ARTIGO – Filme nacional, de todos os gêneros. Por Marli Gonçalves

Assistimos, só, não, somos em muitos deles os seus próprios protagonistas, mesmo contra vontade. Vivemos dentro deles. Outro dia um amigo comentava que se sente como se estivesse em um filme. Verdade absoluta, que me fez pensar nesse momento e daí descobrir ironicamente que estamos é vivendo intensamente dentro de todos os gêneros cinematográficos, inclusive os seriados

Ninguém sabe ao certo quando vai poder ir ao cinema, sentadinho no escurinho, com aquele balde de pipoca. Nem venham me falar em drive-in que não tem graça pagar uma grana preta para entrar em um estacionamento de carro e ficar ouvindo o som da tela pelo rádio, pedindo licença para ir ao banheiro, ou esperando um hambúrguer frio chegar pela janela. Aliás, sou do tempo de drive-in bem diferente, não sei se ainda sobrou algum, lembro de um enorme que havia aqui na Avenida Santo Amaro. De outra finalidade, era um box, com cortininha e tudo, valendo os embaçados vidros do carro, que de vez em quando balançava, se é que me entendem. Mais barato e acessível que motel, que não eram tão numerosos como hoje.

Está claro que vários filmes estão sendo produzidos diariamente diante de nossos olhos, e com conteúdo que dificilmente os melhores roteiristas do mundo seriam capazes de imaginar. Mas o melhor é observar a variada produção de filmes nacionais, brasileiros, que estão diariamente em cartaz. Ora chanchadas de péssimo gosto, ora comédias dramáticas. Temos até ficção científica no filme rodado por negacionistas e terraplanistas que inventaram um planeta diferente, todo achatado; agora acrescentaram ao enredo Ets esmagados que seriam usados em vacinas chinesas que nem existem, mas que já são contra, contra o coronavírus, uma gripezinha inventada para dominar o mundo segundo esses gênios criativos, que ainda adicionaram nessa fórmula sangue de fetos. Ficção de puro terror, para exorcista nenhum botar defeito.

Os diálogos desse filme ruim também são encontrados em filmes mais rigorosos, de cunho político, ou documentários desses tempos de pandemia. Neles, ou estamos integrados ou estamos como atingidos, as vítimas retratadas nessa tragédia para a qual a única trilha musical é macabra, e o letreiro inicial deve iniciar com in memoriam trazendo já quase cem mil nomes. Se for escolhido fazê-lo como letreiros finais certamente serão bem mais, dado o desenrolar desse enredo em câmera super rápida.

Interessante como os gêneros se misturam nesse cinematográfico Brasil. Faroeste/comédia: um presidente montado a cavalo correndo pelos campos do Nordeste empunhando em forma de arminha uma caixa de cloroquina; em outra cena, ele, cheio de empáfia, tira a máscara, corre atrás de emas nos campos do Palácio, que o bicam seguidamente. Manda o xerife que comanda facilitar que mais pessoas tenham armas, é aplaudido pelos filhos, pela claque da bala, pelos robôs do mundo digital. Nós só podemos prever que seja uma preparação para um próximo filme, uma continuidade, desta vez de guerra. Ou catástrofe.

Tem filme de espionagem, com dossiês sobre inimigos sendo preparados, fichas pessoais sendo levantadas por um bunker para o qual quem não está com eles é inimigo, de esquerda, comunista, gay, feminista, imprensa, categorias que pretendem exterminar porque lhes impediria de manipular a população como um Grande Irmão, personagem de um lugar aí que eles não sabem qual, quem que escreveu, do que se trata, mas ouviram falar; porque se tem um gênero de  filme que não sabem fazer é o Cult.

casal no cinemaOs últimos meses, fatos, acontecimentos, ações, decisões, diálogos, registros, surgimento e desaparecimento de personagens, que incluem até astronauta, além de generais e quetais, pastoras e jabuticabeiras, gurus de araque, milicianos, entre outras caracterizações que é melhor nem lembrar, englobam e criam roteiros e cenários  (queimadas, devastação da Amazônia, boiadas, reuniões ministeriais, lives, Brasília, cercadinhos, etc.) para todos os gêneros, sem exceção. Podem se misturar. Os figurinos, sempre todos péssimos, incluindo camisetas de time falsificadas. A trilha, em geral sertaneja (ou o hino nacional cantado de forma solene). Os objetos de cena: canetas Bic, caixas de cloroquina, fuzis, pães melados com leite condensado, carimbos com a cara da família estampada, cartazes antidemocráticos. Participações especiais do presidente Donald Trump e de trogloditas que estão saindo das cavernas de forma assustadora.

Drama ou comédia, infelizmente, É Tudo Verdade. Pelo menos por enquanto. Mas precisamos editar esses filmes enquanto ainda é tempo de tirá-los do cartaz. Do jeito que estão, no máximo ganharão a Framboesa de Ouro. O tapete da cerimônia, como eles dizem, jamais será vermelho, a não ser tingido pelo nosso sangue, e de forma cruel.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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Perguntas pertinentes sobre a falada espionagem

  • 0003Incompetentes

    Dilma reclamou da espionagem americana, mas esqueceu de perguntar aos incompetentes que chefiam o Ministério da Defesa e Abin, que aliás se fingiram de mortos, por que não conseguem nem mesmo proteger as comunicações da Presidência da República.

  • Com a chegada do tal “e-mail tupiniquim”, prometido pelos Correios, restará um dilema de fácil opção: é melhor ser espionado por Barack Obama, para quem você não existe, ou ser espionado pelo PT?

    FONTE: COLUNA CLAUDIO HUMBERTO

Do @DiariodoPoder: o que Dilma teme lá pelos lados americanos

queimando dinheiro.2gifDesvio de foco

Não é a espionagem americana que preocupa Dilma, mas a galopante deterioração das contas do Brasil, ameaçado de rebaixamento pelas agências internacionais de rating e de um retorno amargo ao FMI.

fonte: Coluna Claudio Humberto

Que delícia é esse país da trapalhada ( e piada ) pronta. Olha o Cardozão em ação.

  • homenzinho falandoCoisa feia…

    O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) foi aos EUA mudo e voltou calado. Só ontem contou que suas “ponderações” não foram aceitas.

     
  • Cardozo disse que “propôs” condicionar espionagem a “ordem judicial”, mas os americanos não aceitaram. Devem ter gargalhado.

    FONTE: DIÁRIO DO PODER

Hello! EUA tem 43 rádios aqui no pedaço? Ondas tropicais.

imagesEscândalo: EUA operam 43 rádios no Brasil

No escândalo da espionagem do governo dos Estados Unidos no Brasil, uma descoberta inquietante do portal DiariodoPoder.com.br: os americanos exploram 43 frequências de rádio em quatro estados brasileiros. As bandas custaram uma ninharia ao governo americano, em 2009: apenas R$ 16,9 mil. Está autorizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a explorar as rádios até 2019.

fonte: COLUNA CLAUDIO HUMBERTO – DIÁRIO DO PODERantenna1

Mais sobre a “espionagem” americana e o nosso governo

fonte: DIÁRIO DO PODER

sample_persienneDF: PF ajudou central de espionagem dos EUA

A ordem do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para a Polícia Federal investigar a espionagem eletrônica de brasileiros pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) esbarra num problema “técnico”: a estreita e oficial colaboração dos serviços de inteligência brasileiros com a CIA, o serviço secreto, e o FBI (a PF americana) em operações de investigação, busca e captura contra o narcotráfico.

Funcionava no Setor Policial, em Brasília, a central de monitoramento binacional da COIE, a Coordenação de Operações de Inteligência.

Criada no governo FHC, a COIE esteve no centro de escândalos revelados pelo português Carlos Costa, ex-agente do FBI na capital.

Costa detalhou à época os “convênios” da PF com a CIA envolvendo doleiros, dinheiro cash do governo dos EUA em malas.

O ex-espião Carlos Costa depôs no Congresso em Brasília e sempre mostrou que conhecia mais as atividades do governo que o governo.

CESAR MAIA PUBLICOU HOJE NO EX-BLOG. PITACO SOBRE A FANTÁSTICA “DESCOBERTA” DE ESPIONAGEM DOS EUA

 

aspirador pega acaroPRIVACIDADE: NEM EUA, NEM PT!

(Ronaldo Lemos – Folha de SP, 10) 1. O mesmo governo que repele a ação dos americanos adota medidas similares por meio da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A agência criou um sistema que permite acessar os registros de todas as ligações telefônicas feitas no país. Passou a obrigar provedores a guardar os registros de acesso de todos os usuários para fins “criminais”.

gambás em love2. E está propondo nesta semana (por coincidência) norma que obriga empresas de telefonia a revelar à polícia a localização exata de qualquer usuário de celular, imediatamente e por mera solicitação, sem o controle do Judiciário. Não deveriam ser essas questões tratadas pelo Congresso? De onde vem a atribuição da Anatel para “legislar” sobre esses temas? Como lidar com a contradição entre o discurso libertário do governo e a prática exorbitante da agência?

Aguardem emoções fortes. Zé Dirceu em guerra com a Veja. Diz que tentaram invadir seu quarto de hotel em Brasília. Veja só. O caso foi parar na polícia. Tem até camareira, também.

FONTE: BLOG JOSÉ DIRCEU – http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=13040&Itemid=2

Repórter da revista Veja é flagrado em atividade criminosa contra mim <!–

Publicado em 26-Ago-2011
<!–

–>Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília. O ardil começou na tarde dessa 4a. feira, quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta. O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida.Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília.

O ardil começou na tarde dessa quarta-feira (24/08), quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Alojado, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.

O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima. O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.

A revista não parou por aí.

O jornalista voltou à carga. Fez-se passar por assessor da Prefeitura de Varginha, insistindo em deixar no meu quarto “documentos relevantes”. Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome.  O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos”.

Os procedimentos da Veja se assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra. O tablóide News of the Word tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais. O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos.

No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, outro repórter da revista Veja entrou em contato com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília.

Invasão de privacidade

O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide. Pereira fez três perguntas:

1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel. Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?

2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?

3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?

Preparação de uma farsa

Soube, por diversas fontes, que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos.

Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades. Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais.
Confira abaixo as imagens do B.O. em detalhes; para ler os documentos em pdf clique nas imagens:

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