Boa análise do Cesar Maia no seu Ex-Blog. Dilma e seus quatro filhos de pais diferentes…

housework3DILMA E SEUS 4 FILHOS DE “PAIS” DIFERENTES: UMA FÓRMULA MAIS GRAVE QUE DOIS PAIS PARA UM FILHO!

1. Em 2010, Serra e Marina tinham um candidato a governador no Rio: Gabeira. Administrar esse processo não foi fácil, pois se teria que ajustar agendas, não só dos candidatos a presidente como dos partidos locais, já que só o PV acompanhava Marina. O resultado desse processo –tipo Dona Flor- prejudicou SERRA e Gabeira e favoreceu Marina, cuja verticalidade partidária a ajudou.

2. Agora, no Rio, temos um quadro curiosamente inverso e muito mais complicado. Uma candidata a Presidente –Dilma- e 4 candidatos a Governador. De cima para baixo, ou seja, de Dilma a seus 4 candidatos a governador, tudo parecia uma simples marcação de agendas separadas e em dias diferentes.

3. Mas, de baixo para cima é muito, muito mais complexo. Os eleitores têm uma colagem de rotina e maior com os candidatos locais a deputados e a governador. O eleitor mobiliza e é mobilizado para as campanhas de deputados e governador. E –pela prevalência da campanha presidencial- imagina cobrir seus candidatos locais com o guarda-chuva presidencial

4. Mas os 4 candidatos a governador que têm Dilma como candidata a presidente disputam a eleição entre si e, muitas vezes, de forma áspera e atritosa. Ao ver Dilma com outro candidato a governador adversário seu, a reação espontânea é considerar Dilma uma traidora de seu candidato a governador.

5. E –imaginando o eleitor- que Dilma vai favorecer seu adversário, esse eleitor –das duas uma: ou passa a criticar Dilma ou não faz mais campanha para ela. Seja um ou outro desdobramento, quem sai prejudicada é Dilma, mais que qualquer um dos 4 candidatos a governador aos quais está associada. A fórmula UMA PARA QUATRO de 2014 é muito mais grave que a fórmula 2 para 1 de 2010. E olhem que 2 para 1 em 2010, além de ter sido difícil de administrar, ainda prejudicou um candidato a presidente e o candidato a governador.

6. E quando entrar a TV, tudo fica mais complexo, pois Dilma pode aparecer nos programas de TV dos quatro. Aí a traição passa a ser explícita e o prejuízo ganha escala, pois as reações virão à vista. Os que imaginavam que seria uma vantagem para ela, pois teria mais tempo de TV nos dias dos governadores, quando olharem as pesquisas locais, verão o tamanho do problema que foi criado para Dilma e seus quatro filhos.

fonte: ex-blog de Cesar Maia

Esse caso Delta vai dar muito pano para manga lá no Rio. Invadiram e “roubaram” a casa do vice-governador Pezão. Matéria do Gabeira

Entre o assalto e a pizza

30.04.2012 | 21:57 -FONTE: FERNANDO GABEIRA – BLOG -www.gabeira.com.br

Depois de um longo dia de trabalho, acabo me voltando de novo para esse escândalo no Rio, acionado pela divulgação das imagens do governador Cabral com o dono da Delta num luxuoso restaurante de Mônaco, inicialmente tomado pelo Ritz de Paris.

Estava concentrado na imagem do secretário de Saúde, Sérgio Cortes com uma pizza na mão e uma Coca Cola na outra, em plena noite parisiense. Em alguns países seria repreendido por razões puramente técnicas: não é a refeição ideal para um secretário de saúde.

Mas aqui a história é outra. Depois de tantas acusações de corrupção na saúde, da manobra para escapar do processo sobre compras desastrosas e superfaturamento, simbolizar que tudo acabou em pizza é muito pouco.

Na verdade, tudo acabou em caviar e champagne nos grandes restaurantes de Paris, Mônaco e Cannes. Essa imagem de Sérgio Cortes deveria ser estampada na porta de todas as emergências dos hospitais do Estado. As pessoas iam entender rapidamente porque são mal tratadas.

Justamente quando contemplava a figura patética numa rua de Paris, chega a noticia estranha do assalto ao apartamento de Luiz Fernando Pezão, no Leblon.

Pezão é vice-governador e gerente de todas as obras no Rio. Não há casas de vice sem segurança. Na Nascimento, uma viatura guarda diuturnamente a casa de uma ex-mulher de Sérgio Cabral.

Por que abandonariam Pezão? Sobre a cama, os policiais acharam 15 caixas de jóias vazias, deixadas pelos ladrões. Não tenho uma visão estatística de quantas caixas de jóia um casal costuma ter em seu apartamento. Eram jóias de fantasia ou um investimento seguro para seu dinheiro?

Talvez os ladrões possam ter deixado ali para despistar. Talvez outros motivos os levaram ali. Tudo muito nebuloso, logo depois da divulgação das imagens envolvendo a Delta e Cabral.

Pezão é um grande defensor da Delta. Disse, precipitadamente que as investigações eram inúteis, estava tudo em ordem. Decidiu afundar com a Delta. Deve ter suas razões. É possível que guarde também alguns documentos em casa.
Teria sido esse o objetivo do assalto?

Tudo muito misterioso nesse fim de segunda feira. Imagino que os repórteres policiais trabalhem no feriado.
Como não havia segurança no prédio do vice-governador? Por que foi a única casa assaltada no prédio? Por que não havia câmera ?

Será que tudo isso acontece por acaso? No auge de um fim de semana conturbado mostrando as vísceras da relação governo-Delta, a casa de Pezão é assaltada. Uma possibilidade entre milhões, um acaso extraordinário?

A única certeza é que Pezão estava ausente, de férias na Itália. O que significa que alguns jóias foram preservadas, pois sempre se levam as melhores para essas ocasiões.

Artigo do Gabeira no Estadão de hoje…Sobre o Cachoeira

Vapor de Cachoeira não navega mais

por Fernando Gabeira – http://www.gabeira.com.br/wordpress/2012/04/9165/

Ilustração: Cadu Tavares

O vapor de Cachoeira do verso de Caetano Veloso é uma lembrança nostálgica de um navio que ligava Salvador ao Recôncavo Baiano. Lançado em 1819, um grande feito para a época, o vapor de Cachoeira não volta nunca mais. Já o de Carlinhos Cachoeira apenas sofreu uma avaria. Pode voltar em forma de submarino ou qualquer embarcação anfíbia.

O vapor de Cachoeira tinha muitos dos defeitos e mais poder que alguns partidos políticos. Tinha bancada parlamentar, acesso e contatos no governo, preenchia cargos e influenciava a promoção de coronéis da Polícia Militar. Os fragmentos de gravações indicam também que Cachoeira tinha algo mais do que os partidos pequenos: um esquema de informação próprio que vazava escândalos para a imprensa, com a esperança de moldar imagens na opinião pública.

Pode-se argumentar que, ao contrário dos partidos, Carlos Cachoeira não tinha um programa. Não havia nada escrito porque não precisava. Programas, dizia o velho Brizola, também podem ser comprados. Cachoeira nunca se interessou em comprar um. Mas é exatamente a prática cotidiana no vácuo de propostas políticas reais que torna o partido de Cachoeira um novo tipo de ator no cenário nacional. A forma como articulou a bancada de Goiás, suprapartidariamente, é inédita. O projeto de regulamentação da loteria que lhe interessava partiu de um senador, foi relatado por um deputado e ainda dependeria da supervisão de Demóstenes Torres.

Num único momento parlamentar, senti a bancada goiana atuar em conjunto. Foi para derrubar um projeto de Eduardo Jorge e meu que proibia o amianto no Brasil. Era um movimento contrário ao que penso, mas não posso negar seu caráter democrático nem a preocupação legítima com os interesses de seus eleitores. Goiás tem mina de amianto em Minaçu e os deputados temiam o desemprego e o declínio econômico na cidade.

Não se conhece, fora de Goiás, a extensão da influência de Cachoeira. A verdade é que nenhum órgão de imprensa foi lá conversar com as pessoas, sentir a atmosfera, indagar sobre as forças típicas do Estado. Confesso que tenho mais perguntas que respostas. Um esquema tão intrincado e complexo merece um estudo maior, que só a íntegra das gravações pode esclarecer – ou, ao menos, indicar pistas.

E o Demóstenes, hein? É a pergunta que todos fazem na rua, resignados com o peso do argumento de que todos os políticos são iguais, até mesmo os que incluem a dimensão ética em sua atuação parlamentar. O desgaste que ele produziu na oposição é arrasador. Não se limita ao célebre “são todos iguais”. Avança para outra constatação mais perigosa: se os críticos são como Demóstenes, toda a roubalheira denunciada por eles não passa de maquinação. A sincera constatação popular “são todos iguais” torna-se um dínamo para múltiplas conclusões políticas. A mais esperta delas é: logo, são todos inocentes.

Depois de tudo o que Demóstenes fez, a partir do fragmentos ouvidos, eram inevitáveis as mais variadas repercussões no cotidiano político, em ano de eleição.

O esquema, no conjunto, precisa ser conhecido e pode ser iluminado por uma CPI. Carlos Cachoeira tinha influência nos governos de Goiás e de Brasília, detinha um poder regional. Era bem mais que um bicheiro. Apresentá-lo assim, desde o início, não combinava com o tipo clássico consagrado pela ficção: camisa aberta no peito, colar de ouro, mulatas deslumbrantes, amor à sua escola de samba. Cachoeira, além dos negócios legais, já usava a internet como ferramenta. Organizava loterias federais, disputava a bilhetagem eletrônica no transporte coletivo e mantinha um site de jogos, hospedado na Irlanda.

Ele usa muito melhor os instrumentos do seu tempo do que os bicheiros tradicionais, com seus anotadores sentados em caixotes, esperando a chegada da polícia em nova campanha contra o jogo do bicho, dessas que sempre morrem na próxima esquina, ou na próxima manchete. Os bicheiros sempre desconfiaram da legalização porque tinham medo da pesada concorrência que as novas circunstâncias trariam.

Empresário da era eletrônica, Cachoeira tinha um partido sem programa e decidiu legalizar seu negócio de forma que bicheiros tradicionais nem sequer sonhavam: escrevendo a lei, mobilizando a sua bancada, cuidando da tramitação, dos detalhes formais, garantindo a supremacia no futuro.

Cachoeira tem negócios clandestinos e legais. A maneira como se organizou para tocá-los é típica do pragmatismo de muitos partidos políticos: buscar a proximidade com o governo. Sua proposta era deslocar Demóstenes para o PMDB e aproximá-lo do Planalto. Houve algumas conversas sobre isso nas eleições de 2010. Para Demóstenes seria a morte política por incoerência, talvez mais suave que o atropelamento súbito pelos fatos.

Apesar de sua prisão e da desgraça de Demóstenes, Cachoeira continuou desdobrando a tática de aproximação. Tanto ele como Demóstenes escolheram advogados que, além de sua competência, são amigos íntimos do governo. Uma escolha desse tipo nunca é só técnica. É também política. Representa uma bandeira branca de quem não busca conflitos e anseia por uma saída controlada para um escândalo que ameaça governos do PSDB e do PT.

Leis são como salsichas, é melhor não ver como são feitas. Essa célebre frase atribuída a Bismarck é uma constante na crítica aos Parlamentos. Em caso de um escândalo de intoxicação alimentar, é importante saber como foram feitas. Se Carlinhos Cachoeira foi capaz de criar suas leis, aprovando-as no âmbito estadual e levando-as à esfera nacional, o que não podem outros grupos poderosos e articulados?

Essa vulnerabilidade da democracia, de um modo geral, se torna uma inquietação alarmante no caso singular do Brasil. O momento aponta para a desaparição dos partidos programáticos e abre o caminho para os núcleos de todo tipo, principalmente o partido de tirar partido.

 

Publicado no jornal Estado de São Paulo 13/04/2012

STF DECIDE: PODE MARCHAR, SIM. LEIA POST DO GABEIRA SOBRE ISSO TUDO, E MUITO MAIS

Maconha, uma decisão previsível

por Fernando Gabeira(16.junho.2011 09:22:54)

  • A decisão do Supremo Tribunal Federal de liberar a realização da manifestações pela legalização da maconha não me surpreendeu. O fato de ter sido unânime acentua a facilidade da previsão.

Todas as leis devem ser cumpridas. Mas nenhuma delas vem com uma blindagem contra a discussão.Por meios legais, é possível discordar de uma lei e modificá-la.

Num artigo que escrevi para o Estado de São Paulo, na véspera da marcha da maconha, defendia a tese de que isso era um problema relativamente simples para a democracia brasileira.
Bastava, disse nas últimas linhas, combinar com a polícia, isto é acertar itinerário e hora para não prejudicar o complexo trânsito metropolitano.

A tese da liberdade de expressão deve ser estendida nas manifestações às pessoas que exaltam a maconha? Talvez, a partir de agora, isso não seja fator de punição.

A liberdade, se assim for interpretada, traz alguns perigos políticos. É inteligente exaltar a maconha numa demonstração pela legalidade do consumo? Se isso se torna o tom dominante numa manifestação, milhares de pessoas que não fumam, não gostam, mas ainda assim são pela legalização ficarão marginalizadas. Podem achar que o tema é de exclusividade dos usuários e, por suas razões, não querem ser confundidas.

As pessoas que vêem na legalização uma possível saída para um complexo problema social querem mais do que tiveram até agora. Querem saber como seria o processo, quais os modelos internacionais que foram estudados e até que ponto podem ser aplicados aqui. Isto é: que condições são necessárias reunir para dar um passo novo na política de drogas?

O Supremo rejeitou o cultivo doméstico. Também não é permitido no Brasil, como é na Califórnia e alguns outros estados americanos, o uso para fins medicinais.

Quando escrevi o artigo para o Estadão, tudo parecia tão simples que não imaginava uma sessão do Supremo para avaliar o tema. Mas como o Parlamento evita os temas perigosos, atualmente todas as expectativas se concentram no outro lado da Praça dos Três Poderes

DO BLOG DO GABEIRA, NO ESTADÃO: http://blogs.estadao.com.br/fernando-gabeira/

Quer saber do Peru? Dá uma olhada nesses links da TV Estadão. Gabeira está cobrindo esta estranha eleição…entre a cruz e a caldeirinha, Humalla X K. Fujimori

>>>>http://tv.estadao.com.br/videos,FERNANDO-GABEIRA-VAI-ACOMPANHAR-AS-ELEICOES-PERUANAS,139626,259,0.htm

http://tv.estadao.com.br/app/estadao/tvestadao/player/player.swf

22 de setembro: Dia do Rio Tietê!

Me fez lembrar da primeira prainha que fizemos, em 1989, com o Roberto Tripoli vereador e Fernando Gabeira (www.gabeira.com.br) candidato à Presidência peloPartido Verde.

Faz 21 anos. Deus! Lembro como se fosse hoje. E o Dudu França naquele dia sobrevoou o Tietê com um avião pequenino, passando por baixo da ponte das Bandeiras. Lembro da Maya Gabeira, hoje campeã mundial de ondas altas, uma menininha, passeando com a irmã Tami, por ali.

Sobre a manifestação de hoje, busquei o vídeo da TV Globo – só que o chato é que você vai ter de ouvir o Marcio Canuto gritando.

do g1- www.g1.com.br

Em trajes de banho, manifestantes montam ‘praia’ no Tietê

Nesta quarta-feira (22) é comemorado o dia do rio.
Junto à Ponte das Bandeiras, manifestantes pediram despoluição do Tietê.

Do G1 SP

“Praia” foi montada para comemorar o Dia do Rio Tietê (Foto: Nelson Antoine/Foto Arena/AE)

O Dia do Rio Tietê foi comemorado de modo diferente nesta quarta-feira (22). Manifestantes – muitos em trajes de banho, com guarda-sóis, cadeiras e esteiras – foram para a beira do rio, hoje tão castigado, para pedir que o Tietê volte a ser orgulho para São Paulo. Eles montaram uma espécie de praia à beira do Tietê, na altura da Ponte das Bandeiras.

Os manifestantes lembraram do tempo em que o rio ajudava a cidade, permitindo a navegação, oferecendo pesca fácil e até sendo um lugar favorito para muita diversão. O rio dá as costas para o mar e percorre 1,1 mil quilômetros até o Rio Paraná. Se recuperado, ele pode ser decisivo para melhorar a vida em São Paulo.

“Muitos não sabem, mas a hidrovia metropolitana já existe a partir da barragem da Penha, nós poderíamos ir até Santana do Parnaíba, na Edgar de Souza, ou seja, já são 41 km que nos temos aqui de hidrovia navegável”, explicou Douglas Siqueira, diretor do Instituto Navega São Paulo.

Uma importante hidrovia seria uma boa e bela opção para desafogar o trânsito. “Se tivermos uma diminuição no número de veículos, podendo utilizar o rio como uma alternativa de transporte, tudo tende a melhorar”, fala Rodolfo Martins, professor de engenharia hidráulica da USP.

O que os manifestantes desejam para o rio Tietê já existe. Em vários lugares do mundo, rios que já foram mortos hoje dão vida às cidades. “O que nós temos hoje dentro do Tâmisa, no caso de Londres, ou em Paris, o Sena, é exatamente utilizar o rio como uma matriz multimodal de utilização do transporte regional”, completa Siqueira.

Manifestantes pedem a despoluição do Rio TietêIntegrantes do Programa Pânico foram até o protesto (Foto: Willian Volcov/News Free/AE)

 
 

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