ARTIGO – Ansiedade, no momento teu nome é Brasil

Ansiedade, o Mal do Século? Ataca agora todo um país e, por incrível que pareça, é a única coisa que nos une a todos, em momento eleitoral tão dividido, violento, crucial. Me diz se não está aí também contando os dias, horas, minutos para acabar com essa expectativa, para mim uma das maiores do período democrático, pelo menos do que vivi.

ANSIEDADE ELEITORAL

Palpitação, tensão, nervosismo, até medo do que pode acontecer nos dias e horas que faltam para aquele final de tarde, começo de noite, quando os resultados começarem a ser divulgados, e depois disso.

De um lado, esse de cá, tanta vontade de se livrar desse bagulho (e de sua família e asseclas) o mais rápido possível e enquanto é tempo, e depois de viver aflições e ouvir desrespeitos praticamente todos os dias dos últimos quatro anos, que estamos até meio doentes. Brigamos entre nós quando deveríamos estar todos juntos em uma só direção e objetivo, sem divisões, como as que inclusive nos causaram todo esse desgosto.

É o que temos, sei bem que não é, sem dúvidas, o melhor dos mundos, mas é preciso decidir o mais rápido possível para que se aplaquem esses temores, ou melhor, para que possamos caminhar com mais segurança no caminho que as urnas traçarem, seja qual for, e logo, juntando os cacos. Teremos muitas coisas para resolver e necessitaremos de estar fortes para defendermos a ameaçada democracia custe o que custar. Hora da união da oposição. Seria maravilhoso que essa pendência principal fosse decidida logo, para acabar com a agonia e esclarecer quais serão as próximas fases do jogo.

Essa é a montanha-russa da política, movimento aparentemente normal, se estivéssemos vivendo momentos normais, o que não é decididamente o caso. Mais uma vez, por exemplo, as eleições legislativas, tão importantes quanto a decisão para os cargos de presidente e governador, estão sendo escamoteadas e vemos apenas aquelas pessoas aparecendo com frases curtas e em geral sem sentido, ou apenas em fotinhos e acenos. Aqui em São Paulo tem candidato ao Senado apelando para o seu cachorrinho que promete levar para a Brasília, tem astronauta perdido no espaço, cada um de espantar. Pouco nos atemos, por exemplo, não só ao rol de propostas mirabolantes, mas a aquelas letrinhas miúdas que trazem lá embaixo o nome de suplentes, na maioria francos desconhecidos e que poderão, como tantas vezes já mostrou a história, serem os que acabam sentados lá nas cadeiras do Congresso. Por momento assim na eleição anterior, além de acabarmos governados por um perigoso sem-noção, elegemos algumas das piores legislaturas de todos os tempos no Congresso e nos Estados. Aliás, anda perdido por aqui até um siderado candidato ao governo do Estado que não sabe nem onde ele próprio vai votar.  Sem um Waze nem para casa volta.

Tudo isso é o caldo grosso da política. Fatos que criam em todos essa ansiedade, faz ficar esperando resultados de pesquisas, tem tomado o tempo de muitos nas redes sociais se atacando entre si, insuflados pelo ódio reinante e desgastante cultivado nos últimos difíceis tempos que vivemos, pela pandemia que acabou por dominar nossa atenção, de um lado, e do outro, ver o quanto eles aproveitaram para se armar, tomar as cores da bandeira, disseminar mentiras absurdas, tentar destruir a imprensa, atacar e desmerecer conquistas fundamentais.

Enquanto isso, vamos nos distraindo um pouco tentando relaxar. As farmácias vendendo calmantes como nunca. “Influencers” surgindo de todos os lados e poucos sabem como se criam, mas sabemos o que comem, o que vestem, onde gastam, com quem transam. Ideias de desafios – alguns pegam, como esse último de postar foto com 13 livros de lombada vermelha, que – tudo bem – mas adoraria exatamente entender o sentido, além do vermelho e do 13, para virar voto. Artistas se mobilizam em fotos, vídeos, músicas e até hinos, como o do inominável, que lista em mais de 13 minutos os absurdos do bagulho – tantos foram que o vídeo ficou mesmo bem longo.

Legal. As mãos surgem, de um lado apontando, fazendo arminhas; do outro, transformando as tais arminhas no L, de Lula, o líder político ressuscitado desse país que se distraiu e esqueceu de formar novos quadros sérios e fortes o suficiente para encarar a caneta desse atual presidente apenas ignorante, que acha que é de direita porque ouviu dizer por aí, que subiu ao poder e dele quer se apropriar. Ainda acha que pode vencer jorrando impropérios e comprando com migalhas exatamente quem mais vem sofrendo com toda a situação. E não é só de ansiedade, mas de fome, de falta de saúde, trabalho, moradia, saneamento, segurança, já soterrados por dívidas.

Esses que ninguém engana, de mãos calejadas.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Primaveras que vivemos para ver. Por Marli Gonçalves

Primaveras que damos graças em estar aqui para ver em meio a tantas perdas, tristezas e apreensões – e essas não são só eleitorais, são de uma infinidade que a memória guarda e que se aviva a cada acontecimento presenciado, e eles se sobrepõem com assustadora rapidez. Alguns para o bem, mas muitos para uma acelerada piora.

PRIMAVERAS

Flores para que te quero. Clamemos pela primavera, a estação que chega precisa às 22h04 do próximo dia 22 de setembro. Também chamamos primaveras quando se consolida uma luta, quando muitas pessoas se unem em torno de mudanças, de alguma conquista, lembra? Primavera Árabe ficou bastante conhecida. Uma estação que renova, ou pelo menos tenta, nossas esperanças, o ar fica mais respirável, e até os animais mudam seu comportamento, saindo da hibernação, procurando parceiros, apresentando seus filhotes. Borboletas e abelhas se apresentam mais ativas, ajudando a colorir o mundo aos nossos olhos. Momentos únicos.

Pois bem, cada um guarda suas lembranças. Até quando fazemos aniversário, mesmo que em outras datas, completamos poéticas e marcantes primaveras. São tempos memoráveis e certamente a deste ano será recordada por muitos outros temas. Saindo aos poucos de uma terrível pandemia, nós, os que sobreviveram, pensamos em voar por aí como borboletas visitando o que restou, e quando então chegamos à conclusão de tudo e quanto muito se modificou nesses últimos anos, quase três da aflição mundial. Somados aos quatro da aflição nacional de um desgoverno agressivo também acompanhada pelo mundo, como o é a guerra, como são as guerras, a mais visível no momento, na Ucrânia.

A normalidade, como se costumava, essa não volta mais, dada a experiência vivida por muitas gerações eternamente marcadas, seja como órfãos, pelas sequelas, pelos novos hábitos, pelas vacinas que serão sempre reaplicadas, pelos cortes em áreas fundamentais à sobrevivência. Não há como entender experiências esquecidas que a ignorância leva a que novamente possamos sofrer, antes erradicadas; por exemplo, quem são esses os que não sentem o pavor da poliomielite que a tantos aleijou por toda a vida, não vacinam seus filhos?

As primaveras que vivi para ver incluem de um tudo, experiências seja na vida pessoal, profissional, amorosa, e na de ver um país que tinha tudo para deslizar suave pela História, mas sempre acabou tropeçando, virando mato, pisando nas flores, queimando suas largadas. O tal país gentil, tropical, quando conseguíamos achar graça até do horário eleitoral, nem isso hoje, que deu tiririca em tudo.

País que, a cada crítica que faço, daqui da realidade que vivemos, recebo de revide comentários que enumeram para que eu considere – nem sei bem como as acham – coisas boas, que deveriam ser mais que óbvias e obrigatórias. Às vezes penso se não há mesmo um monte de planetas diferentes aqui nesse mesmo lugar. Planetas e órbitas onde se isolam economia, riqueza, pobreza, alegria, esperança, ética e liberdade, comportamentos e conquistas que nos são tão caros. Cada qual com seus habitantes.

Esse meu mundo – e creio que da maioria – tem muitas flores, sim, que jamais me afastarei delas e de otimismo pelo seu florescimento, mas não há como negar os espinhos, os percalços, as pragas, os cortes, os perigos de alguns venenos.

O momento é agora. De plantarmos mudanças e primaveras, da forma que pudermos, com quem pudermos contar, e uma delas é extirpar o que nos causa tanta vergonha diariamente, principalmente a nós, mulheres, que atacam insistentemente. Desejam anular o tanto, mas ainda pouco, que alcançamos, nossa honra, liberdade, igualdade. O fazem semeando a discórdia, matando, queimando e envenenando os nossos corpos, fazendo surgir sementes do mal que considerávamos que jamais veríamos brotar novamente na História. E que sempre pergunto a mim mesma: de onde saiu essa gente tão pavorosa? Onde escondiam seus ódios, pensamentos sórdidos, qual foi a tampa aberta?

Uma delas, o resultado que levou à eleição de 2018, que agora temos o dever de fazer voltar de onde veio e de onde nunca deveria ter saído. Na época, confusa, muita gente não sabia mesmo quem era e o que significava o ser que acabou vitorioso, que tanto tentamos alertar, e ainda por isso somos punidos diariamente – tentam destruir o jornalismo, essa profissão fundamental e a qual me dedico há décadas, nunca tão menosprezada.

Agora, sabemos, todos, o que era aquilo. Não há como negar, a não ser os que ainda estejam com seus sentidos tapados por um torpor fétido e nauseante espraiado no ar que busca tirar nosso viço, que é muito além do que perfilam, esquerda, direita, e que nem de direita ou esquerda o são.

Que nosso campo seja o da esperança. Que façamos desta, agora, uma primavera mais do que especial. A do recomeço, até para que possamos poder colher as flores boas e desprezar novamente os musgos, se for necessário.

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MarliMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Os broches da rainha e a “brochada” do presidente. Por Marli Gonçalves

Não há como não lembrar da rainha Elizabeth eternamente com suas roupas elegantes e coloridas – dizem, para que nunca fosse perdida em meio à multidão – adornadas com broches maravilhosos, joias de pedrarias mais do que preciosas. Não há como não lembrar, na mesma semana de sua morte, do vergonhoso apelo do presidente a si próprio puxando o lastimável coro de imbrochável em meio aos festejos dos 200 anos da Independência do Brasil. Um pequeno e significativo jogo de palavras.

Elizabeth ll: conheça curiosidades sobre os looks icônicos da rainha

Imbrochável. Deus está vendo, hein? Ops, God save the Queen, agora God save the  King Charles III. Que devemos todas as homenagens à mais longeva rainha da História, Elizabeth II, à mulher que soube honrar durante 70 anos seu reinado desde a sua tenra juventude, abdicando de um tanto incalculável de coisas e prazeres, entre eles, alguns até frugais e que de vez em quando ela recordava. Semana triste e emblemática para o mundo todo essa morte.

Do outro lado, na mesma semana, mais essa inominável grossura – mais uma de uma lista gigantesca – do presidente do Brasil conflita ainda mais, bate de frente, com a maioria da população do país, as mulheres que ele tanto tenta alcançar e cada vez mais de nós se distancia. E se distancia com o asco que, garanto, seu atos trazem às mulheres dignas de assim o serem.

Mas são os broches da rainha o tema, e que já estão sendo lembrados. Eu, que amo broches desde sempre, e quem me conhece pode atestar, a cada aparição sua esticava o olho, procurava ver com qual ela estava, cada um mais belo e significativo que outro, que usou durante toda sua vida como um canal de comunicação, informação, símbolo, homenagem, sentimento. Agora, informam, são 98 deles ao todo, heranças, de parentes, presentes que colecionou pessoalmente durante toda a vida, muitos assinados por renomados artífices e casas de joalheria. São além das joias da Coroa.

Seus broches transmitiam mensagens de amor, reinado, história, continuidade, gerando até estudos sobre isso. Em sua última aparição pública, estava usando o sapphire chrysanthemum brooch, que sempre adornava suas roupas em tons azuis ou pasteis. Foi com ele, inclusive, que recebeu a nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, ao empossá-la na rápida cerimônia no castelo da família real na Escócia, sua última aparição pública e mesmo local onde, dois dias depois, repousou. Seu cansaço já era evidente e nesse dia todos notaram o enorme roxo em suas mãos, provavelmente veias por onde eram aplicados os remédios para aplacar suas dores.

broches
Bottons criados por Yoko Ono

Moda absoluta durante anos, os broches foram caindo em desuso ou sendo substituídos. Para os mais jovens, em geral também para passarem mensagens radicais, por bottons, ou pelos pins, aqueles alfinetes menores que são espetados nas roupas e muito usados em solenidades, inclusive por altas autoridades masculinas, bandeirinhas de seus países ou instituições. Também sempre serviram como propaganda de marcas e produtos. Todo mundo tem ou lembra de ter tido ou visto um dia uma jaqueta ou um colete com uma profusão deles. Ambos, pins e bottons, comuns no mundo do rock e das artes, por exemplo. Destaco, de minha coleção, em especial dois que quando usamos, eu ou o meu irmão, causam certo furor. Criados por Yoko Ono, um, a partir da imagem de seu mamilo, outro, de imagem frontal de sua vagina. São discretos, beges, mas olhares atentos sempre os percebem, impressionante.

Embora não sejam joias, muito ao contrário, acredito mesmo ter ao todo mais broches do que a rainha, também lembrada pelos chapéus de formas e cores sensacionais, marca da nobreza britânica, desfilados nos grandes eventos que nos acostumamos a acompanhar nas cabeças coroadas, de ontem, hoje e de amanhã, como na da Rainha Consorte, muita sorte, aliás, Camilla Parker Bowles, a eterna rival da Princesa Diana.

Grandes mulheres da política mundial, provavelmente até inspiradas na rainha, os usam em seus trajes, ternos, vestidos, ou prendendo-os aos lenços de seda. Repare. Broches são versáteis. Com eles, além de mensagens que podem ser até do humor do dia, em segundos se produz uma roupa nova a partir de qualquer tecido, prende ali, fecha aqui. Também, aprendam, podem salvar em ocasiões difíceis, como o rompimento de um botão ou costura, em cima de uma manchinha persistente. Mil e uma utilidades.

Bom poder – mesmo que em meio à tristeza – em uma mesma semana lembrar das grandes mulheres que mudam o mundo, esquecendo o machismo e a grosseria de alguns homens que o atrasam, e que temos um tão perto aqui, que necessita alardear seus visíveis problemas sexuais e o desrespeito em suas considerações misóginas.

Pessoalmente para mim foi bom especialmente lembrar daquele dia em 1968 em que vi a rainha passar ao lado do grande amor de sua vida, o príncipe consorte,  muita sorte, Phillips, Duque de Edimburgo, quando da visita ao Brasil, e em São Paulo, saindo correndo da escola, me postando pequenina em meio à multidão que esperava vê-la ali numa esquina da Avenida Cidade Jardim. Retrato bem guardado na memória.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Feminismo popular. Ninguém é Bruaca. Por Marli Gonçalves

O feminismo ganhando o que mais precisa, divulgação e entendimento de sua simplicidade e importância na força da ação e reação feminina. Está uma delícia. Todos os dias temos visto manifestações – algumas até bem engraçadas – de mulheres brasileiras revoltadas e resolvendo a situação com seus companheiros de forma inusitada: expondo o “gajo” nas redes. Na tevê, a reação das oprimidas faz sucesso e ensina de várias formas que há solução.

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A primeira é não se calar, e o quanto antes. É uma que “vira” onça diante do motel onde está sendo traída, e filma tudo.  A outra que gruda um cartaz no carro do companheiro traidor dando conselhos e inclusive apoiando, vejam só, a amante, pedindo respeito a ela também. Isso se espalha, viraliza. A sororidade se destaca mostrada com sucesso em personagens de novelas, como a Maria chamada de  Bruaca, de Pantanal, reagindo ao entender a situação vivida durante toda uma vida ao lado de um homem horrível,  machista, grosso, nocivo, tóxico, ao qual venerava até descobrir que, inclusive, o tal manteria outra família.

Em um país onde impera a desigualdade, os riscos e violência, e a ignorância tenta a cada dia botar mais as manguinhas de fora, é reconfortante assistir a matérias e matérias repercutindo a opinião de mulheres sobre como estão dando a volta por cima. Ou como estão entendendo muito bem o recado de que sempre chega a hora do “Basta!”. E que esse ponto final poderá salvar suas próprias vidas. O Brasil ainda ocupa o quinto país do mundo em mortes violentas de mulheres segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos – dado vergonhoso e que infelizmente se mantém, apenas piorado, ao longo dos últimos anos.

Em 2020 e 2021 houve uma severa explosão dos casos de violência contra a mulher e feminicídios – o assassinato de mulheres e meninas por questões de gênero, ou seja, exclusivamente em função do menosprezo ou discriminação à condição feminina. A pandemia de Covid, que obrigou ao isolamento, tornou a situação ainda mais calamitosa, especialmente entre as mulheres negras e mais pobres, mas atingindo brusca e diretamente a todas.

As denúncias recebidas pelo Disque Denúncia de São Paulo cresceram 35% em março deste ano, comparando com o mesmo período do ano passado. Em março deste ano foram 57 denúncias, contra 42 em março de 2021. Apenas no primeiro trimestre de 2022, foram 140 relatos de feminicídio no Estado – mais de um por dia!

Nos últimos anos o país tem piorado em muitas questões, particularmente algumas ligadas ao comportamento humano e liberdade individual, ou ligadas às minorias. Todos os dias ouvimos relatos de racismo, manifestações de violência contra as mulheres e contra a população LBGTQIA+.

Uma situação que não envolve apenas as mulheres, em geral atacadas por pessoas próximas, seus companheiros ou ex-companheiros, mas também seus filhos que muitas vezes presenciam esses atos. Atos e números desleais que precisam ser estancados, e luta para a qual todas as mulheres, maioria da população, deve assumir seu papel. Em todos os canais, inclusive políticos.

Daí a importância de divulgar vitórias, as reais e mesmo essas das ficção de filmes e novelas, de casos em redes sociais, muitas vezes a melhor forma de traduzir rapidamente essa batalha e seu significado. Repito: o feminismo é força, precisa ser compreendido em toda sua plenitude, e por homens e mulheres. Não diz respeito só a um ou a outro. São alicerces fundamentais para o futuro. Acredito firmemente que a humanidade não poderá ser assim chamada enquanto a mulher for tratada de forma inferior. Feminismo é prática diária. Presente em nossas vidas.

Não há de se ter vergonha. É preciso pedir ajuda. Por a boca no mundo. Como vítima dessa violência que deixa marcas profundas por toda uma vida, cada caso, cada morte que sei, é como se novamente a ferida fosse em minha pele, e me faz comemorar hoje conseguir ter ficado viva para contar a história, entender exatamente como ela se constrói, a dor que causa.

Me posicionar na frente dessa batalha, implorando pelo fim dessa guerra tão particular e odiosa.

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Marli - perfil cgMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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#ADEHOJE — BOLSONARO DESCE A LADEIRA

#ADEHOJE — BOLSONARO DESCE A LADEIRA

 

SÓ UM MINUTO – Pesquisa CNT/MDA. Avaliação negativa do governo Bolsonaro cresce e é de 39,5. A reprovação ao desempenho pessoal de Bolsonaro também cresceu no período e 53,7% em agosto, ante 28,2% em fevereiro, de acordo com o levantamento. Já a taxa de aprovação do mandatário passou de 57,5% para 41%. A amostra indica ainda que 29,4% consideram o governo ótimo ou bom e 29,1%, regular. Não souberam ou não responderam 2% dos entrevistados….

72,7% dos entrevistados declararam considerar a postura de Bolsonaro inadequada. Já 21,8% responderam o contrário, enquanto 5,5% não emitiram opinião.

ARTIGO – O amor (e o sexo) nos tempos de cólera e internet. Por Marli Gonçalves

O amor é lindo. Seria simples se as pessoas não fossem tão loucas, tivessem tantas dificuldades em se relacionar entre si. Mas, se já era complicado antes, imagine agora, em tempos de internet, redes sociais, aplicativos, celulares que gravam tudo, e dessa total exposição das intimidades

Já disse. O caso do relacionamento nas noites quentes de Paris, entre Neymar e a modelo Najia Trindade, que agora o acusa de estupro e agressão, ainda vai longe. Envolverá ainda muitas outras pessoas, como a dança de cadeiras dos advogados e assessores. Gerará muita discussão e discórdia, pano para manga, e gelo para o pé ferido do atleta, tantos aspectos envolve. O prazer e a vontade sexual da mulher, sempre na berlinda e que sempre ainda parece inadmissível mesmo em tempos modernos. O não é não, o direito de parar, seja em qualquer situação, Hora H, ou qualquer outra, desde que um dos dois (ou às vezes até mais) queira. Os novos conceitos legais e judiciais sobre o que se configura crime. Por exemplo, a divulgação das imagens íntimas, de um lado e de outro, na defesa e na acusação.

Como voyeurs, todos assistimos, diretamente dos sofás e das mesas de bar, nos deliciando com os detalhes sórdidos. Amplas audiências, buscas de furos jornalísticos, vidas escarafunchadas, especialmente, claro, a da mulher, a parte mais fraca dessa e tantas outras histórias, principalmente quando envolvem personalidades tão poderosas e conhecidas mundialmente como Neymar. Torcidas organizadas se formam e, como virou habitual no país, embates fragorosos que revelam a confusão, machismo, provincianismo e ignorância.

O assunto explodiu e já de cara a mulher foi condenada. Afinal, manifestou desejo, aceitou ganhar a passagem, “provocou” o encontro, não é rica, só podia estar querendo dar um golpe no eterno menino, que já aprontou de um tudo, mas ainda é “menino”, como se fôssemos a mãe generosa, para quem sempre o filho tem razão e será criança.  Mas, então, por que não deu o golpe logo, ela não diz que quis parar porque nenhum dos dois tinha preservativo? Nem precisava furar nenhum para tentar engravidar e esticar essa noite por toda a vida. Um argumento, no entanto, que cairia por terra se o encontro tivesse sido até em algum motel da estrada, imaginem em um hotel de luxo, onde em segundos alguém entregaria na porta muitas camisinhas em uma bandeja de prata, possivelmente com o logotipo do estabelecimento e votos de boas entradas. Não convenceu. Pelo menos a mim, que desde o início pedi calma no julgamento público dela.

O que teria acontecido? Por que ainda passam batidos os recados que o próprio Neymar divulgou? Em um deles diz já estar bêbado; em outro, completamente louco. Portanto, também não há como negar que seu comportamento possa ter sido violento ou alterado. Do tipo “paguei para ela vir dar para mim”. Até esse momento não encontrei análises sobre o comportamento digamos estranho do atleta nas últimas semanas, contando com o soco no torcedor, as festas e badalações, as seguidas contusões (fraqueza, distração?), os imbróglios inclusive com o Imposto de Renda, o pai metido em tudo, e o anterior encontro com Bolsonaro, que por incrível que possa parecer, também já se meteu na história, absolvendo, como bom machista que sempre se mostrou ser.

Será depressão? Não será o verdadeiro amor perdido? Afinal Neymar e a atriz Bruna Marquesine juravam amor eterno, falavam em casamento, planos de ter filhos há bem pouco tempo, esbanjavam e esparramavam isso para o mundo todo, depois de idas e vindas. O fim do namoro – que agora aparece mesmo ser definitivo – marca mudanças visíveis em Neymar, em seu comportamento. Vamos e venhamos que flertar com uma quase desconhecida, que estava em outro país, diante de tudo que ele conhece do bom e do melhor do outro lado do Atlântico não é a coisa mais normal do mundo. Najila deve ter mesmo se sentido o máximo. O seu nome significa “aquela que tem os olhos grandes”, “mulher cujos olhos são grandes”. Como a gente diz, o olho cresceu.

O caso será uma guerra. Inclusive de comunicação. Com espertezas de todo o lado. A contratação, para a defesa de Neymar, da criminalista Maíra Fernandes, reconhecida na causa feminista, foi gol. O inacreditável, ridículo, foi a organização a que pertencia, a Cladem (Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher), tê-la expulsado imediatamente por causa desse seu trabalho. Neymar ainda não foi condenado, nem julgado culpado, e tem todo o direito de defesa seja de quem quiser e poder pagar.

É radicalismo em cima de radicalismo. Cada vez mais o medo se instala junto ao amor e às relações sentimentais. Violência que origina as centenas de feminicídios que ocorreram quando as mulheres procuraram romper relacionamentos, e alguns vice-versa.  É a vingança realizada na exposição pública de momentos íntimos, do amor quando ocorria em fotos, vídeos, nudes. A insegurança dos casais. O alimento do bicho indomável, o ciúme.

Não me admira que tantos e tantas estejam sozinhos, ou preferindo apenas as relações fugazes. Também não me admira a construção fictícia dessa linda e pacificada sociedade diversificada dos anúncios que proliferaram para estimular o consumo no próximo Dia dos Namorados. Lé com lé. Cré com cré. Cré com lé. Reparou?  As mais variadas combinações, felizes.

Como seria bom se fosse verdade, embora toda forma de amor valha a pena. Só que ele ainda tem grandes dificuldades de dizer seu nome quando tem tanta gente assistindo de camarote, esperando que pegue fogo, que a casa caia, que a cama despenque. E que tudo tenha sido gravado, em detalhes, na horizontal e na vertical. De preferência com som ambiente.

amor de mãe________________________________________________________________________

Marli Gonçalves, jornalista – Primeiro, a defesa das mulheres. O meu lado da história, e que reconhece bem, assim como as dificuldades que já viveu por ser uma.

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

Brasil, nos dias de namorados

 

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#ADEHOJE – ELES SÃO DOENTES, PRECONCEITUOSOS E MACHISTAS

#ADEHOJE – ELES SÃO DOENTES, PRECONCEITUOSOS E MACHISTAS

SÓ UM MINUTO – Inacreditável. Chocante. Horrível. Nojento. O que mais é possível dizer sobre o que está acontecendo, sobre as intervenções de Bolsonaro e sua trupe? Até quando ficaremos quietos vendo tentarem desabar com nossas conquistas? Ontem, foi a censura ao comercial, acreditem, do Banco do Brasil!!!!!! Que já estava no ar! Lembra? Aqueles que apareciam jovens procurando o BB para abrir uma conta digital. Jovens que estão nas ruas, negros, gays, diferentes, coloridos, felizes. O diretor de marketing demitido! Pensam que acabou? Vejam a pérola que nosso presidente ignorante falou: “Quem quiser vir aqui fazer sexo com mulher, fique à vontade, agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.

Vão falar isso para quem, malucos? O Brasil sobreviverá a vocês! Temos de nos posicionar.

ARTIGO – Vamos xingar? Xingar? Por Marli Gonçalves

brazilB_animadoOK, mas se é para mostrar descontentamento vamos fazer direito.Não será por falta de motivos, mas não podemos nunca perder a razão. O que estamos vendo ocorrer contra a presidente é grosseria, não um xingamento que possa ser justificado, e nem ao menos explicado. Uma falta de educação absurda contra uma mulher, antes de tudo. O problema – admito e acho que não vai ter cura – é que já “pegou”, virou moda, mantra, e agora, onde ela for, vai ouvir o povo dando essa ideia de outro lugar para ela ir e o que deveria fazer lámulheer faz o jardim

Tivesse ela um pouco de humor e sem o peso da liturgia do cargo, responderia o que eu respondo quando alguém – em geral, no trânsito, ou em discussões banais – me destina esse mesmo xingamento: “Deus te ouça!”

Mas eu sou palhaça. Às vezes escuto essa mesma coisa até de um amigo ou amiga, numa conversa qualquer, boba. É usual. Quando alguém quer encerrar um assunto, tira da cartola o desejo, sim, o desejo, de que você vá ter a sensação de ir lá fazer aquilo. Acho até engraçado porque para um número cada vez maior dos que se assumem, se levada ao pé da letra a expressão…como disse.

A presidente, não. Não pode, coitada, revidar. Agora já está se fazendo de vítima, torturada, torcedora mesmo torturada, cara de beijinho no ombro. E os seus defensores, gente com memória fraca que, não adianta, quer fazer acreditar a muitos que foi só no dia da abertura da Copa que ela foi xingada assim, tentar nos convencer de que foiuma coisa armada e localizada (combinada entre 68 mil pessoas!), pela elite, aliás, elite, como dizem, branca, convidada ( esqueceram do endividada também), e que nem pagou o ingresso. Foi por isso que ela foi xingada, segundo eles – não teria sido o povo. Esqueceram o despencar nas pesquisas, outros jogos, shows, protestos, adesivos, etc…E os bons motivos.

O problema é que ao xingar dessa forma, perdemos muito da razão. Sei que o ato de xingar nunca vem acompanhado de flores, perfumes, hálito de menta. Mas há outras formas, ah, isso há. Graça Foster, que o diga. Alucinada, anta, fingida, dissimulada, besta, idiota, mentecapta, petista, dois de paus, dois neurônios, -muitas formas. Nós é que nos viremos e arrumemos as rimas.women4

Enfim, voltando ao ´cerne da questão, igual verruga. Não é assim, xingando palavras que inclusive, obrigatoriamente, não podem ser transmitidas pela tevê, porque de baixo calão, que vamos mudar o país. Mas, sim, apontando exaustivamente os erros, as falhas. Mostrando que não somos bobos para ficar quietos ouvindo a presidente falar o que quer, com cara de desentendida, listando respostas e bobagens no horário oficial, com discurso lido, totalmente escrito por outrem, cumprindo tabela.

e8mmdv3zAcredito que a estaremos xingando muito bem nas urnas, no dia da eleição. (Tá, eu sei que está duro olhar as opções, mas aí é um problema que a gente tem de analisar depois. É o que temos no momento.).

Também não é xingando nas redes sociais, inventando eventos e protestos “virtuais”, que isso é babaquice total. Vamos falar sério.

Temos de participar da vida política do país, escrever, denunciar desmandos, fotografar, filmar, divulgar, discutir. Mas com base na realidade, que ela por si só já basta – não é inventando que vai ter bolsa para prostituta, que a lei de ficha limpa ainda não foi aprovada ( recebo uns três por dia com essas bobagens), que o filho de não sei quem barbudo é dono de açougue, muito menos de frigorífico, nem repassando fotos de mansões de sheiks árabes dizendo que é de gente do governo atual.

Precisamos crescer e amadurecer.

women mudando de roupaFizemos um papelão na abertura da Copa com aquela apresentação de quinta categoria, vergonhosa, de fundo de quintal, de escolinha primária, com umas arvorezinhas, florzinhas rodando para lá e para cá, um monte de criancinhas (mas que deviam ser muito mais pelo menos para ocupar os espaços) com cara de miosótis e sempre-vivas, índios mal amanhados arrancados de tribos tão urbanas como os guaranis, para quem nunca ninguém dá bola, deixando-os morrer por aí, bêbados ou suicidas. A única coisa que salvava era a bola no meio do campo, mas só até se abrir e trazer aqueles três que até agora estou pasma, ali apenas para contentar seus patrocinadores. Gastaram, parece, 18 milhões naquilo. Não temos que xingar essa roubalheira? Temos profissionais maravilhosos que, por muito menos – até por já estarem acostumados a não ter recursos -, teriam feito melhor que esses dois gringos que nunca ninguém ouviu falar, inventados sabe-se lá por quem.Fora o papelão do exoesqueleto, das pombas, dos estádios inacabados. Da governante atrás da vidraça.

Precisávamos completar com o xingamento feio? È covarde isso. Era melhor que todos que estavam ali, vaiando anonimamente, se ligassem “na real” e, então, fossem para as ruas, engrossar protestos firmes. Assuntos para as plaquinhas que segurarão nas mãos não faltarão. Façam o gigante acordar, mas sem xingar com palavrões. Só com palavrinhas.

Sem xingão, mas com xingadelas.frank1-4

88womanSão Paulo, Brasil, Copa 2014, mundo voltado para nós aproveitarmos, 2014 Marli Gonçalves é jornalista Se levar a sério o xingamento que vem sendo dirigido em altos brados à presidente, restará uma pergunta: quem é o ativo e o passivo dessa história? Pensa.

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Crivella diz que protestos são porque Dilma é mulher, por machismo.Socorro! Emque mundo esses caras estão vivendo, pelo amor de Deus!

feliz dia, chefeEvangélico, ministro Crivella atribui onda de protestos a machismo

CATIA SEABRA
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

Evangélico, o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, surpreendeu colegas de Esplanada ao apontar o machismo como origem dos protestos de rua pelo país.

Na segunda-feira, durante reunião ministerial na Granja do Torto, Crivella expôs sua opinião diante da presidente Dilma Rousseff: os manifestantes, avalia, foram às ruas porque ela é mulher.

Ainda segundo relato de participantes, a presidente não reagiu à avaliação. Ela foi bem dura, porém, ao responder aos comentários do ministro Moreira Franco (Aviação Civil) sobre o impacto da inflação no ânimo do brasileiro. Segundo participantes, Dilma disse que Moreira não tinha entendido a exposição feita minutos antes pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Ministros de Dilma Rousseff criticaram, diante dela, as previsões “otimistas” da equipe econômica e a falta de medidas concretas para responder à onda de protestos.

A presidente foi enfática também em defesa da ministra Helena Chagas (Comunicação). Foram feitas críticas à comunicação do governo, que teria falhado, na avaliação de ministros, na divulgação de ações positivas do Palácio do Planalto.

“A gente não resolve problema só no gogó”, disse a presidente, segundo participantes, pedindo para que os ministros cumprissem seu papel.

Após ouvir avaliações negativas de seus próprios ministros, Dilma cobrou maior efetividade de sua equipe, afirmando que têm de dar começo e fim a suas tarefas.

“É preciso entregar” ações à população, reagiu, rebatendo as críticas à comunicação de seu governo.

Durante a reunião, Moreira Franco (Aviação Civil) queixou-se das avaliações de Mantega e Tombini indicando que a inflação estava em queda. Ele afirmou que a percepção das pessoas é que, ao irem ao supermercado, o dinheiro já não compra o mesmo do que no ano passado.

Moreira reagiu ainda ao pedido de Tombini para que explicassem bem a trajetória da inflação, que no acumulado de doze meses ficará acima da meta (6,5%) em junho, mas terá uma tendência de queda.

O ministro afirmou que esse “é um problema político, não de comunicação”.

Dilma alegou, em resposta, que a inflação está caindo mensalmente. “O povo não faz compras vendo um gráfico. Mas sente no bolso”, argumentou Moreira, segundo relato de participantes.
A reunião foi marcada por dissonância entre equipe econômica e demais ministros. Remanescente da equipe do ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) foi o primeiro a lançar dúvidas sobre as previsões feitas por Miriam Belchior (Planejamento) e pela chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Segundo presentes, Carvalho argumentou que não haveria manifestações se tudo estivesse “cor-de-rosa”. O ministro Paulo Bernardo (Comunicação) disse, segundo participantes, que o momento exigia um autocrítica, enquanto José Eduardo Cardozo (Justiça) sugeriu uma análise da origem do movimento.

Ainda segundo participantes, Dilma cobrou objetivamente os ministros César Borges (Transportes) e Fernando Bezerra (Integração), avisando que será mais dura na cobrança no acompanhamento do trabalho dos ministros.

Horas antes, num momento de ausência da presidente, Cesar Borges usou uma música ao comentar a exposição de Belchior.

“De que me vale tudo isso se você não está aqui?”, afirmou, numa referência à música de Roberto Carlos.

Procurado pela Folha, Borges disse, por intermédio da assessoria, que não se lembrava dessa intervenção, descrita por quatro ministros que participaram da reunião.

 

FONTE: FOLHA SP/UOL