ARTIGO – 2022, que os patinhos na lagoa nos ajudem. Por Marli Gonçalves

2022, Dois mil e vinte e dois, dois patinhos na lagoa, como a gente chama o desenho bonito do número. Um ano que chega se arrumando, tentando se reorganizar, mas por mais otimistas que possamos ser, traz também tantas incertezas que os patinhos da lagoa estarão nadando em círculos

2022 dois patinhos na lagoa

2021 foi realmente um dos mais difíceis anos, e acredito que também deve ter sido o mais difícil de muita gente. O esgotamento geral após dois anos de pandemia; a sobrevivência física e financeira. O equilíbrio emocional perdido nos frangalhos, nos baques de perdas irreparáveis e notícias esquisitas todos os dias.

Difícil mesmo se situar em um planeta bolinha que parece ter sido sacudido por um chute tão certeiro que tantas coisas ficaram sem pé nem cabeça geral, e que já vamos para mais de dois anos de vidas modificadas.

Estamos fazendo um rescaldo e quando já estávamos até mais alegrinhos, boom, chega essa nova cepa ômicron – daqui a pouco, nesta toada, logo se esgotará o alfabeto onde se busca seus nomes para batismo. O fim de ano de todos está balançado, ainda inseguro com suas festas limitadas e o receio do que virá por aí.

Na verdade, já estamos sentindo muito claramente o que tanto temíamos, que essa coisa toda, e põe coisa nisso, não vai passar assim de uma hora para outra. Que as tais ondas ainda podem nos dar um caldo.

Outro dia, até fiz silêncio ao ouvir de um amigo que entende dessas coisas de medicina fazer uma observação pertinente, e que lembrou até de forma bem humorada: se nem os dinossauros resistiram aos primeiros seres da criação, as tais bactérias e vírus!

Com o tempo até desenvolvemos formas de lutar essa batalha, as vacinas entre elas. Mas ainda, infelizmente, não desenvolvemos formas de combater a ignorância que parece agora se alastrar de forma avassaladora sugando a energia de todos nós e, como nos mais terríveis filmes de ficção/ terror, tomando o corpo e a mente de alguns habitantes por ela contaminados e que passaram a circular no planeta disseminando não só a própria ignorância, como o ódio, aumentando todos os perigos enfrentados. Pior, alguns desses seres governam. Chegaram ao poder e nele efetivam como podem seu rastro de destruição.

O Brasil está contaminado, aqui aconteceu, e pelo pior tipo, o malvado, cínico, que se diverte enquanto a natureza queima, as pessoas passam fome, a violência se alastra. Agora, quer dizer, na verdade não só agora, porque as crianças sempre são as primeiras vitimas de tempos obscuros, até elas estão no alvo deste enredo fantástico, quando se pretende negar de todas as formas que possam ser imunizadas.

2022 bate à porta, e parece que não chega com roupa nova. Vem novamente acelerado, cheio de datas para as quais precisaremos estar bem preparados e, embora esgotados, buscarmos forças para o combate. Chega cheio de perguntas: vai ter Carnaval, vai ter Copa? – as mais inocentes delas.

Aqui teremos eleições, e cheias do dinheiro que tiraram do que nos seria mais importante, desviado para campanhas e partidos. Um país que já começa o ano num buraco danado, com crises institucionais, com uma inflação que corrói, ricos ficando mais ricos, pobres mais pobres, e os do meio achatados como sardinhas.

Um redemoinho que já faz com que aqueles dois patinhos na lagoa batam suas perninhas patinhas bem firmes para tentar parar de rodar e conseguir chegar em alguma margem segura. E que ninguém sabe onde está.

Até 2022!

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Marli - perfil cgMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – O país do eterno carnaval. Por Marli Gonçalves

Lá vem ele, o Carnaval, em seus dias oficiais, chegando pelas ruas e avenidas, nos sambódromos e batuques, nos blocos e desfiles. Mas agora os românticos arlequins, pierrôs e colombinas chegam substituídos por quase inexplicáveis unicórnios e outros símbolos e, mais uma vez, o carnaval virará a ocasião para que os protestos que parecem silenciar durante todo o ano surjam em forma de fantasias, plaquinhas, alegorias, refrões

A gente passa o ano fantasiando um país melhor. O país, por sua vez, está sendo fantasiado cada vez mais com vestimentas difíceis de serem reconhecidas, camuflado com insígnias, verde-oliva, afirmações despropositadas, um momento de apreensão sobre seus rumos, esse vaivém incerto. Um dia ouvimos números positivos; nos outros, sabemos de quedas significativas. Parece sempre que cada sucesso é logo zerado por um fracasso. Cada plano fica pelo caminho, capota, tomba no acostamento. A expectativa se perde quando chega o momento de sua consolidação. Os passos dessa nossa dança são em círculos.

Avistamos, então, apenas poucos blocos: entre eles o a favor de tudo, dos adoradores, absolutamente incapazes de reconhecer erros, mesmo que até estejam entre os prejudicados; não querem saber, a ignorância vira bênção, e costumam repetir mantras como autômatos, chegando a ser violentos porque os seus  argumentos a cada dia se tornam mais escassos, em defesa de um mito que inventaram e veneram.

Em contraponto, os contra tudo, órfãos dos governos passados, especialmente os petistas que mantêm inabalável confiança nos mitos que ainda, mesmo ultrapassados, veneram, igual fazem os “a favor”, e todos muito radicais. De nada adianta qualquer argumentação, fato, informação. Só eles sabem; só eles se consideram oposição; adoram desenvolver suas narrativas, seus “lugares de fala”, entre outras palavras que dão até alergia quando começam a surgir em discursos, na ultrapassada dicotomia direita-esquerda.

No meio de tudo isso, já é bem visível uma maioria que não tem líder, qualquer mito intocável, mas que busca ansiosa o surgimento de alguma liderança mais razoável, que procura seguir adiante, mas não se omite diante de acontecimentos incontestáveis, como a censura, os ataques à liberdade de expressão, falas ignorantes e desgovernadas sobre assuntos sensíveis, como meio ambiente, cultura, comportamento, liberdades individuais. Uma parte admite arrependimento total com a decisão que acabou levando à vitória que hoje amargamos, mas não deixa que se esqueça que as opções que foram postas à sua frente na hora desta decisão não davam chance – uma era a continuidade; a outra, uma certa esperança e mudança, desconhecida, mas esta se diluiu já logo nos primeiros acordes.

Nesta terceira faixa correm os que votaram nulo, em branco, não votaram, e que diante disso tudo sentem-se até um pouco mais confortáveis e inocentes. O problema ainda é um confronto desleal dos blocos nas ruas, e ainda dentro das casas, das famílias, entre amigos, nas redes sociais.

Confrontos com robôs teleguiados e que, quando descobertos seus malignos manipuladores, estes reagem com desmedida virulência. Assistimos essa semana aos ataques inaceitáveis desferidos contra a repórter Patricia Campos Mello, quem levantou detalhes sobre as redes de fake news montadas nas eleições. Na CPI em curso no Congresso vimos um “motorista” de robôs mostrando o seu pior, com mentiras e ataques de cunho sexual contra ao fim e ao cabo, todas as mulheres.

Em São Paulo, um numeroso grupo de artistas há uma semana se reúne, religiosamente todo dia, ao meio dia, e até o dia 18, em ruidosa manifestação nas escadarias diante do Theatro Municipal. A Semana “Arte contra a Barbárie” e o Movimento Artigo Quinto já listaram, de 2019 até aqui, 378 atos de censura ou tentativas de censura, envolvendo obras de arte, imprensa, estudiosos, professores, eventos, um levantamento bastante completo.

Fazem barulho, mostram coreografias, música e poesia, cantam o Samba do Artigo Quinto, se apresentam de cara lavada, antecedendo o Carnaval e buscando apoio para a formação de Bloco maior que, este sim, deveria se tornar gigante, ser notícia todo dia, atrair mais e mais pessoas, jogando luzes com seriedade, mas também humor e alegria, apaziguando ânimos de forma positiva e com a cara mais nacional do Brasil, País do carnaval: o Bloco do Bom Senso.carnival-mask-source_m6l

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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ARTIGO – É desejar muito? Por Marli Gonçalves

Me respondam: é pedir muito? Não pode ser pedir muito quando apenas o que se quer é viver em paz, podendo prosperar com alguma organização e sem que essa seja limitadora, sem tanta violência, com mais amor e cuidados com a redonda Terra toda em que vivemos todos nós. Não é desejar muito querer que as pessoas sejam felizes. E só se é feliz sendo amado, e com saúde e alimentos na mesa para si e quem amamos.

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 Sei que não é pouco conseguir essa graça, a de ser e estar feliz. Resumo assim meu desejo para todos, para ser incluído no rol geral.  Sei que cada um de nós tem sempre mais um detalhe aqui e ali para pedir, aquele algo só seu; e eu também tenho, um monte. Aquelas coisinhas que não contamos para ninguém, algumas vezes tão pequeninas que podem até achar que somos otários, mas para nós elas têm grande importância e nos darão gás quando obtidas ou vividas, nos farão sorrir e festejar nem que seja por instantes.

Já vi briga para provar que não se pode falar em década encerrada, segundo cálculos que contam a partir do 1 (hum), e que pretendem que a terceira década do século só comece em 2021. Por favor, não! Deixe-a começar já. Vamos aproveitar, renovar, imaginar um pulo maior, esse, de década, aproveitando a boniteza do número que repetiremos durante 365 dias: 2020.

Viva e deixe viver. Faça o que puder para ser uma pessoa melhor. Tenha compaixão. Tente entender os motivos do outro, até para continuar não concordando, mas entendendo. Busque espalhar conhecimento, sabedoria, razão e boas informações especial e justamente para quem não as tem – vamos parar um pouco de apenas falar ao espelho, senão não alcançaremos a maioria, não conseguiremos mais reforços para o nosso campo da batalha, que precisa se organizar, agir com inteligência, proteger o que nos é mais caro: a liberdade.

É desejar muito que tenhamos mais consideração, respeito, que nossos ouvidos não ouçam tantas bobagens e provocações, cada uma que até parece duas? Esse desejo é geral, antes que eu esqueça de frisar, porque esse será ano eleitoral e vai ter muita gente querendo meter os pés pelas mãos. A política não pode se distanciar das pessoas e é a municipal, a que nos cerca mais de perto, que deverá ser escolhida agora. Sua cidade, seu bairro, sua rua, sua casa.

Se olharmos para trás veremos que perdemos muita energia nos últimos anos, tentando sair de crises, vendo a política ferver, corruptos pisando miudinho, milionários torrando dinheiro como se fumassem notas, e as oportunidades minguando. A discórdia e o sectarismo.

 Não quero mais também ver tanta gente jogada nas ruas dormindo um sono como se tivessem sido desligadas de repente. E ali caíssem, como sacos de lixo, em sarjetas, calçadas, debaixo de árvores, pontes e viadutos, ou vagando nas ruas com suas mochilas rotas onde levam o muito pouco que têm.

Ah, tanta coisa a desejar! Que cessem os ataques às mulheres, os feminicídios, o ciúme e a sofreguidão maluca da vingança de morte quando o amor se encerra.

Que os adolescentes que lideram batalhas em todo o mundo sejam respeitados e compreendidos como puderam em tão poucos anos de vida entender o que nós em décadas tentamos ainda ignorar. Eles estão se movimentando, são o motor do Futuro.

Para terminar, trago informações sobre 2020 para vocês aí, os que são mais esotéricos, ligados em coisas que – não adianta não conseguiremos explicar a quem as nega, melhor nem tentar. Deixe achar que somos malucos. O próximo ano terá como regente o Sol (positividade e confiança). O número é o 4, que simboliza lei e ordem, vejam só. No Horóscopo Chinês, será Ano do Rato (prosperidade). O orixá que regerá o ano será Xangô, Deus da Justiça Divina e Senhor das Pedreiras.

Que ele, com seu martelo, brandindo, nos ajude a passar ao largo das pedreiras da vida.

Até 2020, até a próxima década!

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Site Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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