Ontem, assisti na Globo ao filme O ANO QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS, de Cao Hamburguer.
Viu? Eu achei explêndido, e um dos melhores filmes nacionais que já assisti.
De uma sensibilidade difícil de ser igualada, a ditadura em 70,pelos olhos de uma criança que tem os pais perseguidos. O clima de Copa, Brasil prá frente, o Bom Retiro, a comunidade judaica, tudo numa mistura realmente fascinante.
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VEJA ESSE, DE HOJE:
Novo começo, velhos problemas
A semana termina, a primeira depois de eleita Dilma. Neste final de semana, a ONU divulgou os índices de desenvolvimento humano(IDH) mostrando que o Brasil avançou algumas posições, mas que tanto a educação como a desigualdade social ainda nos mantêm bastante longe dos primeiros colocados. Somos o septuagésimo terceiro. A ONU usa três indicadores básicos: renda, saúde educação. No momento, a saúde é sentida como um problema urgente; a educação envolve o futuro. Lula sempre quis fazer voltar a CPMF. Lembro-me de seu discurso na inauguração do Sara, aqui no Rio. Ele se concentrou na perda do CPMF e, ao que me pareceu, considerava a derrota no Congresso um dos piores momentos de seu mandato. Aqui no Rio, manifestações pedem a reabertura do Pedro II. O governo quer colocá-lo nas mãos de uma OS (Organização Social), o Sindicato dos Médicos resiste, afirmando que isto é privatização. A passagem para as OSs em São Paulo deu certo. A idéia de um pacto nacional pela educação não deveria ser esquecida. Pelo menos, Monteiro Lobato escapou da censura que acusava seu livro “Caçadas de Pedrinho” por conter expressões consideradas racistas. Na segurança, queria lembrar que um médico foi assassinado ontem no mesmo lugar onde assassinaram um dos músicos dos Detonautas, na Marechal Rondon, no Rocha. Esta questão dos lugares, da frequência, enfim do estudo da criminalidade, é um dado fundamental em qualquer política de segurança. Foi assim, pelo caminho da pesquisa e do estudo, que Nova York deu seus primeiros passos no caminho da virada. Brasília foi um fracasso esta semana. Não houve quorum. Tomei apenas duas iniciativas: uma para discutir acesso aos arquivos do governo militar no Arquivo Nacional (há um post sobre isso no meio da semana) e outra sobre Nagoia, onde o planeta discutiu a questão da biodiversidade. Precisamos saber com o que nos comprometemos em Nagoia . Um dos aspectos, entre tantos importantes, que mais me interessa, é expansão das áreas protegidas no oceano, de 1,5 para 10 por cento.
Lembro-me, como se fosse hoje, dos angustiantes dias de março e abril de 1985, na cobertura, em frente ao Incor. Contra tudo e contra todos. Estava no Jornal da Tarde.
LEIA ESSE RESUMO, FEITO PELO PRÓPRIO AUTOR
Tancredo Neves poderia ter tomado posse. E por uma série de equívocos diagnósticos e cirúrgicos, todos primários, foi mal diagnosticado, mal operado, mal acompanhado. Tudo o que está publicado no livro está lastreado nos prontuários do Hospital de Base de Brasília e do Incor.
O diagnóstico primário de uma apendicite aguda com abscesso e suspeita de peritonite feito no exame de ultrassom no Centro Radiológico Sul era totalmente equivocado. O que se via na ecografia era um tumor, com necrose, gás e líquido. Era um caso para uma cirurgia programada, eletiva. Não havia risco de vida, não havia urgência, deveriam ter entrado a partir do dia 13 de março com uma antibioticoterapia para combater a bacterimia, identificar o foco infeccioso, e prepará-lo bem para a cirurgia.
Operado no início da madrugada do dia 15 de março, quando abriram o abdômen do Presidente o que encontraram foi um tumor intestinal – leiomiossarcoma – pediculado, pendurado, no íleo terminal. Não havia peritonite, não havia líquidos na cavidade abdominal, não havia hemorragia, não havia obstrução. E começa o desastre. Ao invés de ser retirado o tumor com uma ressecção segmentar, como já preconizava a literatura e a técnica mais adequada à epoca, o cirurgião opta por uma ressecção em cunha, em V. O que provocou que o paciente babasse (sangrasse gota a gota) na linha de sutura da anastomose desde o primeiro momento. Em uma área hipervascularizada como aquela onde estava o tumor, ele deveria ter feito uma enteroctomia ampliada, de grandes margens, ter removido todo o mesentério adjacente e amarrado os vasos na linha de sutura. O que determinou a morte do Presidente Tancredo Neves: enterorragia decorrente de um erro técnico na sutura da primeira cirurgia – não era um divertículo, era um leiomiossarcoma.
Repito, não se poderia fazer a ressecção em cunha. É uma técnica de escolha completamente equivocada para esse caso. Ele sangrou desde o primeiro momento e isso explica porque o intestino não voltou a funcionar (por hipoperfusão tecidual). Determinou as complicações que o levariam à morte.
Lalá Aranha: tudo o que eu for falar dela será pouco diante da admiração e respeito que por ela mantenho, desde que a conheci, em 1990 e pedrinhas.
Tive a honra de por ela ser chefiada. De ter ganho sua confiança e, creio, também o seu respeito.
É doido saber que agora ela vai ensinar por livro um pouco do que aprendi apenas olhando para ela, observando seus movimentos contidos e elegantes.
Eu e Celsinho Barata, o outro diretor, a chamávamos de mamãe, de madame, lá na AAB, Hill and Knowlton do Brasil, onde trabalhamos, junto da Standard, Ogilvy & Mather, do Ronald Assumpção, do Faveco, de toda uma lista de craques.
Ela nos olhava com ar de preocupação e depois sorria.
Sabia tudo, mesmo que não soubesse nada. Nunca a vi dar o braço a torcer. Mas a carinha de muxoxo a denunciava. Não, naquele momento não sabia.
Mas daqui a alguns minutos, ela chegava, munida, e dava o show.
Lembro-me e tenho saudades dela, que agora vive no Rio de Janeiro. Tenho saudade de ver seus modos clássicos, seus modelos clássicos que adorava herdar – era dia de festa quando ela aparecia com uma malinha de roupinhas e coisinhas, que até hoje tenho e uso – às vezes até para me inspirar em reuniões mais importantes ( ela não sabe disso).
Frequentem o NA FAIXA: resenhas de bons álbuns http://mtv.uol.com.br/nafaixa/blog
agora também com o NA FAIXA DO DIA: uma canção para o seu dia ou noite ou madrugada