a todos – que invoca com um cartaz de um desenho de história em quadrinhos, repito, um desenho! Nele, no desenho, dois homens, adolescentes, de uma história de super-heróis da clássica e conceituada Marvel, se beijam. Em seguida, chega o tal coronel… e daqui a pouco o guarda da esquina vai querer recolher seu guarda-chuva cor de rosa porque crê que não é cor de homem.

Não é possível que uma parcela da sociedade ainda teime em não perceber que o que é importante mesmo – inclusive se haverá um guarda lá na esquina se você realmente precisar – está sendo deixado de lado. Não entenda que não é por causa de uma história em quadrinhos que uma criança ou adolescente “vira” gay. E que, ao contrário, é fundamental, justamente para evitar abusos, que as crianças tenham informações gerais sobre sexo, especialmente e porque é sabido que os pais têm grande dificuldade de lidar com isso, falar sobre isso. Vai lá verificar se estão preocupados com o número de estupros e abusos de crianças, com a gravidez de adolescentes, com a prostituição infantil nas áreas de turismo, com tantas coisas que são realidade e não desenhos de histórias em quadrinhos.

Santa Hipocrisia! –  Diria o Batman atual, e que completa agora 80 anos sofrendo bullying por conta de sua parceria com Robin. Até precisaram, tempos atrás, inventar uma Mulher Gato para ver se ele desencantava, mas…penso que também ele não era o gênero preferido daquela libertária, esperta e sensual heroína.

Enfim, não é só a censura que está trazendo essa densa névoa sobre nós. É cada ataque às instituições civis, o palavreado descontrolado para cima de importantes parceiros internacionais, a falta de respeito com as mulheres, as decisões de cortes em bolsas de estudo e pesquisas, o aparelhamento militar sobre a cultura, as ameaças feitas, com raiva e com olhar ejetado, para cima da Constituição.

A lista é enorme, e o que vemos se despedaçar cada vez mais rápido diante de nós é a esperança que no fundo foi quem o elegeu e a todos os outros dessa estranha cadeia de poder.

Pior é que, justamente sentindo isso, que os olhos de mais e mais pessoas começam a se abrir, que eles puxam mais forte a tal cortina de fumaça, a neblina, as sombras.

Faça-se a luz. Deixem o Sol da liberdade, em raios fúlgidos brilhar no céu da Pátria nesse instante, de um povo heroico, o brado retumbante.
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(FOTO GAL OPPIDO)

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Site Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano- Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. Já à venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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#ADEHOJE, #ADODIA. CONSTITUIÇÃO, 30 ANOS. FESTA E RECADOS PARA TODOS OS LADOS

#ADEHOJE, #ADODIA. CONSTITUIÇÃO, 30 ANOS. FESTA E RECADOS PARA TODOS OS LADOS

 

HOJE TEVE FESTA NO CONGRESSO NACIONAL. 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO, COM A PRESENÇA DOS TRÊS PODERES. E QUEM JÁ FOI PRESIDENTE, QUEM É PRESIDENTE, QUEM SERÁ PRESIDENTE. NÃO FALTARAM RECADOS PARA JAIR BOLSONARO QUE, EM CURTO DISCURSO DE IMPROVISO, ASSINOU EMBAIXO QUE VAI CUMPRIR AS REGRAS. O MELHOR DISCURSO, SEM DÚVIDAS, FOI O DE RAQUEL DODGE, A ÚNICA MULHER NA MESA, E A ÚNICA QUE LEMBROU DA IMPORTÂNCIA DO RESPEITO AO PRIVADO, AOS COSTUMES E À LIBERDADE

ARTIGO – Ilação, substantivo feminino. Por Marli Gonçalves

pensando

O que isso significa na prática? Nada, só uma observação. Mas garante que pelo menos mais da metade da população, as mulheres, está bem certa do que acha de tudo isso que ocorre sob nossas barbas, ops!, vistas. E, cá entre nós, combina. Mulher gosta de fazer ilações, somos boas nisso, admita

Ilação. Nunca se ouviu tanto essa palavra. Só compete com o número de ligações no celular que recebi esses dias do telemarketing de uma operadora de tevê. Contei mais de 70 só esta semana. Perturbador. De manhã, de tarde, de noite, e claro, nas horas mais impróprias em que a última coisa que você podia fazer era atender ao telefone, mãos molhadas, debaixo do chuveiro, dormindo… Não sei o que querem. Me dar algo, certamente que não. Deduzo que não. Portanto, faço uma ilação.

Mas alguém aí duvida que eu esteja certa? Ninguém (especialmente uma empresa dessas que nos arrancam o couro mês a mês) ligaria tantas vezes para dar nada, e olha que eu até acredito em milagres.

Ilação: dedução, suposição, inferência, o ato de fazer conjecturas baseadas em hipóteses, em suposições, em dados baseados em presunções, por meio de fatos observados, tendo como base os dados coletados e observados, que proporcionaram a construção de suposições por meio do raciocínio lógico. Tipo você viu, ouviu, leu sobre isso, pensou, analisou bem e traçou uma opinião.

Em lógica, ilação é o mesmo que inferência, uma operação mental em que se admite uma conclusão como verdadeira depois de se verificar que as premissas que a sustentam são reconhecidamente verdadeiras.

Tipo mala cheia de dinheiro sendo carregada por deputado dando corridinha para sair com ela da pizzaria. Tinha encontro, tinha mala, tinha dinheiro, tinha deputado, tinha até polícia fazendo a tal e indiscutível operação controlada. Tinha vídeo de tudo isso.

(Não é que agora tem até a pizza?).

Pois é. Mas você duvida da sua conclusão?

Eles duvidam – não me façam repetir quem são “eles”. São os que nos deram azia e má digestão essa semana. Ou discutindo por dias e dias o óbvio. Ou decidindo, no último minuto da prorrogação do tempo para o recesso judicial, dar uma liberada geral – deputados, malas, senador, bois e donos de bois, etc, etc – em tudo sobre o que nós tínhamos feito “ilações”, a arma de suas defesas. No campo jurídico não valem – tem de haver provas reais para que alguém seja condenado. Tudo bem. Mas também não precisam jogar areia em nossos olhos e nem vir dizer que as gravações que vemos e ouvimos eram algum tipo de ilusionismo.

Comento tudo isso porque me impressiona a tristeza e a desesperança de muitos, ouço seus comentários, dúvidas, incertezas. Daqui, no entanto, só vejo certezas já há algum tempo. Serão inevitáveis as revisões dos processos, porque estão mesmo cheios de erros e até mesmo ilações desnecessárias dos investigadores ávidos. Conheço muitos casos onde, inclusive, será muito bem vinda a total reordenação jurídica, adequação às leis, à Constituição, palavra e livrinho bradado em púlpitos.

Tudo bem. Não gosto de injustiças. Mas ao mesmo tempo também não gosto quando as leis são interpretadas como se apenas ilações fossem os fatos envolvendo poderosos e que desfilam diante de nós.

Desse jeito não vamos consertar o que tanto precisamos. Isso é certeza.

conclusao

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20170617_130831Marli Gonçalves, jornalista – Nossas ilações têm levado em conta o resultado desastroso dos atos gerais por eles cometidos, que criaram um país sem eira nem beira, à beira do absurdo, refém da violência e desequilíbrio social.

São Paulo, 2017, segunda parte

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ARTIGO – Temer, por favor, sai daí! Por Marli Gonçalves

Sai daííí! Estamos muito arranhados. A verdade é que só uma coisa é certa: o país não resistirá a percorrer mais um processo de impeachment. Por favor, presidente, já que disse que não tem apego, deixa a gente seguir em frente enquanto o senhor se defende. Por favor, por você, por nós todos.

Se pudesse pedir algo ao papai do céu, ao anjo da guarda, a Todos os Santos, fazer mandinga, seria para que algo iluminasse a sua cabeça, presidente Temer, para que decida pela forma menos traumática, e por conta própria: renuncie. Não, calma, não estou fazendo juízo de valor, nem o condenando antecipadamente, embora seja bem difícil inocentar – acho que deve se defender com unhas e dentes já que garante que pode, e está – garanto – com um dos melhores advogados do país, Dr. Mariz, que pessoalmente tenho na maior conta, respeito e admiração.

Mas não governando; não pode obstruir a estrada como a terra de um muro desbarrancado pelo tremor, pela avalanche. Se não sair nada mais andará para frente; ao contrário, vai ter marcha-a-ré.

Como vê, em poucos dias já foram buscar e estão começando a passar com trator em cima do senhor. Várias vezes. Vai piorar, vão passar com uma locomotiva carregada, que – veja – apita e aparece logo ali depois da curva. Avalie: como vai continuar governando sem paz? Sem base? Com um monte de flechas apontadas, com manifestações dia sim, dia sim? Se já estava difícil sem tudo isso, imagine agora.

Sei que nesse caso o foro privilegiado que dispõe é de suma importância e o senhor se sentiria mais protegido. Mas, ao mesmo tempo, pense. Os foguetes atingiram sua tenda, furaram o teto, e até o STF já pediu sua investigação enumerando motivos horrorosos. Como ser presidente com esse fardo?

O senhor caiu no centro de uma teia maquiavélica, uma cama-de-gato, uma arapuca engendrada de forma orquestrada, premeditada. Admita. Se tentar se debater dentro dela, se enroscará mais e mais, e talvez não tenha chance de sair dessa com um mínimo de dignidade, que tenho certeza, gostaria de resguardar. Caiu o senhor, caíram até aqueles que já estavam caídos, e quanto mais todos se mexem mais o país para. Esse caso une a verdade aparecendo, sim, mas contada por manipuladores, regados a inveja, disputas internas, frutos de disputas insanas entre poderes. Vamos combinar: dessa vez com uma jogada záz-tráz, mortal.

Por favor. Considere isso. Seria uma decisão nobre, mesmo no meio de toda essa lama. Não espere que o tirem aos pontapés, como vai acontecer, seja no TSE, seja no tal impeachment, palavra que me dá até alergia em imaginar tudo de novo. Não dê chance a mais esta acusação – de ter falido um país. A História registra. O jornalismo é o dia a dia.

Mais uma vez, presidente, acredite, dou graças por não ter filhos – não saberia como explicar a eles esse momento que vivemos. Ficaria muito mais perturbada ainda se os visse assistir às cenas que todos estamos vendo. A começar pelos diálogos dos poderosos empresários delatores. Agora piorou, presidente! Os açougueiros foram mais longe ainda. Para se salvarem, aos seus luxos, se prestaram a papéis que não dá nem para dimensionar o nível de canalhice. Agora estão lá fora rindo muito de nossa cara, falando em português primário, enquanto o senhor ainda busca e usa rebuscadas palavras para se defender.

É com essa gente que está lidando agora. Não é mais só com os políticos submissos às suas ordens, os chucros. Não é só com os petistas e afins. Sinta como do dia para a noite foi sendo abandonado. Veja como o bombardeio foi muito bem sucedido, tramado.

Salve sua história, pelo menos a até aqui. Leu o jornalista Jorge Moreno? Mais ou menos: “Prof. Michel Temer chame à razão o presidente Michel Temer”. Acrescento: vamos nos agarrar ao livrinho da Constituição.

Se quer noticias aqui de fora, conto que está todo mundo muito, mas muito mesmo, muito p…, chateado, cansado, e isso é muito, mas muito mesmo, ruim. Ainda tem alguns resignados e à sua volta deve estar cheio de falsos amigos mais preocupados em se manter a salvo do que com o apoio que precisa. Aquelas deprimentes e tímidas palmas que recebeu durante seu primeiro pronunciamento dizem tudo sobre a solidão que enfrentará dentro dos gigantescos palácios.

Por favor, Temer, sai daí. Deixe que nos apeguemos ao pouco que ainda temos, permita que as coisas não piorem, gerando ainda mais miseráveis. Não nos use como escudo, vingue-se depois, mas deixe-nos passar por outros caminhos.

A pinguela ruiu. Salve a República!

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please3Marli Gonçalves, jornalista – Abismada. Preocupada. Impressionada. Envergonhada. Enojada.

Brasil, mostra a tua cara!

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ARTIGO – É mentira! Por Marli Gonçalves

DIA DA MENTIRAÉ MENTIRA!

MARLI GONÇALVES

Estamos cercados por elas, as mentiras. Femininas (não existe os “mentiros”), traiçoeiras, sinuosas, às vezes muito más; outras, até que de salvaguarda, compreensíveis. Elas podem enganar, iludir, e até serem comidas, como as mentirinhas que somem em nossas bocas assim que as emitimos, ou os biscoitinhos que comemos bebendo um bom café. Mas a mentira traz verdades; uma delas, a que tem perna curta, nunca vai muito longe.

 Dizem que todo dia mentimos, todos nós, pelo menos alguma coisa, nem que seja, creio, para nós mesmos. Mas como a gente mente que isso é verdade, há um dia no ano em que ela se libera, festejada, repetida, criada, se glorifica e, inclusive, podem ser geradas aquelas mentiras bem grandes, irreais. O alvo dela pode ficar bravo, pode ficar surpreso, ou mesmo rir muito ao reparar na esparrela do Primeiro de Abril.

Adorei o que o Wikipedia traz sobre o Dia da Mentira – ou Dia das petas, Dia dos tolos, ou Dia dos bobos. Sobre ela propriamente dita: Mentira é o nome dado às afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres. Dizeres falsos quando não se sabe de tal falsidade e/ou se acredita que sejam verdade, não são considerados mentira, mas sim erros”.

Leu? Lembrou de algo, de alguém, da política? Entendeu porque estou tocando nesse assunto aproveitando o toque para chamar sua atenção? Leia de novo. Veja se não é exatamente o que está rolando nessa crise que nos desgoverna. Todos mentindo para nós. Não é de hoje. Por isso nossos sonhos parecem sempre estar à nossa frente – sonhos tem pernas longas.contra o emporcalhamento da cidade

Os que estão aí mentem para permanecer grudados e continuar construindo castelos onde o pé de feijão acabou com a fome, com os miseráveis, com as injustiças, e juram (sim, quem mente jura muito, repara, e se já tem de dizer que jura…) que nesse reino todos lhes deveriam ser gratos, cordatos e segui-los tocando bumbo e os adorando, incensando. E a flauta toca e um monte vai atrás, enganados como na fábula.

Eles estão insistentes. Insistem em afirmar que é golpe, o que será amplamente votado, decidido, esmiuçado – tudo dentro da lei que ainda tem gente que presta observando esse processo. Gatos pingados, certo, mas em posições chave e de salvaguarda da ordem democrática.

Se todos tivessem o poder de ler o futuro, seja na bola de cristal, na borra do café, nas cartas ou búzios veriam que está em andamento um plano urdido, preparado com um requinte típico dos tratantes, os que vivem das mentiras. As fogosas mentiras estão sendo misturadas às Verdades, essas senhoras vetustas que sempre encobrem parte de seus corpos com as dúvidas. Misturadas, verdades e mentiras podem entrar em ebulição.

Na palma de nossas mãos, os riscos. Pesquisas, que são feitas justamente para revelar posições mais próximas da verdade, mostram que o que se quer agora é mudança. Para o quê, vamos ver.

Talvez desmorone tudo, também é verdade. Mas quem não arrisca, não petisca, me perdoem achar essa palavra que já vem com um partido sinistro dentro.

Nascemos e vivemos mesmo cercados por mentiras. É Papai Noel, Bicho Papão, que seremos felizes e realizados, que podemos ser como bem entendemos, que somos livres, fora os que nos ensinam, a nós, mulheres. Que a Justiça prevalece. Que a imprensa é imparcial. Tá na cara que são mentiras deslavadas.

Quer verdades? Exemplos: banco não dá nada para ninguém, todos têm culpa no cartório, muitos se vendem por 30 dinheiros, por um cabide de emprego, alguns acreditam mesmo em mirabolantes planos de poder latino-americanos.

Tem uma frase de Churchill sobre a mentira, e que me lembrou muito a carta mandada às embaixadas dizendo que está sendo tramado um golpe no país e aquela entrevista ridícula que a presidente concedeu aos correspondentes estrangeiros. “Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir”.

Mas não poderão ficar mentindo o tempo inteiro, senão...
Mas não poderão ficar mentindo o tempo inteiro, senão…

Certo. O problema é que eles mentem tão mal que a verdade já está correndo o mundo. Nem precisa mais ser submetida ao detector de mentiras, hoje tão desenvolvido. Já em 1945 seriam pegos pelo pesquisador John Reid, que desenvolveu o primeiro monitor de movimento para a cadeira, e que media as reações detectando-as. As cadeiras estão de tal forma se mexendo hoje, querendo depor alguns traseiros, que estourariam o aparelho do cientista.

  • Marli Gonçalves, jornalista Dita muitas vezes pode até se transformar em verdade. Mas o que já foi revelado que era mentira deles todos jamais os deixará que nos façam de trouxas novamente. A realidade é a mais dura das verdades.

SP, esperando abril, 2016

gapa

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Hoje é o aniversário de nossa Constituição

Constituição, 23

 “Será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados”,

 Ulysses Guimarães há 23 anos, sobre a Constituição

 
Fonte: coluna claudio humberto