ARTIGO – Eu não quero falar de…Por Marli Gonçalves

Eu não quero falar de como me senti depois do resultado geral desse primeiro turno eleitoral. Bem não queria. Dessa ressaca que não passa, e olha que eu não bebo, mas do quanto saí do prumo se é que tinha algum, mesmo sem estar entre os que acreditaram em situação resolvida de pronto. Não quero falar de quanto estou preocupada com o claro retrocesso que incrivelmente acelera e ameaça o país. Eu não quero falar, mas é impossível calar, também inclusive não criticar a forma que a oposição se comunica, errante

eu não quero falar

Eu não quero falar de política, mas nesse momento a política entra por todos os poros e canais e agora novamente com o horário eleitoral e as perturbadoras pílulas espalhadas na programação e para onde se olhe. Eu já não quero saber o que andam fazendo, falando, com quem se encontram, por onde passam, mas é impossível. Como não reagir ao contínuo sequestro do verde e amarelo, às aproveitadoras camisetas da seleção vestidas por pessoas que até então julgávamos razoáveis? Ao noticiário que traz à tona mortais brigas eleitorais entre amigos, nas casas, nos bares, nas esquinas, do nada. Como não se sentir mal vendo a negação descarada do que vivemos, do que perdemos, de quantos perdemos, do construído plano descarado e perigoso de virar a direção à extrema direita?

Eu não quero falar de como estamos desprotegidos e tudo virou uma imensa Casa da Mãe Joana quando não são punidos imediatamente – mas punidos mesmo, de verdade, não de mentirinha com passeios até as delegacias e logo liberados com cara lavada – os empresários que ameaçam seus funcionários de desemprego se não votarem nos candidatos deles, ou os que oferecem dinheiro em troca de votos. Não é fake news, essas denúncias vêm acompanhadas de batom nas cuecas, vídeos, fotos, depoimentos, vítimas.

Nem quero, por falar nisso, versar sobre a quantidade de fake news que estão cruzando os céus do país vindas das duas infelizes direções em que nos metemos, no jogo sujo, divididos palmo a palmo, com mentiras sobre tudo, como se não houvessem tantas verdades tão suficientes a serem usadas, colecionadas durante os últimos anos, dia após dia.

Nem quero lembrar da ingenuidade perdida e enterrada no trabalho de anos lidando com campanhas, com marketing político e seus temas afins, que aprendi e sei bem capaz de tudo. Mas não há como evitar ver a linha ética trespassada para borrar a realidade. Os apoios, as traições, as manipulações maquiadas dos bonzinhos e ruinzinhos, e, enfim, a revelação da cara daqueles que vieram construindo seus podres poderes nas sombras, pelos cantinhos.

Ah, como gostaria de não falar da vontade que dá de sacudir fortemente candidatos de oposição que não mudam o cansativo discurso de sempre. Aqueles que repetem incansavelmente as palavras que poucos entendem, “professoralmente” discursam insistentes sobre temas macro quando o que há é fome, dificuldades reais, economia desequilibrada, preços extorsivos, e do outro lado alguém prometendo facilitar mundos e fundos justamente para esse dia a dia.

Eu não quero falar, mas não posso me resignar quanto à tristeza que dá ver mulheres ali sorrindo do lado de quem as inferioriza, destrata e ameaça, e que assim continuará vencendo ou não, porque alçado a um inexplicável papel de líder. Ver a imprensa atacada e acuada tentando informar com suas parcas atuais condições de luta, e dentro dela jornalistas que um dia foram respeitados jogarem suas histórias no lixo da História.

Eu não quero falar, adoraria poder nem pensar, mas por responsabilidade jurada profissionalmente não posso me isentar e deixar de observar a gravidade da atual situação que quebra ao meio todo um país que continua agindo como se tudo fosse torcida de um imenso jogo de futebol onde há dois times grandes se enfrentando.

E ainda vai ter Copa.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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#ADEHOJE –DEMITIDOS, MORTES, GREVE FUÉN, FOGUETÓRIOS

#ADEHOJE –DEMITIDOS, MORTES, GREVE FUÉN, FOGUETÓRIOS

 

SÓ UM MINUTO – Chegamos ao final da semana com movimentações aqui e ali no país. Uma greve geral nem um pouco geral, mas que criou confusão nos transportes. A oposição ainda está com poder reduzido de mobilização contra o homem que nos desgoverna, fala e toma atitudes assustadoras.

O general Santos Cruz, da Secretaria do Governo, perdeu a queda-de-braço com a turminha minion. Ou seja, os militares estão soluçando mais uma desconsideração. Vamos ver até quando não recorrerão ao susto pra curar soluços. Entrou outro general, amigo do homi.

Neymar depôs e disse que tudo foi normal lá naquela noite quente em Paris. Najila recuou vários pontos no tabuleiro nos últimos dias.

Perdas: morre o enorme jornalista Clovis Rossi e o silêncio fica com a morte do genial André Midani. Ele era demais, e foi fundamental no nosso panorama musical.

#ADEHOJE – BOLSONARO EXAGERANDO. PERIGO

#ADEHOJE – BOLSONARO EXAGERANDO. PERIGO

SÓ UM MINUTO – Hoje não acordei muito bem. Há uma secura no ar, eque parece também de pensamentos e razão que me deixa doente. Acompanhando o noticiário fiquei muito pior porque tive o desgosto – desgosto – em ver o homem que nos desgoverna ousar dizer que ontem foi ao Estádio assistir o jogo do Flamengo e foi bem recebido –“coisa que desde o Médici não ocorria”…

Deus, o Médici foi um ditador sangrento, um ser horrível que deixou um rastro de sangue e tristeza por onde passou e no que tocou. Estamos em perigo, e cada vez mais real.

Além disso, de sua declaração que vale como um tapa na cara dos democratas, Bolsonaro defendeu Moro, mas aí dentro do que se esperava. E o caso todo que, como disse vai ser como uma torneira pingando, cada dia com novos personagens entrando, ou melhor, saindo pelo cano, vai se desenrolar mesmo é na Justiça, onde lei é lei, e assim deve ser considerada.

#ADEHOJE – BRASIL EM DEMOLIÇÃO. HACKERS TOCAM O TERROR.

#ADEHOJE – BRASIL EM DEMOLIÇÃO. HACKERS TOCAM O TERROR.

 

SÓ UM MINUTO – Hoje escutei – pelo rádio, imprensa – que o homem que nos desgoverna no momento quer decretar redução de várias florestas do país. Estamos passando carão junto a Noruega e à Alemanha por conta do Fundo Amazônia, que o governo está tentando por a mão grande. Repararam que andamos para trás em várias de nossas árduas conquistas? O meio ambiente é sagrado, mas cada dia mais afetado. Registro aqui que, por exemplo, a poluição sonora que tanto mal faz à saúde, está cada vez pior. Agora, pare, escute só. Nas áreas urbanas é verdadeiramente insuportável.

José Robalinho, ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores, trocou mensagens com hacker ontem à noite. Atendeu, e conversou, pensando que era outro procurador…. não percebeu que se tratava de um hacker, ouviu o áudio e respondeu a mensagem analisando o teor do conteúdo enviado. Os hackers estão tocando o terror e mostrando organização e objetivos.

#ADEHOJE – A TORNEIRA VAI PINGAR PARA A GREVE GERAL.

#ADEHOJE – A TORNEIRA VAI PINGAR PARA A GREVE GERAL.

 

SÓ UM MINUTO – Vou contar para vocês como é que funciona essa estratégia de imprensa, e revelação de fatos, sejam vazados, descobertos, “espionados”. Primeiro, liberam um pouquinho, como a gente já viu nesse final de emana, com diálogos entre o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, antes o carrasco número 1 da Lava Jato, e o procurador Deltan Dellagnol. Aí eles saem – como já saíram – negando, se defendendo. Ok. Mas logo depois vem mais, acreditem. Ninguém mexe num vespeiro desses só com aqueles diálogos quase inocentes. O pessoal da Intercept, que abriu o caso, deve estar trabalhando com isso há muito mais tempo e pelo que penso, tem bala na agulha, e alguma costa quente que ainda não identifiquei.

Claro, e parece óbvio, que começar essa semana a lançar os exocets não foi acidental. Não sei se sabem, mas há uma GREVE GERAL programada para a próxima sexta-feira, dia 14 agora. Ela está sendo urdida há muito contra a reforma da previdência, mas vem também contra o Governo todo, contra Bolsonaro e… Surpresa…pela campanha LULA LIVRE. A oposição ainda não se deu conta que a página virou e que outros líderes deveriam estar sendo construídos. Não aprenderam com a derrota que nos deixou a atual situação.