ARTIGO – O jogo continua. Por Marli Gonçalves

 

A escalada de absurdos parece que ainda não foi suficiente para que todos pudéssemos garantir uma final legal da partida de 2019 e um Ano Novo com esperanças renovadas neste bonito número 2020. Só não digo que os dias passam iguais, porque a cada momento eles parecem ainda mais surreais, esquisitos e contraditórios, e quando esperávamos avançar, lá estamos nós às voltas com o passado.

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Chegou no final do ano e ainda está lá. E muitos dos que me leem entenderão a surpresa porque, inclusive, nem achávamos que seria tão ruim assim; só que foi ainda pior do que as previsões, coisa de louco esse time todo, e que se mantém com apenas uma pequena parte de jogadores em forma. Os outros só deformam, chutando bola plana, pisando no tomate e arremessando abobrinhas.

Mas a torcida anda adormecida, maioria acha que o técnico da Seleção faz coisas erradas, e fica só comentando, fazendo chistes, memes, tretando lá nas redes sociais, como se brincadeira engraçada apenas fosse; não tenta invadir nem protestar à beira do campo. O medo estampa mais camisas do que o verde e amarelo. Tudo bem que – admitamos, entretanto – nosso banco de reservas nunca esteve tão desfalcado: só gente rodada, contundida, fichada, processada, desprezada, malpassada ou queimada de vez.

Há outra parte da torcida que é igual que nem. Diminuiu também, não é mais nem tão expressiva numericamente, mas está aí e não pode ser desprezada porque é insistente e está sempre querendo fechar o tempo e ser torcida única no jogo. Por eles não haveria nem time adversário.

Olho o horizonte: intuo que as coisas vão se acelerar na próxima rodada porque há muita gente atenta em campos das redondezas e adversários bastante perigosos dispostos inclusive a mudar de time rapidamente a um leve aceno do juiz, ops, ex-juiz, ele próprio índio sem apito.

Os movimentos já são visíveis. Um dos principais também se dá na área de economia, um outro planeta, que entra no jogo com chuteiras completamente diferentes – aparentam ser de outra galáxia, e que seus ouvidos não ouvem as barbaridades do chefe. Participam de um campeonato particular que se for analisado prova que o tal técnico é, ele sim, amador. Amador, malcriado e sempre metido em confusões, grosserias, manchetes, polêmicas, caneladas, sempre procurando e conseguindo fazer gol contra.

Esses são diferentões que parecem acreditar serem independentes e que se sustentarão por mais tempo, o necessário para fazerem seus nomes conhecidos para jogarem-se em novas aventuras eleitorais, como se Fernandos Henriques fossem. Perigosos com suas medidas, andam aos pulinhos, com milésimos e décimos de percentuais que operam pra cima e para baixo como grandes e confusas vitórias.

O Brasileirão 2020 terá partidas e partidos interessantes, inclusive em campos externos da política internacional onde estamos de mal a pior, em penalizado descrédito. As tevês transmitirão tudo, ao vivo mais uma vez, com direitos aos replays nos noticiários e comentários que tentarão nos explicar se foi ou não falta, quem passou a perna em quem, puxou camisa, fez jogada perigosa, bateu com a mão em forma de arminha, pediu cartão vermelho, que ainda tem essa.

No país do futebol, esse jogo continua. Adivinhem quem sempre ficará de escanteio. Torcendo para que a partida não seja prorrogada por mais um arrastado ano.

Ah, já ia esquecendo, as partidas continuarão apenas com a seleção masculina; a feminina ainda não tem apoio nem patrocínio dessa Federação.

Feliz Natal!

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Site Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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ARTIGO – Rigoroso rebolar. Por Marli Gonçalves

A gente rebola por aí, balançando quadril e batendo pernas, buscando vozes e mentes para esquentar os corações e almas que parecem estar simples e completamente anestesiados por uma avalanche tão grande e que não condiz em nada com essa nossa alegria tropical. Escutem, por favor, a cadência de nosso samba, batucando nas teclas. Somos a imprensa. Acredite nos alertas.

 Tenho diante de mim, na mesa, uma série de bonequinhas que se movimentam somente com luz, bateria solar, vocês já devem ter visto como funciona. São quatro havaianas balançando as saias e uma gordinha, essa, de biquíni, chapéu, um drink nas mãos. Elas costumam me alegrar muito durante o dia com seus quadris rebolantes sem parar enquanto trabalho. Gosto de coisas que se movimentam, vivas, como os cataventos, e elas são assim. Me dão a sensação do tempo, contra a imobilidade, musicais, dançantes.

Pois bem. Ultimamente observei que até elas – essas meninas – andam – ou melhor, param – silentes, cabisbaixas. O inverno, a falta de sol, de luz nova no horizonte tira-lhes a energia. Como se tivessem vida, sentimentos, solidárias, me acompanhassem no dia a dia, no que faço, e ao noticiário que buscamos repercutir. E são tantas bobagens, ignorâncias, notícias ruins, tristezas e retrocessos e que todas juntas sabemos e assistimos que elas de vez em quando literalmente param, estáticas. Ficam chocadas inclusive quando veem os mensageiros sendo atacados de formas tão cruéis.

Vontade de fazer o mesmo, parar de rebolar o dia inteiro – que é um pouco o que todos nós, brasileiros, fazemos – e hibernar, aproveitando a estação. Rebolamos para cumprir o papel que juramos. Rebolamos para pagar contas, juros exorbitantes, ganhar algum dignamente, cuidar dos nossos, de quem amamos, escapar de armadilhas, além de fugir de tantos querendo nos roubar. Rebolamos para que nos respeitem, especialmente, nós, as mulheres. Suamos e rebolamos para nos livrar de inimigos, do mal, de insídias e energias negativas. Rebolamos para conseguir lugar no transporte público, na saúde pública, na segurança, na educação e em tudo o mais, que é público, sim, pagamos, e não recebemos. Reclamar para o Papa? Pode ser. Nosso Francisco está bem na moda, bombando nas redes sociais até com vídeos bem avançados. Alguém aí tem o e-mail dele?  O whatsapp? Algum contato?

Tô brincando. Mas ao mesmo tempo falando muito sério. Preocupada. Infelizmente tenho encontrado ainda muita gente rebolando também, e é o que não entendo, mas para aprovar, justificar, bater palmas, defender o que não é possível que em plenos anos 20 do Século ainda estejamos presenciando, ouvindo, suportando. Isso envolve, claro, as falas do homem eleito para o país e que parecem irreais de tão absurdas, de tão grosseiras, carregando tanta ignorância. Envolve alguns ao seu redor, como os seus próprios filhos, amigos, ministros.

Envolve, ainda por necessária oposição, e antes que venham com pedradas dizendo que não vejo mais longe, envolve – e muito – também, grande parte daqueles que, derrotados, ainda não aprenderam os rumos necessários para a retomada de um mínimo de bom senso. Tem quem ainda não se deu conta da gravidade da situação. Não é exagero.

Mas se fosse só da política! O inverno é de ideias, de bom senso, de falta de estações e temas onde se plante e onde dali floresça, de preferência sem tantos agrotóxicos.

Continuamos sabendo diariamente de crimes horrorosos contra as mulheres, e aparece quem defenda – sem ser os advogados – seres abjetos como o Roger Abdelmassih ou João de Deus. Sabemos diariamente de mortes e mutilações causas por imperícia, irresponsabilidade e loucura no trânsito e há quem defenda o fim da fiscalização eletrônica, a forma mais ampliada e segura que consegue registrar e desencorajar batendo no bolso, o lugar do corpo do ser humano que mais dói e pode modificar índices tão brutais. A lista das sandices é enorme e não para de crescer.

Está frio por aqui. Muito frio. E muito feio tudo isso. Vamos aquecer nossas baterias. Quero ver minhas meninas, e as de todo o Brasil, mais da metade dessa população, ao menos elas, reagirem.

Enquanto isso, rebolando por aqui. Vou ter novidade em breve para contar. E contar com vocês.


Marli Gonçalves, jornalista Consultora de comunicação, Editora do Chumbo Gordo. Blogueira aqui…

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2019, Brasil

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ARTIGO – Em busca do prazer perdido. Por Marli Gonçalves

Vou falar desse assunto um pouco proustiano porque creio que muito mais gente pode estar se sentindo assim e talvez seja bom trocarmos ideias, um pouco de filosofia, essa conversa particular. Não confunda prazer com felicidade. Prazer é fugaz, mas alegria necessária no nosso árido cotidiano.

 

Anda faltando prazer. Anda me faltando prazer. Demorei dessa vez um pouco mais do que de costume para distinguir o porquê de uma certa tristeza no fundo do coração, como definiria e responderia como me sinto, claro, caso alguém me perguntasse. O que anda meio difícil, que alguém queira saber de outro realmente se está tudo bem. Tudo bem, tudo bom. Cada vez mais as relações são fugazes, superficiais e as pessoas estão voltadas aos seus próprios umbigos e a como salvar os seus rabos. Não é uma crítica. O mundo está assim mesmo. Cabe a todos admitirem onde o sapato aperta.

Mas especialmente quem vive só, ou melhor, convive consigo mesmo, tem de estar esperto ao que o seu eu interno está sentindo, até para evitar o agravamento enquanto é tempo. Quem pode, pode, faz análise, viaja, tira ano sabático, inventa uma moda, sai comprando coisas – que comprar coisas é sempre bom. Quem não pode… escreve.

Pode ser a aproximação de mais um aniversário, os teimosos e inúmeros cabelos brancos que despontam revelados pelo espelhos. E que parecem rir da sua cara quando se tenta puxá-los da cabeça. Pode ser essa sensação de ter se tornado invisível justamente para aqueles os quais mais gostaria de estar sendo vista. O tempo correndo.

Pode ser por causa de tanta coisa. Pode ser esse país maluco e desorientado, todo dia ouvir índices bons descendo, índices ruins subindo, o tempo escorregando numa rotina qualquer. A repetição das desgraças que poderiam ser evitadas, e das tragédias que, por mais longe que seguidamente ocorram, nos afetam a sensibilidade – cada vez mais acompanhamos ao vivo muitas delas e diante de nossos olhos elas se desenrolam sem que possamos interferir em nada.

Tenho um bom amigo psicanalista, um vizinho de quem gosto muito, também jornalista, e que um dia vi conseguir mudar um monte de coisas na vida dele. Continua mudando. Me contava que para se “salvar” diminuiu drasticamente o número de horas “GloboNews”; se informa no estritamente necessário. Já eu não posso fazer isso, por conta da atividade, mas detectei uma parte da minha própria angústia: os plins 24 horas vindos da internet, dos e-mails, das redes sociais, do SMS, do Whatsapp, que agora ainda tem mais essa. Cancelar notificações: ajuda.

Continuando a conversa, ele citou um autor que pergunta: “Você realmente quer aquilo que deseja?” “É mesmo o que precisa?”. Porque desejar muito é constante fonte de angústia. Citou ainda mais o que faz para si, a leitura e a culinária, essa última encontrei várias vezes citada como excelente forma de prazer. Cozinhar. Criar.

Prazer é descrito como uma sensação de bem-estar, a gente demonstra alegria quando tem prazer. É uma resposta do nosso organismo. É aquela sensação agradável. Efêmera, curta, mas fundamental. Os prazeres ocorrem à flor da pele.  O dicionário é claro: sentimento agradável que alguma coisa faz nascer em nós; deleite, gozo, delícia; gosto, desejo; alegria, contentamento; boa vontade, agrado; distração, divertimento. E olha que nem estou falando do prazer sexual, que esse é outro capítulo.

Cazuza queria uma ideologia para viver. Eu quero prazer, ter mais prazer. Ideologias há muitas e ultimamente elas têm sido fonte é de enorme desprazer. Porque as pessoas se apegam a elas – talvez até em busca de preencher seus vazios existenciais – e têm ficado meio burras agarradas nessas tábuas de salvação.  Acabam tentando limitar o prazer a aquilo que alguém ao longe acena friamente buscando fanáticos para segui-los. Acabam com os nossos, em palavras, canetadas, agressões.

O prazer é coisa pessoal, individual, precisa ser livre e desimpedido, acontecer quando menos se espera, naturalmente. Prazer me faz sorrir, me impulsiona, dá ânimo, me deixa bem, combina comigo.

Mas precisa de ambiente propício. Que é o que não vem sendo o caso, também descobri nessa busca que empreendi para entender meus sentimentos.

 E você, como está se sentindo? O que é que te dá prazer?

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(CRÉDITO FOTO: Alê Ruaro, para o projeto Identidade Brasileira)

Marli Gonçalves – jornalista

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São Paulo, no outono.

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#ADEHOJE – 100 DIAS DE JAIR, BURACO NEGRO E VAMOS INDO

#ADEHOJE – 100 DIAS DE JAIR, BURACO NEGRO E VAMOS INDO

 

SÓ UM MINUTO – Hoje completam 100 dias do Governo de Jair Bolsonaro. O que isso quer dizer? Que talvez agora ele agora comece a governar, o que seria ótimo, ao invés de nos presentear com sandices suas, dos seus filhos e alguns ministros. Ocorreram coisas boas que ficaram soterradas, por exemplo, as privatizações na área de infraestrutura. De qualquer forma tudo é muito esquisito – como o tempo dele é gasto. Hoje tem encontro com o presidente da Fifa para tratar de liberação de bebida alcoólica par ao público na Copa América e para tratar, acreditem, do título de campeão mundial do Palmeiras em 51…De noite encontra embaixadores da Arábia Saudita, que a ministra da Agricultura está tentando salvar as exportações, depois daquelas falas em Israel.

Hoje tem foto do buraco negro. E ainda tem mais buraco negro: os 80 tiros do Exército que mataram o pai de família virou lamentável e triste incidente para os ministros da Justiça e para o da Segurança. Bolsonaro quieto – sobre isso, sobre as chuvas no Rio que mataram 10 pessoas, sobre…

#ADEHOJE – ASSASSINOS. TRAGÉDIA ANUNCIADA NO MAR DE LAMA

#ADEHOJE – ASSASSINOS. TRAGÉDIA ANUNCIADA NO MAR DE LAMA

 

O que é possível falar em um dia como ontem, como hoje? Se falássemos o que sentimos seria censurado, tantos palavrões dirigiríamos a quem poderia ter – acaso – ter evitado essa tragédia. Ainda são mais de 150 desaparecidos, as imagens são terríveis. O mar de lama varreu tudo o que encontrou pela frente. Não se tem ainda claramente a mínima noção dos desdobramentos desse horror. #Nãofoiacidente. Oremos pelas centenas de mortos que nos assombrarão por muito tempo, almas que estarão em busca de Justiça.

#ADEHOJE, SÓ UM MINUTO – DIAS QUENTES

#ADEHOJE, SÓ UM MINUTO – DIAS QUENTES

SÓ UM MINUTO – Um verão especialmente quente, e não é só a temperatura. Ela vem subindo de tom também na política. Hoje foi cancelada uma entrevista coletiva do presidente lá em Davos, na Suíça, e em cima da hora, com desculpas capengas. Claro, quanto mais o filho se enrola aqui, mais se percebe que o discurso foi muito fraco, e que governar não é bolinho. Na Venezuela o povo começa a ir às ruas, mas fortemente reprimidos. Já são quatro mortes. Mas quente mesmo está lá o nosso Ceará. Todo dia muito fogo, explodem postos de gasolina, tacam terror, e não está adiantando porem policiais, nem prender centenas. Todos, moleques, cumprindo ordens vindas de todos os lados das organizações criminosas. Muito quente, muito calor.

 
DIABINHOS DANÇANDO

#ADEHOJE, #ADODIA – MENOS CONFUSÃO, MAIS AÇÃO, POR FAVOR!

#ADEHOJE, #ADODIA – MENOS CONFUSÃO, MAIS AÇÃO, POR FAVOR!

SÓ UM MINUTO – A gente precisando tanto de um país em movimento, seguro, e as coisas parecem sempre tão confusas. Falações desenfreadas, desencavadas de verdades sobre os ministros depois de indicados. Resistências de todas as partes, inclusive militares, às mudanças na Previdência. O presidente que cala e deixa seguir. No Ceará continuam as chamas e tentativas de explodir coisas. Agora foi um viaduto! Por onde passa o Metrô e o VLT. Ah, João de Deus e a esposa indiciados por posse de armas e ele, por mais um caso de assédio sexual

#ADEHOJE, #ADODIA – VEM CHEGANDO O VERÃO. DEIXEM NOSSOS COSTUMES EM PAZ

#ADEHOJE, #ADODIA – VEM CHEGANDO O VERÃO. DEIXEM NOSSOS COSTUMES EM PAZ

 

 

OLHA SÓ. Vai ser complicado, porque a partir de janeiro assumirá o poder toda uma turma absolutamente heterogênea. Uma equipe e eleitos com cabeças retrógradas, ideias conservadores e o que é pior, ideias malucas. Por exemplo, essa do tal Osmar Terra – atenção que eu acompanho esse aí faz tempo e só pensa e fala bobagens desconectadas da realidade – que quer limitar a venda de produtos alcoólicos. Ele é totalmente contra a legalização das drogas, e não tem noção do assunto. Mas quer aparecer. Era o que nos faltava: uma lei seca. Como se fosse assim, passe de mágica. Precisaremos ficar bem atentos à essa turma que quer mexer com costumes. Creio que aí estará o grande foco de tensões do futuro governo. Vem chegando o verão e já tem gente queimada.

#ADEHOJE, #ADODIA – LULA FRITO, COM MOLHO DE DILMA E OUTRAS MORDIDAS

#ADEHOJE, #ADODIA – LULA FRITO, COM MOLHO DE DILMA E OUTRAS MORDIDAS

Estranho: procurei nas chamadas de todos os principais portais e…o Lula sumiu? Todo dia uma nova denúncia, um novo inquérito torna mais difícil a vida do ex-presidente Lula. Agora é com o envolvimento internacional, em cima daqueles, sim daqueles casos de negócios com a África. E a Dilma vai ser molho, porque está assando. Pelo que se diz, novos trechos da delação de Antonio Palloci vêm justamente contar coisas “interessantes” do governo dela, desses descaminhos que nos levaram à situação atual, chula, que nos encontramos. E a Hamburgueria lá de Salto, SP, que teve a ousadia de fazer trocadilho com a Maria da Penha, nomeando um hambúrguer porque este é feito com repOLHO ROXO. É muita cara de pau, ousadia, em um país que a cada dia tantas mulheres morem vítimas de feminicídio. É o fim da picada. E o fim do mundo, que toda hora temos algum, não? Ainda tem muito mundo para se acabar.

#ADODIA, #ADEHOJE – AS CIDADES CEDEM POR ONDE PASSAMOS

#ADODIA, #ADE HOJE – AS CIDADES CEDEM POR ONDE PASSAMOS

 

 

NOSSA CONVERSA DE HOJE É SOBRE A PÉSSIMA ZELADORIA DAS CIDADES, DOS GRANDES CENTROS URBANOS. EM SP, VIADUTO CEDE E OUTROS 40 ESTÃO EM SÉRIO RISCO. EM BH, TRÊS MORTES EM APENAS UMA NOITE NAS ENCHENTES. UMA MULHER FOI TRAGADA POR UM BUEIRO ABERTO QUANDO TENTAVA SE ABRIGAR. TUDO CEDE SOB NOSSOS PÉS. INCLUSIVE A POLÍTICA. MORO FINALMENTE PEDIU DEMISSÃO DO TRIBUNAL E FOI SER MINISTRO. ENQUANTO ISSO, O ERNESTO ARAUJO, INDICADO PARA O MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, CHAMOU A ATENÇÃO DE BOLSONARO JUSTAMENTE PELAS BOBAGENS QUE DISSE DURANTE TODA A CAMPANHA, MUITO PARECIDAS COM O PENSAMENTO DESSA NOVA TURMA. PRECISAMOS ESTAR ATENTOS PARA TUDO E UNIDOS PARA MELHORAR AS NOSSAS CONDIÇÕES

 

#ADEHOJE, #ADODIA – ANIMADO, WOW: VIADUTO DESPENCA, LULA SE PEGA COM JUÍZA, MENOS MÉDICOS, BC…

VIVA A REPÚBLICA! HOJE O DIA ESTÁ BEM ANIMADO NO NOTICIÁRIO. CIDADE SEM MANUTENÇÃO, VOCÊ ESTÁ PASSANDO E O CHÃO SOME. ACONTECEU, NO VIADUTO, QUE CEDEU, ARRIOU. E NA MARGINAL PINHEIROS, COM SORTE, MUITA SORTE, SEM VÍTIMAS. OUTRA COISA DOIDA FOI A DEBÂCLE ENTRE O LULA E A JUÍZA GABRIELA HARDT, SUBSTITUTA DE MORO…E O BODE D A INDICAÇÃO DE ERNESTO ARAÚJO PAR A O ITAMARATY, O PROGRAMA QUE VIROU MENOS MÉDICOS, O BC… UFA! NOS PRÓXIMOS DIAS VEREMOS O QUE VAI DAR TUDO ISSO.

ARTIGO – Aquela musiquinha sinistra. Por Marli Gonçalves

Pã, papam, pã-pãm, papapapaaaam. Aconteceu comigo. Foi agora por esses dias. Mais precisamente já na madrugada do domingo, 21 de maio, o que piorou ainda mais. Madrugada. Meu coração quase saiu pela boca. Estava despreparada para qualquer notícia ruim naquele momento, tão ruim que não podia nem esperar? Estava relaxada, por algumas horas tinha esquecido esse tormento que virou o dia a dia nacional. Esse novo tormento.

Mas quando vi aquilo, aqueles microfones apontados como mísseis vindos em minha direção, como que saindo, pulando, da tela da tevê no meu colo, deu palpitação e naqueles segundos, vocês não acreditariam, tantos pensamentos passaram velozmente até surgir a apresentadora. Várias hipóteses que poderiam até ser concretas. Cada uma mais louca que a outra. Todas essas, as minhas, até valeriam um plantão àquela altura.

Mas não. Naquele, uma trêmula apresentadora que estava certamente de plantão na redação surgiu para dar um outro plantão- e que até ela me pareceu não estar convencida da importância. Ela apareceu ali para anunciar que uma reunião da Ordem dos Advogados do Brasil havia decidido pedir o impeachment do presidente Michel Temer. Ohhhh. Oi? Vê se isso é notícia para dar em plantão de madrugada num sábado? É? Mudou sua vida? Resolveu nossos problemas? Vale alguma coisa nesse país que desrespeitou e diminuiu nos últimos tempos as entidades da sociedade civil a pó de poeira? Responda rápido: qual o nome do atual presidente da OAB?

Vou ser sincera para vocês. Xinguei muito. Falando sozinha, mas xinguei, ô se xinguei. Eu tinha acabado de chegar em casa, do teatro; fui ver Roque Santeiro durante a Virada Cultural. Com fome tinha preparado um lanche maravilhoso (… tá, tá bom: um hambúrguer X-Salada-Tudo e mais um pouco) para comer na sala vendo tevê. Tinha dado a primeira mordida, sabe aquela quando a maionese se espalha e o queijo derretido cria uma união teimosa entre sua boca e o sanduíche?? Aí veio a musiquinha maldita, sinistra. Pã, papam, pã-pam, papapapaaaam

Não foi legal. Não me fez bem. Se eu, que acompanho essa trapalhada toda por dever até de profissão não gostei, imagino como foi nesse Brasilzão de Deus, nas tevês de beira de estrada, nos cafundós. Uma tal de OAB fez num-sei-o-quê.

Já estamos tomando muitos sustos. Quer cena mais para assustar criancinha do que aquele vídeo do Aécio com cara de medo, olhar de medo, e sem nenhuma “convincência”, na frente de uma parede lisa de cor horrível, dizendo-se enganado, ingênuo, desfalcado de recursos? Patético. A expressão do Rodrigo Maia girando o pescoço na quarta-feira do terror em Brasília, e que saiu pedindo reforço da segurança, que acabou chegando o Exército para acudir?

E as duas vezes que apareceu rede oficial no púlpito, para a fala do presidente que toda hora é fotografado engolindo bocejo – não repararam? Ele engole o bocejo de uma forma bem engraçada. Põe para dentro, fica bochechudo. Não deve estar dormindo nada bem. Nas duas vezes falou, falou e não resolveu nada, quase não disse coisa com coisa, como diria meu pai. E a entrevista exclusiva que ele resolveu dar? E que não tinha um assessor que preste para corrigi-lo quando citou a operação Carne Fraca que só aconteceria dez dias depois e que ele usava como argumento para explicar ter recebido no porão de casa o malaco da carne na calada da noite?

Está confuso demais. É mala monitorada que não estava monitorada em nada e justamente ela some, reaparece com uma mordida enorme de bufunfa; é gravação que brota de tudo quanto é canto, até as que não têm nada a ver com o peixe, mas expôs um jornalista que andou arranjando inimigos até debaixo da água.

Por favor, mais comedimento em usar a música maldita e sinistra que nunca traz boas notícias, e que nos ameaça com aqueles microfones na piracema.

Essa musiquinha de agora, mais invocada, tem pouco mais que 14 anos. Mas o plantão se iniciou em 1982, anunciando a eclosão da Guerra das Malvinas. De lá para cá, 35 anos, não foram muito mais de quinhentas vezes a sua utilização. Mas esta, a primeira, já chegou me apavorando e afetando muito. Naqueles dias, sob o comando do admirável Fernando Portela, completávamos, no Jornal da Tarde, uma das maiores reportagens de todos os tempos – de fôlego, três meses de batalha. Chamava-se Viver em Prédios e reportava todos os fatos ligados a isso, de todos os ângulos. Principalmente o do difícil convívio entre os seres, carros, portas, goteiras e vazamentos, portarias e garagens.

A matéria acabou decepada para dar espaço ao noticiário da guerra aqui de nossos vizinhos argentinos, que não cumprimentam ninguém no elevador. A propósito, está de novo uma barulhada e tanto nesse Edifício América Latina.

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20170521_001811Marli Gonçalves, jornalistaPã, papam, pã-pam, papapapaaaam. Só usem de novo, por favor, quando for para noticiar que encontraram a solução para que a gente volte à vida normal. E que outros só surjam para informar avanços da ciência, a descoberta de curas para os males do mundo.

Brasil, isso é certeza. É aqui. Só pode. 2017

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ARTIGO – Nossas margens de erro particulares. Por Marli Gonçalves

LABRASIL0219De tempos em tempos surgem palavras e expressões que como num passe de mágica passam a ser mais faladas do que donzelas entrando em lupanares. Da mesma forma que vêm, vão, e a gente nem percebe. Mas enquanto estão na moda, que também é cada vez mais rápida, chegam a dar enguias. Mas penso que podemos pegá-las e extrair o que nelas houver de bom. Ou, de acordo com a margem de erro, podem ser regulares. São as variações de nossos tempos.

Tempos duros esses. Tempos até bem chatos. Até que o processo eleitoral passe parece que estamos numa arena nos digladiando, e o pior é não ter uma variante para a decisão. Ou se é um ou se é outro. Não me admira que, na primeira rodadas das eleições, 28 milhões de brasileiros não tenham querido ser nem um nem outro, nem aqueles outros, numa espécie de revolução silenciosa e à qual não vi ser dada atenção especial, o que me deixa muito cabreira. Porque me parece ser o fato mais preciso do momento, um urgh, uma vaia enorme, milhões de desesperanças, desinteresses, desinformação e beijinhos no ombro que se juntaram, nulos ou brancos. Aí não tem nem teve margem de erro.

A semana foi boa para quem consegue manter o humor, os gozadores e gaiatos adoráveis que fazem do limão mais que limonada, e alguns até vivem disso. A margem de erro foi o assunto predileto. Foto de Araci de Almeida, legenda: Gisele Bündchen, de acordo com margem de erro. Hoje é sexta, mas também pode ser quinta ou quarta, de acordo com a margem de erro. Daí por diante. Dei muita risada.

betty boop 20Creio que poderei colaborar com entendimento maior da raça humana, a partir da tal margem de erro. Depois do sucesso de minhas perguntas não respondidas do artigo passado (E se?…) resolvi me dedicar um pouco a esse assunto, para mais ou para menos, o que pode significar, pode significar…nada! Ou tudo. Depende da pesquisa, da região, da sua cara de pau, do seu índice de sinceridade.marvel-s-hawkeye-doing-crazy-superheroine-poses-in-comics-82aba282-b953-4c87-88a5-1f33fafaeb2c

Pensei o quanto a tal margem de erro é a cara do Brasil, o país que não é – o país do Futuro que não chega. Pensa! Tudo anda dentro da margem de erro. Por exemplo, agora, você pode perguntar sossegado, para qualquer mulher, a idade dela. Dentro da margem de erro, dependendo de quem pergunta e para o quê, de qual censo/senso, ela vai responder. No caso, em geral, o “pesquisador” poderá ele próprio classificar a resposta dada como ótima, boa, regular, ruim ou péssima. A propósito, péssima, palavrinha forte, carregada de sentido inquestionável. E que o atual governo, neste momento, está tomando como carimbo numa taxa de 22%. São 22% de gente com opinião, que vê e sente na pele a realidade, que não está no parquinho de diversões, nem no Imaginário Mundo das Estrelas.

door_animatedMas voltando ao nosso assunto e à possibilidade de uso variado da margem de erro que parece até coisa inventada aqui. Ela traz em si um “pode ser também”, que a livra de julgamentos, como se fosse uma afirmação feita antes de um problema. Traz uma elasticidade. Nada é totalmente não ou sim, há uma variação, até condizível com o quanto somos diversificados na vida real.

Se ocorrer, eu disse; se não, de acordo com a margem de erro, tudo bem, era previsto. Corresponderia a uma precaução. Convivemos com a tal margem de erro nossa vida inteira. Onde pode ter alguma variação, oscilação, ela estará lá. Dá para usar para idade, peso (de acordo com a margem de erro você pode ser gordo ou baixo, dependendo do ângulo, do enfoque) ou como está nos parecendo a cada dia mais patente, margens largas sendo usadas para questões éticas. Vide mensalão, e outros escandalozitos que cantam em nossas janelas.

De acordo com a margem de erro, variando para cima ou para baixo, para a esquerda ou para a direita, eles não sabiam de nada, não viram, não perceberam, não têm nada com isso. Ficam indignados, surpresos, vão tomar todas as providências. E, de acordo com a margem de erro, podem até esquecer o assunto.

Assim será até que outra palavra ou expressão entre na moda. Não é que delator, X-9, alcaguete, traíra, agora virou colaborador premiado? Não é que parlamentares, governantes, diretores de estatal, pegos com a boca bem na botija, gente que trabalha com o meu, o seu, o nosso dinheiro, agora virou “agente público”, e não tem nem mais nome nos noticiários? Repara.

De acordo com a margem de erro, variando para cima, no Nordeste, e para baixo, Sul/Sudeste, estão tentando promover no país uma cisão jamais vista, nem quando não tínhamos eleições, muito menos pesquisas.

Disso eu tenho 100% de certeza.

São Paulo, Salvador da Pátria, 2014Brasil42Marli Gonçalves é jornalista – Vou começar a tentar pagar minhas contas com essa tal margem de erro. O problema é que se passa a data, os juros não são só de 2 por cento para cima ou para baixo.

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