ARTIGO – Jogue limpo, que está sujo, feio e malvado. Por Marli Gonçalves

Tá feio, muito feio, e a conta vai chegar para vocês. Será que consegue jogar limpo, ao menos sabe o que é isso? Resta um mínimo de bom senso? Queremos rezar para quem a gente quiser, como a gente quiser, onde quisermos, e em paz. Viver em paz. Não se meta. Queremos respeito às nossas decisões pessoais, respeito aos nossos sentimentos e crenças. Cuidem do país, que da gente cuidamos nós. Pare, apenas pare de nos causar asco todos os santos dias.

feio, sujo e malvado lata de lixo da história

 Caro Senhor Bolsonaro e seus admiradores, seguidores, apaniguados, vidrados e etceteras: respeito!

Respeito é bom e todos gostam.  Não vai ganhar no grito, e se acaso isso ocorrer, o grito que ouvirão depois será muito mais alto e perturbador. Segurem sua onda, que a gente pode tentar até segurar a nossa.  O mundo não se resume a vocês, aliás, graças a Deus, e seja em qual deus cada um de nós acredite e venere, ou não! Parem de ser tão crentes que estão abafando por aí com tanta sacanagem, aleivosias, violência, mentiras, ignorância e ódio que espalham por onde passam. Já conseguiram acabar com o orgulho de nossa bandeira, e cores, hoje quase insuportáveis. Buscam comprar votos com a mais lavada cara de pau, distribuindo benesses de última hora.  Joguem limpo. Querem respeito? Nos respeitem.

Não se sabe se atiçando medo já causam uma estranha, inaceitável e impressionante paralisia nas instituições que deveriam proteger, mas que estão rasgando, desonrando e pisando em artigos sagrados de nossa constituição.

Damares, a ex-ministra e agora senadora incrivelmente eleita, já deveria é estar presa e cassada, antes que esse estrupício manche ainda mais o Senado Federal. Se não na prisão, desculpem, em um hospício, interditada, porque ela está – acreditem – precisando de ajuda e tratamento urgente. Está fora de si, vendo muito mais do que Jesus na goiabeira. Isso não é religião: é problema sério, mental, que a faz, como ela própria diz – ouvir pelas ruas até relatos fantásticos de crianças com dentes arrancados para a prática de sexo oral, entre outras sandices que propaga em solos sagrados que ela própria deveria respeitar.

Isso tudo é muito sério. Não tem mais graça alguma nem para fazer memes. Precisamos parar de brincar. Está passando dos limites de qualquer aceitável.

O tal Ônix, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, é outro que já deveria é estar sendo preso, processado, anulado, cancelado, sei lá. Não é de hoje, mas agora ousou dizer que os gaúchos deveriam votar nele para terem uma “primeira-dama de verdade”, já que não consegue ser melhor do que o seu concorrente que, sem problemas, sempre se assumiu gay. Homofóbico, preconceituoso, apoia tudo o que é, foi e será de ruim. Se nem ele é de verdade, um ser falso que há anos anda por aí atrás de qualquer poder para se aproximar.

Outro que se diz cristão, e também não dá para entender como os verdadeiros evangélicos se calam diante do uso deslavado de suas premissas nesses embates eleitorais.

Bolsonaro, não dá para listar nesse espaço todo o mal que espalha e permite que se espalhe, agora ainda por cima tentando uma guerra religiosa opondo católicos e evangélicos. O que aconteceu na Basílica de Nossa Senhora Aparecida é simplesmente imperdoável, não há justificativa possível. Aguente o tranco de seus ataques, que essa semana o senhor pisou em calos que não deveria, acredite.

Sabe, já tivemos – e os seus atos agora chacoalham nossa memória – vários seres desprezíveis no comando da nação, especialmente durante a ditadura militar que admira e tenta alimentar. Mas teve um, o tal Jânio Quadros, que saiu da história como maluco, quando governou o país e renunciou e, depois, mais, quando inacreditavelmente foi prefeito aqui por São Paulo. Teve também o Maluf que grassa agora largado doente e só em algum canto. Eles também tiveram apoio por algum tempo, juntaram alguns porcentos gritando “mito”. Mas sabe como é a política, não? Implacável.

O povo também sabe virar uma bandeira como ninguém. Tenta proibi-los de suas coisas, para ver só. Se acaso a resposta já não vier das urnas agora, acredite, não tardará, assim que tomarem consciência do perigo que representa e do que, para ganhar a eleição, fez, e que o país inteiro pagará por isso.

___________________________________________________

MARLI GONÇALVES – E nem adianta me xingar e chamar de petista, que não cola. Sou, sim, oposição ao que é ruim. Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

ARTIGO – Eu não quero falar de…Por Marli Gonçalves

Eu não quero falar de como me senti depois do resultado geral desse primeiro turno eleitoral. Bem não queria. Dessa ressaca que não passa, e olha que eu não bebo, mas do quanto saí do prumo se é que tinha algum, mesmo sem estar entre os que acreditaram em situação resolvida de pronto. Não quero falar de quanto estou preocupada com o claro retrocesso que incrivelmente acelera e ameaça o país. Eu não quero falar, mas é impossível calar, também inclusive não criticar a forma que a oposição se comunica, errante

eu não quero falar

Eu não quero falar de política, mas nesse momento a política entra por todos os poros e canais e agora novamente com o horário eleitoral e as perturbadoras pílulas espalhadas na programação e para onde se olhe. Eu já não quero saber o que andam fazendo, falando, com quem se encontram, por onde passam, mas é impossível. Como não reagir ao contínuo sequestro do verde e amarelo, às aproveitadoras camisetas da seleção vestidas por pessoas que até então julgávamos razoáveis? Ao noticiário que traz à tona mortais brigas eleitorais entre amigos, nas casas, nos bares, nas esquinas, do nada. Como não se sentir mal vendo a negação descarada do que vivemos, do que perdemos, de quantos perdemos, do construído plano descarado e perigoso de virar a direção à extrema direita?

Eu não quero falar de como estamos desprotegidos e tudo virou uma imensa Casa da Mãe Joana quando não são punidos imediatamente – mas punidos mesmo, de verdade, não de mentirinha com passeios até as delegacias e logo liberados com cara lavada – os empresários que ameaçam seus funcionários de desemprego se não votarem nos candidatos deles, ou os que oferecem dinheiro em troca de votos. Não é fake news, essas denúncias vêm acompanhadas de batom nas cuecas, vídeos, fotos, depoimentos, vítimas.

Nem quero, por falar nisso, versar sobre a quantidade de fake news que estão cruzando os céus do país vindas das duas infelizes direções em que nos metemos, no jogo sujo, divididos palmo a palmo, com mentiras sobre tudo, como se não houvessem tantas verdades tão suficientes a serem usadas, colecionadas durante os últimos anos, dia após dia.

Nem quero lembrar da ingenuidade perdida e enterrada no trabalho de anos lidando com campanhas, com marketing político e seus temas afins, que aprendi e sei bem capaz de tudo. Mas não há como evitar ver a linha ética trespassada para borrar a realidade. Os apoios, as traições, as manipulações maquiadas dos bonzinhos e ruinzinhos, e, enfim, a revelação da cara daqueles que vieram construindo seus podres poderes nas sombras, pelos cantinhos.

Ah, como gostaria de não falar da vontade que dá de sacudir fortemente candidatos de oposição que não mudam o cansativo discurso de sempre. Aqueles que repetem incansavelmente as palavras que poucos entendem, “professoralmente” discursam insistentes sobre temas macro quando o que há é fome, dificuldades reais, economia desequilibrada, preços extorsivos, e do outro lado alguém prometendo facilitar mundos e fundos justamente para esse dia a dia.

Eu não quero falar, mas não posso me resignar quanto à tristeza que dá ver mulheres ali sorrindo do lado de quem as inferioriza, destrata e ameaça, e que assim continuará vencendo ou não, porque alçado a um inexplicável papel de líder. Ver a imprensa atacada e acuada tentando informar com suas parcas atuais condições de luta, e dentro dela jornalistas que um dia foram respeitados jogarem suas histórias no lixo da História.

Eu não quero falar, adoraria poder nem pensar, mas por responsabilidade jurada profissionalmente não posso me isentar e deixar de observar a gravidade da atual situação que quebra ao meio todo um país que continua agindo como se tudo fosse torcida de um imenso jogo de futebol onde há dois times grandes se enfrentando.

E ainda vai ter Copa.

___________________________________________________

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

ARTIGO – Pelejas nacionais e a palma de nossas mãos. Por Marli Gonçalves

Foi aberta a temporada oficial das pelejas eleitorais, e ainda além das nossas muitas pelejas do dia a dia. Agora não adianta nem tentar fugir porque elas entrarão por todos os canais, os da tevê aberta, de comunicação, nas redes sociais e os de nossos sentidos. Vamos esbarrar nelas, mesmo tentando delas se esquivar.

173,165 Hand Palm Stock Illustrations, Cliparts and Royalty Free Hand Palm Vectors

Está no ar. Vão nos aborrecer, fazer torcer por alguns, ajudar-nos a escolher, e inclusive até nos divertir muito porque lá vem aquele desfile de gente muito estranha, com nomes e até codinomes, apelidos, anexados como patentes, religião e profissões, propostas absurdas e algumas ideias escalafobéticas.

Parece simples, mas não é bem assim. No próximo dia 2 de outubro, primeiro turno que – tomara –  seja o único, para acabar logo com essa aflição toda, teremos cinco decisões a tomar, cinco vezes para ouvir o tilintar da urna: eleger presidente (a), governador(a), senador(a), deputado (a) estadual e deputado(a) federal.  As coisas andam tão polarizadas que até é possível que apenas a partir de agora muita gente se dê conta de prestar mais atenção, mesmo nas fugidias imagens de segundos de alguns dos que pretendem conquistar nossos votos, e nem eles mesmos sabem bem o que estão fazendo ali, na sopa de letrinhas dos partidos, federações, cotas, uniões e acordos.

É preciso entender que todo o processo eleitoral é importante, complexo, que não adianta achar que escolhendo só o presidente poderemos mudar alguma coisa, porque o buraco é bem mais embaixo, ou melhor, lá em cima. São interdependentes. São quadrados que precisam ser bem preenchidos. Com consciência nacional, e que ainda parece que não aprendemos, pela falta de cultura política.

Ficamos aqui de fora assistindo os debates, confrontos, o cara a cara, as entrevistas, torcendo para que um massacre o outro, mas não é jogo de futebol. Temos de escalar um time completo, mas para entrar em campo a partir do ano que vem, com condições de enfrentar a perigosa situação e momento que nos encontramos, poucas vezes vista tão desorganizada em todos os campos, tanto éticos, como sociais, ambientais, econômicos.

O Brasil precisa tomar consciência do tamanho dessa responsabilidade que até aqui parece esquecida, como se tal peleja fosse apenas entre duas pessoas. São muitas. É necessário que a representação de cada um de nós se espalhe pelas casas legislativas, hoje tomadas pelo que há de pior, que veio de carona no mesmo barco do ser que nos atormenta nos últimos quatro anos, trazendo para o poder o ódio e um grande número de elementos execráveis, vergonhosos, perigosos, incluindo a própria família.

Quando escolhemos o presidente ou o governador de nossos Estados para os cargos executivos essa alavanca já começa a ser acionada.

As pelejas nacionais já vêm se dando de forma assustadora não é de hoje, e entre todos os Poderes, especialmente envolvendo o Judiciário, obrigatoriamente acionado para coibir abusos, dar sequência à lei e à ordem, como guardião da Constituição, juiz das partidas. Também aqui colhemos muitas dúvidas, abusos, interpretações que dão espaço a intermináveis discussões se um está ou não invadindo a seara de outro nesse momento delicado, se há abusos contra a liberdade de expressão de golpistas ou censura prévia a condições, planos, pensamentos e financiamento de atitudes que até já vivemos e perigos que apagaram a luz do país por longos e tenebrosos 21 anos.

Pelejas são complexas, árduas, cansativas. Mas típicas da democracia, a palavrinha que temos de defender acima de tudo. Na expressão popular há a expressão cobertor peleja, aquele que não é completo – ora deixa os pés descobertos, ora a cabeça. É aquele cobertor de tecido grosseiro, em geral doados, e que aqui em São Paulo vemos diariamente sendo largados ou arrastados nas ruas por necessitados sem teto ou pelos viciados da Cracolândia, inclusive alguns dos muitos problemas que esperam soluções enquanto as tais autoridades que escolhemos pelejam entre si.

Vamos tentar decidir melhor quem serão esses contendores. Está em nossas mãos as letras que  escolheremos. No dia da eleição, levemos na palma delas o poder e a decisão. E já que a moda parece que está lançada, para agilizar as mudanças, a cola escrita com os números dos candidatos bem escolhidos.

___________________________________________________

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

ARTIGO – A gente não quer só…Por Marli Gonçalves

A gente não quer só eleições, a gente quer muito mais: eleições livres, e que nos livrem, seguras e, pelo que parece, divertidas, embora a realidade seja de chorar. A gente quer respeito. Embora também pareça que queremos conflitos, ao menos nas redes sociais onde os grupos se enfrentam diariamente armados de memes, hashtags e arrobas num velocidade espantosa.

→ 68 Frases Engraçadas Para Status - As Melhores! - quizlandia.club

O problema geral é que não estamos vivendo uma piada, mas uma situação e um momento entre os mais sérios dos últimos anos. Quem está no poder está usando isso, aproveitando as grotescas gracinhas nesse ambiente para passar outras boiadas, muitas boiadas. Como a dos empresários do horror planejando golpe de Estado, as motociatas e passeios em pleno momento expediente e o Brasil à deriva.

Tudo é marketing político, para um, pra outro, para outros, ou mesmo para quem se dá bem sendo compartilhado com a assustadora rapidez em que as coisas acontecem nesse mundo virtual povoado de gente e robôs, de informações e mentiras, mas também de uma criatividade sem limites.

Todo dia tem novidades, e essa semana foi especialmente pródiga, culminando com o impagável chamado de “tchutchuca do Centrão”, ouvido na rebordosa que um jovem e  confuso youtuber promoveu no cercadinho do Planalto, e que irritou o presidente a ponto dele próprio voar para cima do menino tentando tirar seu celular que tudo gravava. Uma cena antológica.

Só que ele já estava com uma baita indigestão, e o tchutchuca foi gota de água cuspida no presidente capaz de falar mais besteiras por minuto de que temos notícia e de destratar jornalistas e seus próprios assessores quando se vê emparedado.

Começou com a festejada posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, que reuniu desafetos de toda ordem. O próprio ministro, com Bolsonaro sentadinho ao lado mais do que com cara de poucos amigos, com cara de tacho, cara de “o que eu tô fazendo aqui?”, entre outras que você pensou aí se viu as imagens. Diante dele, sentadinhos na primeira fila, um festejado Lula, e Dilma, Sarney, Temer. E também, na pontinha, mostrados de vez em quando, os inquietos e abismados ministros do STF indicados recentemente, André Mendonça e Kassio Marques. Um dos maiores registros de saia justa literal de que tivemos notícia.

O caloroso discurso de Alexandre de Moraes a favor do processo eleitoral e da democracia arrancando aplausos entusiastas da plateia, que chegou a aplaudir de pé em alguns momentos. O presidente pálido, crispado, parecia estar brincando de estátua! – assim como o filhote chefe da campanha. Sobrou até para o tchutchuca anterior, Paulo Guedes (assim foi chamado numa recente audiência pública), que teve de sair mais miudinho do que já é explicando porque deu as mãos, cumprimentou Lula. (Fora isso, claro, teve a cena de Dilma Rousseff de cara virada pro Michel Temer).

Isso é que foi festa.

Mas do lado de fora desses encontros, nas redes sociais, na internet, é que se dão tanto as nossas alegrias com piadas, charges, memes impagáveis, quanto os confrontos com as tentativas de respostas nesse triste ambiente ainda tão dividido. Pelo menos ali não rola sangue. Só grosserias nada chiques capazes de corar os influencers de etiqueta social que achavam que o saco roxo do Collor poderia ter sido o ápice.

A agilidade – no Twitter em poucos minutos centenas de milhares de citações, com compartilhamento dos vídeos, charges, memes, trocadilhos, e até versões musicais do tchutchuca do Centrão, o apelido que veio pra ficar – foi realmente impressionante, espantosa.

Mas na realidade silenciamos, porque pode até parecer brincadeira – mas não é – quando esse presidente anuncia exultante em suas lives a diminuição de impostos sobre jetskis, ou sobre – no país que tem muita fome – de whey protein, albumina, de suplementos nutritivos esportivos. E seu próprio perfil oficial publica a foto de um fisiculturista com uma cara parecida com a sua e o seu número de campanha grudado na sunga.

O que a gente faz? Ri ou chora copiosamente de vergonha?

Imagem

__________________________________________________

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

ARTIGO – Como é o seu candidato ideal? Por Marli Gonçalves

Como é a pessoa em quem você votaria de olhos fechados, sairia feliz para votar até debaixo de chuva e frio, como se diz, ou até debaixo de facas, não temeria a pandemia e voltaria para casa orgulhoso por ter praticado a cidadania em sua melhor forma? Ela existe?

candidato

Mulher? Homem? Alguma causa social a ser defendida? Você se importa com o partido ao qual pertencem? É que temos tantos (33) que é até bem confuso, porque pouco eles se diferenciam entre si, sejam de centro, esquerda, direita, direções que cada vez mais apontá-las se torna indiferente nessa nova sociologia que enfrentamos. Existem tantos porque tem uma torneirinha que vaza nosso dinheiro para cada um deles.

Essa semana pensei muito nisso. Passamos por seis horas de imersão no tema eleições e marketing político, em curso online do jornalista e um dos experts no assunto, Carlos Brickmann. Foram seis horas, duas horas em três dias. Interessante pensar nos variados aspectos eleitorais pelo menos um pouco antes, e, especialmente, neste ano tão cheio de surpresas, mudanças, medo. Além da premente e visível necessidade de renovação e mudança. Tempo muito curto. Piscou, e vai chegar o dia, um domingo, 15 de novembro, primeiro turno; e onde houver segundo turno será 29 de novembro, apenas 14 dias depois.

Como será a presença? Terá forte abstenção? Vacina, até lá, desistam. A eleição atual será de âmbito municipal, prefeitos e vereadores, tudo o que é mais perto da gente, de onde moramos, vivemos, transitamos. A “outra”, nacional, federal e  estadual, tão esperada por grande parte da população que não sabe nem como é que chegaremos lá, tão destroçados que já estamos, só em 2022. Você seria a favor de que todas as eleições fossem unificadas? Gostaria que esta tivesse sido adiada? Você vai votar?

O tempo curto: a campanha começa oficialmente só no próximo dia 27 de setembro. Imagino que já deve ter recebido aceno de algum amigo ou conhecido que será candidato, com quem você há anos não falava e já esteja percebendo a candura e “saquinhos de bondades” de alguns prefeitos que adorariam se reeleger. Acredito ainda que já perceba de repente até algumas máquinas na pista e homens trabalhando em locais onde eram esperados já há algum tempo.

Nas nossas conversas sobre o assunto, na qual participaram pessoas de todas as regiões do país, percebemos a chegada de vários candidatos bem intencionados, que vão tentar serem eleitos para buscar contribuir com seus conhecimentos. Embora pelas Câmaras passem todos os assuntos, seria muito bom se nelas houvesse conhecimento mais preciso sobre temas como Saúde, Educação, Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano, Segurança Pública. Mas também é fundamental, muito especialmente, que a Câmara seja composta de forma diversificada e que atente também a temas comportamentais, como as questões de gênero, raça, entre outras que nos são tão caras e sempre tão esquecidas ou deixadas de lado.  Pense bem nisso quando for votar.

Na questão feminina, pela qual tenho especial apreço, pensa na importância de termos mais mulheres nos parlamentos. Não só pela luta pela igualdade, mas pelos aspectos que tanto nos afligem, e só a nós, que precisam ser consertados ou resgatados, inclusive em relação ao respeito aos direitos conquistados e nos tantos que ainda faltam. Cuidado com essa questão de cotas, onde muitas são postas apenas como números. Procure as que realmente fazem a diferença. É a hora das lideranças comunitárias, daquelas que há muito tempo guerreiam, sejam de qual idade forem. O mesmo para as questões LGBTs.

No curso, interessante, se concluiu que o povo vota por emoção, mas não gosta de quem ataca os adversários, especialmente se esse ataque for abaixo da linha da cintura. Agora não é hora de acirrar ainda mais essa divisão nacional, bolsonaristas, lulistas, etc… – mas, sim, hora – e oportunidade – de dissipá-las, em prol de uma união nacional. Vote em quem fala a verdade, aliás, quem sempre falou, porque nessa hora o que tem de gente esquecendo o que disse, o que escreveu, o que já prometeu e não cumpriu, não é brincadeira.

Se eu pudesse pedir voto, apenas diria: vote contra a ignorância que precisamos conter, com tanta força. Fique atento às notícias, promessas e informações falsas, a arma dos incompetentes. Muitas coisas talvez não dê para falar pessoalmente, nesse ano o contato será muito “digital”, com máscaras. Não se deixe enganar por quem é capaz de levantar, sem perceber, um anão, pensando ser uma criança. Esqueça a política antiga e, já que essa chegará em grande parte por redes sociais, utilize esse mesmo campo com consciência, seja para apoiar, seja para incrementar com os temas que farão a diferença nesse futuro ainda tão incerto que vivemos.

Ah, me conta, por favor, se puder, como é o seu candidato/candidata ideal? Não é de hoje que me dedico a tentar entender este país.

______________________________________________

MARLI GONÇALVES Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

_______________________________________________________________

 (se republicar, por favor, se possível, mantenha esses links):
Instagram: https://www.instagram.com/marligo/
Blog Marli Gonçalves: www.marligo.wordpress.com
No Facebook: https://www.facebook.com/marli.goncalves
No Twitter: https://twitter.com/MarliGo

ARTIGO – Este país está uma piada. Por Marli Gonçalves

Uma piada de mau gosto, daquelas que a gente ri meio de lado, sem graça, com aquele sorriso amarelo; no fundo, no fundo, está é um desconsolo só, e na verdade só rimos para não chorar muito, porque cada vez mais sério. Já acorda certo de que vai ter a surpresa do dia, e o que é pior quando esta mostra o verdadeiro perfil de parte dos brasileiros, que só quer comida no prato, não importa quem a cozinhe, e nem quer saber dessa tal democracia.

Não é mais o país da piada pronta, mas o daquelas bem batidas, velhacas, que parecem contadas todos os dias em suas versões diferentes. O impasse é total. É pandemia, medo, recessão, paradeira mundial, milhões de infectados, milhares de mortos. Difícil até de acompanhar, e a gente então desiste, desiludido com a raça humana como muitos falam. Passa à etapa do ligar o foderaizer, uma alavanca mental, e querer apenas se salvar, tentando nadar e chegar à margem que ninguém tem ideia em qual distância está; aliás, onde está? Está?

Só isso pode explicar e é até fácil de entender as pesquisas que vêm mostrando neste momento a subida na aprovação do presidente.  Não é coisa para morrer de se preocupar, que ainda tem tempo e essa piada ainda vai longe. É fotografia de registro de momento: aquele dinheirinho do auxílio emergencial está mesmo fazendo a diferença: é como se fosse o oxigênio das máquinas de respiração para os que estão nas UTIs,  só que para quem está fora delas e conseguiu (incluindo os que não deviam nem ter pedido, mas conseguiram). Consciência política? –  Não é hora de ela ser chamada. Pode gritar que ela não vem. Não vai atender nem a porta.

Apontamos em direção deles, acusando: populistas!  Quem trabalha com marketing político sabe que essa palavra tem entendimento bem diferente – um é o que os intelectuais falam, e como entendem; outra é o que o povo mesmo ouve, e entende como coisa boa, positiva, popular. Então, não será por aí o embate.

Vamos ter de continuar rindo da caspa no paletó do ministro da Economia mais perdido que visitantes que entram errado em “comunidades” e saem alvejados. Como quem não tivesse onde atirar, esse senhor baixinho e prepotente se equilibra na corda bamba e quer agora taxar, vejam só, os livros, a cultura, essa que já está muito mais para lá do que para cá, tantas bordoadas tem levado nos últimos tempos. Fortunas, aviõezinhos, mercado de luxo? Não. Pensa ele, talvez: para que os livros, sem educação, sem escolas? – Algo que veremos os efeitos funestos mais adiante.

Aí explode o horror no Líbano. O que fazemos? Um voo da alegria para ajudar. Repararam, viram aquela feliz masculina comitiva embarcando? 13 pessoas. O que é que foram fazer lá? Os libaneses precisam de ajuda, mudanças na política, remédios, comida, decididamente, não precisavam da visita, entre outros, de Michel Temer, Paulo Skaf, amigos, ou do senador Nelson Trad, por exemplo, que tinha tanta coisa para ver aqui, como o tal dossiê que não pode ser aceito sob hipótese alguma. O que ele fez? Trancou o documento no armário e foi viajar, como se não houvesse ontem, hoje ou amanhã.

Aiai, que estou vendo você aí também até já confundindo Bolsonaros, os Filhos do Capitão, Carlos, Flávio, Eduardo. Podiam ser Huguinho, Zezinho, Luizinho. Porque cada um deles, todos, tem uma ficha corrida para explicar, a gente nem sabe mais qual é qual – todos com alguma capivara, como se fala no jargão policial. Chato, chato, assunto chato, só vai melhorar se o tal Queiroz e sua esposa, agora mandados de volta para a cadeia, resolverem, digamos, cantar. Duvido um pouco, porque a pele deles deve arder muito no fogo das milícias que os originam.

Enquanto tudo isso ocorre diante de nós, lá no Espírito Santo uma menininha de dez anos está grávida. Estuprada pelo seu tio desde os seis anos de idade, ela ainda está tendo de se sujeitar que discutam – sim, ainda estão discutindo – seu direito de abortar. Que compaixão é essa?  Onde está a humanidade? Que religião esse povo do poder acha que lhes dá esse direito? Dona Damares, por favor!. Essa criança não pode ser obrigada, nem condições tem, de ter essa outra criança. E, acredite, se algo lhe acontecer de mais mal ainda, porque ela pode não resistir, não serão poucas as pragas que rogaremos contra vocês.

Muito anos de luta para tentar fazer com que esse país fosse considerado e tentando que melhorássemos em pontos essenciais para agora estar assistindo a esse desmonte, esses desrespeitos, os ataques racistas, a continuidade da absurda desconsideração com as mulheres, essa marcha da insanidade contra tudo que nos é tão caro.

O país está uma piada que, quando nos contam, temos é muita vontade de chorar.

__________________________________

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

_________________________________________________________

 (se republicar, por favor, se possível, mantenha esses links):
Instagram: https://www.instagram.com/marligo/
Blog Marli Gonçalves: www.marligo.wordpress.com
No Facebook: https://www.facebook.com/marli.goncalves
No Twitter: https://twitter.com/MarliGo

Pé no chão essa análise do Cesar Maia. A oposição ainda precisa aprender a guerrear

DILMA VENCEU COM UMA CAMPANHA…, DEFENSIVA!
girl_warrior
1. É pura ilusão de ótica imaginar e afirmar que Dilma fez uma campanha agressiva. Não é verdade. Vamos usar uma linguagem de guerra. Um país em guerra com outro define seus bastiões fundamentais e, em torno deles, concentra suas forças físicas e equipamentos para defendê-las.

2. Uma campanha agressiva se dá quando um país tenta avançar sobre os espaços ocupados por seu adversário. Isso em nenhum momento ocorreu nesta campanha eleitoral.

3. Desde bem antes da campanha que todas as pesquisas mostravam com todas as letras e números que Dilma dependia de dois espaços fundamentais. Perder parte deles -por menor que fosse- seria a morte eleitoral, seria a derrota.

4. Pode-se buscar as pesquisas de um ano antes da eleição, de seis meses antes, de três meses antes e qualquer pesquisa durante a campanha e se tem o mesmo resultado. Dilma tinha sempre dois bastiões: os mais pobres e o Nordeste. E em boa medida há um significativo cruzamento entre os dois.

5. Para manter esses dois fortes guarnecidos, valia tudo. Para isso -em primeiro lugar- concentrou sua presença no Nordeste e centrou sua comunicação num suposto anti-nordestinismo do Sul maravilha. A polarização aí é claramente defensiva. Não quer ganhar nada, mas manter o que tem.war_2

6. Em segundo lugar, reintroduziu o velho e surrado discurso dos pobres contra os ricos. E repetia à exaustão os riscos que os pobres correriam se ela perdesse: o bolsa-família, o emprego, minha casa-minha vida, pro-uni…, foram as baterias antiaéreas que usou. E sua tática defensiva funcionou.

7. Os excessos verbais e publicitários tinham só esses objetivos, evidentemente defensivos. A defesa de seu forte nordestino funcionou bem. Manteve a proporção de votos de 2010 em 2014.

8. E o binário pobres x ricos funcionou, mas parcialmente. Afinal, se é verdade que houve uma ascensão social de milhões de pessoas, a receptividade daquele binário tinha que ser menor. Mas funcionou parcialmente.

9. O exército de Aécio entrou pelo norte, pelo centro-oeste, pelo sul, por S.Paulo, pelo Rio. Só não entrou pelo bastião mais importante de Aécio: Minas. Aí caberia colocar suas baterias defensivas (agressivas): cuidado, porque querem acabar com Minas. Não fez e entrou no jogo de que fez um bom governo ou não.

*FONTE: EX-BLOG DE CESAR MAIA

Para entender melhor as pesquisas, margens, indefinições e a história dos votos válidos, Cesar Maia, que estuda isso

VOTING.BOOTH.ANIMATIONDIVULGAR OS VOTOS VÁLIDOS NO SEGUNDO TURNO É UMA ENORME BOBAGEM! SÓ CONFUNDE!

1. O TSE contabiliza os votos válidos no primeiro turno por duas razões. Primeiro porque a maioria absoluta ou não dos votos válidos conseguida pelos candidatos a presidente e a governadores é que determina se haverá segundo turno ou não. Segundo porque nas eleições para deputados –federais e estaduais- é a divisão dos votos válidos pelo número de vagas que determina o cociente eleitoral e quantos deputados serão eleitos pelos partidos e pelas coligações.

2. Mas, no segundo turno, divulgar votos válidos é uma dupla besteira. A primeira porque é inócuo, já que vence a eleição de presidente e governadores quem tiver mais votos, independente da porcentagem de votos que tenha. Mas a segunda razão é de extrema gravidade para orientação dos eleitores, da campanha, dos analistas e da própria imprensa, pois confunde e ilude.

3. É fácil entender. Sempre que a proporção dos que marcaram brancos, nulos, não sabem e não responderam é significativamente maior que a diferença das intenções de voto entre os dois candidatos, a eleição está completamente indefinida. Exemplo. No Ibope e Datafolha Aécio tem 45% e Dilma 43% dos votos totais. Uma diferença de 2 pontos.

4. Mas há 12% dos eleitores que não marcaram nenhum nome. Isso representa 6 vezes a diferença entre eles. Mais ainda: essa diferença de 12 pontos cresceu 2 pontos desde as pesquisas da semana passada. Ou seja, uma eleição completamente indefinida. Na intenção de voto espontânea há um empate de 42% a 42%, ratificando a indefinição.

5. Sempre que a porcentagem daqueles que não marcaram nenhum candidato se aproxima ou ultrapassa o dobro da diferença entre eles, a eleição pode se considerar indefinida. Sendo assim, o fundamental no segundo turno é esquecer os votos válidos e informar apenas os votos totais e os que não escolheriam nenhum deles. Com isso, os eleitores, os analistas e a imprensa poderão avaliar a taxa de indefinição da eleição.

6. Outro exemplo: Rio Grande do Sul, Datafolha. Sartori tem 52% e Tarso Genro 35%. Marcaram brancos, nulos, não sabem, não responderam: 13%. A diferença entre os dois, de 17%, é 30% maior que a porcentagem dos que não marcaram nenhum dos dois. Essa é uma eleição definida mesmo faltando 11 dias, desde a pesquisa, para a eleição.

7. A divulgação das pesquisas deveria ser sobre votos totais: X tem XX%, Y tem YY%, Nenhum deles ZZ%. Diferença entre eles é RR% e é tantas vezes maior ou menor que os que marcaram brancos, nulos, não sabem não responderam. Assim, a informação permitiria uma análise adequada das probabilidades até a eleição.

FONTE: EX-BLOG CESAR MAIA

ARTIGO – Estupefatices. Ou Ai, meus hormônios! Por Marli Gonçalves

angeldevilflash.gif~c200Por onde começar? Falando da inacreditável campanha e momento político pelo qual passamos? Da briga do vermelho com o azul? Com quem eles pensam que estão falando com esse linguajar? Ou começo por essa imposição do tamanho de um bonde que é o tal horário de verão? Não estou discutindo se você gosta ou não, antes que queira debater ou fazer a minha pressão cair. Mas é imposição, sim. E a gente não se rebela por mais nada, nem por isso, nem por aquilo.

ovelha_pulando_cerca2Ativem os carneirinhos! Embora carneirinhos sejamos nós, juntinhos, pulando miúdo para sobreviver a tanta insolência e manipulação, inclusive de nossas vontades. Repito: se você gosta, ótimo! Entra logo numa campanha para vivermos sempre no tal horário de verão, mas no país inteiro, o ano inteiro, porque até nisso estamos divididos em lá para cima e aqui para baixo. Lá para cima, em grande parte dos Estados não vai ter mudanças, por decisões inclusive governamentais. Aqui para baixo, nesse país que está ficando esquizofrênico, a maior parte tem uma hora tirada e depois posta. O que parece pouco, mas mexe com todo nosso organismo, principalmente com os hormônios melatonina, que regula o sono, o GH, do crescimento, e a leptina, que regula a saciedade, além de ser mudança que desregula até o mapa astral das pessoas.

Não é pouco. Claro, outra coisa: se fosse para melhorar, sei lá, a vazão da água, a paz mundial, a proteção à mulher, o fim do descongelamento da calota polar, eu seria a primeira a alinhar exércitos. Daria mais do que uma hora, daria até minha própria vida. Mas para uma economia de energia de quinta, pouca e inexpressiva coisa, num país despreparado para a importante questão energética, e que tem um ministério da área tão afeito a roubalheiras que o ministro, pasmem…sumiu!- não.

brasinhaDito isso, vamos à próxima: com quem os feios, sujos e malvados pensam que estão se comunicando? Peguei uma canetinha e anotei as pre-vi-si-bi-li-da-des dos últimos debates que me fizeram lembrar daqueles caras empolados que fazem cara de importante, de conteúdo, de conhecedor, mas que se você espremer não sai suco. Está pronto para mudar seu voto? Pois bem: os indicadores sociais dizem que a pavimentação asfáltica é um sofisma com déficit de singeleza, leniente e estarrecedor com relação à meritocracia e ao nepotismo, com mobilidade urbana e vulnerabilidade social. Só citando alguns, hein! Não esqueçam ainda a “pasta rosa”, que até agora deve ter muita gente pensando que é alguma coisa gay.vote

Essa campanha decretou a morte do marketing político feito de forma decente e profissional. Não sei se por idiossincrasias (é, aprendo com eles!) dos próprios candidatos que me parecem todos ou ir pela sua própria cabeça ou apenas com comandos de jornalistas malvadinhos, mas está lamentável. Vejam e relembrem as caras, os tiques, as roupas, as expressões corporais. No começo do debate no qual até passou mal no final, fiquei chocada com a cara da presidente Dilma, visivelmente irritada, doente de ter de estar ali, apertando os lábios, parecendo querer matar um, esganar alguém. E quando ela passou mal, juro que nunca vi coisa igual, foram muitos e intermináveis segundos até ser socorrida por alguma alma bondosa, além da repórter atônita e aflita segurando o microfone e o câmera, ligado em manter a imagem ao vivo. Onde estavam os assessores? Teria ela pensado em recorrer aos seus blogueiros progressistas amestrados e bem subsidiados? Ué, eles deviam estar por ali, atarracados ao seu saco vazio, como ela própria se definiu um pouco mais tarde, tentando amenizar o fato, afirmando que “ia comer arroz com feijão porque saco vazio não para em pé”.

hothotComo, inacreditavelmente, ainda tem gente que acha que foi teatro, vou tentar ajudar com a minha tese, já que para falsear daquela forma nem Bete Davis em seus melhores momentos. Quem conhece a gíria vai entender. Bolada não vem de grana, nem só de “bola”, de comprimido de tomar para ficar legal. É expressão também de terreiros, quando o santo incorpora, mas de forma pesada, e derruba o médium. Então, escolha: literalmente o personagem que ela tanto ama e agora até paga bem para existir, a tal Dilma Bolada, apareceu. Foi isso.

Calma que também vai sobrar para o outro lado, já que o mundo agora está pior do que os dois lados da moeda, tudo dividido; pior, dois sem grandes diferenças que entusiasmem e nos façam realmente nos digladiar nas ruas, perder amigos, fazer o diabo como estamos vendo, e fazendo um mal tamanho que acometeu agora até os nossos humoristas, entre outros profissionais que resolveram que são os heróis da resistência da esquerda-contra-o-conservadorismo-liberal-da-direita.O mineirim Aécio tomou chá de galo. Alguém garantiu a ele que sorrisinho irônico no bico ganha eleição, e que ele nem precisa falar do que realmente nos é fundamental.my-first-attempt-at-an-up-vote-gif

Assuntos ligados ao comportamento continuam trancafiados. O que pensam sobre o dia a dia, vida nas grandes cidades, drogas, violência, gestação precoce, aborto, ecologia, violência contra a mulher, situação dos presídios, como solucionar a inflação e a economia parada, só para citar alguns temas, nem com saca-rolhas. Fica um nhem-nhem-nhem, Pronatec pra lá, Enem pra cá.

Desculpem, mas estou – e sei que muitos aqui por perto estão também – estupefata. Posso quase garantir que o domingo de eleições realmente vai ser um dia de fortes emoções. Não só pelo pau a pau, cabeça a cabeça, mas porque vai ter muita gente que vai preferir ficar dormindo e coçando a barriga, até para amenizar os efeitos do tal horário veranil, do que ir até as urnas. Ou que, se empurrado for até a tal cabina (nunca entendi esse “cabina”) de votação, pode chegar lá e digitar qualquer coisa. Até o número 666.

Devilish_DevilNão, por favor! Senão o Lula volta.

São Paulo, que já está o inferno, 2014. Viva o Halloween.  

Marli Gonçalves é jornalista – Oposição no dia seguinte. Também anotei os verbos que andam super em voga em qualquer coisa que você vá ler: disputar, debater, rebater, contestar, acessar, revelar, investigar, prometer. E protestar!

********************************************************************
E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br

POR FAVOR, SE REPUBLICAR, NÃO ESQUEÇA A FONTE ORIGINAL E OS CONTATOS

Eleição presidencial: Para ajudar a entender as pesquisas e números divulgados ontem, uma análise de Cesar Maia

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL: 2010 x 2014 E PRIMEIRAS PESQUISAS DATAFOLHA DO SEGUNDO TURNO!businessman_walking_t

1. Em 2010, Dilma venceu o primeiro turno da eleição presidencial com 43,1%. Em 2014 caiu para 37,7%, ou menos 5,4 pontos. Serra, em 2010, no primeiro turno, atingiu 30%. Aécio, agora, no primeiro turno, praticamente os mesmos, com 30,3%. Marina, em 2010, chegou a 18% e agora, em 2014, atingiu quase o mesmo, com 19,3%. Em 2010, os votos brancos e nulos somaram 8,6%. Em 2014 somaram 10,44%. Abstenção em 2010 foi de 18,12% e em 2014 de 19,39%. Portanto, a única mudança foi a votação porcentual de Dilma/PT, que caiu dos tradicionais 43% no primeiro turno para 37,7%.

2. A primeira pesquisa Datafolha em 2010, no segundo turno, em 08/10, deu Dilma 48% e Serra 41% com 11% de brancos+nulos+não sabe. Agora, na mesma data, em 2014, deu Aécio 46% (um crescimento de 5 pontos sobre Serra) e Dilma 44%, uma queda de 4 pontos sobre Dilma-2010.

3. Aécio cresceu 15,7 pontos sobre o primeiro turno. Dilma cresceu 6,3 pontos. Marina + Outros somaram 21,6%. Desses, uns 70% foram para Aécio e uns 30% para Dilma.

4. Em 2010, Lula atingiu o auge da popularidade e a economia cresceu 7,5%. Agora, em 2014, Lula é apenas um eleitor de referência e a economia está parada.

* * *

TRANSFERÊNCIAS DE VOTO NO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO BRASIL!

question-mark-boyMetade dos eleitores inscritos não votou em nenhum dos dois no primeiro turno.

1. As pesquisas eleitorais sobre a eleição presidencial no Brasil começaram a ser divulgadas. Mas devem ser tomadas com prudência neste início de segundo turno. Quando se acompanha as curvas nas séries de pesquisas e se observa tendências ascendentes ou declinantes, deve-se imaginar um processo em que os eleitores estão formando sua opinião e convencendo outros. Por isso as curvas.

2. Na abertura do segundo turno, aquele candidato que tem curva ascendente, tende a ter uma taxa de agregação, inicial, maior que seu adversário, pois o entusiasmo dos que votaram nele no primeiro turno atinge os que votaram em outros ou não escolheram candidato no primeiro turno. Mas ainda não se pode tomar esta decisão dos “outros” eleitores como cristalizada. A campanha eleitoral na TV e no boca a boca que provoca é que vai ajustando ou sedimentando esta reação inicial.

3. A campanha de Aécio Neves levou/leva uma vantagem técnica sobre a de seus adversários e vai manter esta vantagem técnica no segundo turno. Explica-se. Usou e usa o instituto de pesquisas GPP, que desenvolveu nos últimos anos uma metodologia de amostragem superior aos demais (este Ex-Blog já comentou sobre a prevalência do fator espacial sobre os demais, etc.). Além disso, diversificando a amostra e usando perguntas sinalizadoras e em seguida cruzando-as com as intenções de voto, consegue-se antecipar tendências eleitorais, subsidiando a comunicação do candidato.

4. Numa política inorgânica como a brasileira, é ingenuidade pensar que o apoio de um ou outro candidato que não passou para o segundo turno, em nível nacional ou regional, transfira automaticamente os votos. Na verdade, o que se pode transferir é o voto potencial no candidato que passou para o segundo turno e que estava contido nos candidatos que não passaram para o segundo turno.

5. Isso se poderia saber ainda no primeiro turno com as perguntas e cruzamentos diversos. Sendo assim, na campanha eleitoral no segundo turno (que começou ontem na TV), com essa informação, a comunicação pode atrair e cristalizar os votos potenciais contidos em outras candidaturas, antes que sejam atraídos pela campanha virtual de seu adversário.

6. Não se trata de perguntar em que proporção a votação de Marina será transferida para os demais usando simplesmente as pesquisas que começam a ser divulgadas e que darão esse destaque. Há que se ir mais longe. A própria pergunta ao eleitor, em quem votou no primeiro turno, mostrará respostas que não são iguais aos votos depositados nas urnas. Mas não se trata de explicar aqui.

7. Há que se saber –desde o fim do primeiro turno- que potencial de re-decisão do eleitor que votou Marina ou não votou, tem para ir para um ou outro lado ou nenhum lado. Portanto, o fundamental é a demanda, ou seja, a lógica do eleitor. As declarações de Marina não serão capazes de fazer trocar de lado as razões do eleitor: não há transferência automática. Da mesma forma em relação aos 35% de eleitores que se abstiveram ou anularam o voto. Pode ter sido uma decisão ativa, ou apenas uma espera para decidir no segundo turno, quando se sentir mais empoderado.

8. Conhecidas as razões potenciais do eleitor –espaciais, valorativas, programáticas, temáticas, emocionais- que combinam com a desse ou daquele candidato/a, a comunicação fala para o eleitor certo e produz imediata sinergia. Mas se as fotos e declarações bastarem aos candidatos e se deitarem em berço esplêndido, verão com surpresa que o eleitor não foi junto quando o trem passou.

9. Quem tiver essas informações, vence a eleição. Se –se- a equipe de Aécio analisou em profundidade as pesquisas do GPP, no primeiro turno, partirá com vantagem até se tornar favorito. Se…

space_glove_animation( Como venho repetindo, a cada vez que publico aqui,  Cesar Maia é considerado um bom analista de marketing político. Essa análise foi publicada hoje no Ex-Blog de Cesar Maia)

Como já disse, Cesar Maia é bom de marketing político. Veja o que ele diz sobre os ataques sórdidos da turma da desesperada

fonte: EX-BLOG CESAR MAIA

dalmataMARKETING POLÍTICO DE ATAQUE! NO BRASIL HÁ RISCOS DE PERDER A ELEIÇÃO!

1. Nos países anglo-saxões com milenar disputa do poder pela força e pela violência, o uso dos ataques em campanhas eleitorais é algo normal, que faz parte da cultura política. Os melhores exemplos estão nas campanhas eleitorais nos EUA. Os estudos realizados lá, em campanhas eleitorais através dos últimos 50 anos, mostram que os comerciais de 30 segundos negativos produzem mais memória que os positivos, que são conhecidos como defensivos.

2. Aqui no Brasil é diferente. Os comerciais e programas de ataque assustam o eleitor. Em geral se voltam como bumerangue, contra quem os usa nas campanhas eleitorais.

3. Sempre as campanhas eleitorais majoritárias (presidente, governador, prefeitos de grandes cidades, senador) começam suaves e propositivas: o que o candidato fez, o que pretende fazer, sempre com imagens suaves dos candidatos que sorriem levemente conforme orienta o diretor de gravação.

4. Mas as campanhas chegam à metade do percurso, os programas e comercias de TV e rádio entram e criam expectativas. Mas os dias passam e se as pesquisas indicam que um candidato está ficando para trás, este e sua equipe resolvem iniciar uma bateria de ataques aos adversários que estão na frente.Woman_boxer_2

5. Em geral o fazem usando os comerciais, ou no final dos programas, como se estes tivessem terminado como terminam todos os dias. E fazem o ataque como se não fossem eles que o fizesses. Da mesma forma nos comerciais, ou diretamente, ou colocando a marca do programa do candidato imperceptível e atacando o adversário.

6. Esta mudança de percurso é percebida pelos eleitores que se perguntam: Por que agora? Será porque está perdendo? O publicitário Duda Mendonça tem uma frase que ficou célebre: “Quem bate, perde!”.

7. Com os quadros eleitorais majoritários definindo os candidatos, mais competitivos e os que estão atrás, ou estando na frente temem que a situação se reverta, começaram as agressões. As eleições no Rio têm sido um exemplo disso, desde a semana passada. Anotem quem bate. Anotem assim os perdedoresCammy-hdstance

Análise de Cesar Maia sobre a pesquisa DATAFOLHA. Maia é bom de marketing político…só por isso

O QUE MOSTRA E NÃO MOSTRA A PESQUISA DATAFOLHA!

1. A Pesquisa Datafolha divulgada pela Folha de S. Paulo (18) trouxe três resultados que contrariaram as expectativas de muitos. Marina com 21% não é uma delas, pois pesquisas anteriores com seu nome já mostravam esse patamar para ela, com redução dos que não marcavam nenhum deles. Os outros dois resultados sim: por um lado a estabilidade de Dilma, com seus 36%, e de Aécio com seus 20%. E um terceiro: a melhoria da avaliação de Dilma e seu governo.

2. A expectativa que se tinha era que, além da redução dos que não marcavam nenhum deles, Dilma cairia um pouco, assim como Aécio. A melhoria da avaliação de Dilma –sem nenhuma razão clara- é algo que as expectativas não projetavam. Mas sua entrada afirma que teremos segundo turno.

3. Os resultados da Pesquisa Datafolha deste fim de semana foram: Intenção de voto. Dilma 36%, Marina Silva 21% e Aécio Neves 20%. Outros 6%. Nenhum deles 17%, Segundo turno: Marina 47% e Dilma 43%. / Dilma 47% e Aécio 39%. Avaliação Dilma: Ótimo+Bom 38%. Ruim+Péssimo 23%.

4. Sabe-se que sempre que um fato forte impacta a opinião pública, como o foi o trágico desaparecimento de Eduardo Campos, as curvas de tendência de formação de opinião pública são interrompidas. Nesse sentido, se pode explicar a sustentação de Dilma e Aécio no mesmo patamar.

5. O que ainda requer uma análise mais cuidadosa é a melhoria acentuada da avaliação de Dilma, o que –contraditoriamente- aumenta a sua intenção de voto no segundo turno contra Aécio e diminui contra Marina. Afinal, as notícias –pelo menos as econômicas- nesta semana, foram ruins.

6. Provavelmente o impacto emocional pode ter provocado nas pessoas uma reação de solidariedade e proximidade com aqueles que governam. Isso já se viu em outras situações, mas em geral diretamente com quem sofreu a tragédia. Getúlio Vargas é um exemplo: a avaliação de seu governo cresceu muito após o seu suicídio, o que foi fundamental para a eleição de JK.

7. Nos próximos dias esse quadro tenderá a ser sedimentado e, em seguida, os números de Dilma –intenção de voto e avaliação- deverão retornar ao patamar anterior. O tempo de TV de Marina e a muito menor capilaridade de sua coligação podem transformar estes 21% num teto.

8. Mas, para isto, as comunicações de Dilma e Aécio deverão ter a sutileza –e o risco- de realizar campanhas sem incluir Marina em suas críticas. E Marina terá que se descolar da tragédia sob pena de produzir uma sensação de demagogia. Vide JK, mesmo com Jango como vice.

Marketing político. Como já disse, nisso o Cesar Maia é bom. Por isso que ele se faz de maluco.

Dados sobre campanhas em tevê e a conclusão do último item. Por aqui, estamos perdidos

FONTE: EX-BLOG DE CESAR MAIA

tevePROGRAMAS/COMERCIAIS ELEITORAIS NA TV, NO BRASIL, E AS LIMITAÇÕES PARA A COMUNICAÇÃO!

1. A professora e pesquisadora norte-americana Kathleen Jamieson, uma das mais importantes autoridades em comunicação política e autora de vários livros, realizou, no início dos anos 90, uma enorme pesquisa desde a Universidade da Pensilvânia sobre as eleições presidenciais norte-americanas de Kennedy a Clinton. Trabalhou com 5 mil pesquisadores.

2. No final, as conclusões da pesquisa foram publicadas em um livro com o nome “O que você pensa que sabe sobre política e por que você está errado”. Esse livro não foi ainda traduzido para o português.

3. Uma das conclusões mais importantes foi testar que tipo de comercial de trinta segundos é o mais efetivo sobre os eleitores. Jamieson agrupou os comerciais em três tipos: comerciais defensivos, comerciais negativos e comerciais de contraste.

4. Os comerciais defensivos são aqueles que os candidatos dizem o que fizeram, dizem o que pensam, enfim, falam bem de si mesmos e de seus governos ou de seus mandatos. Os comerciais negativos são aqueles que os candidatos atacam seus adversários, mostrando os erros em seus governos ou no exercício de seus mandatos.

5. Finalmente, os comerciais de contraste são aqueles que os candidatos, ao afirmarem suas posições, contrastam com as posições dos adversários sobre aquele tema. Os amplos testes feitos foram agrupados como conclusões. Os comerciais que menos efeito tem sobre a decisão de voto e a memória do que foi dito são os comerciais defensivos.

6. Os comerciais negativos criam certo desconforto no espectador quando são vistos. Mas depois disso, geram muito mais memória que os defensivos e têm muito maior efeito sobre o voto. Jamieson considera os comerciais defensivos fracos sobre o voto e a memória e os comerciais negativos regulares sobre voto e memória, mas de bem maior impacto que os defensivos.

7. Finalmente, os comerciais de contraste de longe são os que produzem maior impacto sobre a memória e a decisão de voto.

8. No Brasil, a legislação eleitoral proíbe os ataques de uns –em seus programas- sobre outros, especialmente com o uso da imagem dos adversários, coisa que é liminarmente proibida com perda de tempo de TV e direito de resposta. Dessa forma, proíbem, e por proibir, inibem os comerciais negativos e de contraste.

9. Sendo assim, abrem-se todas as portas e janelas para quem tem mais tempo de TV, pois pode falar a vontade de seus feitos –mesmo que ficcionais- e se sentem protegidos pela legislação. Com isso, com estas limitações, os eleitores ficam pouco informados diretamente pelos programas/comerciais eleitorais e ficam dependentes da imprensa.

10. Ou seja, a legislação termina estimulando a ficção eleitoral e a desinformação do eleitor –impedindo o debate publicitário entre candidatos. Para ativar a crítica ou o contraste, resta contar com a imprensa. Ou, agora, as redes sociais.teve

Para onde vão os indecisos. Veja essa análise do César Maia. Ele pode ser o que for, mas de marketing político entende

FONTE: EX-BLOG DE CESAR MAIA

circle03ELEIÇÃO PRESIDENCIAL: PARA ONDE VÃO OS INDECISOS?

1. Os indecisos numa eleição majoritária não são apenas aqueles que marcam branco, nulo, não sabem ou não responderam. Entre os que marcam sua intenção de voto estão também indecisos. Os institutos de pesquisa identificam a proporção deles perguntando se estão decididos ou podem mudar o voto.

2. Mas, de qualquer maneira, aqueles que marcam branco/nulo/não sabe/não respondeu são certamente os efetivamente indecisos, que tanto podem votar como não votar em nenhum candidato.

3. Todas essas dezenas de pesquisas para presidente mostram Dilma com X% das intenções de voto e os demais somados têm quase –mais ou menos- esses X% de intenções de voto.

4. (Band, 28) “O Índice Band – que sintetiza as últimas pesquisas de intenção de voto – mostra que é grande a probabilidade de a eleição presidencial ser decidida no segundo turno. De acordo com a ferramenta, Dilma Rousseff (PT) teria hoje 50% dos votos válidos. Aécio Neves (PSDB) ficaria com 29%. Eduardo Campos (PSB) somaria 11%. Já Pastor Everaldo (PSC) teria 4% dos votos válidos.”

5. Os institutos tem perguntado aos completamente indecisos algo assim: “Mas no dia das eleições, tem mais chance de votar Dilma ou outro candidato?”. Bom, a resposta para esta questão tem dado em quase todos os estados, 80-90% para um dos outros e 20-10% para Dilma. Ou seja: numa pesquisa com Dilma 40% outros 40%, e 10% indecisos e 10% branco/nulo, com os números de hoje, se pode cravar que Dilma fica com 42%, e os demais com 48% no dia da eleição. E 10% mantêm a decisão de anular ou votar em branco.

6. Importante lembrar isso, até em defesa dos institutos, para não virem as análises costumeiras: “institutos erram, 2º turno com folga” ou “Surpresa nas Urnas”, ou etc.

o que vai dar

Lavareda, um dos maiores homens do marketing político nacional, é preso pela PF, em Recife. Estaria portando arma. Veja matéria de um site de lá.

Antônio Lavareda é preso pela Polícia Federal

Antônio Lavareda é preso pela Polícia Federal

28/03/2012 04:21

 FONTE: http://www.leituracritica.com

Por Ricardo Antunes*

Pouco mais de 24 horas depois de ter assumido o comando oficial da campanha do Prefeito João da Costa, o marqueteiro Antônio Lavareda foi preso pela Polícia Federal quando tentava embarcar com munição calibre 38 no voo 363 da TAM com destino a São Paulo. O fato provocou grande repercussão nas redes sociais e foi noticiado com exclusividade pelo Pernambuco.com, portal do Diario de Pernambuco. A prisão do polêmico cientista político ocorre apenas dois meses depois da aquisição da agência de propaganda RGA, que detém contratos milionários com o Governo do Estado e com a Prefeitura do Recife.

Lavareda, estava se deslocando à capital paulista para um encontro reservado com o Prefeito do Recife João da Costa e um empresário do setor de call center. Segundo o delegado Hilton Lira, ele deve responder a inquérito policial por porte ilegal de munição. Visivelmente constrangido, o marqueteiro justificou que as munições “provavelmente caíram da arma” e ele não teria notado a presença delas na bagagem. O delegado considerou “inverossímil” a tese do detido, mas liberou Lavareda depois de pagamento de fiança. Dois advogados do empresário foram chamados para a Delegacia do Turista, onde ele ficou detido por cerca de duas horas depois de passar pelas dependências da Policia Federal. A pena para esse tipo de crime é de quatro anos de prisão.

Ainda hoje, eu conto tudo sobre essa estranha história que envolve um dos mais conhecidos marqueteiros do Brasil e com uma grande influência nos centros de decisões do poder. Milionário em apenas 15 anos, Antônio Lavareda construiu uma história de sucesso no meio político e empresarial. É proprietário de um banco, três agências de propaganda, uma empresa de pesquisa de opinião pública e duas empresas de construção civil e do setor imobiliário.

Odiado por Jarbas Vasconcelos, de quem foi amigo íntimo e conselheiro desde 1985, ele comandou com mão de ferro a campanha eleitoral de Mendonça Filho (PFL) em 2006 e hoje tenta fazer a travessia para o PT, não escondendo de ninguém sua admiração pelo governador Eduardo Campos. O mesmo Eduardo Campos que foi alvejado com munição pesada pelo marqueteiro, no guia eleitoral com a questão do “Escândalo dos Precatórios”. Detentor de um contrato milionário com o PSDB nacional, via o senador Sérgio Guerra, Antônio Lavareda conseguiu, com sua habilidade e competência, chegar ao núcleo do poder do PT local e está a um passo de conseguir seu principal objetivo que persegue com sua contumaz obsessão: dividir as verbas de propaganda do Governo do Estado e virar consutor do governador para a eventual campanha presidencial em 2014. “Tenho muita admiração por ele”, costuma ressaltar o marqueteiro que é amigo pessoal do advogado Antônio Campos.

RIP RONALD KUNTZ – pioneiro de marketing político morre em SP

MORRE RONALD KUNTZ, UM DOS PIONEIROS DO MARKETING POLÍTICO

MENSAGEM DA ABCOP –  

Associação Brasileira de Consultores Políticos [abcop@abcop.com.br]

Faleceu nesta manhã Ronald Kuntz, um dos precursores do marketing político no Brasil. Autor de oito livros, entre eles Marketing Político: Eficiência a Serviço do Candidato (1982) e Manual de Campanha Eleitoral (1986), Kuntz será velado hoje, a partir das 17h, no velório do Hospital Beneficência Portuguesa e cremado amanhã (17), às 12h, no Crematório da Vila Alpina. A ABCOP se solidariza com a perda deste, que foi um dos pioneiros das técnicas de marketing político e eleitoral.

Hospital Beneficência Portuguesa
Rua Maestro Cardim, 769 – Bela Vista – São Paulo – SP

Crematório Vila Alpina
Av. Francisco Falconi, 437 – Jardim Avelino – São Paulo – SP