Sem mais, atenciosamente. Gente que põe seus “pedaços” ( digamos assim ) para trabalhar, render e ganhar

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(fonte: Lauro Jardim – Coluna Radar – veja online)

Simone: exonerada

Simone Patrícia Tristão Pereira, a namorada de José Dirceu nomeada em agosto de 2013 para trabalhar no Senado, foi exonerada.

Em 19 de dezembro passado, a ex-recepcionista e mãe de sua filha mais nova deixou o cargo de especialista em marketing de relacionamento do Instituto Legislativo Brasileiro, órgão de capacitação do Senado, pelo qual ganhava 12 800 reais mensais.

Coincidentemente, o emprego durou quase o mesmo tempo em que Dirceu ficou preso.

Por Lauro Jardim

ARTIGO – Nossas margens de erro particulares. Por Marli Gonçalves

LABRASIL0219De tempos em tempos surgem palavras e expressões que como num passe de mágica passam a ser mais faladas do que donzelas entrando em lupanares. Da mesma forma que vêm, vão, e a gente nem percebe. Mas enquanto estão na moda, que também é cada vez mais rápida, chegam a dar enguias. Mas penso que podemos pegá-las e extrair o que nelas houver de bom. Ou, de acordo com a margem de erro, podem ser regulares. São as variações de nossos tempos.

Tempos duros esses. Tempos até bem chatos. Até que o processo eleitoral passe parece que estamos numa arena nos digladiando, e o pior é não ter uma variante para a decisão. Ou se é um ou se é outro. Não me admira que, na primeira rodadas das eleições, 28 milhões de brasileiros não tenham querido ser nem um nem outro, nem aqueles outros, numa espécie de revolução silenciosa e à qual não vi ser dada atenção especial, o que me deixa muito cabreira. Porque me parece ser o fato mais preciso do momento, um urgh, uma vaia enorme, milhões de desesperanças, desinteresses, desinformação e beijinhos no ombro que se juntaram, nulos ou brancos. Aí não tem nem teve margem de erro.

A semana foi boa para quem consegue manter o humor, os gozadores e gaiatos adoráveis que fazem do limão mais que limonada, e alguns até vivem disso. A margem de erro foi o assunto predileto. Foto de Araci de Almeida, legenda: Gisele Bündchen, de acordo com margem de erro. Hoje é sexta, mas também pode ser quinta ou quarta, de acordo com a margem de erro. Daí por diante. Dei muita risada.

betty boop 20Creio que poderei colaborar com entendimento maior da raça humana, a partir da tal margem de erro. Depois do sucesso de minhas perguntas não respondidas do artigo passado (E se?…) resolvi me dedicar um pouco a esse assunto, para mais ou para menos, o que pode significar, pode significar…nada! Ou tudo. Depende da pesquisa, da região, da sua cara de pau, do seu índice de sinceridade.marvel-s-hawkeye-doing-crazy-superheroine-poses-in-comics-82aba282-b953-4c87-88a5-1f33fafaeb2c

Pensei o quanto a tal margem de erro é a cara do Brasil, o país que não é – o país do Futuro que não chega. Pensa! Tudo anda dentro da margem de erro. Por exemplo, agora, você pode perguntar sossegado, para qualquer mulher, a idade dela. Dentro da margem de erro, dependendo de quem pergunta e para o quê, de qual censo/senso, ela vai responder. No caso, em geral, o “pesquisador” poderá ele próprio classificar a resposta dada como ótima, boa, regular, ruim ou péssima. A propósito, péssima, palavrinha forte, carregada de sentido inquestionável. E que o atual governo, neste momento, está tomando como carimbo numa taxa de 22%. São 22% de gente com opinião, que vê e sente na pele a realidade, que não está no parquinho de diversões, nem no Imaginário Mundo das Estrelas.

door_animatedMas voltando ao nosso assunto e à possibilidade de uso variado da margem de erro que parece até coisa inventada aqui. Ela traz em si um “pode ser também”, que a livra de julgamentos, como se fosse uma afirmação feita antes de um problema. Traz uma elasticidade. Nada é totalmente não ou sim, há uma variação, até condizível com o quanto somos diversificados na vida real.

Se ocorrer, eu disse; se não, de acordo com a margem de erro, tudo bem, era previsto. Corresponderia a uma precaução. Convivemos com a tal margem de erro nossa vida inteira. Onde pode ter alguma variação, oscilação, ela estará lá. Dá para usar para idade, peso (de acordo com a margem de erro você pode ser gordo ou baixo, dependendo do ângulo, do enfoque) ou como está nos parecendo a cada dia mais patente, margens largas sendo usadas para questões éticas. Vide mensalão, e outros escandalozitos que cantam em nossas janelas.

De acordo com a margem de erro, variando para cima ou para baixo, para a esquerda ou para a direita, eles não sabiam de nada, não viram, não perceberam, não têm nada com isso. Ficam indignados, surpresos, vão tomar todas as providências. E, de acordo com a margem de erro, podem até esquecer o assunto.

Assim será até que outra palavra ou expressão entre na moda. Não é que delator, X-9, alcaguete, traíra, agora virou colaborador premiado? Não é que parlamentares, governantes, diretores de estatal, pegos com a boca bem na botija, gente que trabalha com o meu, o seu, o nosso dinheiro, agora virou “agente público”, e não tem nem mais nome nos noticiários? Repara.

De acordo com a margem de erro, variando para cima, no Nordeste, e para baixo, Sul/Sudeste, estão tentando promover no país uma cisão jamais vista, nem quando não tínhamos eleições, muito menos pesquisas.

Disso eu tenho 100% de certeza.

São Paulo, Salvador da Pátria, 2014Brasil42Marli Gonçalves é jornalista – Vou começar a tentar pagar minhas contas com essa tal margem de erro. O problema é que se passa a data, os juros não são só de 2 por cento para cima ou para baixo.

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Belíssima observação sobre o cecêzinho do bracinho levantado desrespeitoso

boundandgaggedanimatedMusos do mensalão

Não bastasse o “rolezinho”, agora temos o “cecêzinho” do mensaleiros condenados e cupinchas erguendo o punho em sinal de “vitória”.

fonte: Coluna Cláudio Humberto – Diário do Poder

ARTIGO – Escravos de Jó… Por Marli Gonçalves

bagladyTem expressões tão arraigadas que é só dar uma “letra” que o resto vem correndo atrás. Essa cantiga infantil, uma delas. Independente de quem é Jó, se ele tinha ou não escravos e, especialmente, o que é caxangá, ela lembra exatamente como têm sido os nossos dias, tira daqui para por ali. De lá, para pagar o acolá. E música especialmente para mim, que ando com ela na mente, e que estou me sentindo a própria caxangazinha, carregando caixas de mudança, tirando dali, pondo aqui, deixando ficar lá

Juro que hoje pensei em escrever – e vou, também – uma coisa mais geral, pessoal, sem falar de política. Só que é quase impossível. Não é que, além de tudo, a cantigueta também fala em guerreiros? Acaso você viu que o Lula e o PT chamam a turma de presos e condenados de “guerreiros”? Pois é, eles devem estar fazendo zigue-zigue-zá.

homEnfim, deixa essa gente para lá porque só servem mesmo para nos atrasar e chatear. Esperneiam. Berram mais que leitão de véspera, antes de virar pururuca. Como diz um amigo, esse aqui deve ser o único país onde o sistema judicial é discutido e achincalhado em praça pública; e pelos condenados. Condenados estes que ficam soltos dando entrevistas, posando para fotos, apontando o dedinho, ou presos, mas tratados como reis. Fora o campeonato para saber quem rouba mais, se são os chupins, ops, tucanos, ou a turma dos ideais perdidos na Terra do Nunca (… antes nesse país…), ops, os petistas.FPAPsmall

Por causa de tudo isso, mais algumas gotas de gerenciamento manco, e admitido pelo próprio ministro esta semana, a economia vai de mal a pior. E não me venham com índices, pesquisas de aprovação, muito menos com falas sobre os que “saíram da linha de miséria”. Balela. Mentira. Enganação. Basta olhar as ruas neste Natal. Basta ver as pessoas. Nem precisa ser repórter. Saia por aí perguntando. Todo mundo devendo. Todo mundo reclamando. Todo mundo cortando, cortando. Todo mundo fazendo piruetas dignas do Cirque Du Soleil. Na boa, mesmo, só vi festinhas de firma, boca livre. Até a Cidade de São Paulo está murcha, sem brilho, sem luzinhas – só umas lá, outras cá, uma grita a outra não escuta.

Como sou brasileira e, ainda por cima, mulher, independente, de linhagem SRD, etc. etc., estou atingida também. Detesto mudar. Mas estou sendo obrigada a fazer a terceira mudança em 5 anos, porque os proprietários estão enchendo os olhos e a bolha embolhando cada vez mais. Tendo de resolver de forma meio doméstica que depois conto qual está sendo, assim que me recuperar. Mas que, resumindo, me levou a neste momento estar às voltas com duas mudanças, uma reforminha, uma troca da cuidadora de meu pai que andava batendo pino e eu poderia querer é bater nela, trabalho do dia a dia (inteiro aliás, que jornalista não descansa), manter o blog e abrir um pequeno novo negócio com uma amiga, El Gran Bazar! Tem mais detalhes, mas melhor deixar para lá. Não quero ver você aos prantos na calçada comigo, no meio fio, coisa de que tenho tido vontade umas dez vezes por dia mais ou menos.children_sled

Virei a louca das caixas. Não posso ver uma dando sopa na rua que paro e pego. Tento organizar tudo, mas sempre tem alguém que estraga. …”Escravos de Jó jogavam caxangá. Tira, põe, deixa ficar, Guerreiros com guerreiros fazem zigue-zigue-zá”…

Foram as caixas que me lembraram a cantiga. Fui ver mais: Jó é aquele personagem bíblico do Antigo Testamento, dotado de grande paciência, o mesmo do “paciência de Jó”. Deus teria apostado com o Diabo que Jó, super rico, uma espécie de Eike, mesmo perdendo as coisas mais preciosas que tinha (filhos e fortuna), não perderia a fé. Assim aconteceu, segundo a Bíblia. Ou supostamente, como está na moda escrever para não se comprometer.

Ah, e tem a polêmica do caxangá. O que é. Até agora, para mim, eram pedras. Que eles usavam como fichas, tipo dados, movimentando de lá para cá. Nénão! Parece que é um siri. Que eles deviam jogar morto, porque siri “morde”. Tem outras teses: caxangá, em tupi-guarani, seria “mata extensa”. Jogar mata? Tem quem fuma mato, mas jogar…

Pode também ser um chapéu de marinheiro. Ou, ainda, dizem, um adereço usado pelas mulheres alagoanas sabe-se Deus onde. Continuaremos sem saber, porque, convenhamos, que não dá para jogar para lá e para cá nem o mato, nem o chapéu, nem o adereço, nem as mulheres.

Por falar nisso, reparou na nova moda de fim de ano? Deve ser por causa da novela, da Tetê pára-choque, para-lamas: as mulheres estão usando flores no cabelo, e tiaras rodeadas de flores.

Acho ótimo. Já usei faz 40 anos; com 15 anos andava por aí com uma linda, que eu própria fiz com as flores roubadas dos vasos de arranjos de flores artificiais de minha mãe.

Me sentia como uma rainha coroada. Só que na época tinha o sentido: usava quem queria a Paz e o fim da ditacuja que nos esmagava.

Agora, só quero a Paz. E bom senso aos homens de Boa Vontade.

lemonadeSão Paulo, Natal, acabando o horroroso 2013

 

Marli Gonçalves é jornalista – Virando uma pessoa compacta, compactada. Lembrando de matemática moderna, intersecção – operação pela qual se forma o conjunto de todos os elementos que são comuns a dois ou mais conjuntos. Entendeu, né?

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ARTIGO – Tô cansada. Por Marli Gonçalves

792640_5WFIKZK42PWQA5TSZLUVEFITBZ7KPZ_fatiguee_H210633_LVerdade que em português a expressão não tem o charme e o elã da mesma coisa dita em francês – “Je suis Fatigué”- que sempre se escuta, especialmente nas ruas de Paris. Um enfado. Quando vivi lá um tempinho fiquei muito impressionada como pode ser aplicada a tantas coisas. Então, veja só, virou o Manifesto do Tô Cansada

FADIGA

Tô cansada. Física e emocionalmente falando. Mas sabe que me sinto assim justamente por estar cansada, muito cansada, mais ainda de suportar coisas, fatos, versões e etcs externos? E você vai concordar comigo, seja de direita, esquerda ou sei lá; seja branco, preto, amarelo, vermelho. Tédio e cansaço andam juntos.

Tô cansada da pobreza em que anda a política nacional, que consegue até fazer de gente inteligente uns verdadeiros imbecis na defesa do escancarado indefensável, e usando argumentos que ora, ora, ora, faça-me o favor! Tô cansada desse clima de beligerância, de torcida de futebol, de xingação que não leva a nada. Uns querendo que os caras morram; outros querendo que eles sejam incensados, santos, virem mártires. Apontando o dedinho: alguém aí já foi ou tem ideia do que é a vida numa prisão? Já não basta? Não querem também que eles durmam em cama de faquires, cheias de prego?fatiguer

3481db0aTô cansada, e muito, por outro lado, de acharem que somos um tipo de idiotas que têm de aguentar ouvir dizer que os caras são coitadinhos. Que conseguem empregos de 20 mil em hotel porque “empregos regeneram detentos”, como o dono do tal hotel ousou declarar (aliás, já pensou essa informação correndo na Detenção, a fila que se formará?). Enfim, tô cansada dessa política rastaquera que junta trem com fiscal, junta Brasil com Suíça e Alemanha, uma briga para saber quem é ou foi mais corrupto, quando, desde quando, em quais governos. Fora as indiretas: pegaram carregamento de cocaína em helicóptero de deputado mineiro, e a tocha acende no couro do Aécio. Quer acusar, acusa logo formalmente. Achar que ele cheira, cheirou ou cheirará é apenas chato, e também não vai ajudar ninguém a permanecer no poder fazendo campanha suja. Lula bebeu, mas não sei se bebe ainda ou se beberá, tá? Mas é que fotos dele para lá de Bagdá circulam desde os imemoriais tempos do sindicato. E não o impediram de chegar duas vezes à Presidência da República.

pleurer_filletteTô cansada de sentir medo. E de ouvir sobre o medo dos outros, que paralisa os mercados. De andar olhando para tudo quanto é lado, suspeitando de todos. Cansada de viver nessa tensão de cidade. Cansada de invariavelmente abrir o jornal, site, portal, ligar o rádio ou tevê e em poucos minutos saber de mais um sem número de mulheres mortas em violência doméstica, criancinhas sendo usadas como trapinhos, inclusive sexuais. Tô cansada do trânsito. Da perda de tempo. Da violência nas ruas, com gente se matando e brigando por causa de latarias, buzinas. Tô cansada de ouvir os números de recordes de trânsito e de ver as faixas pintadas que inventaram, e que me lembram a história de como hipnotizar uma galinha. Risca o chão e põe o bico dela na faixa.

Tô cansada das deselegâncias. Da falta de educação e de um mínimo de civilidade. Da falta de reconhecimento. Das sacanagens vindas de todos os lados tentando botar a mão no seu bolso para arrancar algum. Tô cansada da indústria de multas. Da leniência da Justiça. Dos juízes que não leem os processos que julgam, e que decidem – claro, quando querem, num tempo considerável que se deram – com uma canetada a vida de quem tenta se defender de abusos.parler_beaucoup

Tô cansada dessa absurda e silenciosa alta de preços que todos nós sentimos e que eles negam porque negam quando reclamamos de nossas sacolas vazias, do que cortamos do orçamento, com mãos de tesoura.

Tô cansada da falta de amizade, e da incompreensão das coisas mais básicas. Tô cansada de ver a miséria e a pobreza real, nas ruas, que desaparece nas propagandas oficiais com figurantes risonhos. Aliás, tô cansada das propagandas oficiais de um tudo que apenas disfarça campanhas ilegais, mais do que antecipadas, com uns cara de pau andando em campos verdes dizendo que vão melhorar coisas que já deviam ter melhorado faz muito tempo, já que estão no poder e me lembram o Cazuza – “meus inimigos estão no poder…”sprizgja

Tô cansada de ver ainda existirem tantas tentativas de censura, e de algumas conseguirem sucesso. De ver triunfar nulidades. De ver o Brasil sempre pensando no futuro, que nunca chega.

“Mas o pior é o súbito cansaço de tudo. Parece uma fartura, parece que já se teve tudo e que não se quer mais nada” (Clarice Lispector)

Bugs-Bunny-est-fatigueSão Paulo, fim do maldito ano de 2013

Marli Gonçalves é jornalista – Na verdade, verdadeira, “je suis três fatigue”. Mais: “tô de sacô cheiô”.

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Nota de Lauro Jardim: trabalhar no hotel foi única opção de Zé Dirceu. A que sobrou.

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Sem chances

Hotel foi o que sobrou

José Dirceu até que tentou, de acordo com o relato de amigos, emprego em outros lugares. Mas o que lhe sobrou foi o Saint Peter Hotel. Outros empresários consultados nos últimos dez dias declinaram do privilégio de ter um ex-ministro chefe da Casa Civil em seu quadro de funcionários.

Por Lauro Jardimbagagiste003

Série de notas sobre o estado de saúde do Genoino. O financeiro. Interessante…

  • monstres-52Genoino ‘pobretão’ é farsa: deputado ganha bem

    O estado de saúde de José Genoino (PT-SP) não é a única farsa na história do mensalão. Ele faz pose de coitadinho, divulga que mora na mesma casa financiada pela Caixa há trinta anos, blá-bla-blá, mas recebe salários de marajá (R$ 26.723,13), como deputado federal há 27 anos, além da Cota mensal para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), de R$ 31.301. Entre janeiro e setembro, embolsou R$ 522 mil.

  • Como deputado, Genoino tem auxílio moradia de R$ 3.800 em espécie, verba para passagens aéreas e cota para correios e telefone.

  • A multa a que Genoino foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (R$ 468 mil) é bem menos do que ele recebe como deputado por ano.

  • haddawayDireto no bolso

    Deputado recebe verba mensal de gabinete no valor de R$ 78 mil para contratar assessores, mas na maioria dos casos fica com quase tudo.

  • Da cota Ceap de R$ 31,3 mil, Genoino dispõe de R$ 4,5 mil para torrar com combustíveis e outros R$ 4,5 mil em “segurança pessoal”.

    FONTE: DIÁRIO DO PODER

ARTIGO – Precipício, por Marli Gonçalves

cobrinhaAs pernas vibram “por dentro”, querendo se vergar, como quando um caminhão passa na rua e treme tudo, o chão. Uma leve tontura. Palpitação. Toda vez que me vejo diante de um precipício – e que não é exatamente um, mas o futuro – me sinto como quem tem medo de altura e alguém manda olhar lá para baixo, forçando, para ver se o apavorado acaba logo com o problema. Pula! Pula! Pula! no abismo

Um grande amigo meu tinha muito, mas muito medo de altura, paúra. Tanto, a ponto de passar anos sem ir ao meu apartamento quando eu estava no 11º andar, porque só de pensar em pegar o elevador tinha um ataque de pânico. Um dia ele me chamou para irmos ao topo de um dos prédios mais altos da Avenida Paulista, tão alto que tem uma torre dessas de tevê, grandona e toda colorida. Lá fui eu, mãos dadas com ele, num daqueles rompantes de solidariedade fraternal. Mais: ele não só subiu ao terraço, como deu até uma esticadinha, um pulinho, na tal torre, rindo, só que agora do meu pânico, do meu limite. Nunca esqueci essa cena: naquele dia aprendi que enfrentar o medo realmente ajuda a coragem e a solução, ou pelo menos adaptação, principalmente para quem não tem, como eu diria, recursos para análises e terapias.

Faz muitos anos. A cena veio à mente esses dias e não foi porque eu estivesse ou pretendesse estar em qualquer lugar alto, até porque não sou a mais medrosa, sem exageros, embora ninguém vá nunca me ver nem fazendo rapel, nem pulando de uma ponte com aquela cordinha ridícula ou muito menos me jogando de um teco-teco com paraquedas. Lembrei da cena porque estou sentindo o mesmo tremor nas pernas, e precisando – na verdade até já tomando aquele impulso – dar um salto enorme, mas em decisões, justamente para tentar chegar mais segura ao outro lado, pulando o tal precipício, mas para seguir firme no caminho.

magnetismoDá para fazer essa mesma analogia com várias coisas. Você fica ali, na frente do buracão, parado e postergando, postergando. Até que tem uma hora que chega, ou um maluco que empurra, ou um touro bravo nos seus calcanhares, e não há mais tempo de pensar muito. A prisão dos líderes políticos e empresários condenados no julgamento do chamado mensalão me deu também essa impressão. Agora vai. Fico imaginando como andava a vida desses e dessas, a expectativa se aconteceria ou não. Vendo, entre outros, Genoino visivelmente doente e perdido, a ponto de sair de casa para se entregar vestido com uma capinha e conclamando multidões, vendo o Roberto Jefferson, ex-gordinho, definhado, ainda desafiando seus próprios instantes de liberdade com palavras fortes, e vendo, ainda, o estado da ex-presidente do banco, quase irreconhecível, pequena, perdida e sem a altivez de bailarina que ostentava. Notei o quanto essa espera deve ter sido amargurada. A prisão será o de menos.

homem acha coraçãoAs voltas que o mundo dá são suficientes para envergar qualquer um, já cansei de ver. Sacolejam a estabilidade. Causam pequenos tremores e, também, às vezes, terremotos, que fazem necessário que se reconstrua tudo, mesmo que usando bases antigas para economizar. Não diga desta água não beberei, até porque nem sabe de onde vêm muitas das águas que saciam. Tem ainda um pau, que bate em Chico e Francisco – e que vimos bater até em Gil e Veloso recentemente.

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Já inventaram de um tudo, tanto que daqui a pouco vão dispensar até os humanos, correndo essa toada. Mas não inventaram nada que veja o Futuro, embora uma bola de cristal possa até ajudar, mostrando entre névoas o que quiser ver, e dificilmente provar que viu. Daí ainda ter tanta gente que apregoa nos postes e vive de dizer que pode até juntar amores partidos.

A gente tenta. Mas todas as estradas acabam em algum ponto, obrigando que uma hora ou outra, ou várias durante a existência, pulemos o tal precipício. Alguns caem. Outros se jogam, justamente por não dominar ou entender as tais pernas que vibram que me referi no começo.

Quero ser sempre a que pula. Conto com sua torcida. Nesta hora parece que ninguém entende a gente.

pedindo desculpasSão Paulo, 2013 

Marli Gonçalves é jornalista – A cada dia aprende mais sobre quanto uma coisa que é muito pessoal, quando escrita e lida, pode também ser muito pessoal e compreendida por outra pessoa que nem ao menos conhecemos. Uma magia. Como se desse para psicografar o inconsciente coletivo.

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“Tá faltando dois”…Excelente comentário sobre a frase dita por Lula para os amigos presos…Do Migalhas

 

cofreChorinho

No Estadão, o desembargador paulista aposentado Aloísio de Toledo César, parodiando Nelson Gonçalves, diz que “naquela cela está faltando ele”. Embora o leitor já suponha quem seja o ausente, o desembargador conta que Lula ligou para os aliados, no momento em que eram conduzidos ao cárcere, e afirmou : “Estamos juntos”. Para o impiedoso Toledo César, “a frase é mentirosa e está errada porque, se fosse prevalecer a verdade, certamente seria : ‘Deveríamos estar juntos’.”

Isso é sério: PT saberia da fuga de Pizzolato. Pior: teria ajudado. Melhor ele longe, do que aqui, falando mais que a boca

  • correndo peladoPT sabia e até teria ajudado na fuga de Pizzolato

    A família e até o advogado de Henrique Pizzolato podem ter sido surpreendidos com sua fuga para a Itália, mas não a cúpula do Partido dos Trabalhadores. Dirigentes petistas não apenas sabiam como teriam ajudado na fuga, segundo alta fonte do próprio PT. O foragido ex-diretor do Banco do Brasil seria depositário de segredos caros a lideres do PT e os teria pressionado a ajudá-lo em troca do seu silêncio.

  • Primeiro Pizzolato pressionou o PT a livrá-lo da cadeia, ameaçando abrir o bico. Depois, negociou os termos de um “exílio” dourado.

  • A área de Inteligência do governo federal também estava informada dos passos de Henrique Pizzolato, e informou o Palácio do Planalto.

Globo estaria negociando entrevista exclusiva com Pizzolato.Informação de James Akel

sailor_driving_dingy_md_whtTV GLOBO PRESTES A ACERTAR ENTREVISTA EXCLUSIVA DE FUGITIVO DO MENSALÃO NO FANTÁSTICO

A TV Globo está acertando uma entrevista exclusiva de Henrique Pizzolato no Fantástico desta semana.

Pizzolato já foi localizado e seu local de moradia é mantido em sigilo.

Estuda-se de mostrar toda documentação que Pizzolato declara que foi desconsiderada pelo STF.

Os advogados dos réus do mensalão acreditam que os documentos que Pizzolato tem e deve mostrar podem causar constrangimento nos juízes do mensalão que desconsideraram provas dos acusados que não foram sequer mostradas.

O caso deve ter perfil de novela e muito mais interessante que as atuais da emissora.

fonte: coluna James Akel


ARTIGO – Vidas molhadas, por Marli Gonçalves

read_e0Quando não há um assunto para dividir o mundo em duas partes ranzinzas alguém inventa. Aí toca falar nele até torrar o saco. Falta irem para um duelo na porta do saloon, decidir a bala, no tapa, coisas que nem deviam estar na pauta, principalmente entre quem deveria estar aí defendendo a liberdade, dizendo não ao autoritarismo. A bola da vez é a discussão sobre uma malfadada autorização que os autores teriam de ter dos biografados ou suas famílias para escrever sobre suas vidas. Vê se pode! Censura, não! Quer ser famoso sem se molhar? 

Se você vier me perguntar eu nego. Eu? Não. Não fiz xixi na cama, não comi meleca, nunca roubei nada. Nunca fiz nada ilegal, nem nunca traí ninguém. Como a gente gosta de falar, brincando, desde Tim Maia, “Não bebo, não fumo e não cheiro. Só minto um pouco”.

Ora, direis, falar a verdade! O que será de verdade que está se passando na cabeça dessa turma que se reuniu ao Roberto Carlos para querer proibir – enfim, manter proibidas, já que é assim que, absurdamente, estão nesse momento – as biografias sem um “ok”? Estariam esses nossos ídolos com efeito retardado ou apenas querendo atrasar ainda mais esse nosso travado país? Estariam todos ficando velhos ranzinzas, um dos meus maiores temores? Depois a gente fala que é birra de tia velha e eles chiam, mandam seus jovens cães de guarda latirem.

Porque uma coisa é certa: eles próprios estão manchando a biografia que seria feita – de alguns, porque tem gente aí no meio só tirando casquinha já que não mereceria nunca mais do que poucos minutos de atenção.

jlwriting_table_e0Esse é um daqueles assuntos sobre os quais não se pode ter qualquer dúvida. Não existe um meio termo, só a cabecinha. Ou existe a liberdade de imprensa ou não. E essa segunda alternativa a gente já conhece qual é. Não sei se você aí está acompanhando esse bate boca, mas ouvi umas argumentações que estão piorando ainda mais a briga de insuportáveis, o burufum, entre elas a de que o biografado devia receber. É. Tipo royalties. Seria feito algum tipo de contrato maluco, tipo para cada podre que o autor quiser revelar “sem autorização” um pagamento, tipo indenização.anim0014-1_e0

Sobre o contrário, livros que estamos vendo ser publicados aos borbotões nesses duros tempos políticos, biografias chapa branca total, que inventam vidas lindas e heroicas que até viram filmes, também fartamente financiados, nenhuma palavra. Ninguém pensa em indenizar a gente por esse deserto cultural que estão implantando.

O grupelho (fico super chateada, porque realmente tem gente cuja arte muito respeito) tem também outro argumento que me dá nos nervos, usando a coitada da massacrada Constituição. Eles têm uma lábia para usar a combalida quando lhes convém. Para se esconder e posar de legalistas. Então dizem que querem a proibição para preservar os direitos individuais, intimidade, patati e patatá.

Bom, o que a gente pode esperar mesmo de um país que tem a Dona Marta como Ministra da Cultura, com toda aquela sua empáfia? O que se pode esperar de um país que tem um Zé Dirceu correndo para defender controles? De mídia, imprensa, biografias e, se possível fosse, da Justiça, do tempo no fim de semana, do que a gente pensa dele, do mensalão e tudo o mais. Só ele é que não controla nada. Nem a mãozinha, ou o ideário político imposto a qualquer custo.

Tadinho. Deve ter ficado aborrecido com o (ex?) amigo Paulo Coelho que mandou a lenha na organização, igual o nariz das donas, da feira de Frankfurt programada para homenagear o Brasil, mas que acabou só assistindo a um festival de troca de desaforos. Deve estar querendo apagar o charuto do (ex?) amigo Fernando Morais, um de nossos maiores biógrafos, que também já se posicionou a favor da liberdade. Deve ter jogado fora todos os livros de Nelson Motta, Ruy Castro, os discos de Alceu Valença e outros que ousam pensar diferente dele, do “rei” e dos tropicalistas que esqueceram de seus próprios atos, e mandam a gente esquecer o que escreveram e fizeram.

Tenho uma péssima notícia para dar a esse grupo. As biografias deles já estão escritas, e disponíveis na internet – basta gugar. Tudo bem que não são tão bem escritas como seriam se esses nossos grandes autores o fizessem, mas estão lá.

Mais: há roteiros prontos. E aí eu trouxe para ajudar a quem quiser começar a escrever uma biografia, mas que espero que escolha um personagem que mereça mais do que esseszinhos, e que seja democrático.

Elementos para elaboração de uma biografia: Nome da pessoa/ Nomes dos pais/ Data do nascimento/ Local do nascimento – cidade, Estado, País (se estrangeiro, quando veio para o Brasil?) onde se radicou? Casado(a)? Nome do cônjuge/ Quando casou-se? / Onde?/ Quantos filhos / Quem são eles?/ São casados?/ Com quem? A que se dedicam?/ Quantos netos? Cursou alguma escola?/ Onde?/ Quando? /Qual?/ Nomes das escolas/ Que atividades exerceu? / Pertenceu a entidades culturais, filosóficas, beneméritas, assistenciais?/ Quais?/ Quando?/ Exerceu algum cargo público?/ Eletivo ou de carreira?/ Qual? Em que época? / Pertenceu a algum partido político? Qual? Quando? / Citar particularidades ou fatos interessantes da vida do biografado/ Citar atividades ou fatos em que se destacou na comunidade/ Citar contribuições que ofereceu para a comunidade/ para o desenvolvimento. Faleceu?/Quando?/ Onde?/ Onde foi sepultado?

Como vimos, fácil fazer biografia de quem merece, e sem perguntar se pode. Quem está na chuva é para se molhar, não é não Caetano? Segura seu pierrô molhado, ou se perca de nós. Desapareça.

São Paulo, 2013

Marli Gonçalves é jornalista Nunca suportou a censura. Tantas coisas não pode nunca ler ou saber por causa dela!

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Olhem só esse ato falho! Gleisi chama Dirceu de Ministro. Da Justiça!!!!

VIRAM ESSA? DA COLUNA DE LAURO JARDIM

MEU CEREBRO SAIU ANDANDODirceu, ministro da Justiça

Antigos colegas de governo

Gleisi Hoffmann senta-se no Palácio do Planalto para uma reunião com cerca de trinta deputados, integrantes da bancada ruralista da Câmara, na quinta-feira passada. Ao seu lado, outros integrantes do governo: José Eduardo Cardozo, Pepe Vargas. Antônio Andrade e Luís Inácio Adams.

Gleisi começa sua explanação apresentando os ministros, mas, logo no primeiro, escorrega feio e confunde-se:

– Aqui o Ministro da Justiça, José Dirceu… Quer dizer, José Eduardo Cardozo.

Em tempos de reta final do mensalão e alta tensão petista com o futuro dos companheiros acusados de formação de quadrilha, pode-se imaginar o constrangimento instaurado depois da gafe. A turma, porém, não passou recibo. Engoliu seco, em silêncio, e segue o jogo.

Por Lauro Jardim

Do Migalhas: os que já eram, os que serão, e os que estão tentando cair fora…Tabela de condenações

judge6Os do PT têm certos privilégios…

FONTE: MIGALHAS.COM.BR

1Passado

Não podendo se valer dos infringentes, a AP 470 termina hoje para os seguintes réus :

Réu

Condenação

Pena

Bispo Rodrigues

CP – LD

6 anos e 3 meses

Henrique Pizzolato

CP – LD – PE

12 anos e 7 meses

Jacinto Lamas

CP – LD

5 anos

Pedro Corrêa

CP – LD

7 anos e 2 meses

Pedro Henry

CP – LD

7 anos e 2 meses

Roberto Jefferson

CP – LD

7 anos

Rogério Tolentino

CA – LD

6 anos e 2 meses

Romeu Queiroz

CP – LD

6 anos e 6 meses

Valdemar Costa Neto

CP – LD

7 anos e 10 meses

Vinícius Samarane

GF – LD

8 anos e 9 meses

Legenda : LD – Lavagem de dinheiro / CA – Corrupção ativa / CP – Corrupção passiva / FQ – Formação de quadrilha / PE – Peculato / GF – Gestão fraudulenta / ED – Evasão de divisas

Futuro

Se ficar decidido, por 6 a 5, que são cabíveis os infringentes, uma dúzia de réus poderá ter sua pena revista. Confira abaixo o que pode ser alterado e perceba que, na grande maioria dos casos, é uma parcela mínima da pena total que poderá ser modificada.

Réu

Condenação

Penal total

Condenação discutível por meio dos infringentes

Breno Fischberg

LD

3 anos e 6 meses

LD (3 anos e 6 meses)

Cristiano Paz

CA – FQ – LD – PE

25 anos e 11 meses

FQ (2 anos e 3 meses)

Delúbio Soares

CA – FQ

8 anos e 11 meses

FQ (2 anos e 3 meses)

João Cláudio Genu

CA – LD

4 anos

LD (4 anos)

João Paulo Cunha

CP – LD – PE

9 anos e 4 meses

LD (3 anos)

José Dirceu

CA – FQ

10 anos e 10 meses

FQ (2 anos e 11 meses)

José Genoino

CA – FQ

6 anos e 11 meses

FQ (2 anos e 3 meses)

José Roberto Salgado

ED – FQ – GF – LD

16 anos e 8 meses

FQ (2 anos e 3 meses)

Kátia Rabello

ED – FQ – GF – LD

16 anos e 8 meses

FQ (2 anos e 3 meses)

Marcos Valério

CA – ED – FQ – LD – PE

40 anos e 4 meses

FQ (2 anos e 11 meses)

Ramon Hollerbach

CA – ED – FQ – LD – PE

29 anos e 7 meses

FQ (2 anos e 3 meses)

Simone Vasconcellos

CA – ED – FQ – LD

12 anos e 7 meses

FQ (1 ano e 8 meses – pena prescrita)

Nota sequinha: Celso de Mello vota, se aposenta. E vira referência. Do quê, você decide.

NOTA DA COLUNA DE JAMES AKEL

cozinhando

CELSO DE MELLO DEVE RENUNCIAR E SE APOSENTAR APÓS VOTO

O ministro do STF Celso de Mello deve renunciar ao cargo e se aposentar ainda este ano, logo após seu voto de hoje.
O futuro fato conta com conhecimento do Palácio do Planalto e Dilma já prepara uma nova indicação ainda neste ano.
Nos bastidores do Planalto é grande a corrida de juristas que desejam o cargo.

Belíssima carta (para Celso de Mello) enviada aos jornais, onde espero vê-la amanhã. Ainda há esperança.

DO DR. LUIZ NUSBAUM

birds“Excelentíssimo Ministro Celso de Mello. É chegado o dia. O dia em que a nação estará atenta à transmissão da sessão do Supremo como se fosse a final do mundial de futebol torcendo pelo Brasil. E o que é torcer pelo Brasil? É ver finalmente triunfar a justiça e os culpados, não só de desviar dinheiro público para campanhas eleitorais como alegam alguns, mas sim de desviar dinheiro público para enriquecimento pessoal, vida nababesca, viagens de jatinhos, jantares regados a vinhos raros e caros, dinheiro este que fez e faz falta na educação, saúde, segurança, infraestrutura, não importando sua colocação social, respondam por seus crimes. Culpados por tentar manter o poder pelo poder, não importando o custo. Por comprar a consciência e o voto de pseudorrepresentantes do povo. Culpados pela corrupção que devasta nossa pátria. Lembrando Rui Barbosa: “Nada mais honroso do que mudar a justiça de sentença, quando lhe mudou a convicção”. “birds

Luiz Nusbaum

lnusbaum@uol.com.br

ARTIGO – Senta e chora. Por Marli Gonçalves

animated-crying-screaming-babySenta e chora, senta e choooora! O cacique da propaganda de seguro de carro é o que há de mais moderno nesse esquisito momento nacional. Ficou com o carro parado onde o tal perdeu as botas? Senta e chooooora! Está vendo a coisa preta e a coisa é tudo isso que está aí nas nossas barbas? Senta e…

A propaganda que escuto a toda hora na rádio ecoa na cabeça não por causa do seguro que vende, aliás o meu, ufa! Mas é que não vejo frase melhor do que a resposta do índio velho ao cara que tem problemas no carro e que parece estar no meio de uma tribo perdida. “Senta e chora, senta e chora, choooora!”

animated-screaming-baby-cryingEstá muito p da vida com o caminhar do julgamento do mensalão, com o suspense desnecessário, com a cara de pau dos argumentos infringentes e declaratórios, além de caudatários? Também acha que estão tirando uma de sua cara, numa boa, sem corar? Achou muita cara dura ter de ouvir um juiz amassando o barro e se lixando para a opinião pública e ainda se fazendo de correto, legalista? Simples: senta e choooora!

nvr4gtyrmm-girl-cryingTambém foi para a rua ou abriu a janela todo esperançoso no Dia da Pátria e o que viu foi: ruas vazias, polícia armada até os dentes, palhacinhos todos trabalhados no preto, encapuzados, enburcados, fazendo futrica, cuspindo pedra e pondo fogo pelas ventas? Recolheu sua bandeira, decepcionado? Senta e choooora!

Todo dia abre o jornal e procura na internet alguma novidade, algum anúncio real das medidas de governo para conter a paradeira geral da economia e só encontra loas, avestruzes, além de macaquinhos treinados aplaudindo aqueles lindos e as lindas de Brasília e arredores? Vai no mercado e vê que está tudo destrambelhado custando o olho da cara e o forro do bolso, sem noção? Volta com um saquinho frustrante na mão e fica ainda mais p da vida quando escuta uns balidos sobre “reação da economia”, contenção da inflação”, “controle e fiscalização”? Senta e choooora!crying%20rini

Pega o jornal de novo e vasculha na internet para ver se acha onde será o grande protesto contra tudo isso, porque não está entendendo como a população pode suportar tanta manipulação de informação, decretos imaginários e leis que só servem para beneficiar os mais fortes e poderosos, entre outras bobagens, e não acha? Procura de novo, telefona para os amigos, na conversa vê o quanto está todo mundo descontente de alguma forma, mas todos vão levando, esperando que “alguém” faça algo? Senta e choooora!

Vai em procura de ver quem é que pode ser esse “alguém” em quem confiar, seguir, votar, acreditar, ajudar, com condições de liderar um projeto importante de mudança, e só vê um imenso vazio, recheado de lorotas, pães de queijo, bolos de rolo, tubarões à beira-mar? Senta e choooora!

d_D90FJá está pensando que o melhor mesmo é largar tudo e ir viver lá no mato com o índio velho que, pelo menos, deve ter um pajé por perto, já que o tal seguro está cada dia mais caro, o mundo cada dia mais louco, as pessoas completamente sem caráter e compromisso, e o pau entortando de vez? Senta e choooora?

Mas cuidado quando for sentar. Olhe bem tudo, principalmente onde. Olhe se a cadeira está no lugar, ou se alguém a puxou. Está tudo mesmo pela hora da morte, inclusive o papelzinho para enxugar as lágrimas.

Senão, fica aí parado, de pé, esperando, pondo culpa nos outros, nos mascarados, desejando militares de volta, repassando bobagens sem fim, tentando acordar o gigante com murmúrios.

aliceSó precisa entender que o gigante agora vai ter mesmo é de acordar a pontapés, e aos gritos. E o quanto antes, para não ser tarde demais e aí a gente só poder fazer uma coisa: sentar e choraaaar, muito.

São Paulo, 2013Marli Gonçalves é jornalista – Separei uma máscara de gatinho para ir à manifestação. Vai ter uma, não?

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