Quem me conhece melhor, a mim e à minha trajetória, sabe que trabalhei – com muito orgulho – durante quase quatro anos, como assessora de imprensa do então vice-governador do Estado de São Paulo, Almino Affonso (Governo Quércia). Fui, vejam só, porque ele assumiu o governo no período algumas vezes , a primeira mulher no cargo de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, nas priscas eras do período de 1986 – 1990. Poucas vezes, mas fui. Se eu achar umas fotos depois publico.
Devo a ele, Almino Affonso, o muito o que sei a respeito desses dias horríveis vividos há 50 anos por gente como ele, João Goulart, Leonel Brizola e outros, os primeiros exilados do regime. Adorava ouvi-lo contar – e ele conta tudo com memória extraordinária e brilho incomum, o que me fazia se pudesse ficar horas a ouvi-lo, esse que é ainda para mim tido como um dos maiores oradores do país.
Imbatível.
Assim, esse livro se transformará em peça fundamental para quem quer entender o que ocorreu no período. Mas para quem quiser entender mesmo, sem linguajar chulo, nem pedido de volta de militares, que isso não tem cabimento. Apenas ignorância.
O que eu penso a respeito desses 50 anos, escrevi semana passada. Em primeira pessoa, e com a memória de uma criança de 6 anos. Leia AQUI.
Ouvi tudo quanto é impropério, e inclusive até de leitores queridos, mas que estão tão putos com o que estão vendo agora – com razão, está um horror – que ficaram cegos e pedem a volta de militares, de um tipo de golpe de Estado.
Mas eles estão errados, pensando com o fígado. Por isso não respondi a ninguém. E olha que fui chamada de petralha, vendida, comuna, jornalistazinha…só para citar alguns adjetivos que me deram esses últimos dias, principalmente quando e enquanto acreditaram que iam conseguir fazer aquela marcha ridícula com sucesso. Mas o bom senso ainda prevalece, gracias!
Também recebi – a maior parte – elogios e menções que muito me honram, de pessoas que admiro sobremaneira, de todas as áreas do conhecimento.
Essa semana escreverei sobre esse horrível sentimento nacional que está embotando as mentes, a fúria.
Enfim, aguardo vocês e todos os amigos lá no Almino.