Vexamão! Nem o próprio Kiko do KLB votou nele? Nota do Cláudio Humberto

Vexame: Kiko, do grupo KLB, não
recebe nenhum voto para vereador

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O Kiko, do grupo musical KLB, não conseguiu se eleger vereador em São Paulo pelo PSD. O que é pior: passou o maior vexame ao ficar sem nenhum voto registrado no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – que já estava com 98,78% das urnas apuradas no momento em que o fato foi verificado.

Belíssima frase do jornalista Henrique Suster. Para a eleição, domingo.

 

“Que neste 07 de Outubro deixemos de ser tão 12 de Outubro e sejamos mais 7 de Setembro, pois só com muito 1º de Maio o nosso Brasil não será um 1º de Abril”.

HENRIQUE SUSTER

23 MIL HOMENS NA RUA. É A OPERAÇÃO SATÉLITE, DA PM DE SÃO PAULO. VEJA SÓ.

PM faz megaoperação com 23 mil homens em São Paulo

A ação começou às 14 horas desta quinta-feira (27) com o reforço de policiais dos setores administrativos e o apoio de 291 viaturas, 796 motos, 4 aeronaves, 8 cães e 112 cavalos. A Operação Satélite tem o objetivo de prevenir e combater a criminalidade em todo o Estado

Desde as 14 horas de hoje (27), a Polícia Militar deflagrou a Operação Satélite para combater a criminalidade em todo o Estado de São Paulo.

Em todo o Estado, 22.910 policiais militares estão empregados na megaoperação para reforçar o policiamento nas ruas paulistas, com o objetivo de prevenir e combater a criminalidade, principalmente o roubo e furto de veículos, roubo a banco e caixa eletrônico, tráfico e consumo de entorpecentes, além de ações educativas de trânsito, bloqueios policiais e Operação Direção Segura, com utilização de  333 bafômetros.

Do efetivo, 5.583 estão na Capital; 2.546 na Região Metropolitana; 9.953 no Interior; 537 do Policiamento de Choque; 1.116 do Policiamento Rodoviário; 92 de Rádio Patrulha Aérea; 748 do Policiamento Ambiental; e 127 do Policiamento de Trânsito.

Do número total de policiais na operação, estão inclusos 5.346 policiais do serviço administrativo das Unidades operacionais, 950 das Diretorias; 300 da Casa Militar e Assessorias Militares da Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público, Poder Judiciário, Secretaria da Segurança Pública e 958 das Escolas de Formação.

 A operação contará com 2.291 viaturas; 796 motos; 4 aeronaves; 8 cães; 112 cavalos.

Todas as Unidades Territoriais e Especializadas participarão da Operação: Trânsito, Rodoviária, Ambiental, Bombeiros, Grupamento Aéreo, Policiamento Territorial, contando com o apoio do efetivo administrativo das Unidades e assessorias, que normalmente atuam na atividade meio da Instituição, ou seja, Recursos Humanos, Logística, Telecomunicações, Tecnologia da Informação, etc.

FONTE: ASSESSORIA DE IMPRENSA – SWECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLIC DE SP

Lauro Jardim publica hoje uma foto e nota muito interessante. Russomanno vai querer sumir com esse porta-retrato

Russomanno e o laranjal da Delta

Veja como esse mundo é mesmo pequeno. Quem poderia imaginar uma festinha entre os fornecedores de notas fiscais do laranjal da Delta Construções Adir Assad e Marcelo Abbud (leia mais em Se a PF procurar, acha) com o líder das pesquisas em São Paulo, Celso Russomanno?

Pois a imagem aí de cima mostra tudo isso e mais alguns personagens, como o presidente estadual do PRB, Vinicius Carvalho, em uma alegre noite de maio deste ano na casa de Abbud. Qual será a justificativa de Russomanno para conviver tão intimamente com essa dupla que a Delta e outras grandes empreiteiras usam para lavar dinheiro? Será que ano eleitoral é também ano de fazer novas amizades?

Para quem não lembra, Assad e seu sócio Abbud estão por trás de um conjunto de empresas fantasmas identificado pelo Coaf como destinatário de pelo menos 93 milhões de reais em recursos da empreiteira de Fernando Cavendish, entre janeiro de 2010 e julho de 2011. Registradas no nome de laranjas, as empresas foram abertas nos anos eleitorais de 2008 e 2010.

Mas a dinheirama não foi usada para abonar serviços de engenharia. Ela saiu do caixa da Delta principalmente para pagar propina a servidores públicos e abastecer caixa dois de campanhas eleitorais. O esquema de Assad e Abbud está tão enraizado nos partidos que o seu silêncio na CPI mista do Cachoeira é garantido a peso de ouro.

FONTE: COLUNa radar – veja – Por Lauro Jardim

Elementar, meu caro Watson. Haddad é anódino, placebo, sem sal, sem açúcar

Haddad: campanha gelada

Se vão ou não para o segundo turno em São Paulo, são outros quinhentos, mas a cúpula petista está impressionada com a recepção gelada que a campanha de Fernando Haddad, inclusive o próprio, recebe na periferia da capital paulista.

FONTE: COLUNA RADAR – VEJA ONLINE – Por Lauro Jardim

ARTIGO – A flor da pele à flor da pele, por Marli Gonçalves

Andamos todos com os nervos à flor da pele, que é bem espaçosa e ocupa até 15% do nosso peso e a superfície quase toda, menos os buraquinhos. Mas nem adianta pensar em se depenar para emagrecer. A pele capta tudo, igual aspirador. E não esconde. Há momentos em que sentimos tantas emoções, que elas transbordam e pipocam incontroláveis em nossa própria pele, como flores, mas nem sempre muito primaveris

Juro que tento. Mas precisaria nascer de novo para ser zen, para aplicar as lindas teorias chinesas de equilíbrio e harmonia. Tenho sangue quente, fervente, passional e a vontade de participar é sempre maior do que a de deixar passar, esperando que outro o faça. Isso cobra um preço. Em mim, o da sensibilidade na pele. Se estresso, ela estoura e por pouco não me enlouquece mais ainda. Fato. Alergia.

A pele é um de nossos sentidos. A coisa sensorial. E daí depreendo que quando a alma fica com a lotação esgotada, a energia procura espaços externos. Esse é sinal de alerta grave, embora minha ambulância particular, por mais que grite e ponha sirenes, não sabe mais por quais vias navegar para chegar mais rápido ao socorro.

Pele deveria ser só para sentir gostosuras. Mas não ando me arrepiando como gostaria, infelizmente, nem aquela sensação gostosa de pelinhos eriçados. Minhas terminações nervosas estão arrepiadas é com o dia-a-dia, com o que ouço, vejo fazerem; vejo dizerem. Muita gente falando em rezar, em fé e religião, mas em paróquias e locais muito pouco convenientes. Rezando para santos muito particulares.

Nessa hora em que a crase faz diferença para a flor da pele, flor que rendeu tantos títulos de obras e filmes, tanto sensíveis – há até documentário sobre a cegueira que também trata dos sentidos à flor da pele – quanto do balacobaco, um deles com a Rita Cadillac, seria bom poder relaxar e gozar, como diria nossa nova ministra, Dona Marta.

Citar tal pessoa e ser é mais um bom motivo para mostrar que, além do estresse diário a que estamos submetidos, ela é a prova cabal de como acabamos financiando o aparelhamento do Estado, que virou um gigantesco balcão de negócios. E com pagamento à vista, como o que exigiu – sem rubor – para vir aqui em seu curral aconselhar eleitoralmente, afagar a cabeça do menino, do padrinho, da madrinha.

Estão nos esfolando a pele pelo poder, com a cara dura, sem mexer uma prega. Mas usando as nossas. E como cada milímetro nosso tem uma terminação sensitiva…

Não é só, claro. A mãe natureza também anda enlouquecida, esquentando demais, esfriando demais, chovendo de menos. O frio que não veio promoveu queimas, verdadeiras tochas de estoques que certamente farão com que a moda inverno 2014 seja exatamente igual a deste ano, até com as mesmas coisas que não foram vendidas.

O comércio está com os nervos à flor da pele. A indústria está com os nervos à flor da pele. Todos os continentes estão à flor da pele. O planeta está à flor da pele.

Acho que é informação demais. Até para a primavera.

São Paulo, rogai por nós! Mas com um pouco de São Pedro, 2012Marli Gonçalves é jornalista Outro dia, conversando com uma amiga e leitora, super espiritualizada, recebi o conselho de que deveria tentar fazer um exercício mental e buscar e sintonizar meu “bebê interior”, para “conversar” com ele. Bem que tentei. Mas não é que ele também estava assado e com brotoejas?

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Entre a cruz e a caldeirinha, por Marli Gonçalves

Sempre nos deparamos com bifurcações. Mas algumas decisões, embora nossas, só nossas, também são coletivas, e dizem respeito a um monte de gente. Mais uma vez o “carrinho de bater” onde levamos nossa vida vai ter que decidir por onde ir, por qual caminho, e de mãos dadas com quem. Sem meias palavras, sem meias desculpas e até sem a meia estação que piscou, virou Primavera, e eles não são flores para cheirar

Na frente do abismo. Dá vontade de sentar e ficar só anotando todas as formas e analogias possíveis de descrever estar entre uma e outra coisa, ambas esquisitas, mas adoro a imagem da caldeirinha, que imagino aquela bem pretinha, gasta, de ferro e alça. E a vejo em cima de uma fogueira com algo borbulhante já fervendo, quente. Da cruz, engraçado, penso sempre em manter civilizada distância – não é um símbolo que me apeteça. Me entristece.

A expressão foi cunhada diferindo a vida da morte, o sim e o não, essa constante dicotomia da vida, bem e mal, com água benta enchendo a tal caldeirinha. Significa também, veja que lindo, estar entre Cila e Caríbdis, que também é quando alguém escapa por um triz de uma má situação e cai em situação ainda pior ou se encontra perante um enorme perigo, seguido de outro ainda pior. Na real é passar entre um despenhadeiro e um redemoinho, fabulosamente visto como monstros crueis contra viajantes distraídos.

Entendeu a analogia poética? Se você é de São Paulo, especialmente, imagino que sim, embora dilemas estejam diante de todos nós todos os dias, em todos os locais. Se você é consciente e anda preocupado com uma certa santificação que anda por aí, entendeu também. Pode ser ainda que você apenas esteja confuso – é bem o caso – e sem entender como pudemos chegar neste praticamente beco sem saída. Porque também nao é o caso de tirar o corpo fora: nós criamos essa situação. Estamos carentes de líderes. Tanta modernidade, tanta tecnologia, e só surgem meias-tigelas.

Pior é que não é entressafra. Nosso celeiro não tem revelado grandes coisas, ao ponto de vermos, se autochamando de novos, pessoas e fatos que não são exatamente novos; alguns são até velhacos.

Com a temperatura maluca do jeito que está até as plantas estão se insurgindo, e de repente dão flores fora de época. Tudo é possível e há uma nova ordem se impondo meio que obrigatória. Só que cada um quer cuidar do seu jardim, da sua horta, o que até é compreensível. Cecilia Meirelles foi categórica: “A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega (…)”.

O problema é que não é só decidir guinadas à direita ou à esquerda, porque as pistas se confundem, e as placas dão indicações erradas, como se o Lobo Mau estivesse nos cercando na floresta.

A gente não sabe se vai ou se fica. Se tosse ou espirra. Se leva blusa, chapéu ou guarda-chuva. Se protege o pescoço ou as orelhas.

Se vota com luvas. Ou se deixa as digitais.

Estamos mesmo entre a cruz e a caldeirinha. Entre a espada e a parede. Entre o martelo e a bigorna. Na beira do abismo.

São Paulo, primavera 2012

Marli Gonçalves é jornalistaComeçou o ano de Portugal no Brasil. Nada como aproveitar grandes falas culturais comuns. Enquanto o gato anda pelo telhado, anda o rato pelo sobrado. Enquanto o meu carvão não acabar, serei uma brasa. Enquanto o vinho desce, as palavras sobem. Enquanto os cães brigam, o lobo leva a ovelha. Enquanto se capa, não se assobia. Enquanto se conta, não se erra. Enquanto se descansa, se carrega pedra. Ensaboar a cabeça do asno é perder sabão. Melhor não ensinar padre nosso ao vigário. Ensinar rato a subir de costas em garrafa. Entre gado ruim há pouco que escolher. Entre gente honesta basta a palavra.

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Roubaram ( de novo ) a moto da Soninha. Vai ter que andar de magrela.Do g1

Soninha diz que teve moto furtada

Soninha não encontrou o veículo ao sair na manhã desta quinta.
Ela disse lamentar especialmente a perda de um caderno de anotações.

 

Do G1 SP

 

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Soninha com sua moto em foto postada no Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)Soninha com sua moto em foto postada no
Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)

A motocicleta da candidata à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine (PPS), foi furtada em frente à residência dela na rua Raul Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo. A informação foi divulgada pela própria candidata no Twitter nesta quinta-feira. “Resolvi sair de moto hj para ir mais rápido. E cadê minha moto? Levaram. Da porta de casa”, escreveu Soninha, que registrou boletim de ocorrência pela internet.

A moto é uma Kasinski de 150 cilindradas. Ela usaria o veículo para chegar até a Barra Funda, onde participou de um encontro com a Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar. “Peguei a chave, o capacete, e quando sai e não achei a moto, achei que tinha guardado na garagem. Mas ao ver que não estava, fiquei desalentada”, contou Soninha ao G1.

Soninha lamentou o fato especialmente porque usava a moto para se deslocar para alguns compromissos de campanha, mas nega que poderá usar o fato como uma ferramenta para discutir segurança na cidade. “Foi um contratempo na campanha”, afirma. Ela divulgou a placa e uma foto da moto em seu Twitter e no Facebook.

A candidata havia cancelado o sistema de alarme porque a teve problemas para destravar a moto e não havia providenciado outro serviço semelhante. Além disso, o veículo não tinha seguro. “Não é uma moto muito visada. Mas infelizmente aconteceu isso”, disse.

Soninha lamentou especialmente o fato de um caderno que utiliza com anotações de campanha estar no baú da moto.

ARTIGO – Vote em mim, porque sim! Por Marli Gonçalves

Não adianta nem tentar escapar, por céu, mar ou ar, ondas sonoras, televisivas ou internéticas. Aqueles sonzinhos chatos, as músicas chiclete, as caras de pau, pedra e tijolo, cada figura mais nonsense que outra, acabam de adentrar o gramado e todos os nossos buracos, inclusive de rua, causando indesejável torpor. Mas não desanime. Seus problemas acabaram. Eles vão resolver tudo agora mesmo, até aquela pia entupida, a roupa suja no tanque, seu caso de amor

Nunca fui muito de acreditar em promessas. O que me ajuda a sobreviver a um tantão assim de decepções, essas inevitáveis, que tive e tenho, diariamente, relacionadas à política nacional, partidos e pessoas, ideais e realizações. Dito isso, agora, juntos, podemos ver por outro ângulo o início da propaganda político-eleitoral, que teve a temporada de caça liberada esta semana. E adivinha quem é a presa? Olhe no espelho.

Enfim, admita que pode até ser muito divertido assistir ao desfile inacreditável de propostas absurdas e mentiras que são apresentadas, se mexendo na tevê. Vai, admita! É pelo menos melhor do que só ouvir aquelas vozes pela rádio ou dar topadas e esbarrar nos cavaletes que estão atravancando as ruas, e que eu bem queria mesmo saber de quem foi a ideia de jerico.

Nas eleições há ainda a vantagem de dar trabalho temporário para muita gente, porque esses obstáculos devem ser postos e retirados, e sempre sobra uma coisinha aqui e ali. Todos os dias, por exemplo, passo por uma esquina onde tem um comitê de um cara que nunca antes nesse país eu tinha ouvido falar. Pois olhe só: ele contratou três pessoas, três, só para carregar uma faixa que , a cada vez que o sinal fecha, é aberta na cara do coitado do motorista. Na faixa, uma foto dele, outra do Chalita e outra do Skaf, que nem candidato é! Três narizes. Fica até meio “típico”, digamos assim. As caras das fotos! Os perfis, os olhares enevoados de quem vislumbra a situação lá no horizonte, só não sei de onde.

O bagulho tá doido. Na tevê, aqui em São Paulo, o candidato arrumadinho do PT agora é um gigante que se sobrepõe à urbis, mas que também parece estar querendo pisar por cima da gente com aquele pezão petista; o tal que não é nada, mas eles dizem que foi o melhor, também aparece ora com cara de santo, ora de menino cordato levado pela mão do Pai Lula. O outro Menino Malufinho, Russomanno, pálido de dar até dó, já mostra até ultrassom da filha no útero da mulher, e apela para os sentimentos dos coitados que acham que personalidades de tevê são todas legais, enquanto o seu vice conta fábulas sem pé nem cabeça, sobre um passarinho na mão do garotinho com QI de batata. Serra não está gostando de ser o mais velho da disputa e já surgiu de bicicleta, e a música, na boa, tchutchajá,/i>, não tem nada a ver nem com ele, nem com a cidade. Soninha aparece super Soninha, viajandona, e fala baixo para parecer delicada e acaba quase inaudível, mas firme e forte tentando parecer uma Marina sem coque. Chalita repete que é bonzinho, escritor e professor e tenta pegar carona com quem passar ali, seja Dilma, Lula, Alckmin, Moisés, sabe-se Deus quem mais, sempre com as mãos devidamente ocupadas para não saírem batendo asas, e o que seria mais natural! Não posso esquecer de falar do Paulinho destruindo a língua e contando como já foi pobre. Melhor – hors concours – só o Lula dando aula de História na frente do Museu do Ipiranga.

E toma promessas! Dos candidatos a vereadores, que não têm noção do que é o cargo, já ouvi de um tudo em poucos dias. Desde que vão resolver o problema dos ônibus dos garçons até a situação dos desvalidos. Aliás, desvalidos, ou “povos em situação de rua” (urgh!), filmados e refilmados, com passagens em sépia e preto e branco, para aumentar a carga e dramaticidade, alguns inclusive com uma pobreza visivelmente produzida, como se fosse preciso apelar para fora da realidade.

Outra coisa que noto é que os vices, coitados, nem existem, fora o do João Paulo Cunha que ganhou um cartaz quase só para ele, porque pode vir a ser o estepe já já, dependendo do mensalão, mensalinho, pedalinho. Em geral, os nomes dos vices – muitas, inclusive, mulheres postas ali só para cumprir “cota de Cotinha”, aparecem em fonte pequenina, quase escorregando. E partido? Para que te quero? Estampam números que dependendo dos casos a gente associa rapidamente ao jogo do bicho.

Para completar o quadro, continuarei apelando para o humor que restar ao acompanhar a eleição pelas tais redes sociais que agora todo mundo trata com uma propriedade invejável, como se ali estivesse a redenção de todos os males. Contam seus “curtir” como catam flores no campo, invadem perfis. Há verdadeiros exércitos se confrontando, compartilhando, canalizando tudo o que der. O pior é que poucos sabem (acho que nem os candidatos) que muito daquilo tudo é robô. Robozinhos amestrados em outros países até, para não serem pegos.

Eleição é festa democrática. A gente realmente deveria dar tudo para participar, com alegria e pelo menos algum comprometimento, mas desse jeito fica difícil, porque a gente ainda corre o risco de perder amigos se for explicar como as coisas acontecem.

Eu sinto muito.

São Paulo, queremos soluções, não delírios de santinhos, 2012Marli Gonçalves é jornalistaPrometer é fácil. Cumprir, com que dinheiro, de quem depende e por que ainda não foi feito se parece tão simples, é que parece mais complicado.

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Olha a bobagem que pode tirar o YouTube do ar aqui nessa pátria…

FONTE: NOTA COLUNA LAURO JARDIM – RADAR – VEJA

Piriquito versus YouTube

Uma decisão radical da Justiça Eleitoral de Santa Catarina poderá tirar o YouTube do ar no Brasil nas próximas 24 horas.

O Google, dono do site, foi acionado pelo candidato a prefeito de Balneário Camboriú (SC), Edson Piriquito (PMDB). O peemedebista sentiu-se prejudicado pelo vídeo (acima) chamado MMA dos prefeituráveis, programa de entrevistas do jornal Diarinho com os candidatos na cidade. Em um dos trechos do vídeo aparece uma charge de Piriquito.

A 56ª Zona Eleitoral de Santa Catarina definiu o seguinte: ou o Google retira o vídeo do site nas próximas doze horas ou o YouTube será suspenso do país por um dia. A multa para o descumprimento da lei é de 20 000 reais.

O Google, como era de se esperar, recorreu da decisão.

Por Lauro Jardim

ARTIGO – Eles não podem ver mulher, por Marli Gonçalves

Passei três dias tentando digerir o impacto e o nojo que me causou uma foto publicada essa semana. Claro que feita por uma mulher de olhar aguçado, Monique Renne. Nela, Andressa, a namorada, noiva ou sei lá o quê de Carlinhos Cachoeira, se retirava da mesa da CPI que a havia convocado para depor. Na foto, todos os babões focados – seis! – olhavam concuspiciosos para sua, digamos, parte de trás.

Lembrei-me de que no primário havia um exercício de descrição. Nos era dada uma imagem e a partir dela descrevíamos o que aquilo nos parecia ser, em geral cenas e paisagens bucólicas. No caso da foto dos tarados da CPI, ficaria mais ou menos assim: “moça loura, bonita e segura de si, com um leve e irônico sorriso no rosto, faz com que aloprados e seus assessores esqueçam suas funções, como parlamentares eleitos pelo povo, e salivem, com cara de bobos, ruminantes, em suas gravatas”. Aliviados, na certa, porque o “homem” da bela está preso. Porque se eu conheço bandido, e Cachoeira parece ser desse time, se ele visse essa foto, aiaiai, oioioi.

Foto tipo batom na cueca. E nem me venham com explicações, porque até ainda não disse bem o que pensei desses mesmos desconsiderados que pagamos para legislar quando há pouco houve outro caso, o da assessora de um senador metido a besta, demitida porque um safado gravou e mostrou para todo mundo um filme dele tendo relações sexuais com ela. O caso parou a CPI dos velhos babões, até porque a moça, advogada, era realmente de fechar o trânsito, principalmente de corpo. Mas não é esse o caso. O que aconteceu com o comedor malfadado que mostrou o filme? Nada. Deu até entrevista dizendo que não era ele.

Na mesma semana na qual no país pelo menos mais três mulheres que deveriam – e os juízes lhes garantiriam que estariam – protegidas pela Lei Maria da Penha, foram assassinadas por seus ex-companheiros, essa foto apenas mostra a quantos anos-luz estamos ainda do dia que as mulheres serão tratadas com respeito, dignidade e realmente de igual para igual. Agora até adolescentes são mortas por namoradinhos, no país machista que não se emenda, e onde até as lésbicas às vezes reproduzem papéis de machos da relação, como se sempre tivesse de haver alguma sobreposição de poder de um.

Por força profissional muitas vezes acompanhei sessões parlamentares em Brasília e cansei de perceber coisas do arco da velha, do meu canto, meio misturada, anônima, e dando graças a Deus de não exatamente ser identificada como jornalista, como os chavões descrevem. Vi e ouvi deputados (lembro especialmente de um que hoje é ministro, e de outro, baixitito, agora candidato a prefeito por aí) trocando informações com algumas repórteres, em cantos daquela imensidão do Planalto Central. Pode apostar que em Brasília as mulheres dominam as redações. Se for bonita, meio caminho andado e dado. Digo mais: nada contra, se os babões caem na teia, têm mais é que se ferrar, e as moças aproveitarem. Sedução por sedução…

Não é só o feminismo (isso mesmo, algum problema?) que me motiva a protestar. Mas a realidade. Assistimos, por exemplo, a um desfile de advogados defendendo os réus do mensalão no Supremo. Alguma mulher? Não. E elas existem, advogadas ótimas, combativas! O Cachoeira mesmo contratou uma das melhores, a Dora Cavalcanti.

Quando as mulheres apareceram no caso? Como rés, como bem lembrou Eliane Cantanhede na Folha de S. Paulo outro dia, todas foram praticamente vilipendiadas ao serem defendidas. Eram pau mandado, não sabiam de nada, apenas executavam ordens superiores (de homens, claro!), não pensavam.

Um eloquente advogado chegou a chamar sua própria cliente de mequetrefe, para desenhá-la como insignificante. Só que a palavra tem sentidos terríveis também: intrometida, que se mete no que não é de sua conta; enxerida, inconveniente, sem importância, inútil, desprezível, imprestável. E borra-botas, joão-ninguém,coisa ou objeto de má qualidade, imprestável, desimportante, malfeita.

Antes ainda que me xinguem, achando que meu feminismo não permite que se olhe para bundas, digo calma lá! Até eu olho! Adoro uma dessas, como a dos atletas das olimpíadas. Olho tudo mesmo. Olho até mais, se querem saber, e se é que me entendem. Só que tem hora, local, cuidado, soslaio.

Aqui, falo de compostura, há muito perdida pelos nossos deputados e senadores, dos quais só se ouve falar histórias de arrepiar e que muitas vezes ficam até tolhidos por dossiês que lembram ou registraram suas farras. O mensalão tem histórias assim no meio, de um deles, um dos réus, feiosinho, que teria sido fotografado numa orgia, pelado, bêbado e com o charuto na boca. A imagem é um pesadelo.

Será romantismo piegas demais desejar que homens tenham respeito? Desejar sim que desejem e se apaixonem pelas mulheres, mas por motivos mais nobres e até mais criativos e poéticos, menos escrachados? O olhar, as mãos, os pés, os cabelos, a voz, os detalhes? Depois reclamam que a gente se masculiniza: é para trabalhar em paz.

Afinal, no caso que tratamos, são deputados, senadores, autoridades. Deveria ter alguma diferença.

São Paulo, onde há muitas obras e construções para ouvir cantadas verdadeiras, 2012Marli Gonçalves é jornalistaReparou que mulheres estão sendo usadas nojentamente nas campanhas eleitorais daqui? Tem candidato que mostra sua doutora. Tem candidato que mostra até a mulher grávida fazendo ultrassom, useiro e vezeiro em fazer isso até em leito de morte, como já fez no passado. E a única candidata mulher, Soninha, todo dia tem de reclamar que é esquecida pela imprensa mesmo tendo mais intenção de voto do que algum dos meninos.

PS: Se ainda não viu a tal foto e ficou curioso (a), clique aqui. Foi publicada originalmente no Correio Braziliense

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Viu essa? Do papagaio para Haddad

Após aliança com Maluf, papagaio
alerta Haddad contra ‘más companhias’

Após se aliar ao deputado Paulo Maluf (PP), o candidato à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi aconselhado a evitar as más companhias. A recomendação foi feita por Chiquinho, papagaio de realejo que tirou sua sorte numa feira beneficente de Ermelino Matarazzo (zona leste). “Teu horóscopo anuncia-te felicidade, mas para conseguires é necessário que evites a companhia de certas pessoas que tratam de inclinar-te para o mal”, dizia o texto. Haddad ficou constrangido ao ler a mensagem e escondeu o bilhetinho no bolso da jaqueta, mas logo depois resolveu mostrá-lo à reportagem do jornal Folha de São Paulo.

 

fonte: coluna CH

ARTIGO – Se acabar, que seja em pudim. Por Marli Gonçalves

Nossa! Foi indo, indo… já passou. Quando a gente vê já entrou. Estamos no segundo semestre do ano em que o mundo pode até acabar de acordo com uns malucos que só saberemos se tinham razão no dia seguinte. Mas, pior, pensando bem: ainda não acabou, não? Vocês têm certeza?

Não há binóculo, lupa, periscópio, luneta ou bola de cristal que nos ajude a tirar o cabelo da cara e enxergar o que é exatamente que vem por aí; o que vai acontecer, o que será o que será? Não me refiro a nada em especial, mas ao tudo globalizado e embolado que virou a nossa vida e existência. Não há mais nem pums isolados, disfarçados, escondidos ou espremidos. Eles podem ter sido filmados, fotografados, hackeados, grampeados, crocodilados, feicebucados e tuitados.

Por conta disso, tudo passa muito rápido e não temos mais tempo nem de concluir – uma espécie de ejaculação precoce de vida – os pensamentos, chegar às conclusões, aos “finalmente”. Um fato atropela outro – lá está um corpo estendido no chão e em vez de reza, uma praga de alguém que tropeçou nele porque estava andando e teclando, tudo ao mesmo tempo agora.

Senão, vejamos um balanção das coisas: as primaveras árabes já passaram por várias estações, os gregos estão quase se unindo aos troianos, e a China continua crescendo, mas com arreios nos dentes e os olhos bem abertos. Aqui, vamos ter Copa. E Olimpíadas. Já fizemos uma Rio + 20 que foi menos do que um Rio que passou em nossas vidas, mostrando ser mesmo uma papagaiada tantas reuniões para dar com os burros nágua, inclusive do pequeno ser do Irã que já veio e já foi. Ninguém nem curtiu uma prainha, teve tempo de dar aquela sambada com as cabrochas. As presenças foram menos badaladas que as ausências. O melhor foi ver o povo protestando peladão e os índios parando o trânsito com arco e flecha.

Também porque, vamos e venhamos. que o governador do Rio estava com o fiofó bem recolhido depois de ser mostrado com guardanapo na cabeça dançando o tcham na boquinha da garrafa de vinho lá em Paris. O cabra, de repente, desapareceu do cenário político para ver, inclusive, se ninguém lembrará dele e de convidá-lo a ir até Brasília conversar um pouco sobre uma certa letra grega.

Qualquer retrospectiva dos últimos seis meses desaba – igual aos três prédios que inauguraram as desgraças do ano – em números menores de previsões otimistas e apenas eleitorais. Gritam previsões. Sussurram fracassos. Listam medidas e fazem mais leis do que os coelhos se reproduzem, só que sem explicar como farão para que sejam cumpridas.

No primeiro semestre de 2012, de forma heterodoxa, entre outras, e para quem crê em percentuais, o STJ julgou 20% a mais, o STF decidiu um monte de coisas sobre comportamento, baixando ordem com toga, a moagem de cana recuou 28 %, as queimadas aumentaram 56%. O número de latrocínios em São Paulo aumentou 14%. Eu também achei algo sobre os ovinos no Mato Grosso, mas não sei se interessa, já que de ovelhas bastamos nós.

Nestes seis meses a água correu cachoeira abaixo, lavando e revelando muita cara de pau por aí. Por outro lado, uma parte do Nordeste secou, quase rachando. No Norte, o Rio Negro se rebelou contra seu curso e quase foi assistir à ópera no chique Teatro Amazonas, de Manaus.

Passaram-se 20 anos desde que vestimos amarelo de novo e nossos jovens pintaram a cara para arrancar o Collor de lá. Mas ele voltou e está com cartas e cartaz.

Que mais foi notícia nessa nossa retrospectiva particular? As fotos vazadas da Carolina, duas Barbies de carne e osso que apareceram na Rússia, o dia a dia de assassinatos na Síria, o BBB que já foi, a moça que picotou o marido. Um monte de gente casou, teve filhos; outro tantinho se separa justamente porque os filhos nascerão, e não é de um com o outro.

Lula voltou a falar e a atropelar a língua e a nossa paciência, com suas jogadas de fígado. Depois de fazer de um tratamento um show resolveu brincar de eleger poste. Ficou tão afixado na imagem que até ameaçou sair mordendo canelas, sendo que nem se tocou que para isso vai precisar estar perto do chão. Temo que esse instinto foi liberado depois que abanou o rabo para o Maluf que deitou e rolou, se fingindo é de vivo. Erundina foi, voltou e agora me faz pensar que a Marta, mal ou bem, se manteve mais digna.

Enfim, tudo o que mudou não mudou exatamente, mais parece jogo de espelhos. A arte da política virou truco e troco – você me dá aqui que eu entrego lá, junto com a cabeça de alguém em uma bandeja.

Realmente os dias se passaram muito rápido. E se continuarem assim podemos até querer que acabe em pudim. Mas pode acabar mesmo é no barranco.

São Paulo, onde o impossível se junta com o improvável, 2012Marli Gonçalves é jornalistaComo diz um amigo que faz piadas com tudo e vê longe, com as fusões políticas do jeito que vão indo – Maluf, Haddad, Chalita, Temer – não será mais chapa eleitoral. Será um turco-circuito. Cuidado para não enfiar o dedo na tomada, turma!

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Besta Bolsonaro continua dando palpites…Agora, sobre a saia justa de ver o amigo Maluf, o velho, com o “novo” (!) Haddad. Nota de Lauro Jardim

Pai do “kit gay”

Vou é aumentar a foto do Haddad”

A união de Paulo Maluf e Fernando Haddad em São Paulo fez Jair Bolsonaro entrar numa dessas sinucas de bico da política. Desde o ano passado, Bolsonaro elegeu o petista seu inimigo número um, por causa do famoso kit gay lançado por Haddad quando ainda era ministro da Educação.

Para se ter uma ideia, Haddad é o personagem principal do “mural da vergonha” do gabinete de Bolsonaro. Mas e agora que Maluf apoia Haddad, Bolsonaro (que é do mesmo partido de Maluf) vai tirar o petista do mural ou vai apenas adicionar a foto de Maluf? Ele diz:

– Colocar a foto do Maluf é sacanagem. Vou é aumentar a foto do Haddad. O PP pode apoiá-lo, mas os evangélicos não vão votar no pai do kit gay.

FONTE: COLUNA RADAR – VEJA – Por Lauro Jardim

ARTIGO – Brasil + 50, Eu + 50. Por Marli Gonçalves

Eco-92, Rio +20, patati patatá, e São Paulo + 1 se continuar o loteamento político que está sendo arranjado. Andei fazendo uma média pessoal otimista e concluí que a Terra deve aguentar pelo menos mais uns 50 anos, tempo razoável no qual me imagino ainda por aqui. Depois, o futuro a Deus pertence. Mas se for para continuar só discutindo coisas chatas, sem agir, a gente vai até pedir “para sair”

É horrível dizer isso, mas tenho de aproveitar as vantagens de minha própria vida. Como não tenho filhos e, portanto, não tenho de pensar em netos, bisnetos e quetais e quetinhos, meu cálculo foi egoísta. Penso em 50 anos à frente, já me vendo centenária, e ainda habitando a Terra. Comecei seriamente a pensar no assunto essa semana, com a verdadeira overdose de boas intenções que não saem do papel que estão sendo emitidas com carbono e tudo pela Rio + 20. Claro que queria estar lá por perto, por uma série de motivos, entre eles um pouco de praia, Sol, gente diferente, movimentação e uma especial segurança providenciada para os chefes de Estado que tiraram o traseiro da cadeira para dar uma chegada no pedaço.

Chega a ser extraordinária a falação propiciada por um evento desses. Mas nem eu mesma sei definir porque estou pondo muito menos fé agora, 20 anos depois, e tão menos do que acreditava piamente à época da Eco-92, que acompanhei atenta, feliz, torcendo pelas matas, oceanos, índios, árvores, fauna e flora. Era bandeirinha em punho, broche na lapela.

A gente amadurece e vai ficando descrente, creio. Mas, no caso, minha descrença é ajudada pela realidade simples e sórdida. Amazônia mais desmatada, escassez de águas limpas, povos com fome e chagas, os mesmos países desenvolvidos, os outros tantos ainda em desenvolvimento, os pobres mais pobres e a violência cada vez mais sem fronteiras. Parece o uso de gerúndio disseminado: vamos estar fazendo, vamos estar implementando (urghhh!) algumas medidas. Enquanto isso nós cairemos mortinhos da silva, sem ar, sem água, surdos de barulho e nesse meio tempo ainda sem saber direito sobre qual é a das ondas eletromagnéticas e sobre o efeito de qualquer coisa nas margaridas do campo.

Não nos diziam e garantiam ao nos ensinar a História que a Humanidade jamais permitiria novamente chacinas e matanças como as presenciadas durante a 2ª Guerra Mundial, porque estaria atenta – e atitudes incivilizadas seriam rechaçadas por todos os povos? O que está acontecendo na Síria, que nos espirra sangue todo dia, é o quê? Na Chechênia, foi o quê? Agora até quem nega a própria história, como o baixinho do Irã de nome complicado, está entre nós!

De que adiantam tratados e tratados assinados com pompa? Espero não ser apedrejada, mas o que vejo acontecer é apenas que um montão de coisas que seriam bem simples de fazer, no dia-a-dia, ou com a boa vontade de alguns governantes, ganhou nomes pomposos, repetidos à exaustão com caras de “conteúdo” e esvaziados na outra ponta do telefone sem fio. Viram palavras enooooooooormes para a gente carregar: sustentabilidade, uma delas. Desenvolvimentista. Vulnerabilidade. Diversidade. Pluralismo. Isso quanto uma não se junta com a outra, tipo pluralismo desenvolvimentista planetário. Palavras boas para brincar de “forca”. No meu tempo a maior era inconstitucionalissimamente. Paralelepípedo.

O mundo fica é andando aos pulinhos de 20 em 20. Não salvamos as matas nem descobrimos como eliminar rugas e gorduras indesejadas. Não descobrimos a cura do câncer nem da Aids e ainda estamos mapeando genomas. No nosso adiantado país ainda há – inacreditável!- arrastadas discussões sobre liberar o uso de células-tronco, e as mulheres ainda não podem dispor de seu próprio corpo. Até a Era do Aquário se atrasa quando tem de passar pelo crivo dos parlamentares que temos, em quem votamos porque são os que aparecem para concorrer.

O que me lembrou agora de uma das melhores piadas do ano: esta semana, acredite, a claque da tal CPI do Cachoeira, cachoeira mais seca que as 7 quedas, coitada, já natimorta, vai parar para uma pausa. Não! Não seja tão pessimista! Não é porque estamos em junho e os coronéis das bancadas de uma determinada região queiram ir tomar quentão, dançar quadrilha, olhar a cobra. Não!!! Este ano, segundo a cara de Pau-Brasil em extinção dos desditos, a pausa será por causa da Conferência pelo Meio Ambiente. Vai mesmo ser demais acompanhar aquelas peças raras trabalhando duro no Rio de Janeiro, lutando pelas árvores, passarinhos, peixinhos, contra o aquecimento global. Estando lá, melhor do que em Paris, às nossas custas, poderão usar bandanas de guardanapos de linho para se proteger dos maléficos raios UVA e UVB, passando óleo de peroba naqueles seus troncos viris.

Mas bem que também poderíamos ser poupados de mais cenas dantescas e vazias que materializam por lá. Juro que vi o nosso chanceler Patriota depositando 10 reais numa urninha para compensar as emissões do uso do avião que fez para ir de Brasília ao Rio. E ele ria. Isso é que é simbólico.

Juro também que queria achar é quem soubesse e calculasse quanto eles deveriam nos pagar por causa das emissões de tantas bobagens que fazem.

Estas, sim, tornam o ar cada dia mais irrespirável.

São Paulo, e alhos e bugalhos inflando um balão de ensaio “mistura tudo, tapa o nariz e bebe” atrás do poder municipal. Telegráfico. PT em SP. A última batalha do pachá, 2012Marli Gonçalves é jornalistaVocê acaso sabia que há um limite para a marcha-a-ré? E que pode ser multado se ultrapassá-lo? Verdade. Um guarda outro dia informou que é de “três carros” a medida legal para uma marcha-a-ré. Cuidado ao engatar. Só eles podem nos atrasar + 50 anos.

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Trechinho da coluna Carlos Brickmann para os jornais de domingo define como ninguém os tucanos

 O deputado José Aníbal, do PSDB, outro campeão de popularidade que pretende testar-se como candidato a prefeito de São Paulo, esqueceu do falecido companheiro de partido, governador Franco Montoro, ao falar da campanha das Diretas-Já. Montoro não apenas foi um dos líderes da campanha como também quem a viabilizou. E fundou o PSDB. Aníbal não se desculpou: disse que apenas leu a apresentação redigida pelo partido – uma bobagem, porque se espera de um candidato que seja capaz ao menos de corrigir besteiras em discursos que lhe preparam. A assessoria do partido disse que a apresentação foi elaborada pelo candidato. Eta, partido mais confuso! É cada um por si e ninguém por todos. Os tucanos se odeiam tanto uns aos outros que não conseguem nem mentir juntos!