ARTIGO – Socorro, o piloto enlouqueceu! Por Marli Gonçalves

Vivemos agora um dos maiores e mais terríveis desafios da Humanidade – houve outros, claro, mas não estávamos por aqui. E se agora quisermos continuar por aqui, precisamos manter de qualquer forma ao máximo as medidas de isolamento social, quarentena, e de acordo com as organizações médicas mundiais. Os cintos se apertaram, mas o piloto não sumiu; apenas não sabe dirigir, e não pode sequestrar um país

Mad pilot with wings Royalty Free Vector Image

Ninguém está querendo ficar em casa trancado, com crianças fora da escola, sem saber o que vai acontecer, trabalhando como pode, ou não trabalhando, sendo obrigado a não trabalhar por não ter como nem onde. O importante é entender o que precisamos fazer nesse momento, e que não é coisa local, é pandemia, mundial. Grave, grave, muito grave. Com reflexos econômicos imensuráveis, um futuro nebuloso.

Mas estamos vendo tudo só piorar por aqui, inclusive por altas incontroladas de preços, abusos de toda sorte, picaretagens e falsificações em produtos médicos, falta de insumos, o Brasil mostrando sua cara e suas deficiências sociais, econômicas, trabalhistas, de saneamento. Milhares de pessoas que nem casa têm para se isolar, nas ruas, com fome, sem poder contar com os solidários voluntários para lhes dar uma prato de comida, ao menos uma vez ao dia, sem água pra beber, porque os bares estão fechados. E os mandamos lavar as mãos com frequência e usar álcool em gel, como se vivêssemos uma linda fantasia conjunta.

Ninguém quer isso tudo o que está ocorrendo, mas o tal piloto, de cuja mente, dele e seus apaniguados, jorra diariamente uma quantidade de ignorâncias tal que torna mais insuportável esse momento, quer fazer parecer que é indolência nossa. Repare. As medidas que precisa tomar, não toma; as promessas que fez, inclusive econômicas, não cumpre. Nos leva a uma situação verdadeiramente insustentável, inclusive diante do resto do planeta. Esse é o fato.

Governados por um Bolsonaro inepto que conseguiu mostrar de vez a única e principal certeza desse momento, a sua total ignorância, incapacidade de liderar, dirigir, pensar. Suas ações e aparições a cada dia apenas têm servido para aumentar a angústia de todos nós, nos deixando marcas, e nos deixando doentes de muitas outras formas além do coronavírus. Depressivos, violentados, atônitos, escandalizados, revoltados.

Parem, por favor, apenas parem esse homem antes que seja tarde demais. Ele ri de nossa agonia. Nos desrespeita, juntando esses grupos de ódio de ignorantes que mancham, eles sim, o nosso verde e amarelo. Com o vermelho de nosso sangue e o verde de sua bílis nojenta. Covardes que se escondem atrás de robôs, que agora batem bumbos de dentro de seus carros potentes em inacreditáveis carreatas. Que dizem que não querem o Brasil parado e que vão nos matar se obtiverem sucesso nessa empreitada suicida, já demonstrada como muito suicida, e em várias partes do mundo.

Desrespeitam os profissionais da saúde que estão na linha de frente do combate; desrespeitam a Ciência; desrespeitam a lógica. Nos levarão ao abismo se permanecerem nessas cadeiras, nos levarão a claras revoltas locais, farão reviver todas as agruras do século passado, escutem, acreditem. Isso não vai acabar bem. Entramos em um perigosíssimo vácuo de poder.

Não podemos ficar em suas mãos como estamos agora, sabendo claramente que os números de infectados e mortos estão totalmente subestimados, porque não temos a base, nem os testes que possam aferir a realidade, e ela é dura.

Nunca tive problemas com idade, a não ser agora onde querem fazer parecer que quem tem mais de 60 anos pode – e quase deve –  morrer, que não fará falta – alguns safados chegam a declarar isso textualmente, e ainda se acham brasileiros e que o dinheiro deles os salvará. Estaríamos marcados para morrer, não poder fazer nada? Não, somos a História desse país, temos o conhecimento capaz de combater o mal que tenta se instalar.

Sinto uma revolta como há muito não sentia. Sei que não estou sozinha. Todas as noites ouço o som dessa revolta nas panelas que batem e nos gritos das janelas de meu país, nas discussões que tomam as redes sociais. Mas é cada vez mais clara a situação: quando pudermos abrir as portas, e se possível até bem antes disso, agora, e antes que seja tarde demais, essa revolta precisa criar corpo, ser real, e arrancar dali o maluco que tomou a direção e está desgovernado, pretendendo nos matar.

No mínimo, de raiva.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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#ADEHOJE – “POR AQUI” COM ESSA FORMA DE GOVERNO

#ADEHOJE – “POR AQUI” COM ESSA FORMA DE GOVERNO

 

SÓ UM MINUTO – Estou – e acredito que muito mais gente está também – “por aqui” com essa forma de governo de Bolsonaro e sua gente. Não vou defender Joaquim Levy, até porque nem tenho conhecimento técnico em economia para isso. E defendo, sim, a abertura da caixa-preta do BNDES, que já não é sem tempo.

Estou por aqui é com tanta grosseria, governar como se fosse a casa da mãe joana, e usando jornalistas como garotos de recado, mandando ordens, aproveitando de fora pior ainda que quando tuita que nem maluco. Passando por cima de todo mundo como um trator, ditadorzinho.

No café da manhã, que reúne jornalistas ainda não entendi exatamente para o quê, e que cada dia acho mais estranho, na qual uma jornalista, acreditem, deu uma bíblia pro homem, Bolsonaro “demitiu”- e sem ninguém perguntar – o presidente dos Correios.

Isso não pode dar certo, gente. E a previsão do PIB, olha…menos de 1%

ARTIGO – Sobre os pequenos e os grandes poderes. Por Marli Gonçalves

Sobre os pequenos e os grandes poderes

Por Marli Gonçalves

poderTerremoto! A terra política – molhada, lama grossa – se dissolve sob os nossos pés. Entreolhamo-nos inquietos perguntando o que vai ser, quem é que pode saber, sabe ou saberá de alguma coisa, uma luz que seja. Os pequenos poderes se mantêm; os grandes se dissolvem. Temo os médios, do que serão capazes

Nesse momento estou às voltas com os tais pequenos poderes, com os “bozós”, com normas e o fantástico Sistema que impõe regras inacreditáveis seguidas cegamente por esse povo invisível – transparentes só até que precisemos circular entre eles. Em um hospital, por exemplo, acreditem, estão presentes em todos os cantos – até mais que médicos e enfermeiras. Estão em todos os lugares, uniformizados, terceirizados, servidores públicos e privados, alguns até armados.

Já os grandes poderes carregando seus egos enormes e que protagonizaram as cenas dessa semana não fazem outra coisa senão justamente aparecer fulgurantes dia e noite arrastando suas plumas e movendo mundos e fundos para puxar a sardinha cada um para o seu lado. Ou escapar das ondas do tsunami que se avizinha.

Os pequenos poderes, por sua vez, são subalternos, cumprem ordens e comandos – que citam como razão argumento e repetem como autômatos. Eles não sabem o que é lógica. O perigo é justamente de onde vêm essas orientações. Porque é só com elas em punho que eles, esses pequeninos, crescem, se acham importantes, implacáveis, legalistas. Atacam.

Por outro lado os Poderes com maiúscula – Legislativo, Executivo, Judiciário –têm se estranhado como nunca, fazendo borbulhas, um tentando afogar o outro, empurrando a cabeça para dentro d`água. Tudo executam sorrindo, fazendo mesuras.

Nessa terra molhada com o nosso suor, chão inseguro, movediço, estranhamento, o que vemos é que a cada movimento brusco afundam todos. Nos levando junto. Protagonistas e figurantes.

Fosse um filme faroeste seriam balas e flechas zunindo para tudo quanto é lado no Planalto Central. Fosse um filme de guerra daria gosto de ver os aviões abrindo suas escotilhas e atirando bombas de delações premiadas, lançadas e chovendo também sobre todas as cabeças premiadas, só não se sabe até quando com a coroa.

Todo mundo manda. Ninguém obedece. Ou obedeceria quem tivesse juízo, diz o dito popular. O mais engraçado está em um tentando mandar no outro, os grandes, e de onde estão saindo as faíscas maiores e mais perigosas no momento em que tanto combustível está jogado no chão.

Repito: temo os exércitos invisíveis dos pequenos poderes e do que serão capazes os seus comandantes ainda tão toscos e primitivos nesse país que não consegue se desenvolver sem tropeçar. Temo os grandes poderes que embaralham as cartas e não sabemos quais escondem nas suas mangas, sejam togas ou ternos.

Nos lembra muito uma canção, de Chico Buarque: O que será, que será? Que todos os avisos não vão evitar/ Por que todos os risos vão desafiar… O que será, que será? Que andam suspirando pelas alcovas/Que andam sussurrando em versos e trovas/Que andam combinando no breu das tocas/Que anda nas cabeças, anda nas bocas?… O que não tem governo nem nunca terá/ O que não tem vergonha nem nunca terá?…

_____________geniOS DO PODER_______

20160813_143252Marli Gonçalves, jornalistaImprensa, uma profissão que até já foi um Poder. Agora só registra o estouro dos fatos que deixou passar debaixo de suas barbas por tanto tempo, durante tão longos anos.

São Paulo, 2016, o ano que estica suas sombras

Fui ver se começou o ano. Já, e com essas desabonadoras descrições da verve Dilma. Da coluna do Cláudio Humberto

  • Mandona, a presidenta Dilma quer pilotar até avião animated_gif_planes_158

    A presidente Dilma Rousseff, que completa agora em janeiro três anos à frente do governo brasileiro, criou uma série de regras extraoficiais que melhor atendem a seu perfil controlador. Segundo gente próxima, em viagens, a cabine do tenente-brigadeiro Joseli Parente Camelo fica aberta para que ela possa entrar e interferir em planos de voos e até sugerir mudança de rotas para desviar de nuvens e evitar turbulências.

  • Autoridade máxima do transporte oficial aéreo desde Lula, o tenente-brigadeiro Joseli se desdobra para atender pedidos absurdos de Dilma.

  • animated_gif_planes_186Missão impossível

    Não foi só uma vez que Dilma mandou Joseli sobrevoar países, e até fazer escala, sem autorização prévia, depois de o avião já ter decolado.

  • Conhecida pelo pavio curto, Dilma se recusa a viajar com experientes capitães. Só aceita pilotos e copilotos cuja patente é de major e coronel.

  • Dilma também não aceita “patentes baixas” na segurança pessoal, e já fez a equipe esperar dentro do carro até o general Amaro aparecer.animated_gif_planes_137

ARTIGO – Crônica da nossa vida privada, por Marli Gonçalves

Essa gente não tem mais nada o que fazer senão andar por aí, querendo proibir as coisas da vida privada? Um assunto que precisa ser discutido: tem governo, instituições e até ONGs querendo demais comandar nossas vidas, como se nada mais houvesse para ser feito. Fora! Sai para lá! Vai se meter na vida do *&%$#@*! A vida é nossa, ninguém tasca! Você pode até mandar, mas só obedeço se quiser! É proibido proibir!

Todos os dias a gente fica sabendo de mais uma coisa que não pode. Ou não pode mais. Não pode para eles, porque a verdade verdadeira é que andam se metendo – ou melhor, tentando se enfiar, mandar, regrar, controlar e o escambau – de forma assustadora em nossas vidas privadas e é preciso ficar e estar atento e forte. Até nossas crianças parece que viraram florzinhas delicadas que “precisam ser protegidas”, como alegam, e não podem ver isso, aquilo, comer isso ou aquilo, que só eles sabem o que é bom. Parece paulada. Isso não é nada bom.

Repara. É multa, advertência, reprovação, ação de censura, proibição, regulagem e veto para tudo quanto é lado. Dos Poderes. Dos chefes de rebanhos. Dos cospem-regras. Desse jeito, ganhamos muito mais do que um Grande Irmão, como diria Orwell. Ganhamos um Grande Pai. Onipresentes, estão “cuidando de nós”, desculpam-se, paternalistas, controladores. E extremamente rígidos. Um perigo. Começa assim: primeiro passam a mão na cabeça, fazem cosquinha, bonzinhos e politicamente corretos. Quem já viveu sabe onde isso pode dar e o beco é escuro; escuro e sem saída.

Quer ver? Parece que todo mundo é burro, não distingue certo ou errado, precisa da opinião alheia, não sabe decidir, educar os filhos e muito menos ser dono do próprio nariz ou empresa, nem na propaganda. A Anvisa resolve todos os remédios que você pode tomar. Tem Instituto glamuroso de “cuidados” com crianças que não quer brinquedos nos hambúrgueres, quer que todas as propagandas tenham crianças negras, e quase considera que qualquer brincadeira mais “assim” pode ser muito perigosa, etc.. Toda hora entra com um recurso contra, quer recortar e não colar, a ponto de ser chamado de “bruxa”por um órgão oficial, tão de saco cheio este ficou de receber toda hora representações pelo bem dos menininhos e menininhas deste país. E a tal Lei da Palmada? Cumprir a Lei Maria do Rosário que é bom…

Nem pense em fazer xixi na rua. Andar de boné qualquer hora, não vai demorar, será proibido, assim como óculos escuros. Mulher maquiada? Pode ser confundida. Pensaram em proibir garupa em moto (!). Usar jaleco fora dos hospitais é crime – quanto a lavar a mão, o que se leva nos sapatos, controles reais das atividades, condições? Nada. Fumar pode, mas desde que os cigarros sejam sem sabor. Chegaram a proibir as crianças de usar pulseiras coloridas, quando tinha virado uma moda. A Adriane Galisteu não pode falar da Xuxa, nem o Pânico pode mais imitar o Silvio Santos. Sobrou até para a coitada da babosa, Aloe Vera. Proibida.

Igrejas adoram proibir, como se Deus, coitado, nas costas de quem se jogam tantas culpas, estivesse preocupado com a roupa, jóias, batons e esmaltes coloridos de suas fiéis. Ou ainda, se Ele na Terra viesse, mandaria que não se tomassem vacinas fundamentais para conter surtos. Se deixar a coisa correr como está indo, vamos chegar a absurdos como a de um grupo islâmico, que proibiu tomates – sim, tomates. Os tomates seriam “cristãos”. O pentelho baixinho do Irã não proibiu as gravatas? Fazem uma cruz. (Esse aí só mesmo com resmas de alho e balas de prata).

Achou pouco? Descobri que há um templo no interior de São Paulo que proibiu o uso da tecnologia USB! Você deve ter algum fiozinho desses por perto. Dá uma olhada. O pastor proibiu porque o símbolo do USB seria um “tridente, usado para torturar as almas que vão para o inferno”, justificou. O Bluetooth? Liberado. É “azul e representa a cor dos olhos de Jesus Cristo”. Não ria. É sério. E muito perigoso. É mais do que controle social, e pode virar ditadura e repressão que, lembremos, pode vir da esquerda e da direita, de cima e de baixo. De gente querendo te inundar do bem, mas te enchendo do atraso e retrocesso.

De censura já nem se fala. Toda hora aparece uma. De cultura. De cinema. De Artes. De costumes. Na imprensa. Tentativas de cercear a liberdade de expressão ultrapassam todos os limites. Coisas arrancadas de sites. Listas in e out, rol de atitudes politicamente corretas para o momento, plaquinhas levantadas, especialmente pela atual linha de governo estrelado. Como tão bem definiu o filósofo Denis Lerrer Rosenfield, um dos que mais têm alertado para o perigo: “Boa parte da administração petista está impregnada de ranço ideológico ultrapassado” (…)”os brasileiros têm muita pouca consciência sobre o que está acontecendo. Vistos de forma isolada, os atos regulatórios parecem inofensivos”.

Os bons juristas também andam apavorados com as aberrações que vêm sendo perpetradas em nome, em nome… de quem, mesmo? Infelizmente há alguns que entram na onda do PROIBIDO e usam as suas poderosas canetas e as cadeiras onde sentam para fazer valer o que não respeitaremos nem por decreto. Nem por um …voador, daqueles bem grandes.

Nunca é demais lembrar o Artigo XII da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Vale ainda lembrar-se de um dito do filósofo inglês John Locke (1632-1704), mesmo que ele tenha tido tantas contradições, como apoiar a escravidão: “Nenhum homem pode ser forçado a ser rico ou saudável contra a sua vontade”.

Somos todos nós uns grandes poços de contradição. Mal ou bem, outro direito natural e privado. Privadíssimo.

São Paulo, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, 2012
Marli Gonçalves é jornalistaAntes que tudo fique muito chato, quer ter e ser o seu próprio controle remoto, para mudar o canal na hora que quiser. Sem ninguém mandar. Nem obrigar.

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