Shunga: serenos e ofegantes | Gal Oppido. Uma exposição imperdível

Shunga: serenos e ofegantes | Gal Oppido

Abra os olhos, a mente, jogue fora os preconceitos, os seus, os de outros. O erotismo é vivo, universal, interior, sem hipocrisia. Os atos e as vontades se expressam diante de nossos olhos, incluem as estranhezas – o sexo, a sexualidade, o gozo. As sensações se tornam reais e ao mesmo tempo imaginárias – estão ali. Detalhes fazem parte da vida, do prazer oriental. Que também é nosso, porque os vemos com olhos gulosos. Serenos e ofegantes, estão entre nós.

Em “Shunga: serenos e ofegantes”, de Gal Oppido, travamos um intenso embate entre o que conhecemos, aceitamos, queremos, desejamos, e o diferente, que atiça e nos informa de muitas outras complexas dimensões e possibilidades. As imagens chegam deslumbrantes, marcantes, inesquecíveis, como um bordado mágico que cruza fotos, pinturas, peças que se estendem do papel para os corpos e vice-versa, em ação, silêncio e solenidade.

Shunga, nome genérico e abrangente dado às pinturas eróticas, gravuras e livros ilustrados no Japão, principalmente no período Edo (1602 a 1868), base da qual Gal Oppido partiu apaixonado pela cultura japonesa, pela terra do Sol Nascente e de onde voltou hipnotizado depois de uma viagem de um mês.

Um processo criativo que trouxe, entre outros muitos de sua produção constante, e que nunca abandonou.  Depois foram anos de estudos, dedicação deste artista completo até que se chegasse ao resultado que pode ser visto até fevereiro, em São Paulo, na Galeria Lume.

Imperdível é pouco para se dizer deste trabalho, que resultou também em dois livros para que tenhamos ainda mais chances e possamos levar para casa o deleite do que vemos naquelas paredes da Galeria, e que cuidadosamente expõem um pouco dessa insana dedicação, desse olhar criativo e ímpar. As ousadias da arte aliadas às ousadias dos desejos, da carne, dos genitais expostos, da calma e das tradições milenares japonesas transpostas em novos momentos, inacreditavelmente compostos e escritos com a delicada caligrafia das letras desenhadas, dos corpos tatuados, dos objetos, das máscaras, dos movimentos expostos sem pudor – expostos para o deleite.

Há um movimento na jaca que unida a um pepino cria um falo dourado, brilhante, onde a aspereza toma outro caminho; no retrato do real e do construído com maquiagem perfeita, nos movimentos delicados dos retratados, independentemente de suas formas, e à vontade com seu autor. Uma de suas grandes características, Gal Oppido conquista a todos, os incluindo no mundo que cria. Todos são Shunga; todos são serenos; e todos são ofegantes.

Tive o prazer e honra de assistir à abertura dessa exposição. Digo honra porque além do tudo, ali, pude assistir à performance que pareceu por instantes fazer viver aquelas telas e molduras. Com a solenidade necessária, violência, culto, amor, paixão, tudo o que há de mais antigo e moderno, como a ponta de um punhal, de uma adaga, que derrama sobre nós o fim de qualquer preconceito e a certeza de que não há limites.

(MARLI GONÇALVES)

[clique para ver todos os vídeos – contém nudez]

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SHUNGA – SERENOS E OFEGANTES – INTOXICAÇÕES POÉTICAS DA CARNE

TRABALHOS DE GAL OPPIDO

Até 20 de fevereiro de 2021

GALERIA LUME

SEGUNDA À SEXTA –10H ÀS 19H

SÁBADOS – 11H – 15H

R. Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP, 01449-070

Telefone: (11) 4883-0351

contato@galerialume.com

#ADEHOJE – DIRETO DO PIQUENIQUE. VAI TER LUA, ECLIPSE E DAVOS

#ADEHOJE – DIRETO DO PIQUENIQUE. VAI TER LUA, ECLIPSE E DAVOS

Hoje menos de um minuto – Direto de um piquenique no Instituto Butantan, ao ar livre, só para registrar que hoje tem eclipse da Lua, nesta madrugada, e que a lua vai estar cheia e vermelha. Nós é que não podemos corar com o discurso que Jair Bolsonaro fará na próxima terça-feira, em Davos, na Suiça, durante o Fórum Mundial. Todo mundo torcendo para ele ir bem! O barco é esse, o que temos no momento. Amanhã tem mais notícias!

ARTIGO – Me abana? Por Marli Gonçalves

graphics-fan-964637Esta semana arrasei. Cada dia da semana postei no Facebook uma foto “selfie”, posando com um dos leques de minha modestinha coleção. Tão modesta que já mostrei toda ela, em poucos dias. Foi um sucesso, com um monte de “curti”, fiufiu, elogios. Já estou até pensando o que vou aprontar agora, mas o problema é que não gosto muito de usar roupa; sangue de índio. Uma parte do corpo por dia? Posso mostrar? E se me censuram? O negócio está preto, não pode facilitargraphics-fan-122807

Está tudo muito seco, opressivo, quente, e a gente precisa de um ventinho. Então eu me abano com os meus leques mesmo, que ventilador e ar condicionado gastam energia e energia é dinheiro. O calor de um verão não aproveitado, no entanto, frita os miolos, tira forças e até pensar fica difícil, imaginem escrever. Mas estou apenas disfarçando para entrar no assunto que quero expor, sério, uma vez que não sei receita de bolo: a censura que nos ronda, sopra um hálito quente aqui, ali. Na nossa nuca. Como diz um amigo, um dia censuraram X e eu não fiz nada; no outro, Y e eu não fiz nada; depois fui eu e eu não tinha a quem recorrer, parafraseando Martin Niemöller.

Todo santo dia ficamos sabendo de alguém punido e banido pelos controladores das redes sociais. Essa semana foi o genial fotógrafo Gal Oppido a vítima. A conta dele no Instagram, com milhares de seguidores e onde ele diariamente posta verdadeiras obras de arte, fez puff! Sumiu, sem explicações. Provavelmente, desconfio, por causa de “alguém” (covardes nunca se apresentam) não gostou de algum pedaço de pele negra que viu de um dançarino maravilhoso que ele coincidentemente fotografava para um trabalho especial dele. A gritaria foi geral e a conta voltou.

graphics-fan-141829Só que não é só na rede que a tesourinha anda cortando, editando. Não é que o Ministério alterou a classificação do pueril Confissões de Adolescente de 12 para 14 anos? Não é que esses pastores políticos de quinta categoria toda hora vociferam contra alguma charge, piada, filme, cena de tevê, e ameaçando jogar hordas moralistas babando em cima de nossas canelas?

Sou do tempo da ditadura. Cresci sob sua égide, sem poder ler o que queria nem falar tudo o que pensava, nem fazer o que queria. Cresci aprendendo a olhar para os lados, sabendo que tudo estava sendo registrado, mesmo que mal e porcamente, tanto que hoje os arquivos desapareceram, por aqueles homens que nos cercavam, sempre em seus ternos baratos, listrados, óculos escuros, e que mais pareciam bandidos que tiras. Com 15 anos um dia vi um ônibus chegando e levando embora quase uma centena de amigos roqueiros presos. Lembro apenas de ter agradecido a Deus esses minutos que me atrasei – eles ainda teriam de me explicar, menor de idade que era. E já bastava o corre-corre: um deles estava com uns 50 ácidos e não teve dúvida: jogou na boca dos amigos o mais rápido que pode. O resultado foi certamente uma das prisões mais engraçadas daqueles tempos negros, já que todos começaram a “viajar” ao mesmo tempo. Apenas um jornal fez esse registro – a foto desse bando de malucos – imagem que guardo na memória – esse lugar ainda indevassável, nosso mais valioso cofre.graphics-fan-886453

“Eles”, os inimigos, também tentavam outros disfarces: casais namorando no muro, mendigos, sempre perto das janelas para gravar as conversas. Mas, enfim, ainda disfarçavam.

Agora não. O tiro é direto. Cortam – às vezes a gente nem fica sabendo, porque o que os olhos não veem o coração não sente. O que pretendem?

Teimam em nos ensinar. Querem voltar as nossas cabeças para que vejamos apenas um lado, que ainda explicam, como se fôssemos todos uns imbecis de marca maior como se falava antigamente. Lembram aquelas cenas de filmes “eróticos” que o cara falta arrancar a cabeça da mulher, empurrando, para obrigá-la ao sexo oral.Creature_on_fan

O jornalismo, pobre jornalismo, editorializado. Para um lado, para outro. As cenas do cinema nacional, o que um crítico apontou outro dia, são chatas porque são expressas- ele andou até ali, viu? Pegou o copo. Bebeu. Caiu. Era veneno (e faltam mostrar aquele caveirinha com os ossos cruzados para terem certeza se você entendeu). Criam assim gerações de autômatos, preguiçosos, jovens de olhar vazio, como alguns que tenho encontrado. Como os que estão nas ruas sem saber para o quê.

Deixem-nos em paz. Deixem-nos pensar, formar opinião. Sem cabresto. Estamos em outros tempos e devíamos estar construindo uma moral, sim, mas mais aberta e condizente.

Deixem os pensamentos serem ventilados. Com eles não dá para usar leques.

São Paulo, fevereiro 2014, e peitos e bundas aflorarão logo mais de todos os cantos. Fan-03-june

Marli Gonçalves é jornalista Vou posar só de leque. Acho chique demais. Já aprendi a abri-los como o fazem as espanholas, com aquele barulhinho. E vou torcer para que as tevês contratem moças para cameraman. Aí talvez a gente possa ver que nas escolas de samba também passam corpos masculinos dignos de escultura. Isto é: se elas não forem censuradas, claro! graphics-fan-915599

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E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br

Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter @Marligo

São Paulo, mon amour, no MUBE. Até 1º de abril. Tem Gal Oppido e muita coisa boa. Além de fotos do Carlucho, meu brother. Pedaços de Paris e SP

Andei sumida porque estou numa semana especialmente complicada.Mas na terça à noite fui ao MUBE – Museu da Escultura. Fi a abertura da exposição São paulo, mon amour, parte do Brasil – França.

A expo traz pedaços das cidades de São Paulo e Paris, muito legal

Destaco, claro, a obra do fotografo Gal Oppido, um dos organizadores.

Entre outras, há das fotos da Expo Cada Centímetro ( realizada há alguns anos no CCBB), onde meu irmão Carlucho é o personagem, junto com sua casa.

Veja a geral de fotos que fiz para vocês verem…

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Agora, sim! Uma visão geral de Antífona, de Gal Oppido

Tentei fazer um filme com os vários filmes que eu tenho.

Vou continuar tentando. Mas fiz um legal, só com a fotos. Você vai ter uma idéia do que viu ou do que perdeu se não foi.

Na trilha, escolhi Marisa Monte.  A modelo se chama Juliana. Tudo se passou no Museu Afro – maravilhoso – que fica no Parque Ibirapuera, São Paulo, Capital.

Amanhã! Tumdumdum!Amanhã! Tumdumdum! exposição do Gal Oppido no Museu Afro. Pq Ibirapuera

manhã sábado ao meio dia ao meio de acarajés e dez entidades corpóreas.

E para dar água na boca, um pitéu do que vai dar para a gente ver.

Eu vô tá lá

ANTIFONA EXPO MUSEU AFROBRASIL DIA 26

 

Uma inusitada visão. Trechos da performance ocorrida no CCBB, em SP, esta semana.

Um docinho para vocês…
Meu lindo irmão Carlucho, modelo, em fotos de performance realizada essa semana no CCBB, em fotos de Gal Oppido…
 

INUSITADEZ

 

Foto Gal Oppido

 

– Fotos de Gal Oppido

PERFORMANCE CCBB (SP): Leiloeira Mundial oferece dois Seres Humanos. Concepção: Claudio Nigro// Ensaio: Gal Oppido .

Carlucho, em foto na espera da performance. Foto Gal Oppido

Propaganda, momento propaganda: Carlucho, o super modelo. Mais, de outra situação de pose

Carlucho, posando para a aula de fotografia no MAM, do Gal Oppido

O corpo perfeito serve de modelo para pintores, escultores, fotógrafos e para professores de medicina.

 

Aula de Gal Oppido, no MAM

Contatos? Trabalho?  Fale comigo! É meu lindo irmão, Carlucho