ARTIGO – Filme nacional, de todos os gêneros. Por Marli Gonçalves

Assistimos, só, não, somos em muitos deles os seus próprios protagonistas, mesmo contra vontade. Vivemos dentro deles. Outro dia um amigo comentava que se sente como se estivesse em um filme. Verdade absoluta, que me fez pensar nesse momento e daí descobrir ironicamente que estamos é vivendo intensamente dentro de todos os gêneros cinematográficos, inclusive os seriados

Ninguém sabe ao certo quando vai poder ir ao cinema, sentadinho no escurinho, com aquele balde de pipoca. Nem venham me falar em drive-in que não tem graça pagar uma grana preta para entrar em um estacionamento de carro e ficar ouvindo o som da tela pelo rádio, pedindo licença para ir ao banheiro, ou esperando um hambúrguer frio chegar pela janela. Aliás, sou do tempo de drive-in bem diferente, não sei se ainda sobrou algum, lembro de um enorme que havia aqui na Avenida Santo Amaro. De outra finalidade, era um box, com cortininha e tudo, valendo os embaçados vidros do carro, que de vez em quando balançava, se é que me entendem. Mais barato e acessível que motel, que não eram tão numerosos como hoje.

Está claro que vários filmes estão sendo produzidos diariamente diante de nossos olhos, e com conteúdo que dificilmente os melhores roteiristas do mundo seriam capazes de imaginar. Mas o melhor é observar a variada produção de filmes nacionais, brasileiros, que estão diariamente em cartaz. Ora chanchadas de péssimo gosto, ora comédias dramáticas. Temos até ficção científica no filme rodado por negacionistas e terraplanistas que inventaram um planeta diferente, todo achatado; agora acrescentaram ao enredo Ets esmagados que seriam usados em vacinas chinesas que nem existem, mas que já são contra, contra o coronavírus, uma gripezinha inventada para dominar o mundo segundo esses gênios criativos, que ainda adicionaram nessa fórmula sangue de fetos. Ficção de puro terror, para exorcista nenhum botar defeito.

Os diálogos desse filme ruim também são encontrados em filmes mais rigorosos, de cunho político, ou documentários desses tempos de pandemia. Neles, ou estamos integrados ou estamos como atingidos, as vítimas retratadas nessa tragédia para a qual a única trilha musical é macabra, e o letreiro inicial deve iniciar com in memoriam trazendo já quase cem mil nomes. Se for escolhido fazê-lo como letreiros finais certamente serão bem mais, dado o desenrolar desse enredo em câmera super rápida.

Interessante como os gêneros se misturam nesse cinematográfico Brasil. Faroeste/comédia: um presidente montado a cavalo correndo pelos campos do Nordeste empunhando em forma de arminha uma caixa de cloroquina; em outra cena, ele, cheio de empáfia, tira a máscara, corre atrás de emas nos campos do Palácio, que o bicam seguidamente. Manda o xerife que comanda facilitar que mais pessoas tenham armas, é aplaudido pelos filhos, pela claque da bala, pelos robôs do mundo digital. Nós só podemos prever que seja uma preparação para um próximo filme, uma continuidade, desta vez de guerra. Ou catástrofe.

Tem filme de espionagem, com dossiês sobre inimigos sendo preparados, fichas pessoais sendo levantadas por um bunker para o qual quem não está com eles é inimigo, de esquerda, comunista, gay, feminista, imprensa, categorias que pretendem exterminar porque lhes impediria de manipular a população como um Grande Irmão, personagem de um lugar aí que eles não sabem qual, quem que escreveu, do que se trata, mas ouviram falar; porque se tem um gênero de  filme que não sabem fazer é o Cult.

casal no cinemaOs últimos meses, fatos, acontecimentos, ações, decisões, diálogos, registros, surgimento e desaparecimento de personagens, que incluem até astronauta, além de generais e quetais, pastoras e jabuticabeiras, gurus de araque, milicianos, entre outras caracterizações que é melhor nem lembrar, englobam e criam roteiros e cenários  (queimadas, devastação da Amazônia, boiadas, reuniões ministeriais, lives, Brasília, cercadinhos, etc.) para todos os gêneros, sem exceção. Podem se misturar. Os figurinos, sempre todos péssimos, incluindo camisetas de time falsificadas. A trilha, em geral sertaneja (ou o hino nacional cantado de forma solene). Os objetos de cena: canetas Bic, caixas de cloroquina, fuzis, pães melados com leite condensado, carimbos com a cara da família estampada, cartazes antidemocráticos. Participações especiais do presidente Donald Trump e de trogloditas que estão saindo das cavernas de forma assustadora.

Drama ou comédia, infelizmente, É Tudo Verdade. Pelo menos por enquanto. Mas precisamos editar esses filmes enquanto ainda é tempo de tirá-los do cartaz. Do jeito que estão, no máximo ganharão a Framboesa de Ouro. O tapete da cerimônia, como eles dizem, jamais será vermelho, a não ser tingido pelo nosso sangue, e de forma cruel.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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ARTIGO – Vacina: vai funcionar contra raiva? Por Marli Gonçalves

Mais do que uma vacina contra o coronavírus precisaremos insistentemente apelar aos cientistas e pesquisadores de todo o mundo para que, por favor, também desenvolvam vacinas, fórmulas, indicação de ervas ou remédios eficazes contra a loucura humana nesse período alucinante que vivemos. E pra que não tenhamos raiva do que aconteceu, acontece e terá repercussão durante ainda longo tempo. Não está fácil, especialmente por aqui, acompanhar o andar dessa carruagem desgovernada.

Ilustração dos desenhos animados, louca beleza cabelos compridos ...

Todos os dias tentamos acompanhar e entender gráficos, tabelas, cálculos, dados móveis e imóveis, flechinhas coloridas apresentadas sobre as tais últimas 24 horas. Um leve ar alegre dos apresentadores tentando passar algum otimismo informa, enfim, termos alcançado um platô, o cume. Mas quando vamos ver com atenção é apavorante, o cume do terror – como tão bem definiu claramente um especialista, essas curvas e tendências nos mostram nada mais do que uma “assinatura do fracasso”.  Lá em cima. Mais de mil mortes dias seguidos, outros milhares de contaminados dia após dia.  Isso contando só números oficiais, que todo sabem bastante defasados.

Os dados mostram números ora estacionando, ora dando pequenas marcha-a-ré, ou engates de primeira, como se fosse algum teste de direção para tirar habilitação. Como não diria, ou diria, Michel Temer, “não tem de manter isso aí”. O tal platô está lá no alto, não tem o que comemorar, relaxar. Mas não é o que o parece ser entendido como informação para a população deste nosso país atrasado, com tal ignorância de consciência social e de coletivo, além da sua enorme população tão carente de recursos que exigir compreensão, “protocolos” e mais sacrifícios chega a ser surreal e malvado.

E daí? E daí que é como se alguém embaralhasse de tal forma as informações, que ninguém sabe direito ou tem segurança é de mais nada. Vêm sendo liberadas atividades aqui e ali, as pessoas já estão tomando as ruas, o trânsito, os problemas do velho normal agora somam-se aos do tal novo normal. Tudo parece meio chutado.  Uma coisa pode abrir cinco horas, outras oito. outras só de dia; ambulantes podem, e já invadem com suas máscaras penduradas no queixo as calçadas das grandes cidades. Tanto pode e não pode como se houvesse alguma fiscalização real sobre o cumprimento dos tais protocolos. Tenho vontade de rir quando ouço falar em multas, punições de estabelecimentos; coitados dos quatro ou cinco escolhidos como flagrados, para dizerem que estão agindo. A real é que a Casa da Mãe Joana está com as portas abertas, escancaradas. E a economia, pálida, sem energia.

Enquanto isso, dá para acreditar? Não sei se temiam a reação ou alguma revolução popular nacional se não acenassem logo com nova data, transferiram o Carnaval de 2021, que cairia de 12 a 16 de fevereiro, e remarcaram para maio do ano que vem. Ou junho, ou julho, ou agosto, sabe-se lá.  Então, combinado: em maio do ano que vem, junto com noivas e mães, arlequins, pierrôs, colombinas, unicórnios, e um pouco mais de dias, que se junte logo às festas juninas, com seus alegres caipiras e quadrilhas. Só não fizeram o papel ridículo total porque ainda, pelo menos ainda, apenas cancelaram as festas da passagem do ano, não tentaram mudá-las de data. Mas não duvidem. Agora não duvido é de mais nada. Depois de transferirem, deslocarem, o Carnaval, tudo pode acontecer.

Datas, todas, inclusive, que dependerão sempre, exclusivamente, da existência de uma vacina. Vacina que a ignorância da negação já ataca, de antemão, com os mais estapafúrdios argumentos.

Enquanto isso um presidente infectado com o vírus passa as tardes pensando como vai aparecer para nos aborrecer um pouco mais, tinhoso que é. Corre atrás de uma ema em seu jardim encantado. Empunha nas mãos uma caixa de cloroquina, da qual aliás não se desgruda mais, e um dia saberemos a verdade atrás dessa história – como um maluco, esperando tomar mais alguma bicada, ser confundido com um prego. Sem ter ao que parece nada o que fazer – nesse desesperador momento – vai passear de moto, parando para conversar bem de perto e sem máscara com os serviçais de seu palácio.  Vive em outro mundo, assim como alguns de seus ministros irreais. O da Saúde, general interino, disse, repito, disse, falou, eu ouvi, você também deve ter ouvido, que assintomáticos não transmitem os vírus para outros, fora ignorar todos os alertas que recebeu e tudo que a Ciência propõe. E ainda tem o ministro Imposto Ipiranga querendo mais…impostos! E queimadas, e o mundo perplexo, e o tempo passando.

Não bastasse já estarmos precisando conviver com a gente mesmo de uma forma que jamais imaginávamos, e que é tão difícil, não temos um dia de paz, nem um dia que não nos envergonhemos de alguma fala, ato, decisão, ou que não tenhamos de fazer de conta que tudo isso vai passar logo. Não tem nem um dia em que não passamos pelo sentimento que tanto mal pode fazer, principalmente por nos sentirmos imobilizados e impotentes: raiva. Ainda não estamos babando, mas falta pouco.

Precisamos poupar energia para pedir uma vacina também contra isso, contra eles. E essa fórmula não parece que será dada nas próximas eleições, que essas –  interessante – ninguém teve coragem de cancelar.

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ARTIGO – Socorro, o piloto enlouqueceu! Por Marli Gonçalves

Vivemos agora um dos maiores e mais terríveis desafios da Humanidade – houve outros, claro, mas não estávamos por aqui. E se agora quisermos continuar por aqui, precisamos manter de qualquer forma ao máximo as medidas de isolamento social, quarentena, e de acordo com as organizações médicas mundiais. Os cintos se apertaram, mas o piloto não sumiu; apenas não sabe dirigir, e não pode sequestrar um país

Mad pilot with wings Royalty Free Vector Image

Ninguém está querendo ficar em casa trancado, com crianças fora da escola, sem saber o que vai acontecer, trabalhando como pode, ou não trabalhando, sendo obrigado a não trabalhar por não ter como nem onde. O importante é entender o que precisamos fazer nesse momento, e que não é coisa local, é pandemia, mundial. Grave, grave, muito grave. Com reflexos econômicos imensuráveis, um futuro nebuloso.

Mas estamos vendo tudo só piorar por aqui, inclusive por altas incontroladas de preços, abusos de toda sorte, picaretagens e falsificações em produtos médicos, falta de insumos, o Brasil mostrando sua cara e suas deficiências sociais, econômicas, trabalhistas, de saneamento. Milhares de pessoas que nem casa têm para se isolar, nas ruas, com fome, sem poder contar com os solidários voluntários para lhes dar uma prato de comida, ao menos uma vez ao dia, sem água pra beber, porque os bares estão fechados. E os mandamos lavar as mãos com frequência e usar álcool em gel, como se vivêssemos uma linda fantasia conjunta.

Ninguém quer isso tudo o que está ocorrendo, mas o tal piloto, de cuja mente, dele e seus apaniguados, jorra diariamente uma quantidade de ignorâncias tal que torna mais insuportável esse momento, quer fazer parecer que é indolência nossa. Repare. As medidas que precisa tomar, não toma; as promessas que fez, inclusive econômicas, não cumpre. Nos leva a uma situação verdadeiramente insustentável, inclusive diante do resto do planeta. Esse é o fato.

Governados por um Bolsonaro inepto que conseguiu mostrar de vez a única e principal certeza desse momento, a sua total ignorância, incapacidade de liderar, dirigir, pensar. Suas ações e aparições a cada dia apenas têm servido para aumentar a angústia de todos nós, nos deixando marcas, e nos deixando doentes de muitas outras formas além do coronavírus. Depressivos, violentados, atônitos, escandalizados, revoltados.

Parem, por favor, apenas parem esse homem antes que seja tarde demais. Ele ri de nossa agonia. Nos desrespeita, juntando esses grupos de ódio de ignorantes que mancham, eles sim, o nosso verde e amarelo. Com o vermelho de nosso sangue e o verde de sua bílis nojenta. Covardes que se escondem atrás de robôs, que agora batem bumbos de dentro de seus carros potentes em inacreditáveis carreatas. Que dizem que não querem o Brasil parado e que vão nos matar se obtiverem sucesso nessa empreitada suicida, já demonstrada como muito suicida, e em várias partes do mundo.

Desrespeitam os profissionais da saúde que estão na linha de frente do combate; desrespeitam a Ciência; desrespeitam a lógica. Nos levarão ao abismo se permanecerem nessas cadeiras, nos levarão a claras revoltas locais, farão reviver todas as agruras do século passado, escutem, acreditem. Isso não vai acabar bem. Entramos em um perigosíssimo vácuo de poder.

Não podemos ficar em suas mãos como estamos agora, sabendo claramente que os números de infectados e mortos estão totalmente subestimados, porque não temos a base, nem os testes que possam aferir a realidade, e ela é dura.

Nunca tive problemas com idade, a não ser agora onde querem fazer parecer que quem tem mais de 60 anos pode – e quase deve –  morrer, que não fará falta – alguns safados chegam a declarar isso textualmente, e ainda se acham brasileiros e que o dinheiro deles os salvará. Estaríamos marcados para morrer, não poder fazer nada? Não, somos a História desse país, temos o conhecimento capaz de combater o mal que tenta se instalar.

Sinto uma revolta como há muito não sentia. Sei que não estou sozinha. Todas as noites ouço o som dessa revolta nas panelas que batem e nos gritos das janelas de meu país, nas discussões que tomam as redes sociais. Mas é cada vez mais clara a situação: quando pudermos abrir as portas, e se possível até bem antes disso, agora, e antes que seja tarde demais, essa revolta precisa criar corpo, ser real, e arrancar dali o maluco que tomou a direção e está desgovernado, pretendendo nos matar.

No mínimo, de raiva.

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#ADEHOJE – ALVIM: FOI CHUPAR E ACABOU CHUPADO. DEMITIDO.

ALVIM: FOI CHUPAR E ACABOU CHUPADO. DEMITIDO.

 

SÓ DOIS MINUTOS – Antes tarde, do que nunca. O então agora ex-secretário da Cultura Roberto Alvim, demitido hoje, enquanto esteve pelo desgoverno, espalhou sandices, grosserias, chegando até a insultar Fernanda Montenegro. Vocês acreditam que ontem mesmo, Jair Bolsonaro tinha feito uma live com ele, dizendo que “depois de décadas, agora temos sim um secretário de Cultura de verdade, que atende o interesse da maioria da população brasileira”. Socorro. O tal Alvim gravou um vídeo, ousou gravar, utilizando praticamente as mesmas palavras , na mesma ordem, do que as frases utilizadas pelo ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels.

Alvim: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada.”

Goebbels: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferramenta romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”,

Ah, escuta essa: Joice Hasselmann chama Bolsonaro de “botequeiro de 5ª categoria” e se diz arrependida. Ah, também admite – mas só agora – que Bolsonaro é machista e etcs

charge Laerte

#ADEHOJE – AS BRECHAS E BURACOS

#ADEHOJE – AS BRECHAS E BURACOS

SÓ UM MINUTO – A gente pode estar passando e de repente uma brecha – boom -nos retira da vida e do mundo. Aconteceu ontem na China: um ônibus caiu numa vala de 80 m² , explodiu, matou seis e feriu outras dezenas, inclusive pessoas que tentaram ajudar. A vida é uma vala? É o avião que explode no ar atingido pelo míssil errado. É o buraco coberto pela água das enxurradas. São os coitados moradores do prédio de Osasco que confiaram que a polícia ia cuidar do prédio de onde foram obrigados a sair por rachaduras, e que foi assaltado por um bando, que levou muito do pouco que tinham e foram obrigados a deixar.

É a cerveja mineira envenenada, provavelmente sabotada, que já matou um e tem mais 17 pessoas passando mal.

Mas tem o nosso Buraco Brasil. Eles ainda dão entrevistas! Bolsonaro pretende dar a benesse de aumentar de 1039 o salário mínimo, para 1045, Obrigada, Senhor, pelos 6 reais! E ainda ouvir a opinião dele sobre o doc. Nacional candidato ao Oscar 2020. E que, claro, não viu, mas opinou, abrindo aquela boca enorme: “Pra quem gosta do que o urubu come…”

#ADEHOJE – DE PRINCESAS E SAPOS QUE ENGOLIMOS

#ADEHOJE – DE PRINCESAS E SAPOS QUE ENGOLIMOS

SÓ UM MINUTO – A gente fica daqui encantado com a história de Megan e Harry causando na monarquia britânica. Nada como acompanhar história de príncipes e princesas. Aqui a gente só tem sapos para engolir. Hoje eu destaco a série de acidentes de carro assassinos, de assassinos que bebem, ou usam drogas, ou ambos e dirigem. Um encheu a caçamba de gente e capotou. O outro, um maluco cheio de lança-perfumes na fuça, invadiu um lugar onde havia uma festa, matou uma criança e ainda feriu um monte de gente. Teve mais. É hora de parar.

Outro sapo foi a declaração do infeliz oficial da PM-BA (Polícia Militar da Bahia) que afirmou que uma vítima de estupro de 19 anos, também assaltada. Ele disseque a menina “assumiu o risco” por estar sozinha andando na praia de Itapoã, um dos maiores pontos turísticos de Salvador.. Acreditam? #chegadeviolênciacontraamulher

Outro destacão de hoje foi a indicação do filme Democracia em Vertigem, dirigido pela jovem cineasta Petra Costa e distribuído pela Netflix, ao Oscar 2020 de melhor documentário. O filme cobre o impeachment de Dilma. A história começa a ser contada a partir do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e segue analisando a posterior crise política no Brasil que deu no que deu, no que vivemos hoje. Do sapo barbudo ao Bolsonaro dedos de pistola.

 

#ADEHOJE – LUZ DE GRAÇA? VOCÊ PAGA OS VENDILHÕES DOS TEMPLOS

#ADEHOJE – LUZ DE GRAÇA? VOCÊ PAGA OS VENDILHÕES DOS TEMPLOS

SÓ UM MINUTO – Está saindo do controle – a forma agressiva de manter o poder do presidente e seu núcleo mais xiita – e é preciso que isso pare antes de resultados desastrosos. Os vendilhões dos templos, que abusam das crendices, da ignorância, das necessidades reais de um povo.

O que não dá para se conformar é como que ainda tem quem ataque os jornalistas que apontam as mazelas, contradições, projetos estapafúrdios deste governo. Lembrem que também apontamos e denunciamos as ideias e erros – e foram muitos – de Lula, Dilma, Temer et caterva. O problema é que esse governo atual está batendo recordes e se imiscuindo em questões pessoais, particulares, de comportamento. Tentando impor uma moral religiosa e indo contra tudo o que prometeu. Porque o que estão tentando fazer também se chama corrupção. Ela vem disfarçada de comportamento, de religião, com a cara lavada no país a cada dia com mais miseráveis nas ruas.

Escuta essa: o presidente Jair Bolsonaro quer conceder subsídio na conta de luz para templos religiosos de grande porte. Óbvio que para beneficiar especialmente os amigos evangélicos – na verdade, Edir Macedo, o alvo principal da medida graciosa. Tudo para conseguir apoio e coletar as quase 500 mil assinaturas necessárias para criar seu novo partido, o Aliança pelo Brasil.

Fiquem atentos. Nos ajudem também. BRASIL, PAÍS DE TODOS. Que ele reze, mas com seus próprios joelhos.

#ADEHOJE – ATÉ QUANDO? PERGUNTAS

#ADEHOJE – ATÉ QUANDO? PERGUNTAS QUE NÃO VÃO SER CALADAS

 

SÓ UM MINUTO –

  1. Por que o Ministro da Educação, o tal Abraham Weintraub, ignorante de carteirinha, ainda está Ministro?
  2. Até quando vamos aturar os arroubos de ignorância dos Filhos do Capitão e do tal Olavo de Carvalho?
  3. Como é que tem ainda quem defenda essa precariedade de inteligência grassando no nosso país?
  4. Até quando nossas cidades ficarão abandonadas? Não pode chover, não pode fazer Sol, estão caindo aos pedaços. Até quando?
  5. Como pode um ministro – se bem que até pode ter sido bom pra um míssil não ser enviado par anos – como o Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, tirar férias – e ficar nelas – em um momento mundial tão delicado como esse?
  6. Nenhum, de nenhum lado, por motivo algum. Qual o sentido da guerra?
  7. Por que o avião caiu?
  8. Como pode um juiz dar uma sentença de censura como a que suspendeu o vídeo do Porta dos Fundos sem corar?
  9. Até quando ficaremos quietos diante de tantos abusos?
  10. Como ajudar a diminuir os casos de feminicídio e violência contra as mulheres? Contra as crianças?
  11. A propósito, quem mandou matar Marielle Franco?

#ADEHOJE – TODOS EM ALERTA. TENSÃO 24 HORAS

#ADEHOJE – TODOS EM ALERTA. TENSÃO 24 HORAS

SÓ UM MINUTO – Tensão. É como um clima que se respira, vem pelo ar, uma tensão, o medo, parece que estamos todos vivendo sobressaltados o tempo inteiro. E não é só por causa de possibilidade de guerra no Oriente Médio, por causa dos Estados Unidos, de aiatolás, de nada, só, pelo menos, disso. É a violência, que nos faz andar olhando pra trás, tomar susto a cada passo, cada olhar esquisito. Vai tomar um UBER e fica pensando. Sai à noite, tem medo. Chove, e tudo pode encharcar. Um avião, coincidentemente, cai logo após decolar no Irã. Mata todo mundo, de várias nacionalidades. Eles dizem que foi acidente mesmo…

A gente nunca sabe de onde vem o “foguetinho”, a agressão. Na internet, vem de todos os lados, de gente que você nunca viu ou verá, que passou só para deixar veneno nas suas postagens, e que você nem sabe mesmo nem se existe.

Estranhos tempos.

#ORGULHODESERJORNALISTA

#ADEHOJE – 2020 ASSIM. E A GENTE REZOU TANTO POR PAZ

#ADEHOJE – 2020 ASSIM. E A GENTE REZOU TANTO POR PAZ

 

SÓ UM MINUTO – Calor é pouco nesse início de ano. Chegam os dados que resumem o ano passado. Mais de 150 mulheres vítimas de feminicídio somente no Estado de São Paulo, e a gente fica pensando como acabar com isso, o que está acontecendo. Aí se volta para o mundo, onde no féretro de Suleimani mais de 40 pessoas morreram e 213 estão feridas, algumas gravemente no tumulto. E no calor dos que pedem vingança contra os EUA. Na Venezuela, o parlamento virou pancadaria e tudo uma bagunça, que não se sabe mais quem governa quem.

E no Brasil o homem que nos desgoverna? Não vai parar, né? Ontem disse que jornalistas são raça em extinção, que deveríamos estar sendo cuidados pelo IBAMA. Isso não é brincadeira, nem engraçado, e há muito já passou dos limites. Medo de um país onde as pessoas estão tão apáticas e desorientadas, capazes de engolir desaforos. Desprotegidos de suas instituições.

#ORGULHODESERJORNALISTA

#ADEHOJE – QUEM É O ENERGÚMENO, IGNORANTE SENHOR PRESIDENTE?

#ADEHOJE – QUEM É O ENERGÚMENO, IGNORANTE SENHOR PRESIDENTE?

 

SÓ UM MINUTO – Há muitos anos – quando fiz alfabetização como voluntária, inclusive onde hoje seria definitivamente instalada essa loucura que é a favela Paraisópolis – tive condição de comprovar que o método criado por Paulo Freire para alfabetização era simplesmente mágico. Em uma semana já era possível ver adultos, todas as cidades, péssimas condições sociais, sabendo soletrar, juntar sílabas, formar palavras, sorrir de novo com orgulho. Só um testemunho. O trabalho de Paulo Freire, reconhecido em todo o mundo, assim como o de outro fundamental educador, Anísio Teixeira, é coisa para ser respeitada. Como assim, covarde, ousar xingar de energúmeno Paulo Freire? Que, morto desde 1997, não pode se defender. Mas tem milhões de pessoas que farão isso, assim como eu agora.

Estamos sendo desgovernados por um ignorante que não respeita nada nem ninguém, e nos constrange diariamente com suas opiniões obtusas e atos abusados. Claro, sandices que fala para aquelas pessoas que acham que verde e amarelo é marrom e que o esperam saltitantes para colher essas pérolas que cospe sem parar.

#ADEHOJE – DE PÉCS E PÓCS, REMENDOS E PRECONCEITOS

#ADEHOJE – DE PÉCS E PÓCS, REMENDOS E PRECONCEITOS

SÓ UM MINUTO – Não que eu fosse achar ele muito melhor, mas essa história do príncipe que deixou de ser candidato a vice-presidente porque Bolsonaro achou que ele era gay (!) e que gostava de orgias (!) é a cara do Brasil que vemos hoje. O Brasil que está amando as coisas que o Alexandre Frota está falando sobre seu ex-querido e apoiado, cada vez mais está a cara de programas, digamos, hot hot hot. Parece ainda que um deputado foi flagrado numa sala da CCJ … Ah, para! Que se for atrás tem cada história mais cabeluda do que a outra nesta que um amigo chama de República das Cuecas.

O país caindo aos pedaços, um ministro da Economia querendo retalhar uma Constituição, os países vizinhos se matando, tudo quanto é tipo de desgraça acontecendo, meio ambiente gritando, um presidente que agora quer criar um partido que já nasce zoado em seus anéis….

Essa é a República que comemoramos. Bananas e outras mumunhas

#ADEHOJE – AS FRONTEIRAS DA PACIÊNCIA

#ADEHOJE – AS FRONTEIRAS DA PACIÊNCIA

 

SÓ UM MINUTO – Estamos total bordelines. Quer dizer, está tudo pronto a transbordar, inclusive a minha paciência com gente que pensa que pode me provocar – e só me fazem cócegas e puxam meu sentimento de pena com suas ignorâncias. Sobre fronteiras, aliás, a da Bolívia com o Brasil que estava bloqueada foi aberta. Em Brasília, grupo pró-Gaidó invade a embaixada da Venezuela.

Mas o mais importante é o encontro do BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China, que se realiza sob forte segurança em Brasília. Bolsonaro percebeu a tempo que é bem bom paparicar a China e todos esses países. Ah, quanto à paciência perdida, mais uma criança morta por bala perdida na guerra de rua do Rio de Janeiro.

#ADEHOJE – UM DIA HAVERÁ DE TER LIMITES

#ADEHOJE – UM DIA HAVERÁ DE TER LIMITES

 

SÓ UM MINUTO – É preciso que haja limites para a loucura que está se instalando no país, e antes que seja tarde demais. Primeiro, para a ignorância. Estão fazendo, acredite, uma Convenção da Terra Plana: eles juram que acreditam que… a Terra é plana! Outra, forte, foi essa do presidente Jair Bolsonaro acabar com o DPVAT, que vem a ser o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestre e outros similares. Uma atitude que prejudica e prejudicará mais ainda as vítimas do trânsito. E por que ele fez isto? Porque é vingativo, mau. Seu desafeto do partido PSL, Luciano Bivar, administra parte desses seguros.

Já não bastasse a encrenca dos radares, dos afrouxamentos para a obtenção da CNH, tantas marmotices que vem sendo executadas. Você aí, vai continuar achando que ele é Mito? Vai se sujar com esse sangue? Não vai ter muitos remorsos com o que poderá acontecer? Pode ser você o atingido, ou alguém de sua família. Vai bater palmas para maluco governar?

#ADEHOJE -AS CENAS QUE ASSISTIMOS E QUE NOS TORNAM REFÉNS

#ADEHOJE -AS CENAS QUE ASSISTIMOS E QUE NOS TORNAM REFÉNS

SÓ UM MINUTO– Tem cena mais vergonhosa do que esta, dos integrantes da bancada da bala fazendo o sinal de arminha com a mão, ao lado do presidente Bolsonaro assinado o decreto que facilita o porte de armas carregadas para várias categorias? Ampliado para políticos, advogados que atuam na poder público (como procuradores e defensores), motoristas de veículos de carga, proprietários rurais, jornalistas, conselheiros tutelares, agentes socioeducativos, entre outros.

Isso não é governo. É acinte. O que está acontecendo com esse país? Já pensaram em caminhoneiros armados? Aliás, começarão certamente a estourar inúmeras greves que põem o governo como refém, uma vez que a estratégia dos caminhoneiros parece estar surtindo efeito. Não podemos tolerar que se crie mais insegurança ainda nas estradas, tirando radares, com motoristas armados, entre outras. Parece que não percebem que com o país parado, a produção parada, o problema dos caminhoneiros será não ter o que transportar nas nossas esburacadas vias.

Outras : o nome do bebê real e Archie. E o tal Olavo de Carvalho desocupado continua a infernizar os militares junto aos filhos do Capitão, de forma agressiva, desrespeitosa, lamentável. O ministro da Educação a cada dia se mostra mais ignorante do que o anterior, o que já era bem difícil.

#ADEHOJE – VIVEMOS MOMENTOS SÉRIOS. ATENTE, O PAÍS PARADO

#ADEHOJE – VIVEMOS MOMENTOS SÉRIOS. ATENTE, O PAÍS PARADO

 

SÓ UM MINUTO – Ontem, uma senhora – já com seus mais de 70 anos – empacotava as coisas do comércio que mantinha há mais de 30 anos na região. Uma tristeza ver. Seu comentário: “enquanto o nosso presidente continua preocupado com Venezuela, Argentina, fofocas e nossas vidas, o país está paralisado”. O despreparo, inclusive emocional, de Jair Bolsonaro, fica cada vez mais evidente, enquanto o clima de desarrumação corre solto. Ele pensa que é Trump, mas não é; nem nós somos os Estados Unidos. Aliás, somos os estados desunidos.

São tapas diários, da ignorância de seres abjetos como Olavo de Carvalho e os filhos do presidente e alguns ministros, às decisões de outras esferas: STF liberado pra comprar lagostas, vinhos, iguarias, gastar mais de um milhão de reais nisso. A Câmara acaba de liberar passaporte diplomático para 404 filhos e cônjuges dos deputados.

Precisaremos falar muito sobre tudo isso.

#ADEHOJE – GRANDES PERDAS DE NÓS TODOS. EXIGIMOS RESPEITO

#ADEHOJE – GRANDES PERDAS DE NÓS TODOS. EXIGIMOS RESPEITO

SÓ UM MINUTO – Semana esquisita, como têm sido nossas semanas. Nesta, a perda de grandes nomes da música, Beth Carvalho, e do Teatro, Antunes Filho. E a bobageira das redes sociais continua solta, com críticas absurdas até aos sentimentos que temos com relação aos grandes mestres. É um tal de criticar o pensamento político, de desmerecer os grandes feitos, de tentar exterminar a cultura e a educação de nosso povo. O que está acontecendo? Temos de deter esse avanço da ignorância, de qualquer forma.

Na Venezuela, ampliam-se as dúvidas de como será o desfecho da queda de Maduro. Cinco mortos nas manifestações dessa semana.

 

#ADEHOJE – ELES SÃO DOENTES, PRECONCEITUOSOS E MACHISTAS

#ADEHOJE – ELES SÃO DOENTES, PRECONCEITUOSOS E MACHISTAS

SÓ UM MINUTO – Inacreditável. Chocante. Horrível. Nojento. O que mais é possível dizer sobre o que está acontecendo, sobre as intervenções de Bolsonaro e sua trupe? Até quando ficaremos quietos vendo tentarem desabar com nossas conquistas? Ontem, foi a censura ao comercial, acreditem, do Banco do Brasil!!!!!! Que já estava no ar! Lembra? Aqueles que apareciam jovens procurando o BB para abrir uma conta digital. Jovens que estão nas ruas, negros, gays, diferentes, coloridos, felizes. O diretor de marketing demitido! Pensam que acabou? Vejam a pérola que nosso presidente ignorante falou: “Quem quiser vir aqui fazer sexo com mulher, fique à vontade, agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.

Vão falar isso para quem, malucos? O Brasil sobreviverá a vocês! Temos de nos posicionar.

ARTIGO – Aconteceu. Virou manchete. Você tem de saber. Por Marli Gonçalves

De repente, apareceu um público que quer viver em um mundo sem saber, sem ser informado, ou pior, se informando apenas pelo ralo da história. Brigam com os fatos. Em mais de 40 anos de jornalista, não lembro de ter assistido a tantas dificuldades e ataques à profissão, alguns muito violentos, e a grande maioria apenas de uma ignorância que traz ainda mais preocupação, inclusive com a segurança física.

Coitado do mensageiro. Está sobrando sopapos para ele, o que traz as notícias que o mundo fabrica e que, especialmente aqui no Brasil, têm sido mesmo lamentáveis. Nós, jornalistas, sentimos muito. Adoraríamos, de verdade, diariamente informar que está tudo bem, só dar boas novas, falar sobre o crescimento econômico, equidade social, as vitórias e conquistas nacionais, sobre decisões governamentais ponderadas vindas de todas as esferas, reproduzir frases e pensamentos positivos dos governantes. Mas não são essas as notícias do momento, e não adianta fechar os olhos agora.

Algumas informações que transmitimos, até conseguimos compreender, parecem mesmo inacreditáveis. Sim, estamos falando de política, essa coisa sempre muito pesada e cheia de meandros que quem acompanha desde sempre nem mais se surpreende, porque sabe que nela tudo é possível. Mas que a política está exagerando na produção desse possível, está. Em embates infantis, na pequenez dos pensamentos, no amadorismo dos atos, na produção de capítulos vergonhosos que estamos tendo de escrever e descrever, e que se diga a verdade, com destaque nos últimos anos e meses.

Só que agora apareceu uma categoria de pessoas – vejam bem que apenas reparo nesse aparecimento, isso sim é novidade – que não querem saber. Negam. Ficam bravos. Pra que contar que o miliciano era vizinho do presidente?  Porque era. Para que escrever isso? Por que comentar aquilo?

Querem selecionar ao bel prazer as notícias, o que em linguagem usual chama-se censura. Querem explicar que não foi bem assim o que ele disse, sendo que tudo está gravado. A verdade e só o que acham, e acham sem qualquer liame com a realidade, como se vivessem em outro mundo. Os caras fazem as bobagens e a imprensa é que é culpada, xingada, martelada.  Se procriaram nas últimas eleições, alimentados pelas Fake News, pelo whatsapp, pelo rancor, por um sectarismo muito louco que abriu espaço dentro da democracia.

Argumentação? Nenhuma. Pior, muitos, não dá para revidar porque é gente “amiga”. Outro dia, por exemplo, para se contrapor aos protestos contra a ordem de comemorar o golpe de 64, uma escreveu que “não dissemos nada contra quando foi comemorada a Revolução Russa…”

Oi?

Há outras versões engraçadas. Começam com as frases “Ninguém está falando…” (e na verdade, não se fala em outra coisa, e pela grande imprensa, que dizem que não leem, que é lixo), “Isso é perseguição…” (sendo que o “perseguido” foi quem produziu o fato da notícia), “Querem que em três meses…” (sim, porque nos três meses ocorreram só trapalhadas, públicas). Nessa toada não deixarão nunca a alma de Celso Daniel descansar, e ficam só batendo nas teclas P e T, e usando palavras que parecem espantalhos – esquerdalha, petralha, entre outras impublicáveis. Uma cruzada que inventaram para si. O que é deles; o resto seria do tal PT, coitado, que a cada dia aparece mais apagado e combalido, sem capacidade de reação, até porque não tem mesmo, aos atos praticados.  Denunciados, inclusive, por quem? Pela imprensa! Vivemos para ver até o Estadão ser chamado de …comunista!

Não é por menos que há uma crise sem precedentes em toda a imprensa, que se esfacela a olhos vistos, sem compreender o que ocorre no país onde ter opinião é crime.  Colunistas são trocados como roupas nos varais em prol de obterem uma diversidade que seja aceita, o que é praticamente impossível. E cada vez mais os portais privilegiam o que lhes dá milhares de cliques, contando quem se separou, quem está transando com quem, quem cortou o cabelo, emagreceu, engordou, usa biquini branco ou tem estrias.

Pior: fofocas que, antes, a imprensa até tinha de ir atrás para saber, fotografar. Agora não. As notícias chegam andando sozinhas, entram nas redações, gratuitas, diretamente dos noticiados. Isso dá Ibope. E nesse Ibope todos acreditam.

JORNALISTAS

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Marli Gonçalves – jornalista – Defende a informação ampla, geral e irrestrita.

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

Brasil, abril

 

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#ADEHOJE – AZÁFAMA DE CARNAVAL SE MISTURA COM AS NOTÍCIAS. A IGNORÂNCIA GRASSA, E PARA CIMA DA IMPRENSA

#ADEHOJE – AZÁFAMA DE CARNAVAL SE MISTURA COM AS NOTÍCIAS. A IGNORÂNCIA GRASSA, E PARA CIMA DA IMPRENSA

 

SÓ UM MINUTO – Já dá para sentir no ar aquele frisson que antecede feriados maiores como esse de Carnaval. As notícias passam desapercebidas e isso é um perigo. É nessa época que jabutis sobem em árvores. Aliás, preciso comentar que com 40 anos de jornalismo, vivido inclusive durante a ditadura, nunca vi tanta ignorância. Os caras fazem tudo errado e a culpa e rancor cai em cima de quem? De quem descobre, escreve, registra as falcatruas ou denuncia os absurdos: na imprensa, no mensageiro. Juro, nunca vi nada igual. É assustador. E compensação, finalmente o Ninho do Urubu foi fechado. Mas o presidente do Flamengo continua presidente e solto. E o da Vale, também, presidente e solto.

ARTIGO – Vamos partir para a ignorância? Por Marli Gonçalves

Briga feia, contra a liberdade de imprensaAh, é? Ah, é isso, é assim? É para partir para a ignorância? Vamos todos agora virarmos uns trogloditas, nos socando nas ruas, uns cuspindo em outros? Joga pedra na Geni? Vamos partir para o tacape? Para o tudo ou nada? Que coisa feia, dando exemplo para as crianças, para os meninos e meninas que se divertem sem saber por quê, muito menos do quê em rolezinhos-protestos. qUERO BRIGAR TAMBÉM! CADÊ ELE?

Inacreditável. Estamos mesmo conseguindo andar para trás a passos largos – passos não, saltos, e saltos ornamentais provando que precisamos mais do que muito urgentemente fazer nada mais nada menos do que superar. Parar com isso, com essa animosidade toda. Não, não estamos divididos, pelo menos não em apenas dois pedaços como querem fazer parecer. Há uma infinidade de opções.

Não vamos partir para a ignorância.

De repente o ator conhecido, ultimamente mais por ser petista, burro e destemperado, do que como ator, cospe – sim, cospe no casal que o afrontou em um restaurante de São Paulo. Cospe no homem. Cospe na mulher. (Ele agora vai sentir com quantos cuspes se desfaz uma carreira)

O casal sem noção afrontou o ator petista, burro e destemperado, falando um monte de asneiras e bobagens, acusando o zézinho de ladrão, já que dali discussão civilizada sobre política não sairia mesmo. Vomitaram clichês, mas ainda bem que apenas em gritos, por insuportável sua quantidade.

Aí, o zezinho, o ator petista burro e destemperado, vai para casa e corre para o computador para escrever e contar para seus amiguinhos o quanto estava orgulhoso de ter cuspido no casal. Um grupo bate palminhas. O outro quer queimá-lo em praça pública, esquecendo apenas que ele é apenas um ator petista burro e destemperado. Sem qualquer importância.

Nem muita personalidade teve o ato, já que o projétil salivar já havia sido emitido por um outro “bravo combatente” há poucos dias na cara do imbecilnaro. Imbecilnaro esse que ousou evocar e pronunciar o nome do cão dos infernos em seus segundos de votação.

Quequiéisso?

Acho preocupante e considero um comportamento inadmissível ver amigos, inclusive jornalistas, rosnando e babando contra veículos de comunicação grandes, os poucos que estão sobrando, e propondo que no lugar se busque a informação para beber só nos poços alternativos – maioria, água que se diz pura, mas na verdade já vem contaminada com enormes equívocos históricos. Ou de origem e financiamento.

É desonestidade intelectual e uma inusitada sordidez de ataque. Sabem que não é o que dizem, que não tem golpe nenhum, que erraram, que o país está parado, que a maioria os quer ver pelas costas seja por causa de pedaladas, dos pontapés, fora só uma, fora uma e o outro, os dois, desde que saiam da frente, nos deixem superar. Transformam-se em chacotas, fantasmas dos líderes que já foram. E eles não têm altivez para ao menos tentar solução, não semear a discórdia, parar de incentivar o confronto, e muito menos patrocinar os escrachos que vêm sendo feitos pela molecada, tão naturais e espontâneos que até assessoria de imprensa têm.

Uma coisinha, um cisco, vira uma tese sociológica e acadêmica chaaata, muito chata, de como forças conservadoras através de uma matéria com o perfil de uma sortuda estão operando para que as mulheres brasileiras todas regridam em suas conquistas e voltem a ser apenas belas, recatadas, e do lar. Coitada da mulher sortuda que parece saída de uma cândida fotonovela – se bem que com essa ela já toma o primeiro tranco para perceber o que vai vir daí por diante, o rojão grosso que terá de segurar.

Precisaria de uma mágica, um milagre para mudar os nossos políticos tentando fazê-los lordes – difícil. Penso nisso quando lembro que vi o espancador Pedro Paulo jogado na fogueira da ciclovia de pluma levada por Netuno. Atento ao marketing de quem ainda pensa(va) em ser candidato ousou, mexendo na aliancinha no dedo – balbuciar que “talvez” houvesse algum problema com a obra, e chamando de “incidente” aquela tragédia. Tragédia cuja imagem que restou – os dois corpos das vítimas jogados na areia da praia, e ao lado uma normal partida de futebol – essa sim, levada ao mundo essa imagem informou mais sobre como estamos do que as mais vigorosas teses intelectuais.

Nós já partimos para a ignorância. Quando a humanidade se acostuma com trevas, ficamos nos abalroando no escuro. Pisando uns nos calos dos outros. Chutando bem abaixo da linha do Equador.

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SP, 2016

Marli Gonçalves, jornalista Lágrimas roxas pelo ídolo que nesta semana se fez partículas. Achem engraçado, mas na minha cabeça tinha o Prince como uma espécie de gêmeo, porque nasci poucas horas depois dele aqui nesse país tropical. Acostumei-me a acompanhá-lo como um ser “quase” como eu, negro, rico, extraordinário, virtuoso, arrojado e famoso.

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Veja esses dados que o Cesar Maia publicou hoje no Ex-Blog. O país está esquizofrênico e esquisito. Veja o número de pessoas que não sabem…que vai ter eleição para presidente!

teddy_roosevelt_rushmore_dance_hg_wht (1)ESTADO DO RIO: 18,5% AINDA NÃO SABEM QUE NESTE ANO TEREMOS ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA!

1. O GPP, nos dias 27-28/09, neste fim de semana (2 mil entrevistas), realizou pesquisa sobre conhecimento e opinião dos maiores de 16 anos, ou seja, dos eleitores. As respostas à primeira pergunta surpreenderam. Faltando uma semana para as eleições, o grau de desconhecimento (ou alheamento?), dos eleitores é enorme e nunca visto assim antes.

2. A primeira pergunta foi: Para que cargos teremos eleições este ano? As respostas são múltiplas, naturalmente. São 18,5% os que não sabem que vamos ter eleição para Presidente. São 26,3% os que responderam que não sabem que vamos ter eleição para Governador. São 31,4% os que não sabem que vamos ter eleição para Senador. São 24,8% os que não sabem que teremos eleição para Deputado Federal. São 26,5% os que não sabem que teremos eleição para Deputado Estadual. E ainda mais: 2,6% dizem que termos eleição para Prefeito e 2,2% para Vereador.

3. Pela ordem de desconhecimento: Senador 31,4%, Deputado Estadual 26,5%, Governador 26,3%, Deputado Federal 24,8% e Presidente 18,5%. Nas diversas regiões do Estado esses números não variam muito. Os melhores índices para Presidente estão em Niterói 8,9%, Região Norte/Lagos 12,3% e Zona Sul/Barra da capital 9,5%.

4. As porcentagens mais altas de desconhecimento estão: Presidente, Baixada 24,2%, Governador Capital 30,2%, Senador Região Serrana/Sul 36%, Deputado Federal Região Serrana/Sul 30,2%, e Deputado Estadual Região Serrana/Sul 32,2%.

5. Para Governador, o voto consolidado, ou seja, os que vão votar e não admitem mudar na última hora, são 60,8%. Ou seja, 39,2% ou não votam/anulam ou não estão decididos.

6. 73,4% dizem que não votariam num candidato que defendesse o aborto, o casamento homossexual e a legalização das drogas. A porcentagem mais alta está na Baixada com 84,8%. A mais baixa está na Zona Sul/Barra da capital com 43,4% (x 41,7% que votaria).

fonte:ex-blog Cesar Maia