ARTIGO – Gritos da Terra. Por Marli Gonçalves

Ensurdecedores, gritos vindos de todos os cantos, boa parte deles serão descritos agora em seus aterrorizantes detalhes durante a COP26, que acontece nesses próximos dias na Escócia. O Brasil tenta tapar os ouvidos, mas levará muitos puxões de orelha.

GRITOS

Vulcões eclodindo, tremores, tempestades vermelhas de areia e pó, incêndios, secas e inundações fora de época, temperaturas e fatos anormais, prejuízos nas lavouras, fome, miséria, pandemia, populações dizimadas, retrocessos políticos de toda a ordem, e uma lista interminável de gritos da Terra, em todos os idiomas. Milionários que antes queriam sair apenas de seus países, agora querem ver se arrumam até um outro Planeta para fincarem suas boquinhas, seus poderes e suas fortunas.

E nós? Diante do mundo todo em encontros anteriores prometemos e não cumprimos nem um pouquinho, até pioramos, as metas que ajudariam – a nós mesmos e ao planeta  – a baixar a temperatura e a rapidez do declínio trazido pelas mudanças climáticas a cada dia mais visível, sofrido, sentido, mortal. Ao contrário, nos últimos anos a tal boiada vem passando solene por aqui, matando, desmatando, queimando, derrubando, de forma devastadora. Agora, com uma pastinha vazia debaixo do braço, chegaremos lá no encontro para tentar dar alguma satisfação, autoridades contarão suas mentiras, com dados e percentuais que a gente nunca sabe bem como conseguem calcular de forma tão enviesada as suas desculpas esfarrapadas.

Passaremos com cara lavada pelos ambientalistas que com suas coloridas faixas, pedidos e protestos já ocupam as entradas e onde, também lá, o nosso atual desgoverno será achincalhado, e claro que ainda haverá quem ouse chamar isso de indevida interferência externa nos negócios nacionais. E, como estamos sendo desgovernados por um brucutu, nada surpresos ficamos em ver o machão marrento desistindo de aparecer, como se isso pudesse poupá-lo. O próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou que  “jogariam pedra” em Bolsonaro se acaso ele aparecesse por lá, foi ele quem disse, justificando a ausência do ser não-vacinado, embora o presidente tenha mesmo viajado à Europa, mas para a Itália, receber uma homenagem que inventaram para ele numa cidadezinha governada pela direita, com… 4739 habitantes. Ah, sim, nós estamos pagando por isso. Bem caro.

Só gritando muito, mas em português, alto.

Nem precisamos esperar um encontro internacional tão importante para gritar, uma vez que por aqui todo santo dia temos o que lamentar, pisam sem dó em nossos pés e calos, nos dizem barbaridades, tomam decisões que lamentaremos por muito tempo ainda, e não vemos em qual direção apelar para que um mínimo de bom senso recaia sobre os dirigentes – e aí, ressalte-se, em todos os níveis.

Os próximas dias e tempos nos ameaçam com outros fatos perturbadores, fazendo com que nem adiante apelar aos celtas e suas simpatias de Halloween: inflação descontrolada, greve de caminhoneiros, aumento ainda maior do preço de combustíveis, desabastecimento, fim do Bolsa Família e desencaixe total do novo Auxílio Brasil, descrito por todos os economistas como uma bomba-relógio  que, se der algo a quem precisa, e excluindo muitos, o fará com uma mão e tirará solerte com a outra. O bang bang geral parece querer tomar as cidades de assalto.

No Dia de Finados choraremos os mais de 605 mil mortos, entre eles, certamente, pessoas que já fazem muita falta a mim, a você, a todos nós. E, no dia 15, quando deveríamos festejar a sonhada República, poderemos mesmo é estar nas ruas gritando porque diariamente só vemos serem praticados atos bem pouco republicanos.

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Marli GonçalvesMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Mais uma dose? É claro que eu estou a fim. Por Marli Gonçalves

Toda feliz, estava contando os dias, essa semana tomei a terceira dose de vacina, o reforço. E se aparecer mais, se precisar tomar mais uma dose, podem me aguardar no local, dia e hora indicados. Não entendo, e não entenderei nunca, quem ousa não se vacinar e ainda sair por aí batendo no peito pela bravata, espalhando infelicidade e morte.

DOSE

É maldade. Ignorância? Burrice? Ou só, pensa nessa opção, medo de agulha com uso de álibi de pinceladas políticas? Pode ser, porque só explicações dessas podem fazer uma pessoa por em risco sua própria vida e a de quem o cerca, dentro ou fora de casa. Ousar fazer campanha contra a maior tábua de salvação  que o mundo todo tem para sair dessa pandemia e que já provou ser eficiente; vacina, forma fundamental, inclusive vitoriosa, para erradicar doenças que já fizeram (e voltam a fazer agora com esses movimentos antivacinas) muita gente morrer, chorar e passar agruras; algumas, a vida inteira, como no caso das vítimas da poliomielite, e que à época alguns pais não acreditaram na importância. É sarampo, meningite, uma série de males evitáveis que, se começarem com força de novo a se espalhar, serão mais outros tempos bem terríveis nesse Brasilzão de Deus. Tanto descuido com a saúde, incluindo o descaso das autoridades, fez com que até a raiva, que já estava dada como erradicada, ressurgisse.

Por falar nisso, em chorar, não fui eu, juro, quem disse, fui até ouvir na rede oficial para acreditar se era verdade. Foi o próprio presidente na live onde, aliás, também tossia bastante.  Foi ele quem comentou, digamos do nada, que – tadinho – chora muito trancado no banheiro, nem a esposa vê, e que ela acha que é o machão. No mesmo dia disse mais, que se pegar Covid tomará hidroxicloroquina e a ivermectina, um remédio de vermes, ops, feito para combater vermes, ambos comprovadamente ineficazes e perigosos se administrados em alguns casos. Mais: juntou alhos e bugalhos nas informações sobre os esperados remédios que os grandes laboratórios estão desenvolvendo. Justificou a tosse forte como uma gripe e não, ele não estava de máscara, nem mesmo assim. Rezemos pelo tradutor de libras que estava ao seu lado.

Dias antes havia dito que não vai mesmo se vacinar. – Que surpresa!

Aí eu pergunto – eu, espero que você também, e o mundo todo, e quem tem informações, que vê a realidade, todos os preocupados com os descaminhos do Brasil nesses tempos pergunte – como pode estar ainda no cargo alguém capaz dessas e outras maldades, bobagens, atos, mentiras, tudo, as provocações que destila diariamente? Todos os crimes que comete e, mais uma vez, não, não estou me referindo à tal lista de onze crimes que estarão arrolados no relatório final da CPI, que nem precisa disso. Vários desses crimes, acintes, erros, comando de uma equipe incompetente em praticamente todas as áreas, vêm sendo praticados há mais de dois anos bem nas nossas fuças. Aplaudidos por uma turbinha animada, criada e regada, à base de ódio, no jardim dos desatinos.

A resposta não é simples: creio que é de novo o combinado de interesses, de compras e vendas de poder, emendas, barganhas, beneficiados. O combustível usado por todos os governantes desse país claudicante, um após o outro.

Mais uma dose? É claro que estou a fim. Vacina, sim. Ele não. E não, também.

Por favor, aconteça o que acontecer de agora em diante, apenas não esqueça o que já presenciamos. Nas próximas eleições uma das coisas que mais precisaremos fazer será de um tudo para negar veementemente em atos o que costumam dizer da gente, que brasileiro não tem memória. Precisaremos provar que temos sim, inclusive, ressalte-se, muita memória, e fresca, retroativa há muitos anos, em todas as direções, a tudo-tudo o que aconteceu e que foi o que acabou nos trazendo a esse calvário onde nos meteram.

… A noite nunca tem fim/ Por que será que a gente é assim? …

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Marli GonçalvesMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Estamos numa fria. Por Marli Gonçalves

Entramos e estamos numa boa fria, numa gelada, num enorme saco sem fundo. É tanta coisa acontecendo de esquisito, de ruim, e sem que possamos resolver de vez ou tomar medidas rápidas e objetivas – a solução não está só em nossas mãos, mas na de todos e em tantas mudanças e acertos – que só resta, sei lá, espirrar. Espirrar com muitos desses culpados de nossa frente

Saltos, piruetas, manobras espetaculares no asfalto, nos tatames, no mar, fôlego na piscina; as mulheres arrasando, a garotinha em cima do skate, a outra bailando com movimentos precisos bem na cara de suas próprias dificuldades. Orgulho, vitórias, e não só, também as derrotas, trouxeram distração para mais de 100 metros nas notícias e madrugadas olímpicas. Vimos novamente, felizes – mesmo que por instantes – a bandeira nacional tremulando sem que ela nos causasse essa certa repulsa que tanto fizeram que conseguiram nos fazer dela até enjoar nos últimos tempos.

Soubemos das incríveis lutas e histórias de superação dos atletas – os vimos felizes e também desolados quando ficaram pelo caminho em suas modalidades. Pelo menos ali acompanhamos um país se esforçando, lutando para se firmar e melhorar. Temos mais alguns dias para acompanhá-los e torcer.

Mas agosto está aí, sempre teremos agosto. E já está vindo embalado pela pandemia que continua matando muito mais de mil pessoas por dia e querem que isso pareça normal, quando vemos outros países indo e voltando de medidas restritivas nesse vaivém estonteante. Aqui, o pimpão prefeito do Rio de Janeiro, por exemplo, decretou que vai estar tudo bem até o outro mês e até já marcou feriado e festa. Uma vergonhosa corrida de Estado contra Estado, cada um querendo parecer melhor que outro, em campanha aberta, como se não bastasse o furdunço que virou o Governo Federal.

Às vezes acho que a água que os dirigentes e responsáveis pela condução do país tomam contém mesmo alguma coisa a mais – só pode ser. Não atingimos ainda nem os 20% de imunizados com as duas doses. Há ainda um inacreditável número de pessoas contrárias às vacinas ou que não voltaram para a segunda dose, quando necessária, como o é para a maioria. Ainda vemos quem tenta escolher qual marca tomar – e muitos desses estão tombando pelo caminho. O Ministro da Saúde ousa proclamar vitória e ações do governo, como se não tivéssemos já quase 560 mil mortos e mais de um ano e meio de pandemia muito mais cruel por causa dos erros deles.

Agora, as aulas vão voltar – e não se tem a menor ideia de como resolveremos os sérios problemas da Educação, da evasão, do atraso no ensino. O Ministério? Além de uma fala maluca do ministro, outro batendo no peito por feitos não feitos, pôs no ar uns anúncios moderninhos. Volta também o showzinho diário da CPI que, quando acabar, teremos um relatório enorme, e precisaremos torcer muito é para que ele não vá dormir em alguma gaveta.

Quem chacoalhou esse país para ele estar assim tão dividido? Quem abriu a tampa do bueiro para tantas absurdas ignorâncias? Um queima o Borba Gato; outros vêm e jogam tinta vermelha nas homenagens a Marighella e Marielle. O fogo queima nossa memória. As mentiras e notícias falsas se espalham e ecoam. O presidente monta um circo para dizer o que já sabíamos de suas acusações sobre as eleições – que ele não sabe de nada, não prova nada e isso é só mais um assunto para manter o percentual cada vez mais baixo de quem o segue, ainda achando que ele presta, mesmo vendendo seu mísero poder para outros míseros carrapatos que grudam em tudo que é governo, seja de qualquer lado do colchão. Não adianta virar, desvirar, por ao Sol.

É inverno e até o frio intenso e recorde que há muito não aparecia ataca o Sul e o Sudeste, expondo nosso total despreparo para qualquer situação extrema e a miséria que grassa nas ruas que acomodam friamente mais milhares de recém-chegados. Os preços disparam, sem controle, enquanto turistas fazem horrorosos bonequinhos de neve e a geada acaba com as plantações.

Estamos mesmo numa fria na qual entramos sem saber ainda como sair dela, estranhamente escaldados.

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MARLI - cgMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Sob e sobre ameaças. Por Marli Gonçalves

Vivendo sob constantes ameaças, e que só aumentam, vindas de todos os lados. Não bastassem as lutas para controlar a pandemia, o surgimento de novos vírus e outras doenças esquisitas, os problemas com energia, água, temperatura, economia, no Brasil vivemos mais um pesadelo, o político. Qualquer homenzinho, ou serzinho verde oliva, agora aparece cheio de marra, e ameaçando a democracia.

Ameaças

Temos muitas dúvidas, perguntas, pedidos de esclarecimentos, e temos ouvido quase sempre as mesmas não-respostas. Repara quantas vezes, nós, da imprensa, perguntamos, perguntamos. “Mas até o momento não obtivemos resposta”. Todo dia. As revelações, gravações, denúncias, fatos e fotos, falas e gestos se sucedem.  Parece que estão brincando de governar, e estão; sem rumo. Mas jogam pesadamente pelo poder – e com as nossas vidas.

Para quem já viveu momentos difíceis, apenas uma clareza: antes, sabíamos exatamente o que, quem, como estávamos combatendo ou de quem deveríamos nos defender. Agora, apenas a ignorância grassa e é como se o inimigo morasse ao lado, e possa surgir nos surpreendendo. Os descobrimos entre pessoas próximas, amigos, familiares, numa divisão sem igual. Contaminam todos os ambientes.

Os ataques podem ser tão sub-reptícios que até uma deputada acorda machucada, com fraturas, e sem saber exatamente o que ocorreu denuncia poder ter sofrido um atentado. Muito louco? Não, se pensarmos que agora tudo é mesmo possível, inclusive para quem amigo deles era; e inimigo deles, virou. O que aliás tem sido muito comum: o abandono desse barco que navega sem sentido e em uma tenebrosa maré. Maré obscura, armada, violenta.

Ultimamente, não sei como, descobriram uma palavra que usam para tudo e que duvido saibam exatamente qual o seu sentido: “narrativa”. Escuta só uns minutinhos de CPI. Escuta um minutinho do discurso de justificativas e negações deles. Até o presidente, que não é o maior afeto ao vocabulário humano, outro dia disparou “narrativa” para lá e para cá. Lá vem ela: tudo que os afeta é narrativa incorreta.  Só a deles – e que vem eivada de ódio e erros – é que deveria ser ouvida.  Tentam adestrar com decorebas os seus bovinamente seguidores, pouco importa o que falam, mesmo que logo depois contradigam-se.  O recheio de informações falsas que usam cria uma espécie de hipnotismo, repetições ao molde de treinamento de animais. Contam um conto, aumentam muitos pontos.

Isso não é ideologia, direita, esquerda, volver, nem centro, nem de cima nem de baixo. Para ser ideologia tem de haver inteligência, conhecimento, estudos, lógica, contraposição, debate. Assim a gente descobre porque é tão difícil lidar com eles, são apenas chucros estes que estão no pódio do poder central, ladeados por muitos outros, instalados em outros poderes. Infelizmente, inclusive na imprensa, muitas vezes a pesados soldos.

Agora a questão é duvidar das urnas eletrônicas, pregando o voto impresso, mesmo que se diga e repita a confiança nessa forma de voto. Não deve passar essa iniciativa. Tomara que não. Mas eles inventarão outras ameaças nesses meses que antecedem a eleição do ano que vem, e que infelizmente ainda não nos apresenta uma lista de candidatos fortes o bastante para recolocarem o país nos trilhos.

“Se urnas são confiáveis, dá um tapa na minha cara”, pede Jair Bolsonaro, ao duvidar do próprio sistema eleitoral que o elegeu, sem apresentar provas.  Será que vai ser preciso agendar? Pode entrar quantas vezes na fila?

Ele que está pedindo. Nós não ameaçamos, mas ainda creio que saberemos como nos defender.

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ARTIGO – Gangorra ou de pulinho em pulinho. Por Marli Gonçalves

Assim vamos indo, de denúncia em denúncia. Aos sobressaltos. De pulinho em pulinho, na gangorra do sobe e desce, do que vai e do que vem. O título da coluna seria “de soluço em soluço”, e que eu já estava pensando bem antes, vocês sabem de quem, começar a soluçar e dar golfadas. Mas não é sobre a saúde do presidente, pelo menos não só, mas sobre o Brasil e os nossos enormes sustos do dia a dia.

gangorras

Troquei o soluço pela ideia que estamos saltitantes sobre fogo e subindo e descendo. Uma coisa, uma hora; na seguinte, já não é mais nada daquilo. Pode ser melhor, mas em geral tem sido é pior. Chega a tontear a quantidade de informações que recebemos, vindas das mais variadas fontes. Ultimamente em on, off, ou ainda com sons de claras gravações de voz ou ainda quando assistimos vídeos completos comprovando as barafundas, negociatas. Fora, com CPI a pleno vapor, documentos, e-mails, ofícios para lá e para cá que vêm à luz, de acordo com a maré, investigações ou interesses.

Ah, falei CPI a pleno vapor. Esquece. Apenas fumacinha, brasinhas, pelo menos nas próximas semanas. Que no meio da coisa quente, pegando fogo, eles resolveram entrar em recesso, que férias não é privilégio só dos juízes e apresentadores de tevê importantes. Fuémm.

Um dia está tudo bem, a economia está “crescendo” – e nos mostram percentuais em geral só de zero vírgula alguma coisinha. No outro, surgem as quedas, mas de dados como níveis de emprego, atendimentos, sempre de percentuais com mais números bem gordinhos antes da vírgula do percentual. A verdade é aquela: só procurar que acha. E temos tantas letrinhas pra procurar, PIB, taxas, juros, inflação, projeções e estatísticas que sempre depende se a procura for por notícia boa, média ou ruim. Depende do dia. Tem dados para todos os gostos. Difícil fica é acreditar em alguns.

Na política, a coisa tá louca. Desarvorada. Há dias com uma série de acontecimentos tão quentes que você acha que o governo não vai resistir nem até aquela noite.  Você fica que nem maluco tentando acompanhar e entender tudo, vê a terra tremer. Aí a noite chega e nada. Você vai dormir, e quando acorda corre para ver se eles ainda “estão por ali”, e lembra que se não estiverem você até ficaria bastante feliz. Mas, na verdade, tudo recomeça especialmente com os arranjos que são feitos na calada das noites.

Nos últimos dias, o DataFolha disparou a fazer pesquisas e o resultado delas –  nada me tira da cabeça  –  creio que  foram as responsáveis por uma boa parte dos soluços do presidente, mostrado em queda livre, perfilado pela maioria da população inclusive como inábil, pouco inteligente, entre outras absolutas verdades reveladas, essas pouco secretas, que no caso não se trata de novela das onze. Entalou. Entupiu. Deu indigestão.

O corpo fala. E o de Bolsonaro estava e está gritando faz tempo. Pelos olhos, pela pele, pelos poros, e até pelos perdigotos. É sabido que soluços podem ter causas psicológicas como ansiedade, tristeza, agonia e depressão.   O corpo somatiza.  Verbaliza que algo não vai bem na mente. E a cura depende, além de medicamentos, do reconhecimento das emoções e sentimentos. E esse reconhecimento, no caso, não ocorre. Só ejeta ódio. Somatização é coisa séria.

Enfim, todos nós somatizamos em algum momento em nossos corpos os sentimentos estranhos. No caso do presidente, fiquei preocupada porque nas minhas pesquisas aqui descobri soluços associados a histerismo. E, pelo menos por enquanto, os médicos o estão tratando com remédios, ou seja, talvez nem tenha mesmo ver com a facada que levou durante as eleições de 2018. Talvez apenas estejam lhe dando calmantes.

O problema é que essa gangorra toda que estamos vivendo não faz bem a nenhum de nós, que ficamos sem saber para onde correr sem que o bicho pegue – literalmente, se pensarmos no vírus que também não para de pregar peças no mundo todo, com seus vaivéns preocupantes.

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ARTIGO – Claudicantes, na corda bamba. Por Marli Gonçalves

Sem saber mais em quem acreditar, no que acreditar. No que realmente está por trás dos acontecimentos. Que momento estranho esse que nos faz parecer sempre estar se equilibrando numa extensa corda bamba e frouxa. Ou, se trapézio fosse, é como se nada haveria para nos dar sustentação do outro lado

CORDA BAMBA

Uma dancinha desajustada. Dois passos pra a frente, logo dois atrás, um para um lado; depois para outro. A coreografia do momento é essa, desconcertante. Quando a gente começa a pensar que as coisas – ôba! – vão andar, atingir um mínimo de normalidade, chuáá, lá vem a água fria. Abre aqui, fecha ali, tudo muito chutado, estranho, descoordenado.

Os fatos se sobrepõem, as lacunas são cada vez maiores. O bombardeio de informações é contínuo. Os planos ficam pelo meio do caminho. Sonhos interrompidos. Vidas interrompidas. Os números que flutuam dia após dia, e que acompanhamos como se deles entendêssemos realmente. E quando se busca a realidade, bater a real, como se diz, percebemos que no fim é mesmo cada um por si. Salve-se quem puder. Poucos podem. Resta ter a certeza de que estamos vivendo para ver um dos momentos mais delicados da história mundial e, especialmente, nacional.

Confusos? Não mais do que os atônitos parlamentares que acompanhamos no desenrolar da CPI que há meses faz a dancinha do caranguejo. Uma hora surge uma fantástica revelação na qual acreditamos piamente que irá nos livrar do martírio político que há anos nos aborrece diariamente. Em outra, os vemos batendo cabeça, porque juntam coisas com as quais não sabem lidar, o velho filme das CPIs que acabam apenas sendo como novelas que acompanhamos no horário nobre e que agora nem valeria ver de novo nesta urgência em que clamamos e necessitamos de soluções.

O contador da morte não para e avança além do meio milhão rapidamente. Mais de mil mortes por dia parece que nem arranham mais, que nada significam – e tentam nos convencer que está tudo bem; só um pouco mais de 12 % da população vacinada de forma completa e as porteiras começam a serem abertas para ver no que dá. Viramos experimentos. E vemos o pior da humanidade, a desumanidade, o oportunismo, o acentuamento da desigualdade.

Mas quem disse que não temos assuntos? Os impropérios proferidos pelo presidente todos os dias. O ministro que – sem enrubescer – vai na tevê nos “acalmar” dizendo que não vai ter racionamento de energia elétrica, a mesma que tem reajuste de mais de 60% – claro que não vai ter! Ficaremos no escuro, nem à luz de velas, que o preço delas também está pela hora da morte. Caia na estrada e perigas ver voltarmos à era de esfregar pauzinhos para fazer fogo e cozinhar.

O governador presidenciável ganha as manchetes assumindo ser gay em entrevista combinada. Ótimo, que bom, aplausos, mas qual foi a pressão, super natural, para que o fizesse agora, mais de dois anos de eleito? Surpresa para quem? Teria sido apenas mais uma planejada jogada de marketing? Nada parece sincero nesse mundo onde apenas poucos conseguem planejar seus passos.

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ARTIGO – A claque dos bananas que aplaudem e dão gritinhos. Por Marli Gonçalves

Vamos tentar nos entender, por favor. Falar sério sobre comportamento, honra, orgulho, liturgia do cargo, capacidade, seriedade, educação e outros muitos “quesitos más” necessários a quem se elege presidente da República.  Seja ele ou ela quem for. E, no caso, o atual ocupante do cargo passa dos limites e abre a porteira da ignorância em todo o país. Por onde passa o boi, pode passar uma boiada incontrolável…

Um mau exemplo. Um péssimo exemplo e, pior, comportamento insano que vem sendo seguido como engraçadinho por outros integrantes do governo e pessoas que o cercam, os ainda apoiadores, talvez acreditando que somos todos bananas tropicais, povo pacato, alheio, que essa situação se estenderá, que ficará por isso mesmo, e que eles mandam e desmandam. Pensam, ou pior, se articulam para tal, que ficarão neste comando muito tempo.

Pisamos em brasas. Eles passaram; mas não ficarão – e isso é certo se mantivermos atenção e cuidados com a liberdade de expressão, críticas, comentários, força e união, assim como a devida responsabilidade necessária entre os formadores de opinião. A imprensa, onde me insiro.  Entre as mulheres, onde batalho. Entre os ecologistas, que apoio. Entre os gays, que defendo. Entre os líderes, entre os livres, que buscam Justiça, onde pretendo me manter, sempre, sem fechar os olhos aos desmandos, e como sempre fiz ao longo da vida que já é longa o suficiente para me gabar disso.

Já. O momento é já. Buscarmos novas lideranças, arejar a política, ocupar os espaços vazios, combater a beligerância, a ignorância, o oportunismo e o radicalismo de outras partes é obrigação que temos com a história e com o futuro, e mesmo que nele não estejamos. Aceitar que saímos do ruim para o pior.

Os últimos acontecimentos, as bananas que o presidente nos manda, sorridente e agressivo, como foi nas falas contra a repórter da Folha de S. Paulo, as inacreditáveis e baixas afirmações e ameaças – outro dia disse que seu amigo, o carioca deputado negro Hélio Lopes,  aquele que está sempre por perto dele, olhos arregalados, é negro devido ao tempo a mais que ele teria passado na barriga da mãe; teria dado uma “queimadinha” no forno por demorar dez meses para nascer. Sim, ele também disse mais essa, em uma live de quem pensa que está brincando de internet, de ser piadista, e dando aquela risadinha ridícula já nos dá náuseas. Isso não é humor, não tem graça, nem nunca teve.

Não há tom de brincadeira que possamos aceitar. Até porque visivelmente não é brincadeira. Ele pensa desse jeito torto. Os militares de alta patente que ocupam cada vez mais o governo sabem disso, e não é por menos que estão se espalhando. Nunca confiaram no Capitão, sempre visto como mau militar. Não confiam em sua capacidade de governar. O fato de estarem agora até na Casa Civil(!) é bastante revelador, e o intestino do poder está se alimentando fora de casa.  Os fatos vêm se sobrepondo – todo dia, sem parar, problemas, falas que afetam e trazem desconfiança ao mercado, falas feitas naquele cercadinho ridículo ao qual a imprensa incompreensivelmente ainda se sujeita, com aquela claque nojenta, uma escalada que culmina ainda com a clara e antiga ligação a grupos milicianos.

Não é brincadeira. Não tem graça, nem nunca terá. O Carnaval passará. 2020 precisa acontecer, sim, e não temos mais como perder outra década ensacando ventos, com sacos roxos, precisando “manter isso daí”, nem com gente que lavou dinheiro a jato, se lambuzou e deixou esse buraco da política para agora vir a ser preenchido por um amador em tudo: como militar, como homem, como presidente, e até como engraçadinho.

O que não tem decência. O que não tem juízo. Nem nunca terá.

Está chato. E nós queremos dar nossas risadas. Usando a mais ( e irritante ) nova expressão, que surgiu há alguns dias, temos de “cancelar” todos esses caras.

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ARTIGO – O país do eterno carnaval. Por Marli Gonçalves

Lá vem ele, o Carnaval, em seus dias oficiais, chegando pelas ruas e avenidas, nos sambódromos e batuques, nos blocos e desfiles. Mas agora os românticos arlequins, pierrôs e colombinas chegam substituídos por quase inexplicáveis unicórnios e outros símbolos e, mais uma vez, o carnaval virará a ocasião para que os protestos que parecem silenciar durante todo o ano surjam em forma de fantasias, plaquinhas, alegorias, refrões

A gente passa o ano fantasiando um país melhor. O país, por sua vez, está sendo fantasiado cada vez mais com vestimentas difíceis de serem reconhecidas, camuflado com insígnias, verde-oliva, afirmações despropositadas, um momento de apreensão sobre seus rumos, esse vaivém incerto. Um dia ouvimos números positivos; nos outros, sabemos de quedas significativas. Parece sempre que cada sucesso é logo zerado por um fracasso. Cada plano fica pelo caminho, capota, tomba no acostamento. A expectativa se perde quando chega o momento de sua consolidação. Os passos dessa nossa dança são em círculos.

Avistamos, então, apenas poucos blocos: entre eles o a favor de tudo, dos adoradores, absolutamente incapazes de reconhecer erros, mesmo que até estejam entre os prejudicados; não querem saber, a ignorância vira bênção, e costumam repetir mantras como autômatos, chegando a ser violentos porque os seus  argumentos a cada dia se tornam mais escassos, em defesa de um mito que inventaram e veneram.

Em contraponto, os contra tudo, órfãos dos governos passados, especialmente os petistas que mantêm inabalável confiança nos mitos que ainda, mesmo ultrapassados, veneram, igual fazem os “a favor”, e todos muito radicais. De nada adianta qualquer argumentação, fato, informação. Só eles sabem; só eles se consideram oposição; adoram desenvolver suas narrativas, seus “lugares de fala”, entre outras palavras que dão até alergia quando começam a surgir em discursos, na ultrapassada dicotomia direita-esquerda.

No meio de tudo isso, já é bem visível uma maioria que não tem líder, qualquer mito intocável, mas que busca ansiosa o surgimento de alguma liderança mais razoável, que procura seguir adiante, mas não se omite diante de acontecimentos incontestáveis, como a censura, os ataques à liberdade de expressão, falas ignorantes e desgovernadas sobre assuntos sensíveis, como meio ambiente, cultura, comportamento, liberdades individuais. Uma parte admite arrependimento total com a decisão que acabou levando à vitória que hoje amargamos, mas não deixa que se esqueça que as opções que foram postas à sua frente na hora desta decisão não davam chance – uma era a continuidade; a outra, uma certa esperança e mudança, desconhecida, mas esta se diluiu já logo nos primeiros acordes.

Nesta terceira faixa correm os que votaram nulo, em branco, não votaram, e que diante disso tudo sentem-se até um pouco mais confortáveis e inocentes. O problema ainda é um confronto desleal dos blocos nas ruas, e ainda dentro das casas, das famílias, entre amigos, nas redes sociais.

Confrontos com robôs teleguiados e que, quando descobertos seus malignos manipuladores, estes reagem com desmedida virulência. Assistimos essa semana aos ataques inaceitáveis desferidos contra a repórter Patricia Campos Mello, quem levantou detalhes sobre as redes de fake news montadas nas eleições. Na CPI em curso no Congresso vimos um “motorista” de robôs mostrando o seu pior, com mentiras e ataques de cunho sexual contra ao fim e ao cabo, todas as mulheres.

Em São Paulo, um numeroso grupo de artistas há uma semana se reúne, religiosamente todo dia, ao meio dia, e até o dia 18, em ruidosa manifestação nas escadarias diante do Theatro Municipal. A Semana “Arte contra a Barbárie” e o Movimento Artigo Quinto já listaram, de 2019 até aqui, 378 atos de censura ou tentativas de censura, envolvendo obras de arte, imprensa, estudiosos, professores, eventos, um levantamento bastante completo.

Fazem barulho, mostram coreografias, música e poesia, cantam o Samba do Artigo Quinto, se apresentam de cara lavada, antecedendo o Carnaval e buscando apoio para a formação de Bloco maior que, este sim, deveria se tornar gigante, ser notícia todo dia, atrair mais e mais pessoas, jogando luzes com seriedade, mas também humor e alegria, apaziguando ânimos de forma positiva e com a cara mais nacional do Brasil, País do carnaval: o Bloco do Bom Senso.carnival-mask-source_m6l

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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#ADEHOJE – MUDANÇAS MORAIS, ACIMA DE TUDO. E CPI QUENTE

#ADEHOJE – MUDANÇAS MORAIS, ACIMA DE TUDO. E CPI QUENTE

SÓ UM MINUTO – O senhor Jair Bolsonaro apavora, apavora, mas não pode impedir que a sociedade reaja em suas vidas, e que o comportamento avance. O IBGE divulgou hoje dados de 2018, em número muito interessante sobre casamento civil de pessoas do mesmo sexo: casamentos LGBTs crescem 61,7% em 2018. Os casamentos civis, só 1,6%. Outro dado, também de 2018, que significa muito, inclusive para luta das mulheres: o número de mulheres que só tem seus filhos entre 35 e 39 anos aumentou 56 %. Elas esperam um maior equilíbrio em suas vidas, inclusive do ponto de vista profissional.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) das Fake News, que investiga a divulgação de notícias falsas nas redes sociais e assédio virtual, ouve hoje a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso. Ela brigou feio com os Filhos do Capitão, que puseram uma horda de robôs para atacá-la nas redes sociais. Joyce não tem tampa e podemos dizer que ela ficou muito…digamos, brava, com o fato de não ter sido reconhecida em tudo o que fez e apoiou o atual desastrado governo. Agora, se ligou na roubada que entrou. E vai abrir o bico para tentar se livrar dela.

VIVA YANSÃ EM SEU DIA!

 

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Um gato preto rondou Temer ontem…

GATO COM BOLAGATINHOO gato preto do Temer

Mau agouro?

Não se sabe se providenciado por Michel Temer para caçar os ratos da CPI ou se mero mau agouro, mas um gato preto passou o dia ontem perambulando pelo jardim da Vice-Presidência da República.

NOTA DA COLUNA RADAR – Por Lauro Jardim – VEJA ONLINE

ARTIGO – Me belisca. Por Marli Gonçalves

DontCryNão estou nem acreditando. Isso deve ser alguma pegadinha. Só pode ser. É verdade? Os fatos dessa fábula pipocam em nossas energúmenas cabeças e bolsos. Dona Sorrelfa já se faz desnecessária e teve de procurar outro emprego, lá com o Malvado Oposicionista. “Eu ganhei e agora vocês têm de dançar conforme meu samba”, é como se a ouvíssemos falar, ela, a Madame Coração Valente, antes de logo sair mandando, andando duro. Foram poucas as horas de paz depois que os votos foram contados. Subiu isso, aquilo, solta um, solta dois, solta três, eles todos fora do xadrez.PinchBum

Dona Sorrelfa ficou pasma quando soube que Madame Coração Valente não precisava mais dos seus serviços porque dali em diante, de novo, pouco importaria o que esse povo gosta ou deixa de gostar. Pouco importa se disse que não faria e agora faz. Não precisaria mais dela, Sorrelfa, para esconder os fatos, ia descarregá-los, puxar a corda. O calendário de certas pessoas ou personagens só funciona de quatro em quatro anos. E agora Madame Coração Valente estava abrindo a bolsa, a de maldades, de ordens e vinganças, de preparo dos ajustes – tipo vou apertar o seu cinto, amarrar forte o espartilho e você que vá reclamar. Para quem? Para quem?

Dona Sorrelfa saiu correndo atrás do Malvado Oposicionista assim que ele voltou de férias e, toda feliz, logo arrumou trabalho na CPI; aliás, no mesmo dia. Dona Sorrelfa é mesmo muito requisitada na política. Foi quem apareceu e costurou e bordou o tal acordo lá da CPI, CPMI. Tira o meu que eu tiro o seu, mandem outras buchas para os canhões. Alô, alô, marciano… Dona Sorrelfa é tão eficiente que o Malvado Oposicionista só soube de tudo do que foi feito depois que desceu do palco onde um anunciado discurso ficou mais para fala de palanquinho do que para virar registro histórico. Ó, como andam sumidas Dona Oratória, Dona Caça-estadistas! Não era para ser algo forte, que denunciasse tantas mentiras ditas pela Madame Coração Valente e seus súditos? Faltaram dizer que o Malvado Oposicionista não só acabaria com o Bolsa Família, como faria todo os beneficiados plantarem batata e criarem frangos para instituir a coxinha no lugar da feijoada às quartas e sábados. Sim, frango. Porque ovo, o ovalzinho, a turminha do Coração feito com a mãozinha chegou a indicar como substituto da carne. Mas cadê o gogó? É, nem tudo é genético, meu netinho.

twistheartOs juros subiram. Combustíveis mais caros, inflação faz ouvir seus cascos batendo cada vez mais perto, poucos negócios, Amazônia ainda mais desmatada, energia em risco junto com a água, já que estiagem não é coisa que dá só em campo de chuchus. Números que somem: Madame Coração Valente gosta de fazer malabarismos com eles. Quando aparecem, com o Senhor Realidade Brasileira, mostram um Brasil em branco e preto…

Enquanto isso, o Senhor Finamente Poderosos Presos teve um grande baque. Coitado. A gaiola se abriu e cada dia um canarinho saiu pela porta da frente. Agora até este senhor está pensando seriamente em ir passar umas férias com o Joaquim Barbosa lá em Miami. Isso dá matéria na coluna social? Parece que sim.

Houve reação. Um monte de gente gritando em letras maiúsculas na internet, até marcando uns encontros, uns rendez-vous. No primeiro, na passeata que era até para ser boa embora com uns pedidos esdrúxulos, houve uma infecção transmitida por bolsonarinhos armados e uns pingados segurando plaquinha querendo militares. Quero crer que perderam o endereço do hospício e estavam em passeata errada. Problemas de GPS.detour

Os canarinhos se soltaram. Assim como o Grande Passaralho, um monstro alado que se alimenta de jornalistas e assola as redações atingindo jornalistas de grande reputação. Pior: jornalistas importantes que foram demitidos. E não é que outro grupo de jornalistas completamente desimportantes tiveram e têm a ousadia de aplaudir? Está ou não está perdido esse mundo? No meio de tudo isso mais um jornal diário vai para o espaço, implodido da forma mais estranha que poderia acontecer até numa fábula de terror. Todos falam em contenção, e juram que é um remédio. Injeção na testa me parece bem melhor do que isso, mais gostoso. (Virá daí tanto botox?)

Se eu bebesse, ou sei lá usasse psicotrópicos fortes, ou se tivesse estado em outro planeta nas últimas semanas, o que também não foi o caso porque não desgrudo daqui, voltasse e alguém me contasse alguns desses e outros fatos, iria achar que a pessoa estaria tirando uma da minha cara. Passamos uma campanha política duríssima que acabou de arrasar as contas do país, que culminou com aqueles mesmos dois lados de sempre, e um, o que saiu vitorioso no raspão, jurava de pés juntos e dedinhos apontando que o Malvado Oposicionista iria fazer isso, aquilo, e mais. Mas quem acabou executando o hino foi a própria, a tal Coração Valente (e fala confusa).

Não existe mais brio ou vergonha na política nacional; não existe situação, oposição. Quase não acreditei na série de derrotas, na falta de capacidade de informar, juntar as peças. O Governo dos 40 ministérios e varais, do ministro demitido que escorrega, do ex que se mete em tudo, como sombra que ameaça, que não sabe de nada, que esqueceu de tudo, que sumiu com a Rose que sabia. O Governo do PAC empacado, das relações internacionais esquisitas, vai continuar. Ainda ousam dizer que Deus é brasileiro?

Vou recorrer a meu velho e sábio pai do alto de seu quase um século de vida, resmungando e sentenciando diariamente depois de assistir ao noticiário: bando de salafrários, papagaios, caras de pau que prometem prometem… Fora mais algumas expressões que não fica nem bem para uma moça fina como eu repetir. E esse texto pode cair na mão de algum menor de idade.

São Paulo, e o Natal tentando penetrar, 2014 WormMarli Gonçalves é jornalista – Imagina só o que Dona Sorrelfa não deve ainda estar aprontando nesse momento. Ela é danada de silenciosa. E esta foi uma fábula do país onde tudo está custando justamente isso, uma fábula.

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POR FAVOR, SE REPUBLICAR, NÃO ESQUEÇA A FONTE ORIGINAL E OS CONTATOS

Frase

Fonte: nota da coluna Claudio Humberto – Diário do Poder

moleque atravessa paredeViva a modernidade

Com seus atores mambembes de script combinado, a CPI da Petrobras inaugura nova era no Congresso. A era das testemunhas ventríloquas.

Elas, as mulheres, começam a surgir. Primeiro, uma viúva, depois será a vez das perigosas ex-esposas…fora as amantes

Viúva-bomba assombra o PT na CPI da Petrobras

newani9Viúva do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), um dos pivôs do escândalo do mensalão no Congresso, Stael Fernanda Janene pode ser peça-chave na Comissão Parlamentar de Inquérito que investigará denúncia contra a Petrobras envolvendo o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal. A viúva reivindicaria dinheiro em conta milionária do falecido marido no exterior, da qual o doleiro teria se apossado.

 

(fonte: Cláudio Humberto- Diário do Poder)

 

ARTIGO – Os bisbilhotados e os bisbilhoteiros, por Marli Gonçalves

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Fico imaginando que logo receberemos em casa um buquê de flores, podem até ser vermelhas, com um cartão perfumado e meloso e do qual brotará uma foto de nossa presidente sorrindo, perdoando nossas rebeldias, anunciando muitas medidas instantâneas, e até nos convidando para um cafezinho coado no Palácio black_laptop_spy_watching_md_wm

Cruz Credo? Melhor do que antes quando imaginava o Zé Dirceu dando palpite em tudo, aparecendo em todos os lugares e temia que, um dia, quando eu abrisse o box do chuveiro para tomar banho, ele já estaria lá dentro e sairia bradando alguma ordem, metendo o bedelho, sabendo de tudo. Agora deram para invocar com a espionagem e bisbilhotagem norte americana! Ó, surpresa! Ó, dó! Ninguém sabia disso. Nem imaginávamos, não é mesmo? Daqui a pouco vamos nos surpreender ao saber que os russos também nos ouvem, e nem combinaram com a gente, esses malvados.

E, como bons descendentes de portugueses que somos (eu sou, posso falar), vamos aproveitar e fazer uma CPI para futucar bem, investigar, gastar um pouquinho mais, afagar deputados e senadores, mudar o rumo da conversa que estava muito em cima de uma tal Petrobras, da Copa (e Olimpíadas). Aproveitamos para pisar e espalhar mais um pouco a coisa: divulgamos aos quatro cantos que nosso governo trabalha descoberto, que nem a presidente usa telefones especiais, que chanceler não fala com chanceler; nem escreve e-mail. Pelo menos uns cinco empresários que conheço andam totalmente blindados – de carros a telefones, muitos celulares, constantemente checados, criptografados, cromados. Já a presidente do país, não. Também! Já pensaram o custo de cuidar de 39 ministros e assemelhados? Comprar roupas que não sejam ternos xadrezes com gravatas tortas para os nossos disfarçados arapongas?

graphics-spy-553024Como gosto de dar bolas à imaginação, imagino os ouvidos americanos tentando entender umas coisinhas que ouvem ou leem. Um homem do marketing governando, criando bondades embaladas e maldades engarrafadas para vender no horário nobre, tocar na Hora do Brasil. O ministro da Educação e o seu vasto bigode Mercadante falando só de política, de como vai ser promovido qualquer hora a papagaio de pirata chefe, como vai ferrar de vez os adversários ali ao lado. Gilberto Carvalho choramingando para o Lula (que só ele acha onde está) contando que está sendo maltratado, sem amor, ninguém para rezar com ele. O tal Cardozo Ardiloso da Justiça, mais perdido que bola de gude em dia de passeata, tentando saber se alguém sabe de alguma coisa porque ele precisa fazer cara feia e dizer que está tomando providências. Fora o coitado do americano que patrulha o Afif, meio confuso. Ué, ele não é vice-governador de São Paulo? Porque está ligando do Ministério? O gringo só vai poder rir quando ouvir a conversa da Dona Marta, marcando algum cabeleireiro, voo, manicure, prova de roupa, plástica, para se disfarçar de pedra. Quem, eu? Governo? Eu? Protestos. Ah! Quando eu assumir, junto com o prefeito de São Paulo, vou mandar verificar, rigorosamente.ngbbs450f656176a6e

Eu ficaria horas imaginando. Mantega, Padilha, Narizinho, Ideli… Alguém de vocês aí consegue imaginar como têm sido os dias de Dona Dilma, depois de descobrir que montou um governo de trapalhões? Um horror. Com um monte de gente na porta pedindo coisas, aproveitando as fraquezas e querendo pisar no pé dela e arrancar unha encravada a sangue frio. E a coitada tendo de ser simpática! Tomar decisões! E quando ela vai em algum lugar assim, digamos, mais cheio de gente, e que ouve aquele zumzumzum, com um som de Ú, constante? Ainda por cima, obrigada a andar arrumada, maquiada,penteada. Óculos, ela não precisa. As plaquinhas das ruas têm sido escritas com letras bem graúdas, caprichadas na clareza.

question_thisEssa semana, dizem, Lula desceu lá da África e baixou na casa dela. Será que ela viu que era ele, antes, pelo olho mágico? Porque o que ele deve ter dado de conselho, o chato, porque esse é outro que acha que é sobrenatural, sabe de tudo. Bate no peito: entende de um tudo, com uma percepção anormal, sensibilidade de peão, porque subiu na vida. Bom, precisaremos perguntar ao Obama sobre o que ambos conversaram, já que como dizem ele estaria especialmente interessado no Brasil.

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Sempre achei o Obama um cara bem humorado mesmo. O que deve receber de informação engraçada! Rosimeire? Who? BNDES money, free? Renan Air? What? What?What?

Mas tem uma coisa que a gente não pode negar. O apego de Dilma a Lula só pode ser um sentimento lindo, aquele, e que podemos até aproveitar para festejar bastante agora, dia 20 de julho, o dia desta maravilha que é a amizade. Dia 20 é o Dia do Amigo. Daquele junto aos quais às vezes nos calamos para não perdê-los; relevamos, perdoamos. Amigo que deixa a gente muito aflito se não está bem. Amigo amigo, que é mais do que os milhares de amigos que temos feito por aí, nas redes e na nuvem, que adicionamos ou aceitamos. Embora saiba que às vezes muitos de nós temos amigos virtuais mais próximos do que os de carne e osso, porque de longe esses são sempre mais maleáveis como confidentes, dispondo só das informações que nós próprios lhes fornecemos.

Como eu sou boa, muito boa, pessoa boazinha, vou dar uma força para manter essa amizade que nos tem governado em dueto, o problema agudo é que com muitos graves. Dilma, não briga com o Obama, que não é hora. Fala com O Cara, não aumenta muito a pressão porque, sabe como são esses espiões americanos, gente ruim, podem começar a espalhar algumas das coisas que ficaram sabendo, ou que falam um do outro. E aí, amiga, quem vai ter que se explicar e rebolar é você.

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Lembre que não era a voz rouca das ruas que estava sendo espionada. Tanto que surgiu e pegou todo mundo, literalmente, de surpresa. Vocês, com a boca na botija.

São Paulo, bom dia a todos os ouvintes, 2013

 

Marli Gonçalves é jornalista– Amiga. Mas anda perdendo uns amigos por aí quando tenta mostrar que humor e bom senso é igual caldo de galinha: sempre faz bem e ajuda a pensar. Ficam com raiva. Eu sou da paz.

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Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter @Marligo 

ARTIGO – Agosto: como sobreviver. Por Marli Gonçalves

Se fechar em casa, não ligar tevê ou rádio. Não ouvir a conversa do vizinho no ônibus. Esquecer o computador, exilar-se em algum lugar distante, bem distante. Não atender o celular nem ler SMS. Como não é bem possível nada disso, o melhor é preparar o humor, o saco, o estômago. Agosto chegou na portinha e está aí espreitando por nós. O mês mais esquisito do ano dessa vez ainda por cima vai trazer um rabinho de acontecimentos dignos de nota

Passo o ponto. Ando tão impressionada com a quantidade de vezes ao dia que, passando em algum local, leio essa frase em faixas e mais faixas afixadas que arrisco a dizer que a bolha não vai estourar. Já estourou. Igual àquelas que dão no pé e nem esperam a gente aparecer com a agulha assassina – quando a gente vê já fizeram água e estão infeccionando. Não é a comparação mais bonita, mas ou todo mundo está mudando de ramo, em um alucinado e raro novo momento de desenvolvimento econômico e social, ou o “bicho está pegando”, alternativa mais viável, façam o que quiserem para ocultar.

Daqui a algumas horas entraremos no mês de agosto, o 8, o início “formal” e sem rodeios do segundo semestre de todos os anos. O mês sinistro que todo mundo já uniu em rimas com gosto e a contragosto, já explicou ou tentou explicar que na verdade o coitado pegou fama só por causa de umas coisinhas ruins que ocorreram na História.

Só que este ano teremos mesmo o nosso saco de amendoim torrado, muito além da crise que nos sopra a nuca, gélida, para contrapor. Com mensalão entrando e saindo de todos os poros. Fui eu, não fui eu, foi ele, fiz porque ele mandou, e Ele não sabia de nada. Quem? O que, como, por que, onde? Abafa o caso.

Para combater o mensalão, até já começou, proteja bem a cabeça e os ouvidos: toda sorte de artilharia pesada será lançada de contra-ataque já que, para piorar, estamos em época das campanhas municipais, aquelas que são mais perto de nós. E como ninguém brinca mais de chamar uns aos outros só de feios, vai voar para todo lado. Com ventilador, aquecedor, ar condicionado.

Não bastasse, ainda, volta o Rock Horror Show da CPI do Cachoeira, agregando assessora gostosa, mulher gostosa, ex-mulher poderosa, governadores assoviando La Pasionaria. Oposição de voz fina, cabelo pintado e discurso empolado, e implicados fazendo beiço e biquinho de não falo, falo, não falo, falo. Pagot, não Pagot, não sou Preto, sou Paulo. Morcegos nos mordam!

Ei, não acabei! Dia 21 vai começar o horário gratuito de campanha, que ficará 45 dias no ar e nas ondas. As redes sociais serão infestadas com exércitos reais e de robôs se xingando. Latindo e rosnando sem morder, porque se morder pode morder com raiva.

Agosto é o mês do cachorro louco. Fui atrás de saber por que – até porque tradicionalmente a vacina contra raiva é dada nesse mês. Olha só o que descobri: como no mês de agosto a concentração de cadelas no cio aumentaria bastante devido a algumas condições climáticas (não descobri quais), os cachorrinhos ficam loucos e babando por elas, querendo engatar alguma conversinha. E quando havia a epidemia de raiva, justamente por isso, pelo chamego todo, eles se contaminariam com a saliva e passariam a babar, aí não só de tesão, como de raiva mesmo. Igual a esses maridos sarnentos que vivem matando esposas nas nossas barbas, mesmo as que deveriam estar protegidas.

Em agosto, também segundo a religião, o diabo fica solto e vou contar do meu jeito. É que São Pedro, que tem as chaves dos dois locais bacanas – o Céu e o Inferno – no dia 24 abre a porta para o que é mais “da pá virada”. Não sei se de sacanagem. E depois só o São Bartolomeu é que pega o cara de novo e o manda lá pra baixo. Enquanto isso… o indigitado espírito zombeteiro faz coisas como as que já fez com a gente nesse mundo: suicida Vargas, faz o Jânio renunciar, mata JK em acidente, cria Woodstock, Hitler, guerras.

E ainda tem o Dia do Pendura, o Dia do Soldado, o Dia dos Pais, o Criança Esperança…

Precisava?

São Paulo, com gosto, ao gosto, 2012
Marli Gonçalves é jornalistaEm compensação, lembra, depois desse mês vem setembro, primavera, época de acasalamento.

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Ih. Ex-mulher já é para sempre em condições normais.Cachoeira precisa lidar com duas!

Cachoeira administra crise familiar

 por Gerson Camarotti |

A privação da liberdade e as investigações da CPI não são os únicos problemas do contraventor Carlinhos Cachoeira. Dentro do presídio da Papuda, onde está preso, o contraventor tem que administrar uma crise familiar.

Sua atual mulher, Andressa Mendonça, tem reclamado de Cachoeira sobre as frequentes visitas feitas pela ex-mulher Andréa Aprígio de Souza. Além de ser sócia de uma empresa farmacêutica ligada ao bicheiro, Andréa tem carteira da OAB e pode visitar o ex-marido na condição de advogada. Ela já esteve na Papuda pelo menos seis vezes.

Segundo interlocutores da família Cachoeira, Andressa reclamou diretamente com o bicheiro por causa da presença constante de Andréa no presídio. Isso porque desde que ele chegou à Papuda, Andréa tem tido mais acesso a Cachoeira do que a própria Andressa. Ela só pode entrar no presídio em dia permitido para visita dos familiares.

 – fonte: blog do Gerson Camarotti – http://g1.globo.com/platb/blog-do-camarotti/

Quer uma calculadora para fazer a conta? Essa CPI,CPMI, vai ser engraçada… Olha a Marta aí. Nominho que chega com tudo dentro.

OS GRIFOS SÃO MEUS!

de 1,7 MILHÃO, 415 MIL FORAM PARA…

Marta e a empreiteira

Ajuda na campanha

Mantendo providencial distância do rolo da CPI mista do Cachoeira no Congresso, Marta Suplicy recebeu, em 2004, um senhor empurrão da Delta Construções na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

A empreiteira de Fernando Cavendish doou 415 000 reais ao comitê de campanha do PT na capital paulista. Naquele ano, a Delta distribuiu 1,7 milhão de reais a candidatos e partidos políticos em todo o país.

FONTE:

COLUNA RADAR – Por Lauro Jardimhttp://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/

ARTIGO – Desse jeito, até maio desmaia. Por Marli Gonçalves

No meigo mês de maio vai ter tanta pipoca estourando que vai parecer até que junho chegou junto, acoplado igual nave e com todas as festas caipiras. Pode escrever. Rojão, buscapé, foguete, muitos traques e o cordãozinho cheiroso, barbante, fedegoso, aceso, queimando até as roscas do forno

Tapem os narizes que vai espalhar para tudo quanto é lado. Se der, aproveite e tape os olhos e os ouvidos. Melhor: se possível saia para o alto-mar, lá no super longe. Eu não posso, mas bem que tentei. Cheguei a me inscrever numa promoção para passar a primeira semana inteira do mês num navio lá no Rio Negro, no Amazonas, em um encontro literário que achei bem legal, só que inacessível à minha minguada carteira.

Mas não deu – não me escolheram. Eu já estava com a tanga na mão, caneta na malinha, mas não deu. Não tenho mesmo sorte nessas coisas de concurso, premiação, loteria, sorteio. Desisto. Devia ter pedido para meu irmão; esse sim, sempre consegue alguma coisa. Além de ingressos, CDs, já peguei de acompanhante até um fim de semana maravilhoso no Rio de Janeiro, com tudo pago, na esteira do amuleto do Paulinho da Viola, acreditam? De outra feita quase fomos parar na Austrália, mas ele acabou raspando só o segundo lugar e aí ganhamos só um robozinho-coelho que atualmente jazzzzz inerte. Era promoção de uma doceira!

Sendo assim, estaremos juntos por aqui, de mãos dadas, neste mês de maio, do meio do ano, meia boca, mas cheio de datas de comemoração bem bonitinhas, além das tradicionais. Tem Dia do Trabalho, dia 1º; Dia do Silêncio, psiu, no 7, mas que ninguém vai cumprir; e, ainda o Dia Internacional contra a Homofobia, no 17, para citar os bonitinhos, os dias. E os protegidos por ele. Poderemos ter boas ideias e sugestões para limpeza e varrição para comemorar no Dia do Gari, 16; ou para espalhar pelo infinito, no Mundial da Internet, 17 de maio. E eu não quero que você ria nem jogue a sua; mas dia 25 é o Dia da… Toalha!

(Alguém pode me dizer de onde saem essas datas todas? É isso que os políticos mais fazem mesmo, semana após semana, nas Câmaras e Assembleias? Datas e ruas?)

Só que esse maio vai ser ainda mais diferente, maior nos seus 31 dias. Vai ter mãe de joelhos rezando pelos filhos, ou levando marmitinha, ou melhor, “jumbo”, como é chamado o pacote de cadeia. Não sou Mãe Dinah, mas já dá pra ver que vai ter paradeira, vai sim senhor! Sabe por quê? Pensa comigo: são tantos bilhões de reais, por exemplo, só os dinheiros que são movimentados pela empreiteira encalacrada do alfabeto grego. E uma grandona que para, param as outras, para tudo, para trabalhadores, param salários, vem parando até chegar em você. Paraquedas! Para até a Copa das árvores. Já começou no Maracanã, cara-pálida!

Fora o resto do dinheiro que aproveita o ensejo e se esconde junto, fora o empurrão dos especuladores. Vai por mim.

E outra coisa: tanto interesse na CPI, mista, quente, não é exatamente para melhorar a situação do país. Nem para sanear, varrer, limpar, enxaguar nada. Vou dizer que desse alfabeto ainda pode sair muitas letrinhas esquisitas, alfa, beta, gama, delta, épsilon, zeta, eta, teta, iota, kapa, lâmbda, mi, ni, xi, ômicron, pi, rô, sigma, tau, úpsilon, fi, qui, psi, ômega. Não, não estou xingando ninguém. Repara que o conta-gotas continua a pingar, lentamente, todo o dia, dia a dia. Alguém ganha tempo. O bagulho é grego.

Desse jeito, até as noivas de maio já estão se arrepiando e pondo as manguinhas, os buquês, os véus e, especialmente, a cauda de molho. Cauda é importante e deve ser bem preservada, vocês também sabem.

Tem flor de maio que já está até nascendo antes do tempo para se adiantar. Tem onça bebendo água no lugar errado. Em maio até os maias e suas cassandrices serão lembrados, porque se esta CPI lá de Brasília não será A do Fim do Mundo que eles formaram, do começo é que também não vai ser.

Aliás, CPI não. CPMI. Com M. De Maio. De Mista. E?

São Paulo, cintos amarrados, fone de ouvido, 2012

Marli Gonçalves é jornalistaJá está até tomando extrato de folhas de amoreira. Para uma coisa. E só pode fazer bem para um outro monte: tem amor no nome.

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