ARTIGO – Estamos numa fria. Por Marli Gonçalves

Entramos e estamos numa boa fria, numa gelada, num enorme saco sem fundo. É tanta coisa acontecendo de esquisito, de ruim, e sem que possamos resolver de vez ou tomar medidas rápidas e objetivas – a solução não está só em nossas mãos, mas na de todos e em tantas mudanças e acertos – que só resta, sei lá, espirrar. Espirrar com muitos desses culpados de nossa frente

Saltos, piruetas, manobras espetaculares no asfalto, nos tatames, no mar, fôlego na piscina; as mulheres arrasando, a garotinha em cima do skate, a outra bailando com movimentos precisos bem na cara de suas próprias dificuldades. Orgulho, vitórias, e não só, também as derrotas, trouxeram distração para mais de 100 metros nas notícias e madrugadas olímpicas. Vimos novamente, felizes – mesmo que por instantes – a bandeira nacional tremulando sem que ela nos causasse essa certa repulsa que tanto fizeram que conseguiram nos fazer dela até enjoar nos últimos tempos.

Soubemos das incríveis lutas e histórias de superação dos atletas – os vimos felizes e também desolados quando ficaram pelo caminho em suas modalidades. Pelo menos ali acompanhamos um país se esforçando, lutando para se firmar e melhorar. Temos mais alguns dias para acompanhá-los e torcer.

Mas agosto está aí, sempre teremos agosto. E já está vindo embalado pela pandemia que continua matando muito mais de mil pessoas por dia e querem que isso pareça normal, quando vemos outros países indo e voltando de medidas restritivas nesse vaivém estonteante. Aqui, o pimpão prefeito do Rio de Janeiro, por exemplo, decretou que vai estar tudo bem até o outro mês e até já marcou feriado e festa. Uma vergonhosa corrida de Estado contra Estado, cada um querendo parecer melhor que outro, em campanha aberta, como se não bastasse o furdunço que virou o Governo Federal.

Às vezes acho que a água que os dirigentes e responsáveis pela condução do país tomam contém mesmo alguma coisa a mais – só pode ser. Não atingimos ainda nem os 20% de imunizados com as duas doses. Há ainda um inacreditável número de pessoas contrárias às vacinas ou que não voltaram para a segunda dose, quando necessária, como o é para a maioria. Ainda vemos quem tenta escolher qual marca tomar – e muitos desses estão tombando pelo caminho. O Ministro da Saúde ousa proclamar vitória e ações do governo, como se não tivéssemos já quase 560 mil mortos e mais de um ano e meio de pandemia muito mais cruel por causa dos erros deles.

Agora, as aulas vão voltar – e não se tem a menor ideia de como resolveremos os sérios problemas da Educação, da evasão, do atraso no ensino. O Ministério? Além de uma fala maluca do ministro, outro batendo no peito por feitos não feitos, pôs no ar uns anúncios moderninhos. Volta também o showzinho diário da CPI que, quando acabar, teremos um relatório enorme, e precisaremos torcer muito é para que ele não vá dormir em alguma gaveta.

Quem chacoalhou esse país para ele estar assim tão dividido? Quem abriu a tampa do bueiro para tantas absurdas ignorâncias? Um queima o Borba Gato; outros vêm e jogam tinta vermelha nas homenagens a Marighella e Marielle. O fogo queima nossa memória. As mentiras e notícias falsas se espalham e ecoam. O presidente monta um circo para dizer o que já sabíamos de suas acusações sobre as eleições – que ele não sabe de nada, não prova nada e isso é só mais um assunto para manter o percentual cada vez mais baixo de quem o segue, ainda achando que ele presta, mesmo vendendo seu mísero poder para outros míseros carrapatos que grudam em tudo que é governo, seja de qualquer lado do colchão. Não adianta virar, desvirar, por ao Sol.

É inverno e até o frio intenso e recorde que há muito não aparecia ataca o Sul e o Sudeste, expondo nosso total despreparo para qualquer situação extrema e a miséria que grassa nas ruas que acomodam friamente mais milhares de recém-chegados. Os preços disparam, sem controle, enquanto turistas fazem horrorosos bonequinhos de neve e a geada acaba com as plantações.

Estamos mesmo numa fria na qual entramos sem saber ainda como sair dela, estranhamente escaldados.

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MARLI - cgMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Pesadelos no país tropical. Por Marli Gonçalves

O Sol escancarado, o céu azul, a temperatura amena, as noites fresquinhas, quase tudo o que a gente poderia precisar para ser feliz. Mas quem consegue? Com sobressaltos de dia, de tarde, de noite… e de madrugada! Os sonhos são estranhos, os pesadelos reais. Os dias, o tempo, o futuro, alterados.

Mauvais rêve | Mon petit nombril

Nas ruas, um bando de gente louca continua andando pra lá e pra cá sem máscara, ou com ela, digamos, posta ou pendurada em lugares bem estranhos. Precisa dizer que não precisa tirar para falar ao celular? Que máscara é feita para cobrir o nariz e a boca, os principais meios de transmissão dessa doença maldita que veio bagunçar o coreto mundial coma música tenebrosa do terror? Que o horror é invisível?

O inverno deve ser longo: arrebatou o verão, o outono e já se anuncia na primavera do ano que não mais esqueceremos. Ultrapassamos oficialmente um milhão de infectados, quase 50 mil mortos. Por essas e outras que parece que a cada dia, as coisas pioram, e não é só no número, mas com o bagunçado afrouxamento das regras da quarentena, com a forma que as informações (não) são entendidas e em um momento tão delicado.

Pegam o mapa e colorem: vermelho, laranja, amarelo. Regras são baixadas alegremente como se nosso povo fosse suficientemente esclarecido para segui-las sem a devida fiscalização, que todos sabem que não haverá, ou se ocorrerem, só pescam as sardinhas tentando fugir de tubarões. Um dia se fala uma coisa; no outro, já não é mais. Fora as medidas que só podem nos fazer gargalhar, tipo aquela de que os ônibus só poderiam circular com as pessoas sentadas – e que não levou em conta, por exemplo, que ninguém anda querendo sentar nem ao lado, nem no quentinho de outras pessoas. Tem quem prefira só pegar nos ferros; depois limpar as mãos. Por aqui em São Paulo, já caiu essa medida também. Não, ninguém mandou aumentar a frota, para evitar aglomeração e gente pendurada; e os horários escalonados estão bem doidos. As portas se abriram, e as pessoas precisaram sair, com sua fome, seus medos, suas obrigações.

Outro dia, onde entrei, encontrei uma figura, uma mulher – que deixo pra vocês bem imaginarem suas divertidas formas e triste tipinho –  toda metida, sentada no meio de mais gente, sem máscara, e que ousou ficar toda irritada e emproada porque perguntei na hora a ela se era possível que pusesse, então, um farol verde sobre sua “linda” cabeça, já que, ríspida, disse que já tinha contraído o vírus e não precisava mais usar. Ela fechou a cara. Portanto…Volto a perguntar: e vocês acham mesmo que sairemos melhores dessa? Infelizmente o que tenho visto está na linha do “cada um por si”, e já nem falo em Deus, porque nem Ele deve estar acreditando o quanto seu Santo Nome vem sendo clamado em vão.

Meu lado diabinha tem pensado seriamente em começar a espirrar e tossir bem perto desses seres, só de sacanagem. Mas na verdade me sinto – e vejo muita gente que conheço da mesma forma – cada vez mais preocupada e isolada, até para evitar aborrecimentos, já que não tenho um pingo de sangue de barata em minhas veias.

O mesmo sangue que simplesmente ferve ao acompanhar a escalada vertiginosa da crise política. Que chega ao cúmulo do cúmulo, acumulando as digitais de um presidente cada vez mais insano e sua família e equipes envolvidos em tudo de ruim, perdidos, tentando justificar malfeitos diários, muitos até mais antigos, revelados pela imprensa que odeiam com todas as forças.

Dizer que o país está à deriva é pouco: todo o futuro está comprometido. Olha as áreas de Educação e Saúde, os desatinos da área econômica, o relacionamento diplomático, agora também estamos mandando lixo para instituições mundiais, como é o caso do ex-ministro Abraham Weintraub. Os poderes se digladiam entre si, as forças militares se assanham ocupando alguns postos chave. Saqueadores de outrora se aproximam, sedentos e cobrando caro para serem muletas e esteios de poder.

Enfim, um pesadelo, como os que vêm ocorrendo em nossas noites de sono e insônia, desses, que estamos caindo em um abismo, sendo perseguidos, gritando por socorro sem seremos atendidos, pendurados numa corda puxada de um lado e de outro.

O problema é que a tal corda puxada e que se estica está mesmo enrolada em nossos pescoços. O que descobrimos todos os dias, bem acordados. Apavorados.

– “Pamonhas, pamonhas, pamonhas” – um carro com alto-falantes passa agora aqui em frente, percorrendo as ruas. Essa realidade é mesmo muito dura em seus sinais.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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ARTIGO – Limites terrivelmente irresponsáveis. Por Marli Gonçalves

 

Nossa paciência tem limites. O que podemos ou não fazer têm limites. Até a loucura tem limites. Nesse momento quem está dirigindo o país está brincando de testar os limites. E isso tem um limite. Não é política. É provocação.

Todo dia, toda hora, aqui, ali, em áreas técnicas, sociais, comportamentais: o presidente Jair Bolsonaro está abusando não só dos seus próprios limites, e ele têm muitos, limitado que é, como de nossa inteligência, paciência, honra e capacidade de suportar os ataques que desfere. Como se brincasse, parece. Como se não tivesse o que fazer e ficasse inventando. Como se estivesse se divertindo com nossa agonia. Não é agonia de ideologia, de direita, esquerda, de quem é a favor ou contra, esse insuportável debate no qual o país está mergulhado. Já são mais de seis meses que estouram em nós os limites do seu amadorismo, desconhecimento, pessoalidade.

Essas últimas dessa semana transbordaram. Primeiro, em encontro com pastores, a promessa verdadeiramente ameaçadora de indicação em breve de um ministro do Supremo Tribunal Federal, STF, “terrivelmente evangélico”. Como assim? Além de termos de buscar o máximo de laicidade nas instituições, o que isso significaria, especialmente na cabeça dele? Um ministro da Corte Máxima, seja o que for pessoalmente, homem, mulher, gay, católico, ateu, umbandista, evangélico, alto, baixo, magro, gordo, vegano, preto, branco, pardo, caboclo – o que for – deve seguir uma única luz: a Constituição Federal. O que é que Bolsonaro acha que alguém como ministro “terrivelmente evangélico” modificará? Descerá sobre nossas cabeças novas leis? Todas as imagens sacras serão execradas? Teremos de usar saias abaixo dos joelhos, como as mulheres-postes? Cortar cabelo nunca mais? Proibir unhas e batons vermelhos? O dízimo já pagamos.

Desculpem, mas respeito muito os evangélicos, e sei que entre eles há gente do bem, inclusive trabalhei com muitos que conseguiram que eu própria revisse meus preconceitos. Sei que até eles, em particular, não concordariam com muitos dos ideais e pensamentos bolsonarescos, porque sabem que estaria sendo celeremente criada mais uma terrível forma de discriminação contra eles próprios – aliás, já a caminho.

Para completar, o presidente resolveu dar um inesquecível presente de aniversário ao filho 03, Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL/SP. Sua indicação à embaixada brasileira nos Estados Unidos, em Washington, o mais importante cargo da diplomacia nacional, de estratégica importância política e econômica. As qualidades do moço? “ele fala inglês e espanhol”, “não é aventureiro” … entre outras que é melhor nem citar para não nos aborrecer ainda mais, a todos nós.

Mas o próprio Eduardo Bolsonaro foi ainda mais longe na sua própria apresentação, acrescentou que fez intercâmbio lá, e que fritou hambúrgueres. Disse acreditar que será melhor visto por ser filho do presidente, que não é nepotismo e acena com a aprovação logo de quem? Do doido chanceler sabujo de Olavo de Carvalho, Ernesto Araújo.

O prestigiado Instituto Rio Branco e o Palácio Itamaraty já devem ter começado a ter as paredes trincando, rachando, implodidas. Que o Senado nos livre de mais essa barbárie, recusando a indicação, furando bem furado mais esse balão de ensaio.

Não tem graça. Em seis meses está havendo um desmonte de toda uma organização, de todo um país, de conquistas fundamentais, qualquer coisa que se pergunte resulta em mostrar a total divisão do país, numa dialética maligna.

Mais: é cruel termos de dar atenção a assuntos de tanta ignorância em um momento do país em crise, com discussões envolvendo nossas vidas e nossos futuros, como a Previdência. Aliás, já fez os cálculos? Acha mesmo que será essa reforma que salvará a pátria? Só se a gente viver e sobreviver – e muito – para ver.

Isto não é política. É acinte. Passa terrivelmente de qualquer limite.

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Marli GonçalvesJornalista, Consultora de comunicação, Editora do Chumbo Gordo. Repara que a campanha presidencial já começou. E repara também que não é exatamente para a próxima eleição marcada para 2022. É para antes, bem antes.

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Brasil, quanto falta?

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ARTIGO – Rigoroso rebolar. Por Marli Gonçalves

A gente rebola por aí, balançando quadril e batendo pernas, buscando vozes e mentes para esquentar os corações e almas que parecem estar simples e completamente anestesiados por uma avalanche tão grande e que não condiz em nada com essa nossa alegria tropical. Escutem, por favor, a cadência de nosso samba, batucando nas teclas. Somos a imprensa. Acredite nos alertas.

 Tenho diante de mim, na mesa, uma série de bonequinhas que se movimentam somente com luz, bateria solar, vocês já devem ter visto como funciona. São quatro havaianas balançando as saias e uma gordinha, essa, de biquíni, chapéu, um drink nas mãos. Elas costumam me alegrar muito durante o dia com seus quadris rebolantes sem parar enquanto trabalho. Gosto de coisas que se movimentam, vivas, como os cataventos, e elas são assim. Me dão a sensação do tempo, contra a imobilidade, musicais, dançantes.

Pois bem. Ultimamente observei que até elas – essas meninas – andam – ou melhor, param – silentes, cabisbaixas. O inverno, a falta de sol, de luz nova no horizonte tira-lhes a energia. Como se tivessem vida, sentimentos, solidárias, me acompanhassem no dia a dia, no que faço, e ao noticiário que buscamos repercutir. E são tantas bobagens, ignorâncias, notícias ruins, tristezas e retrocessos e que todas juntas sabemos e assistimos que elas de vez em quando literalmente param, estáticas. Ficam chocadas inclusive quando veem os mensageiros sendo atacados de formas tão cruéis.

Vontade de fazer o mesmo, parar de rebolar o dia inteiro – que é um pouco o que todos nós, brasileiros, fazemos – e hibernar, aproveitando a estação. Rebolamos para cumprir o papel que juramos. Rebolamos para pagar contas, juros exorbitantes, ganhar algum dignamente, cuidar dos nossos, de quem amamos, escapar de armadilhas, além de fugir de tantos querendo nos roubar. Rebolamos para que nos respeitem, especialmente, nós, as mulheres. Suamos e rebolamos para nos livrar de inimigos, do mal, de insídias e energias negativas. Rebolamos para conseguir lugar no transporte público, na saúde pública, na segurança, na educação e em tudo o mais, que é público, sim, pagamos, e não recebemos. Reclamar para o Papa? Pode ser. Nosso Francisco está bem na moda, bombando nas redes sociais até com vídeos bem avançados. Alguém aí tem o e-mail dele?  O whatsapp? Algum contato?

Tô brincando. Mas ao mesmo tempo falando muito sério. Preocupada. Infelizmente tenho encontrado ainda muita gente rebolando também, e é o que não entendo, mas para aprovar, justificar, bater palmas, defender o que não é possível que em plenos anos 20 do Século ainda estejamos presenciando, ouvindo, suportando. Isso envolve, claro, as falas do homem eleito para o país e que parecem irreais de tão absurdas, de tão grosseiras, carregando tanta ignorância. Envolve alguns ao seu redor, como os seus próprios filhos, amigos, ministros.

Envolve, ainda por necessária oposição, e antes que venham com pedradas dizendo que não vejo mais longe, envolve – e muito – também, grande parte daqueles que, derrotados, ainda não aprenderam os rumos necessários para a retomada de um mínimo de bom senso. Tem quem ainda não se deu conta da gravidade da situação. Não é exagero.

Mas se fosse só da política! O inverno é de ideias, de bom senso, de falta de estações e temas onde se plante e onde dali floresça, de preferência sem tantos agrotóxicos.

Continuamos sabendo diariamente de crimes horrorosos contra as mulheres, e aparece quem defenda – sem ser os advogados – seres abjetos como o Roger Abdelmassih ou João de Deus. Sabemos diariamente de mortes e mutilações causas por imperícia, irresponsabilidade e loucura no trânsito e há quem defenda o fim da fiscalização eletrônica, a forma mais ampliada e segura que consegue registrar e desencorajar batendo no bolso, o lugar do corpo do ser humano que mais dói e pode modificar índices tão brutais. A lista das sandices é enorme e não para de crescer.

Está frio por aqui. Muito frio. E muito feio tudo isso. Vamos aquecer nossas baterias. Quero ver minhas meninas, e as de todo o Brasil, mais da metade dessa população, ao menos elas, reagirem.

Enquanto isso, rebolando por aqui. Vou ter novidade em breve para contar. E contar com vocês.


Marli Gonçalves, jornalista Consultora de comunicação, Editora do Chumbo Gordo. Blogueira aqui…

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2019, Brasil

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#ADEHOJE – HAHUHU! ELES TAMBÉM TÊM GÍRIAS EM ARTICULAÇÕES

#ADEHOJE – HAHUHU! ELES TAMBÉM TÊM GÍRIAS EM ARTICULAÇÕES

 

SÓ UM MINUTO – HAHAHUHUH. A torneira pinga e cada vez aumenta mais o número de associados de outros veículos em volta do site The Intercept, que parece ter percebido que, sozinho, não faria um verão, muito menos um inverno. A Revista Veja dessa semana chega envenenada. Pediu entrevista e o “russo” não deu. “Russo” é o apelido do Moro nas conversas entre os procuradores da Lava Jato que vêm sendo vazadas a conta-gotas e a contragosto. A Veja traz informações sobre orientações do então Juiz Sergio Moro, atual Ministro da Justiça, para diversas ações, entre outros assuntos, alguns engraçados, como os conselhos do Faustão para que se comunicassem melhor.

PREVIDÊNCIA – O relatório da reforma apregoada aos quatro ventos foi aprovado. Vamos agora ver por onde ele continuará atravessando os pântanos. Não sei por causa de que, se me entendem, mas creio que mais uma vez vamos ser nós, os mortais, os esbordoados. A Piauí traz a seguinte manchete: 58 Juízes expulsos receberam R$ 137 milhões em aposentadorias. O equivalente a 1562 aposentados.

ARTIGO – Nossos invernos infernos internos. Por Marli Gonçalves

Pode até fazer frio, mas o clima continuará bem quente por aqui no país do dedinho de arminha, da torneira que não vai parar de vazar e das falas, atos e decisões do homem que nos desgoverna sem ter ao que parece qualquer preocupação ou noção dos estragos que semeia com olhar tenso e sem brilho. Pare para pensar quem é que está se dando bem com tudo isso

O inverno é isso. O país tropical anda rendido. E absolutamente perplexo no dia a dia dos últimos meses assistindo a um espetáculo diário de besteirol sem qualquer graça, sem roteiro e com o apoio solene de comediantes medíocres de stand up. Sim, eles, de pé, em cima de palanques, tribunas, altares, púlpitos, onde quer que estejam, é só esperar, dali coisa boa é que não vem. O caso é pensar como chegaremos às próximas estações.

E, seja em quem foi que você, leitor, possa ter votado, não é possível que não perceba que estamos na famosa sinuca de bico, beira de precipício,  esquina do horror, e que não há reforma que resista a uma crise depois de outra, a tanta insanidade em verde amarelo, azul e branco – que agora aparece até na gravata que o homem coloca para anunciar  os amigos nos espaços vazios das crises.  O patriotismo é mais do que apenas refúgio; pode ser o biombo que esconde a incompetência ou algo mais que ainda não se revelou por completo. Apenas em parte.

Não adianta em público fechar os olhos, fazer marra, considerar-se feliz por tanta perturbação, pelo quanto pior, melhor, ou bater no peito, arrumar briga nas redes sociais, xingar a todos de comunistas ou “petistas”, dizer que “estamos” atrapalhando, e que não queremos o fim da corrupção, patati patatá. Esses discursos não cabem mais depois de 180 dias de sandices, isso sem contar todas que já foram disparadas durante o período eleitoral. O governo anônimo, sem marca, do Marcelo Álvaro Antonio e agora do Jorge Antonio de Oliveira Francisco, os nomes de nomes.

Tudo o que se poderia até ter acreditado que ocorreria, veja só, não ocorreu. Os índices continuam ladeira abaixo, nenhuma reforma, e agora até de reeleição já ousou falar, convencido, o mesmo que a negava. Se alguém ainda punha fé na ampla presença de militares de alta patente no sistema, apure seus ouvidos e ouça o burburinho que anda entre eles, tratados com desprezo, este sim, bem patente. No masculino governo sumiram até com as leituras de libras antes tão aplaudidas. Reparou?

Seis meses que se passaram de tal forma que até ser oposição tornou-se dispensável. Também … com essa que temos, desorientada, sem novos quadros, sem liderança. Ser imprensa acaba sendo apenas uma cruel repetição de gritos no escuro. Registra-se de dia o que à noite será mostrado nos telejornais, isso se não tiver havido algum recuo, uma dança sem par.

Depois eles se explicam lá no Programa do Ratinho. Em geral, gravado antes, bem editado. Não é sintomático?

Alguém, em algum lugar, nesse exato momento, deve estar se dando muito bem com isso tudo. É você? Temo que não.

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Marli Gonçalves, jornalista. Observadora.

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Os incríveis primeiros seis meses de 2019

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ARTIGO – Prepare seu coração. Por Marli Gonçalves

boygirl3Dtoons_onRollerCoaster_169x169_anigraphics-rollercoaster-600814Sim. Calma. Respira. De novo. Vamos. Não adianta se desesperar. Ainda teremos emoções bem fortes pela frente nos próximos seis meses. Sim, já se passaram seis meses, a metade, deste ano. Incrível, não pode ser só eu que acha que o tempo está voando sob nossos pés. Feliz segundo semestre de 2016!

Aos trancos e barrancos, descendo e subindo ladeiras, tropeçando, prendendo a respiração, arregalando o olho, prestando atenção, pulando poças, se desviando das flechas. Vai mesmo parecer corrida de obstáculos, labirinto. Ou trem fantasma. O que já está seguro: temos de enfrentar os dias de cabeça erguida. Me dá sua mão. Eu preciso de uma mão.

Já se deu conta? Vamos indo juntos, pensando. Primeiro, algo suave, as estações. Meses de inverno com frio. Frio, que até a gente tinha se desacostumado. Previsão de tempo seco, nada de ficar se esquentando debaixo do chuveiro. Vai passar também toda uma primavera, daquelas, para que a gente sempre acredite que ela traz coisas boas, novas, coloridas, amorosas, perfumadas, belas.

Lá pro finzinho do ano, que a coisa vai ficando quente (ou fria, depende; mas me refiro à coisa), chegará o verão e suas modas. Engatilhado, o Natal, o Ano Novo, a vontade de pensar só coisas boas e otimistas, roupinhas brancas, e todas aquelas palavras e gestos de todos os anos, com hohoho e tudo.

Mas antes vai ter muito protesto, muita manifestação, muito barulho por tudo e por nada, que agora a gente gostou de ir para a rua, de vermelho ou de verde e amarelo, carregando plaquinhas. Tem a votação do impeachment no Senado, os julgamentos pendentes nos tribunais superiores. As ruas vão fazer pressão, queda de braço, ver quem grita mais alto. Os jovens estão sedentos por causas, e só não temos mais tantas greves porque para ter greve precisa ter trabalho e isso anda bem escasso. 14 milhões de desempregados em todas as faixas podem ocupar um país, acabar de pará-lo, puxar o freio de vez, deixando a marca no asfalto.

Tá bom, vou maneirar, refrescar um pouco, e lembrar que teremos quatro feriados nos próximos seis meses: 7 de setembro, 12 de outubro, 2 e 15 de novembro. Sim, verifiquei; caem em dias da semana, para serem enforcados. Esquece o Natal que esse vai cair no domingo.

Voltando à nossa conversa, todos os dias dos próximos seis meses ouviremos falar as mesmas palavras como uma cantiga: João que delatou Maria que delatou o Pedro, que contou que não sabia de nada. José preso; Francisco com tornozeleira. Antonio nega. Paulo condenado. Ao fundo só ouvimos contar os milhões, bilhões, desviados de algo que ao fim e ao cabo era nosso – fomos roubados.

No meio dessa cantação toda, ouviremos também obrigatoriamente a cantilena e os jingles de campanha para prefeitos e vereadores. 2 de outubro tem eleição. Não temos bons candidatos, mas temos eleição, e vamos ter que votar e uns serão eleitos. Obrigatório.

Está pensando que eu esqueci agosto? Como poderia? Deve ser votado o final da novela Dilma, e o fim do seriado Eduardo Cunha, para ver se enfim as peças se ajustarão melhor e algum futuro poderá ser previsto mais solidamente, que agora está no ar, como os devaneios e baboseiras. Spoiler: os dois serão varridos.091_snowjump_cat_gifs

E vamos todos estar com as mãos juntinhas rezando para que nada de muito grave ocorra durante as Olimpíadas, logo esse ano, por aqui, no Rio, na calamidade. De 5 a 21 de agosto, muita fé. Vale promessa, virar o sapo no telhado, subir no Cristo Redentor de joelhos, qualquer coisa. Só rezar para que não seja baixo astral coletivo. O mundo todo olhando para cá. Para lá.

Mal respiraremos saindo dessa e logo, de 7 a 18 de setembro, a agonia vai voltar durante as Paralimpíadas. Mais atletas, mais perigos, mais Rio de Janeiro.

O mundo todo, eu sei, estará bem ocupado. Vai ter dor de pescoço de tanto ter de se virar de lá para cá para assistir a tanta coisa acontecendo na Terra, quiçá no espaço, quiçá no subsolo, quiçá vinda do céu, ou invadido pelo mar que anda querendo se espreguiçar. Eleições doidas na nação mais poderosa do mundo, numa terça-feira, 8 de novembro, com competidores díspares e atitudes inusitadas em movimentos perigosos. O Reino Unido arrumando as malas para se mudar, morar sozinho. Bolsas sensíveis a qualquer movimento mais brusco. E o terrorismo à espreita com os delírios de suas virgens, suas proibições e dogmas em Estados e organizações paramilitares e religiosas.

Bem, então, como eu ia dizendo…. Prepare seu coração para as coisas que eu já contei.

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Marli Gonçalves, jornalista – A profissão que existe para contar as histórias dos dias que virão, tentando entendê-los. E ultrapassá-los, porque afinal falta pouco para virar o ano.

Réveillon do segundo semestre, mais uma metade, tim tim, 2016

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ARTIGO – Vem, Inverno, vem, inverno. Vai, Inverno. Por Marli Gonçalves

torcida brasielria frioNinguém verá uma linda moça rebolante carregando cerveja de mesa em mesa, indo e vindo. Muda a estação. Agora é ele, essa masculina estação. Ele está aí, praticamente chegou. Inverno é estação para sofrer mais, tempo de ficar mais carente querendo cobertor de orelha, meia para os pés, algo quente para esquentar a garganta, um lugar para pôr a mão. Por outro lado, com a situação como anda só nos resta desejar também que logo nos vejamos na primavera que há de brotar, fazer desabrochar algum país melhor do que esse que se nos apresentatorcida brasielria frio

Prepare seu coração. Às 13h38 do domingo, dia 21 de junho de 2015, Lua crescente, ele adentrará o gramado com todas as suas idiossincrasias, ele, o inverno que, se fosse gente, eu veria como um arrogante senhor esnobe vestido com um sobretudo de peles raras -a estação que mais a gente precisa e pensa em dinheiro. Mais até do que no verão, roupinha leve, quando com qualquer coisa vamos batendo chinelinho, chupando gelo, molhando a nuca. No inverno não – é preciso ter algum, para vestir, para comer, para gastar, para comer chocolate, derreter queijo, beber um bom vinho. Espertos são os ursos, que hibernam. Abrem um parêntese. Uma pausa. Uma ausência.

Prepare seu coração porque nessa época a coisa fica tão assim que aumenta de 30 a 40% o risco de complicações nesse amigo do nosso lado do peito que bombeia nossa vida. No inverno nosso vermelho gordinho e compassado sofre mais porque trabalha mais, como eu dizia, por amor para sentir e aquecer, bombeia mais para nos botar ativos forçando-nos a sair do quentinho para ganhar a vida. Talvez esse índice também se deva em grande parte à preocupação – afinal já se passaram alguns meses daquele dia em que boa parte da população se vestiu de branco, acreditou que tudo seria diferente, pulou ondinhas. Aqui e ali as decepções, alguma coisa que até piorou e a perspectiva do fim de ano já chega, assim que o primeiro semestre apita na curva e se vai.

Ainda tem uma tal constrição, essa palavra que lembra fé, mas desta vez no inverno é a constrição dos vasos sanguíneos, aquela sensação gelada das extremidades. Ponta de nariz sem esquimó para beijar esfregando; os pés, os pés de orelha e os próprios com todos os seus dedos, e ainda os dedos das mãos.

O corpo humano é um mecanismo sofisticado, complicado, mas frágil. No inverno a gente vai tampando aqui, ali, até virar mesmo uma cebola. Uma cebola que se monta e se descasca durante o dia, para dar a deselegância discreta de nossas meninas, como diria o Caetano, em Sampa, beleza composta certamente em um passeio de inverno em São Paulo.

Os conservadores que andam eriçados, de plantão, praguejando, vão dar pulinhos porque ouvirão falar muito dos invertidos, com os quais invocam muito. Mas estes invertidos serão os dias com poluição e inversão térmica, aqueles dias maravilhosos, azuis, e ao mesmo tempo, secos, sufocantes, laranjas, desérticos. Dias que nos tornam a todos meio invertidos também. Enviesados, até!

Inverno é bom para algumas coisas, além da sopa, do banho quente, das pantufas, do sono debaixo das cobertas, da pipoca pulando na panela. Fora as mais safadas, serve bem para quem quer fazer tratamento estético, cortar aqui e ali puxar um pouco, de pele que fica mais coberta, protegida. Não mostra. Não mancha.

E aí, vamos falar sério? O que nós vamos fazer nesse inverno? Continuar reclamando? Sentar e esperar que alguma luz radiante ilumine nossas cabeças, que bata algum vento que nos faça espirrar soluções? Ou vamos continuar tossindo, aos soquinhos, como os carros velhos em manhãs geladas, vendo o filme de terror das sessões especiais? O tempo que temos são os próximos três meses, até 23 de setembro, embora essa precisão estanque entre estações – até isso – aqui seja meio bagunçado.

Tem mais um detalhe de inverno que preciso alertar – é época de aumentar o número de ratos querendo entrar, invadir as casas e empresas à procura de locais quentes e com alimentos, onde possam se obrigar e procriar. Entende a metáfora?

Sinceramente, acho mesmo que devemos é nos agasalhar e sair de novo por aí, para esquentar certas orelhas gritando umas coisas, organizando a primavera, vendo se desta vez a gente consegue fazer brotar a nação, semeando direito na época certa.

São Paulo, cuidado com friagem, 2015

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Marli Gonçalves é jornalista – – Mão quente, coração frio: amor vadio – diz um provérbio português. Mãos quentes, amores ausentes – diz um outro.
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ARTIGO – Tristes, irritados e sem ter o que cantar. Por Marli Gonçalves

5c05f960blacksnTriste é diferente de irritado. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. Contudo, estar uma coisa pode vir junto com estar com a outra. Por aqui, andamos meio tristes e irritados, um pouco envergonhados, o que vem causando essa sensação de mau humor geral e irrestrito. Segue a bola, gritamos GOL, acenamos as bandeirinhas, mas a terrível sensação de estarmos falando com a parede permanece. Ela, “enquanto parede” muda, mudinha, não responde a nenhum de nossos questionamentos

Quantas perguntas e tão poucas respostas. Não são questões simples, e não há meditação nem transcendental que aquiete bem corações e mentes quando estes borbulham. Somos muito complexos. Esperamos que venham coisas de onde não vem nada, nem vento a favor, só encanado. Tristeza. Nos prometem mundos e fundos e lá se vão os fundos, fecham-se as portas. Tristeza.

Resfria. O inverno chega com cara de quem vem embalado e ainda por cima ganharemos narizes e gargantas irritadas, além das extremidades geladas, pés, mãos, orelhas. Nos encolhemos mais, saímos menos, queremos dormir mais, comer mais, beber mais. Queremos o famoso cobertor de orelha, mas nem sempre ele chega, ou você o acha, o que entristece sobremaneira.

Conheço quem é Eu não sou nem um pouco chegada nessa estação. Há várias referências à tristeza de inverno como doença que pode ser grave, o transtorno afetivo sazonal, um tipo de depressão comum que ocorre nessa época. Pode ser uma fadiga com dificuldade de concentração, uma falta de energia. Dormir mais cedo, acordar mais cedo para aproveitar o dia e a luz do sol dizem que melhora.

animated-gif-animals-crying-emperors-new-groove-disney-1360315833Por enquanto a gente vai levando, pulando fogueiras, tomando quentão; e pulando. Pulando mais que pipocas em panelas em dias de jogo. Pipoca de gente só lá na Bahia onde parece que não há nem frio, nem tristeza, nem irritação.

Mas cadê o trio elétrico para a gente ir atrás? Mostrar que não morreu?

Cadê o Chico, cadê o Caetano, cadê Milton, cadê todo mundo? Cadê os compositores e artistas que registravam nossos momentos como ninguém? O que será? Apesar de você. Canção da América. Cio da terra. O que será que será? Eu sou neguinha? Soy loco por ti, America. Cadê Carcará, Divino Maravilhoso? Cadê vocês, Rita, Ney, Ivan , Gil, Paulinho, Marina, Marisa, tantos outros? Onde se escondem que não vêm logo nos tirar cantando e dançando dessa tristeza, desse frio, dessas irritações? Ou nos emocionar com bem feitas canções de amor? Cansaram de representar as nossas gerações? Antes vocês definiam problemas e até cantavam soluções, enfrentavam, até driblavam. Cansaram? Tanta coisa para vocês verem e musicarem.

olhos06bi2Sinto como se cada um, famoso ou não, esteja tentando se salvar por aí, em algum canto. Mas há “brancos” que deixam buracos que vêm sendo ocupados – e em todas as áreas do conhecimento, da sociedade, da política, da filosofia, por qualquer coisa. Coisa de quinta, fugaz. A cada dia o que surge é pouco importante, quase nada material, físico. Sobrevivem algumas horas fora de uma bolha, no máximo uns dias nos ambientes virtuais. Até os quinze minutos de fama se esvaem. Falam tanto de nossa arte no futebol! Cadê a nossa arte?

Rompantes como esses verde e amarelo que colorem agora as nossas ruas junto com as outras tantas cores de outros países são bons demais, mas efêmeros, não deixam legado. Efêmero. Acabando, ficam as questões que nos entristecem e dão raiva.

Até a tal primavera chegar, continuaremos batendo cabeça sem entender um monte de porquês, cadês e sem enxergar onde andam os salvadores da Pátria, o porquê desse silêncio. Acumularemos mais um pouco de desfeitos, somando com esperanças. Aguardaremos pedidos de desculpas que não chegam, atropelados por outras faltas que serão cometidas, ou percebidas, sentidas.

Ficaremos irritados com o que vemos, ouvimos, sabemos e saberemos, porque de debaixo desse tapete tudo pode surgir. Muito tristes pelo que não vemos, ouvimos ou nem saberemos. Aguardaremos algum despertar no horizonte, algo que traga o lindo pendão da esperança.kick

Queríamos pelo menos uma música para acompanhar. Que continuássemos a querer cantar à capela, para nos levar às lágrimas.

Ou para a nossa alegria, alegria.

angry-man-16198121São Paulo, 2014, quase chegando ao segundo tempo.

Marli Gonçalves é jornalista Talvez seja esse o problema. Devia ser mais cigarra e menos formiga.

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ARTIGO – Nada está normal, por Marli Gonçalves

AVIÕESme012Nada. Nadica. Absolutamente nada. Não é só aqui, não. É como se estivéssemos, terráqueos, em suspensão, pendurados pelos mamilos em ganchos, ou inertes, flutuando em gravidade zero. Parece que está todo o mundo esperando uma decisão, todos cheios de incertezas, e de toda ordem. Parece quando esperávamos que alguém ligasse no fixo e íamos toda hora ver se o telefone estava funcionando, se dava linha, se estava no gancho.

O inverno nem bem chegou e já há verdadeira queima de estoque de coisas do próprio. Nunca vi assim, todo mundo ao mesmo tempo fazendo liquidação, sale, oferta, off, desconto progressivo, ou até preço único, tudo por tal, por tanto, o que me cheira a um grande mistério. Se tudo podia ser vendido a esse preço, por que não o foi antes? Ou, quem chegar primeiro, com dinheiro, e entender melhor de negócios, rapa os produtos que realmente estarão mais baratos? Mas, enfim, tudo na bacia das almas, e se nem o tal Eike tem mais dinheiro, imagina a situação. Economia em frangalhos e a maldita voltando, infiltrada, remarcando com aquele barulho de maquininha de supermercado.scrub

É risco de rico. Coisas, pessoas e fortunas derretendo mais do que a calota polar em tempos de aquecimento global. Reputações que eram já eram, e as que já eram ruins pioram ainda mais. Se havia índice de confiança o ponteiro está no vermelho, junto com as contas a pagar. Na verdade verdadeira daqui a pouco vai estar todo mundo fazendo workshop com os índios para aprender como – quando ainda índios – eles vivem com tão poucos itens, parece que 80, ouvi certa vez. Vou gostar muito de ver mais gente de tanga.

deskNada está normal e não me venha dizer que exagero. Estar normal seria tão tranquilo como quando as mocinhas casadoiras completavam esse curso, o Normal, no Brasil. Antes, dava para ser freira. Ou normalista. Fora disso a mulher já era vista como revolucionária ou coisa pior. Estar normal é não ter muitos abalos, aquela vidinha pacata seguindo seu curso, uma certa rotina, monotonia. Qual o quê! Faz tempo que isso não rola. Montanha russa. Bicho da seda. Trem fantasma.

De um mês para cá, especialmente, quem pode se dizer “normal”? Vai pegar uma estrada? E se ela estiver bloqueada? Ah, marcou um compromisso ali naquela avenida famosa de sua cidade? Já consultou a agenda de manifestações do dia? Só essa semana, aqui em São Paulo, onde as coisas até que estão, digamos, mais tranquilas, teve um dia em que a Avenida Paulista registrou três passeatas, protestos ou assemelhados de uma vez só. No dia seguinte, do que contei daqui, foi fechada cinco vezes, dos dois lados da pista, por tudo quanto é motivo, juntando um, dois, ou 50 gatos-pingados, que agora cada grupinho quer carregar seu cartaz objetivamente. A coisa está até engraçada. “Foi a passeata que menos barulho fez!” – ouvi de um brincalhão quando este soube que um dos protestos era dos deficientes auditivos. Abafa o caso.1spy

Negócios? Todo mundo com medo. Futuro, planejamento, previsão? Tudo no espaço. Se for falar modernês, nas nuvens.

Noticiário? Bomba, bomba,bomba. Em algum lugar elas pipocam, letais e não-letais, com gases ou sem gases. Em Campinas, no país da piada pronta, querem pintar os manifestantes de rosa para identificá-los. Quando você pensa que está entendendo uma coisa, ela já é outra. Nem dá mais para se indignar direito: matam friamente uma criança atrás da outra; sacaneiam animais; nos golpeiam e debocham de nós. Insistem em nos jogar uns contra os outros.

work3Socorro! O piloto sumiu! Baratas tontas, parece que inalaram spray de pimenta jalapeno ou só o inseticida, puro. Anuncia uma coisa, fazem outra, depois dizem que não anunciaram não. Você que estava “viajando”; era só uma “alternativa”. Vai ser isso. Não! Vai ser aquilo! E se tentássemos isso? Vamos nos reunir para discutir, mas não vai dar tempo de fazer agora porque ficamos muito tempo reunidos. Meu sábio pai, que já viveu quase um século e viu vários momentos desses, acompanha o noticiário político como se fosse um jogo, e xinga o juiz, os bandeirinhas e os jogadores em campo. Aquilo até parece que lhe dá mais vigor. Pelo menos ele vem atualizando de forma impressionante os xingamentos que resmunga. Piiiiiiiiiii!

18Estamos apreensivos, com palpitações. Os mais jovens palpitam e são apreendidos. Se tem revolução lá fora, lá longe, acompanhamos como se fosse aqui, porque rebate na área. Nada mais é muito natural, e isso além de silicones e outras mágicas. A onda é alta e estamos surfando na crista dela, com um mar revolto.

Puxa, como gostaria de escrever sobre a poesia, a beleza do voo dos pássaros, mas quando olho e vejo aviões eles acabam é me lembrando que quem hoje voa por nossa conta já tentou cortar as nossas asas. Muito triste tudo isso. Muito triste.

O Estado está estarrecido, de mão dada com a Nação. O estado é de atenção.

São Paulo, diariamente, 2013 p55Marli Gonçalves é jornalista– Não me admira que eu tenha ido parar no hospital com um tilt que até hoje não entendi de onde veio, e achando que estava mesmo morrendo. Nada está normal. Mas, enfim, estou aqui ainda, o que deve estar querendo dizer alguma coisa. Ou não. ********************************************************************
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ARTIGO – Inverno, Inferno e calafrios.

 Marli Gonçalves

Crescemos com muita gente e toda sorte de pregadores nos ensinando que o Inferno é quentinho, com labaredas, cheio de devassos e fica nas profundezas, nos “lugares baixos” que originaram a palavra. A sensação era – pelo menos até agora- de um lugar bem distante, de desterro, de exílio final total para os maus, masmorra. Mas, então, por que é que toda hora aparece tanta gente vinda de lá só para nos atazanar?

O frio intenso gela os pés, as mãos, e mantém outras pontinhas e extremidades nossas permanentemente eriçadas. Tem dias que não adianta calçar meias, atarracar um gorro na cabeça, usar lã grossa ou tricô. Alguns desses frios a gente sente por causa do inverno; outros porque a gente fica com o coração frio, decepado, por sentir e pressentir tanta maldade entre os homens e por perto. São os calafrios.

Depende da sensibilidade de cada um, e do grau de “treinamento de identificação”. Já passei por tantas e tantas roubadas , mas ainda estou aprendendo a identificar um pouco mais rápido a aproximação de seres sem luz. Mesmo assim preferia já ter terminado esse aprendizado, e com a aula de “como mantê-los lá embaixo com a cabeça apertada” e “como evitar”. Então, nessas, esses seres a que me refiro ainda chegam perto, perto demais. Sinto os calafrios. São finos e arretados, pegam a base da coluna, sobem aqui na nuca e a gente treme, como quem leva um susto.

Assinalo que há diferença marcante entre pessoas-vampiro, encontráveis às dúzias e todos os dias em todos os lugares, e que sugam sua energia, e essas outras , mais cruéis, que vêm do inferno diretamente. Vivendo, posso agora perceber isso mais claramente. As “vampiro”, coitadas, muitas vezes não conhecem nem essa sua própria condição; arrancam energia por onde passam para continuar vivendo – numa espécie de sobrevivência desesperada. Você passa por elas e as encontra nas ruas. Também estão em reuniões de trabalho e em festas. Têm umas que são até famosas nos meios sociais porque vampirizaram suas presas (algumas também bem famosas e conhecidas) até secá-las, em geral com “amor”, em relações estáveis. Há muitos desses vampiros também no mundo empresarial – onde chegam secam flores, ficam as ervas daninhas, estabelece-se a discórdia. Costumam dominar o mercado de alguns setores, agindo com maledicência e dinheiro. Alguns outros, vampiros mais simplórios, conseguem até que os consideremos como amigos, que a gente tenha até vontade de ajudar, em certos casos.

Não é preciso acreditar muito “nessas coisas”, nem ver filmes, seriados de tevê ou livros de ficção para saber que existem sobrenaturais passeando por aí, se alimentando da luz alheia. Todo mundo tem uma história para contar. Do tropeção que levou ao trocar simples olhar, ou do cansaço extremo que acontece após o encontro. Outro dia mesmo me aconteceu, de forma banal. Fui descer do carro e, do outro lado da rua, uma desconhecida parada me passou um olhar tão ruim que senti um baque. Afastei a sensação, mas em seguida fechei a porta do carro no dedão – e não estava distraída, não, senhor. Ao contrário.

Mas descobri uma diferença entre os vampiros e os demônios do inferno quente. Na vida há momentos que essas biscas infernais emergem das trevas, de uma hora para outra. E elas têm planos e objetivos definidos – todos tendo você como vítima – tirar seu sossego, atazanar seus pensamentos, fechar seu sorriso, estancar sua alegria. Não chegam por acaso; premeditam. Pisam bem macio para chegar. E quando você vira, zás, o punhal traiçoeiro atinge suas costas.

Só podem vir desse inferno que digo que existe, reconhecido seja qual for a religião (ou sem uma) – nem que seja em tese ou lenda. Até para nos lembrar e nos ajudar a separar as ações de nosso dia-a-dia, queiramos ou não, e de forma maniqueísta. É essa visão do inferno o que nos dá um tom do que pode e do que não pode. Por isso (ainda) não nos matamos nas ruas, e vinganças nem sempre são levadas a contento, nem quando frias. Há limites.

Lá fora, nesse Hemisfério que habito, está frio.

Mas sinto minha cabeça quente e meu estômago arde, sofrendo com um baque de constatação que o calafrio que senti era real e mais poderoso, com capacidade de me desalojar. Que não era bobeira ou fantasia minha, e que eu tinha visto, sim, esses lampejos do mal em um olhar invejoso, frio. A diferença é que desta vez não foi por uma distração que o ser chegou tão perto. Esse encontro eu não pude evitar.

Escrevo sobre isso por vários motivos. Primeiro, para exorcizar. Xô! Segundo, porque acredito piamente que quando a gente toma consciência cria forças para enfrentar, como São Jorge e o dragão, como Davi e Golias. Já estou com a lança na mão.
Mas especialmente escrevo por obrigação assumida com você, de falar sobre o que encontro e me faz pensar, e que ficou ainda mais clara depois de ler essa frase de Dante Alighieri: “No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”.

Eu não sou neutra. Toco a sirene para passar. E ultrapassar. Quero o céu.

Julho, de São Paulo, brrrrr.

(*) Marli Gonçalves é jornalista. Parece que não podemos mais hibernar em paz nem debaixo de nossas cobertas..

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Crescemos com muita gente e toda sorte de pregadores nos ensinando que o Inferno é quentinho, com labaredas, cheio de devassos e fica nas profundezas, nos “lugares baixos” que originaram a palavra. A sensação era – pelo menos até agora- de um lugar bem distante, de desterro, de exílio final total para os maus, masmorra. Mas, então, por que é que toda hora aparece tanta gente vinda de lá só para nos atazanar?

O frio intenso gela os pés, as mãos, e mantém outras pontinhas e extremidades nossas permanentemente eriçadas. Tem dias que não adianta calçar meias, atarracar um gorro na cabeça, usar lã grossa ou tricô. Alguns desses frios a gente sente por causa do inverno; outros porque a gente fica com o coração frio, decepado, por sentir e pressentir tanta maldade entre os homens e por perto. São os calafrios.

Depende da sensibilidade de cada um, e do grau de “treinamento de identificação”. Já passei por tantas e tantas roubadas , mas ainda estou aprendendo a identificar um pouco mais rápido a aproximação de seres sem luz. Mesmo assim preferia já ter terminado esse aprendizado, e com a aula de “como mantê-los lá embaixo com a cabeça apertada” e “como evitar”. Então, nessas, esses seres a que me refiro ainda chegam perto, perto demais. Sinto os calafrios. São finos e arretados, pegam a base da coluna, sobem aqui na nuca e a gente treme, como quem leva um susto.

Assinalo que há diferença marcante entre pessoas-vampiro, encontráveis às dúzias e todos os dias em todos os lugares, e que sugam sua energia, e essas outras , mais cruéis, que vêm do inferno diretamente. Vivendo, posso agora perceber isso mais claramente. As “vampiro”, coitadas, muitas vezes não conhecem nem essa sua própria condição; arrancam energia por onde passam para continuar vivendo – numa espécie de sobrevivência desesperada. Você passa por elas e as encontra nas ruas. Também estão em reuniões de trabalho e em festas. Têm umas que são até famosas nos meios sociais porque vampirizaram suas presas (algumas também bem famosas e conhecidas) até secá-las, em geral com “amor”, em relações estáveis. Há muitos desses vampiros também no mundo empresarial – onde chegam secam flores, ficam as ervas daninhas, estabelece-se a discórdia. Costumam dominar o mercado de alguns setores, agindo com maledicência e dinheiro. Alguns outros, vampiros mais simplórios, conseguem até que os consideremos como amigos, que a gente tenha até vontade de ajudar, em certos casos.

Não é preciso acreditar muito “nessas coisas”, nem ver filmes, seriados de tevê ou livros de ficção para saber que existem sobrenaturais passeando por aí, se alimentando da luz alheia. Todo mundo tem uma história para contar. Do tropeção que levou ao trocar simples olhar, ou do cansaço extremo que acontece após o encontro. Outro dia mesmo me aconteceu, de forma banal. Fui descer do carro e, do outro lado da rua, uma desconhecida parada me passou um olhar tão ruim que senti um baque. Afastei a sensação, mas em seguida fechei a porta do carro no dedão – e não estava distraída, não, senhor. Ao contrário.

Mas descobri uma diferença entre os vampiros e os demônios do inferno quente. Na vida há momentos que essas biscas infernais emergem das trevas, de uma hora para outra. E elas têm planos e objetivos definidos – todos tendo você como vítima – tirar seu sossego, atazanar seus pensamentos, fechar seu sorriso, estancar sua alegria. Não chegam por acaso; premeditam. Pisam bem macio para chegar. E quando você vira, zás, o punhal traiçoeiro atinge suas costas.

Só podem vir desse inferno que digo que existe, reconhecido seja qual for a religião (ou sem uma) – nem que seja em tese ou lenda. Até para nos lembrar e nos ajudar a separar as ações de nosso dia-a-dia, queiramos ou não, e de forma maniqueísta. É essa visão do inferno o que nos dá um tom do que pode e do que não pode. Por isso (ainda) não nos matamos nas ruas, e vinganças nem sempre são levadas a contento, nem quando frias. Há limites.

Lá fora, nesse Hemisfério que habito, está frio.

Mas sinto minha cabeça quente e meu estômago arde, sofrendo com um baque de constatação que o calafrio que senti era real e mais poderoso, com capacidade de me desalojar. Que não era bobeira ou fantasia minha, e que eu tinha visto, sim, esses lampejos do mal em um olhar invejoso, frio. A diferença é que desta vez não foi por uma distração que o ser chegou tão perto. Esse encontro eu não pude evitar.

Escrevo sobre isso por vários motivos. Primeiro, para exorcizar. Xô! Segundo, porque acredito piamente que quando a gente toma consciência cria forças para enfrentar, como São Jorge e o dragão, como Davi e Golias. Já estou com a lança na mão.

Mas especialmente escrevo por obrigação assumida com você, de falar sobre o que encontro e me faz pensar, e que ficou ainda mais clara depois de ler essa frase de Dante Alighieri: “No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”.

Eu não sou neutra. Toco a sirene para passar. E ultrapassar. Quero o céu.

Julho, de São Paulo, brrrrr.(*) Marli Gonçalves é jornalista. Parece que não podemos mais hibernar em paz nem debaixo de nossas cobertas..

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