Copa
Ué. Não disseram que o jornalista dinamarquês não existia? Olha o documentário dele, sobre o Brasil, Copa, problemas, gringagens…
Pergunta inquietante: já pensou se a dengue pega o…
( da coluna de Aziz Ahmed – O POVO/RJ)
Imagina na Copa!
Campinas, a 96 quilômetros da capital paulista, que vai hospedar a seleção de Portugal durante a Copa, vive hoje a maior epidemia de dengue da história da cidade. De janeiro até abril, 17 mil pessoas contraíram a doença.
Já imaginou se o mosquito da dengue tira o astro Cristiano Ronaldo do Mundial?
ARTIGO – Viramos avestruzes. Parece. Por Marli Gonçalves
Já que nem é verdade que aquelas aves grandonas, frangões enormes, se escondem, enfiam a cabeça no buraco – até porque nem seriam malucas e a natureza é sábia – a comparação serve só para ilustrar. Porque quem está enfiando a cabeça na terra para não ver, ou fazendo logo como aqueles três macaquinhos – não ver, não ouvir, não falar – somos nós, os humanos. Especialmente nós, os humanos brasileiros, coisa verde e amarela. Puxa, tem nem uminha musiqueta de protesto? Uminha, vai!
AlôôÔ! Posso saber o que é que está acontecendo? Alguém pode dizer? Será a água (a pouca que temos? Alguém pingou “desmemoriol” ou “apatiol” na caixa dágua geral? Vamos continuar só sussurrando entre nós que a crise está brava, que o país está desgovernado, parado, estupefato, atrasado? Que a crise está batendo toc,toc,toc na porta e a gente ainda fazendo de conta que não está escutando. Logo só o nariz vai estar para fora e a gente saltitando na ponta do pé. Acaso estamos esperando algum super-herói vir nos socorrer? Temo ter de informar que o último que estava sendo esperado, o Batman Joaquim Barbosa, resolveu se recolher e ficar lá no Supremo, onde, aliás, passou a ser mesmo de fundamental importância.
Más notícias: não temos super heróis, o Papa anda super ocupado com outras coisas, que agora incluem até a sua Argentina; fora que ainda, pois é, não está comprovado que Deus é brasileiro – parece que é mentira. Até o Obama cansou de escutar nossas conversas: deve ter ficado pasmo com o que ouvia, negociata em cima de negociata, com o nível geral das conversas, entre si e uns mais que outros, dos políticos, empresários, governantes e assemelhados. No momento mesmo, a cada diálogo revelado nossos cabelinhos ficam em pé, tão “republicanos” que são. “Você é nosso e nós somos teu”, a mensagem escrita pelo petista Vacarezza no SMS mandado ao Governador Sergio Cabral, era apenas um leve, levíssimo, prenúncio do que ainda iríamos ver, ouvir, saber. Tem mais: nossa presidente e seu imenso ministério – um rabo com quase 40 atarracados – está lá batendo pino, zoada, diríamos. Continua irritada e distribuindo tabefes verbais enquanto manda alguns fazerem o papel de sonsos, nos azeitar, amanteigar. Enquanto isso, jornalistas ficam úmidos, babam e se espremem para sorver as palavras do ex, espectro, agora sempre previamente escolhidas, para uma plateia amestrada como focas.
Assim, continuando a ligação animal do início desta conversa, a inflação está galopante e não é para combinar com o ano chinês do Cavalo de Fogo. Estamos com nossa auto estima completamente arranhada, pó unhas e patas de gatinhos e tigrões, e – vai, admita! – nos mantemos em pânico absoluto, sem conseguir antever sobre o que acontecerá até a Copa. Até as eleições. Até a chegada ou retorno do bom velhinho, se é que até ele não mudará de rota com medo de suas renas serem assaltadas ou seus sacos de presente “aliviados”. Isso, claro, se não aparecer ninguém pintando uma faixa, cobrando alguma taxa ou inventando algum imposto novo pro coitado voar nossos ares. Viram como andam nossas estatais.
Não bastasse há uma coisa nervos à flor da pele, faca nos dentes, acometendo a população de Norte a Sul. Não junta nem dez e já alguma coisa pega fogo, a avenida ou estrada é bloqueada, chovem pedras e gases, e o protesto que era para ser pacífico blábláblá. Aposentaram os blackbobocas; foram pra gaveta junto com os ninjas. É ação e reação, só que localizadas. A polícia chega rasgando, bomba pra lá, bomba pra cá. Feridos, na certa. E o espectro da morte por ali, rondando. Qualquer coisa. Uma fagulha. Tudo isolado. Se até organização criminosa protesta! Faz a conta: a frota de ônibus nacional sofre grande e grave revés. Agora já nem saem mais das garagens – os caras vão lá e queimam a garagem inteira. Concentrado.
Uma das grandes preocupações recentemente eram os arrastões em restaurantes. Agora já estão alhures, rolando até em lanchonetes e padarias de esquina – devem render só trocados, porque todo mundo está Durango Kid. A coisa está feia. Na dúvida o pessoal das Olimpíadas de 2016 já toma posição, com uma espécie de intervenção. Porque se estão vendo na Copa… Imagine nas Olimpíadas.
Não vou me estender mais porque sei que você sabe. Todos os leitores já se perguntaram coisas como “como assim um quilo de carne estar custando isso?”, “como assim um pedaço de melancia a 10 reais?”, “como assim essa conta de luz, de telefone, celular que não funciona, como assim esses impostos novos, mais essas leis incumpríveis?”, “como assim tanta roubalheira de dinheiro público, agora o pessoal rouba e nem tenta fazer”? Como assim?
Falamos entre nós. Ouvimos nas ruas. Vemos a nossa situação e a de amigos. Precisamos e não temos o que pagamos para ter, como Saúde, Educação, Infraestrutura. O burburinho está crescendo, e sussurros qualquer hora viram gritos. Só que está demorando; estamos paralisados e divididos, mesmo concordando em tanta coisa.
Andamos cabisbaixos. Um país triste e perplexo.
Viraremos avestruzes, porque nossas cabeças também não serão visíveis e estarão perto do chão quando tentarmos nos esconder, assustados com tantos predadores. Vamos começar a ouvir o canto dos cisnes. Mas os cisnes – sinto informar – não cantam. São mudos. Iguais a como nós estamos.
São Paulo, 2014Marli Gonçalves é jornalista – Nem pensar em Ovos de Páscoa. Até porque podem vir recheados só com ar, numa revolução de coelhos.
********************************************************************
E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br
ARTIGO – Pavio aceso. Por Marli Gonçalves
Não esbarre. Não pise no pé. Não cutuque a onça. Não pise no rabo. Não provoque. Use óculos escuros. Fique na sua. Não encara! Vivo em São Paulo. Então, transmito minhas impressões diretamente do centro do caldeirão, e o caldeirão está em ebulição de uma forma que não me lembro de ter visto antes, em formato, perigo, disparates. Está difícil ir daqui até ali sem se aborrecer, sem encontrar problema, sem encontrar gente rosnando inconformado seja de um lado ou de outro, curtindo rancores, olhando torto para o que não compreende ou que não lhe é espelho
O país inteiro está quente, mas aqui em São Paulo todo esse calor se mistura com cimento, ar sujo, cidade caída e esburacada, saco cheio, durezas de vidas sem poder por o pé na areia, nem chinelos de dedo, nem grandes possibilidades de se acalmar vendo o por do sol sentado em algum morrinho. Sim, tem quem pode; mas a maioria apenas se sacode. E sacode para cima dos outros. O clima de individualismo está chegando num perigoso limite com a insanidade mental e física.
O pavio está aceso e o barbantinho queima com rapidez. O relógio faz tiquetaque, tiquetaque, e a gente procura para ver se acha a bomba antes que ela estoure. O barril é de pólvora e tem gente com fósforo aceso achando graça. A panela está fervendo e o leite já derramou. Nunca antes nesse país qualquer faísca – e elas não param – eclode em tanta violência. No trânsito, até facas zunem. Nas ruas ninguém mais pede licença nem para passar e gentilezas são tão raras que quando a gente encontra uma é capaz de se apaixonar, querer filmar para guardar a cena e mostrar para gerações futuras, chorar e querer abraçar e beijar.
Pior é que para arrumar uma encrenca não precisa nem mais sair de casa. Tenho visto amigos deixarem de ser amigos entre si, e o que é pior, em público, se xingando de uma forma pavorosa e cruel via as tais redes que daqui a pouco se chamarão é “redes anti sociais”. Não é mais porque um não pagou o dinheiro que pediu emprestado, ou não devolveu um livro, ou mexeu com a mulher, roubou um namorado; mas brigam só por conta dessa política rastaquera implantada tal qual erva daninha. Não me conformo. E todo dia assisto pelo menos uma dessas pendengas. Sei também o quanto é difícil calar, principalmente quando escrevem bobagens no seus posts – quase como uma invasão do espaço íntimo. Porque a gente não gosta de ser amigo de quem é burro, maria-vai-com-as-outras, e que dá palpite sobre o que nem tem ideia, apenas telecomandado por uma ideologia de última categoria, vontade de engraxar sapato dos guias máximos. Eu pelo menos não gosto. Não brigo, mas fico atenta para ver se a pessoa ainda tem cura. E espero que ela vá pensar o que quer, democraticamente, mas bem longe dos meus domínios, com a turma dela, já que não há mais possibilidade de debate sério, civilizado. É só petralha! para lá, tucano da elite para cá; agora deram para xingar até de “comunistas!” Quando é que vão ver que esquerda e direita é mão de direção? E em política a gente pode, sim, pegar a contramão na hora que quiser. Deveria poder.
Os nervos, ah, os nervos! Estão à flor da pele e temo que seja por não estarmos conseguindo prever – pense – nada, nem poucas horas diante de nossos narizes. Como vai ser? Vai ter protesto? O povo voltará às ruas? A seleção brasileira passará das oitavas? Aliás, os turistas conseguirão chegar? Partir? Vai ter Copa? (Claro que vai, mas tumultuada).
Achei verdadeiramente brilhante esse post do amigo jornalista Wilson Weigl: “Pra mim já deu! Não aguento mais ouvir falar de: manifestação, protesto, caos, crise, crime, Black Blocs, arrastão, rolezinho, roubo, assalto, polícia, tráfico, metrô, faixa de ônibus, tarifa de ônibus, apagão, racionamento, favela, comunidade, UPP, crack, cracolândia, máscara, médicos cubanos, Ramona, Mais Médicos, Bolsa Família, Cuba, porto cubano, eleição, Copa, imagina na Copa, Pizzolato, Pedrinhas, Pampulha, Maranhão, PT, PSDB, Dilma, Lula, Alckmin, Haddad, Padilha, Cardozo, Sarney etc etc etc. #cumbicajá
Quem vive de informação tem melhor ideia do que trato. Você abre o jornal e lê artigos que, puxa vida, como alguém pode escrever e publicar tanta bobagem só porque tem nominho no mercado? Como alguém pode ser âncora de jornal sério e ser tão babaca? E as declarações e explicações dos homens públicos? Trabalho com isso, gente; os caras não estão contratando profissionais de comunicação, não. Andam contratando qualquer coisa: filhinhos de papai, moças bonitinhas, coisinhas fofas, mas que não têm ideia do mal que estão fazendo. A gente vai guardando…uma hora a coisa explode, e não vai ter controle. Fora os jornalistas que viraram bucha de canhão, fritos em óleo quente, queimados com fogos, rojões, acertados com cassetetes e bordunas.
Dá para dizer que o tumulto no Metrô foi sabotagem? Não. Dá para dizer que o rolezinho é coisa de infiltrados? Não. Dá para dizer que fazer a justiça com paramilitares sanguinários, milicianos que espancam meninos, está certo? Não. Dá para ficar perguntando o que foi que o Lula dedurou, para acreditar que ele teve, sim, tratamento diferenciado? Não. Se ele falou, nem que seja a cor da cueca do companheiro, se sorriu (e sorriu) para os agentes da ditadura, já não é suficiente? Dá para jurar num dia que não vai ter apagão e no dia seguinte o país inteiro sofrer um apagão? Dá para por culpa no raio?
Alguém, por favor, pode jogar água nessa fervura? Rápido! O barbantinho está quase no fim. E a água está para ser racionada.
Marli Gonçalves é jornalista – Lembra quando a gente brincava de esconde-esconde, adivinhação, quente ou frio? Pois é: agora está mais para “chegou com um quente e dois fervendo”. A batata está assando. Ou quente, nas mãos.
********************************************************************
E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br
Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter @Marligo
Cartaz espalhado na cidade de SP convoca ato para o aniversário de SP. E não é para cantar parabéns
Utilidade pública: Calendário 2014. :-)
Brasil!
ARTIGO – Chutes no nosso Brasil. Por Marli Gonçalves
Foram vários seguidos. Ela, com aquele jeito todo gracioso de andar, no meio do gramado, cercada de homens, pega a coitada da bola e chuta, inaugurando os estádios incompletos, para a foto, para acalmar aquele povo que queria chutar nossos traseiros e já funga no pescoço. Descobri um de nossos grandes problemas: os chutes. As coisas e obras e mudanças estruturais sendo chutadas o tempo todo para a frente ou para escanteio. Ou empurradas com a barriga. O chute, assim como o jeitinho, é coisa bem brasileira
Ora com a direita, ora com a esquerda. Sempre de rasteirinha. A presidente Dilma faz uma metáfora e tanto quando anda por aí chutando bola, inaugurando estádios, jogando para a torcida, correndo para a galera, e tentando nos convencer de que o país está preparado para o que der e vier. Para a Copa do ano que vem. Para essa Copa agora. Para as Olimpíadas. Para o papa, para o petróleo, para escoar a safra de grãos e desentupir os portos, para as crises econômicas do mundo todo, entre outras hecatombes, inclusive ambientais, que não devemos temer. Nada. A coisa está tão boa, mas tão boa, que dá para financiar hospital na Palestina, oferecer dinheiro na Etiópia, empregar médicos de Cuba, Espanha e Portugal.
Simples assim. Chuta.
Aliás, o chute está bem na moda e espero que vocês tenham reparado. Finalmente ele ultrapassa o limite barato do chute a gol do futebol e avança corajoso entre nós. Não foi com um chute só que o Vitor Belfort derrubou o opositor, Luke Rockhold, outro dia? Um só. No queixo. Nocaute.
É tanto chute que os aeroportos e outros pontos do país estão sendo forrados de cartazes verde e amarelo bem ufanistas, e mais um slogan federal criado em selo e prosa: “Brasil 2014 – A Pátria de chuteiras”. Chutaram até isso. Nelson Rodrigues, citado como inspiração para tal lampejo criativo, escreveu outra coisa. O título de sua coletânea de crônicas sobre o futebol é A Pátria em Chuteiras. Mas quem há de reparar?
Só nós, chatos de plantão, que não vemos as coisas boas, o progresso da nação, a entrada de milhões num sei aonde, saídos de uma linha da miséria, patati, patatá, blábláblá. Deve ser só na nossa casa, nas imediações de nossas casas ou onde escolhemos para fazer compras, que a inflação está corroendo tudo, onde, inclusive, todos os produtos da cesta básica que anunciaram que iam baixar, subiram. Que a gente não precisa mais nem usar saquinho de plástico e não é para não poluir – compramos tão pouco que carregamos nas mãos.
Chutam índices, chutam previsões, chutam projetos e decretos goela adentro da sociedade e de sua base aliada que agora nem mais lê! Prá quê? Chutam indicações, chutam mais que cartomante bandida na frente de rico. Chutam nossa paciência e o pouco de orgulho que ainda nos resta.
Aí a coisa pega, igual dominó, e quando você vê, se dá conta, percebe quanta coisa é chutada. O pastor chuta a santa; anos depois, infelicianamente, vem outro pastor e chuta nossa inteligência sem dó. Chutam a previsão do tempo, os resultados do jogo, os números de tudo, das passeatas, marchas e inclusive os da violência que está nos chutando mais para dentro de casa que para fora, no campo adversário. Ficamos recuados, na defesa, em nossas áreas, rezando para ninguém entrar chutando e matando.
Chutam as mulheres enquanto as estupram, vencidas.
Chutam as pessoas para intimidá-las, roubá-las nas ruas.
Estudantes chutam nas provas, e de repente acertam para continuar chutando em seus ofícios, ensinados aos chutes por professores que chutam o pau da barraca por causa de baixos salários. Chutam uns para os outros, como se a bola queimasse os pés, e ninguém quer estar com ela na hora do apito final, apontando-se uns aos outros, céleres, como dedos-duros, X-9: foi ele, não fui eu. Foi o outro governo, não o meu.
Chutam o pau da barraca, o cachorro morto e o cachorro vivo, que agora anda sobrando até para os coitadinhos, jogados de janelas, amarrados em linhas de trem, enterrados vivos por quem chuta qualquer coisa que apareça. Chutam latas, chutam macumba.
Chutam em inglês, espanhol, chinês, japonês. Chutam nosso português.
Chutam até que sabem o que estão fazendo. O problema real é nosso: nós é que não sabemos mais o que fazer para chutá-los para fora desse campo.
São Paulo, São Paulo, chutes e coices, 2013
Marli Gonçalves é jornalista – – Não chuta, tropeça. Sempre tem um balde ou obstáculo à frente.
********************************************************************
E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br
Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter @Marligo
Certos textos não precisam nem críticas nem elogios. Só um adjetivo: brilhante, pela síntese. O do Ruy Castro, Folha de hoje, é assim.
RUY CASTRO
Antes dos 29
RIO DE JANEIRO – Aos 29 anos cravados, Mario de Andrade publicou “Pauliceia Desvairada”, Nelson Rodrigues estreou em teatro com “A Mulher Sem Pecado” e Tom Jobim compôs (com Vinicius de Moraes) as canções de “Orfeu da Conceição”. Com essa idade, Clarice Lispector já tinha lançado seu romance “Perto do Coração Selvagem”; Ferreira Gullar, o livro-poema “A Luta Corporal”; e Jorge Amado, “Jubiabá”, “Mar Morto” e “Capitães da Areia”.
Aos 29, Carlos Drummond acabara de escrever que no meio do caminho tinha uma pedra, que João amava Teresa que amava Raimundo, e que, se seu verso não dera certo, fora o nosso ouvido que entortara.
Castro Alves, naturalmente, tivera só 24 anos para construir “Os Escravos” e toda a sua obra; Álvares de Azevedo, nem isso -morrera aos 21, pouco depois de fazer a “Lira dos 20 Anos”.
Manuel Antonio de Almeida publicou “Memórias de um Sargento de Milícias” muito antes dos 29. Idem Joaquim Manuel de Macedo, com “A Moreninha”; José de Alencar, com “O Guarani”; João do Rio, com “A Alma Encantadora das Ruas”; e Lima Barreto, com “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”.
Aos 29 anos, Paulo Francis já espalhava o terror pelo Rio como crítico de teatro; Millôr Fernandes era um nome consagrado no texto e no desenho; e Glauber Rocha, que fora endeusado por “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, começava até a ser contestado, por causa de “Terra em Transe”. Quanto a Dolores Duran, Leila Diniz e Cazuza, foram apenas alguns que fizeram tudo antes dos 29 e logo pegaram o chapéu.
Outro país, outros tempos. No Brasil de hoje, fica decretado que a minoridade se estende aos 29 anos e que, até essa idade, qualquer marmanjo munido de uma carteira de estudante, real ou falsificada, pode continuar pagando meia-entrada nas bilheterias e na vida.
Completando…Chico Caruso!
fonte: blog de RicardoNoblat, de O Globo
Papagaiada. Acho que vamos ficar com “copite”, alergia à Copa. Já estou me coçando.
E AÍ, O QUE ACHAM DA HISTÓRIA DE FECHAR O AEROPORTO DO RIO NO SÁBADO??
PARA NÃO DAR INTERFERÊNCIA? …Ô POBREZA.
PODIAM USAR BOMBRIL NA ANTENA
Dilma na Copa
Dilma Rousseff bateu o martelo: estará sábado no Rio de Janeiro para o sorteio das Eliminatórias da Copa 2014. Será o primeiro encontro de Dilma e Ricardo Teixeira – ainda que não a sós – desde que ela tomou posse.
Por Lauro Jardim