SÓ UM MINUTO– E continua a luta mundial contra o vírus … E a gente, aqui, contra os virulentos.
Já partiu do Brasil um dos aviões que foi buscar brasileiros que estão em Wuhan, na China. Eles voltaram, devem chegar sábado, e ficarão de quarentena na Base Aérea de Anápolis, Goiás. Todo mundo envolvido na operações de resgate ficará em quarentena por 18 dias, sob regras rígidas. Inclusive sem visitas. Tudo com documento assinado antes de entrar no avião, lá.
Bolsonaro continua como um provocador bastante irresponsável enquanto presidente. Além de desafiar governadores para zerarem o ICMs, essa história ridícula de colégios militares, entre outras, está batendo o pé segurando o chefe da Secretaria de Comunicação Fabio Wajngarten. A Polícia Federal entrou na investigação que apura uma série de irregularidades dele, misturando a empresa da qual faz parte, o governo, algumas tevês e agências. Bolsonaro, no entanto, diz que “ele está mais firme do que nunca” no cargo.
SÓ UM MINUTO – Brasil registra uma agressão a mulher a cada 4 minutos, mostra levantamento. No ano passado, foram registrados mais de 145 mil casos de violência —física, sexual, psicológica e de outros tipos— contra mulheres e nas quais as vítimas conseguiram sobreviver. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2017 houve 4.396 assassinatos de mulheres no país.
Mas enquanto isso eles estão preocupados em censurar histórias em quadrinhos, em falas absurdas e agressivas, arrumar encrenca com nossos maiores parceiros comerciais internacionais.
Feitiço contra o feiticeiro. Nunca houve uma Bienal tão boa, tão falada quanto esta do Rio de Janeiro. Principalmente depois do ato imbecil de Crivella de querer proibir uma história em quadrinhos da Marvel, de 2010! No final foram vendidos 4 milhões de livros- um crescimento de 60% ante a edição anterior, em 2017. Só o youtuber Felipe Neto comprou e distribuiu gratuitamente 14 mil livros sobre o tema LGBT. Ao menos 70 autores assinaram um manifesto contra a censura.
SETEMBRO COMEÇOU COM QUASE 5 MIL FOCOS DE QUEIMADAS NA AMAZÔNIA.
SÓ UM MINUTO– É censura o nome disso. É homofobia o nome disso. É preconceito o nome disso. É invasão de religião o nome disso. É abuso o nome disso. É perigo demais o nome disso. Qual é o problema desses caras? E a burrice? Porque agora que a imagem se espalhou, a revista esgotou em minutos…
Que história é essa de um prefeito mequetrefe mandar fiscais na Bienal do Livro do Rio de Janeiro para apreender uma MERA publicação de história em quadrinhos? A HQ “Vingadores – A Cruzada das Crianças”, da Marvel. Uma imagem de beijo entre homens? Onde estamos? Ora, saia na rua, vá ver a vida, a realidade, a atualidade.
Aproveitem e vão plantar batatas que farão melhor do que se meter na cultura nacional e internacional.
Aliás, que história é essa de agora, prefeitos, governadores e um presidente desse naipe quererem dizer o que leremos, o que assistiremos? O que as crianças vão aprender sobre sexo aprenderão na vida.
Cada dia está ficando mais terrível a situação. Por favor, conversem com quem puderem, alertem, expliquem. Isso não pode continuar.
Nós nos vingaremos, e todos de preto, amanhã, nas ruas.
SÓ UM MINUTO – Bolsonaro está se especializando em parecer aquele Chucky, o brinquedinho. Todo dia quer apavorar um pouco, e com um linguajar quase intraduzível. Assim se distancia de Moro – quer porque quer trocar o superintendente da PF. Demitiu quem reclamou de ter sido chamado não republicanamente; ao contrário. Agora também quer proibir, eu disse proibir, a discussão de identidade de gênero. O Doria essa semana já mandou recolher uma cartilha que falava sobre o assunto para estudantes adolescentes. Eles acham que assim resolvem os preconceitos deles. Bolsonaro agora invocou com a Michele Bachelet, ex-presidente do Chile, agora no Alto comissariado da ONU. Ela criticou a violência no Brasil.
Enquanto isso, no escurinho, a Câmara retoma vários pontos de campanha, aumentam fundos partidários, Rosinha e Garotinho vão para casa com a malinha que já devem deixar pronta para ir para lá e para cá. A indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada de Washington é rejeitada por 70% , segundo pesquisa DataFolha.
#ADEHOJE – É A ECONOMIA, AMORES…E A CORDA BAMBA DA LAVA JATO
SÓ UM MINUTO – PIB: Economia brasileira cresce 0,4% no 2º trimestre e escapa da recessão O desempenho da economia no segundo trimestre foi puxado, principalmente, pelos ganhos da indústria (0,7%) e dos serviços (0,3%). Já a agropecuária caiu 0,4%…
A Lava jato está na corda bamba, se equilibrando entre as denúncias vindas dos vazamentos divulgados pela Intercept e as recentes decisões do STF em alguns processos, que puxam a corda para que outros processados anulem vária sentenças. 32 delas envolvem 143 condenados. A coisa está pegando fogo. O engraçado está no Lula defendendo algumas coisas da Lava Jato, como um santinho.
O momento é delicado. Vai haver troca de comando na Procuradoria Geral da República, coma substituição de Raquel Dodge. E Bolsonaro está querendo indicar um ser, digamos, contraditório e possivelmente bastante parcial… ultracatólico, conservador e discreto, dizem…
Só um minuto – Bolsonaro parece estar gostando de testar seus próprios limites. E gostando das quedas-de-braço. Se acha. Primeiro, com todos nós, falando o que quer, fazendo essa algazarra de extrema ignorância com temas sérios como a política internacional, o meio ambiente, entre outros. Moro, calado, ou se submete ou fica fazendo que não é com ele a grave crise na Polícia Federal e com a Receita Federal, que o presidente também quer aparelhar.
Acidentes terríveis e mortes continuam nas estradas e o cara ainda quer tirar os radares.
Relembro: amanhã, terça-feira, lanço aqui em São Paulo o meu livro Feminismo no Cotidiano. A partir das sete da noite, na Livraria da Vila da Alameda Lorena. O feminismo é simples, gente. Escrevo para homens e mulheres, para que entendam e acabem com os clichês e estereótipos usados para atacar o movimento. É preciso equilíbrio. O feminismo é simples. Conheça as formas de usar.
#ADEHOJE – AUTORITÁRIA AUTORIDADE E A MATA DEPENADA
SÓ UM MINUTO – Jair Bolsonaro está emitindo seguidos e perigosos rompantes de autoritarismo, associados à sua absoluta ignorância sobre diversos temas. O do meio ambiente vem ficando grave. Falas agressivas e descontroladas sobre a Alemanha e Noruega já nos fizeram perder alguns milhões fundamentais para a proteção de nossas florestas. O tom está subindo. Foram derrubados 5054 km quadrados de florestas no último ano, 25% somente no mês passado. Muito grave. Para nós e para o mundo.
O homem não sabe o que faz com a lei do abuso de autoridade… Pode ser vítima da lei, hein! Bem, mudou o comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro. “Quem manda sou eu” – bate no peito.
Em compensação, investigaram, e o líder indígena Waiãpi morreu afogado. Não é verdade que foi morto por garimpeiros. Fica registrado. As acusações não eram verdadeiras.
Não esquece do lançamento do meu livro, dia 20, terça que vem, na Livraria da Vila, da Alameda Lorena, em São Paulo, a partir das 7 da noite.
SÓ UM MINUTO – A coisa está tão louca que foram até tentar ressuscitar a Dilma Rousseff que deu entrevista longa para o Leonardo Sakamoto, do UOL. Entre iguais. O que ela disse, bem, vocês imaginam, mas nada que vá nos salvar da catástrofe criada com a eleição de Jair Bolsonaro pelo ódio cultivado ao PT. Que tantas fez, especialmente no Governo Dilma, que conseguiu essa polarização desgraçada que estamos vivendo. Estão violentos os ataques insanos de quem não consegue pensar – e já que não pensam são brucutus igual que nem…
Hoje deflagrou-se a 62ª fase da Lava Jato, e foram atrás da cervejaria Petrópolis …O dono, Walter Faria, sumiu, caiu no mundo.
Sobre a carnificina no presídio em Altamira, no Pará: além dos 58 presos mortos na guerra das facções, mais 4 morreram, vejam só, asfixiados, enquanto eram transferidos. A política jura que eles estavam bem, separados entre si, etc, dentro do caminhão que os levava.
NÃO ESQUECE! Lançamento do meu livro Feminismo no Cotidiano, dia 20 de agosto, terça-feira, na Livraria da Vila, Alameda Lorena, sp
Só um minuto – Essa é a questão. Por que ele está esticando o elástico? 54 mortos no presídio de Altamira, no Pará; líder indígena assassinado; o mundo caindo e o Homem que nos desgoverna brincando para ver até onde vão nossos nervos, que já chegam nos limites com suas declarações e afirmações estapafúrdias. Agora, a declaração infeliz, eu diria até escrota, sobre o pai do presidente da OAB, assassinado pela ditadura, envergou o copo de boa parte da sociedade civil. Sociedade esta que parece estar letárgica. Bolsonaro nega ainda as amplas investigações da Comissão da Verdade. Todo dia, toda hora…
Faz um live cortando o cabelo, depois de desmarcar encontro importante com um representante da França, e aparece meio Hitler, com cabelinho caindo, e reafirma os seus próprios despropósitos.
SÓ UM MINUTO – “Tá osso, hein?!” – tenho ouvido esse comentário com impressionante frequência e das mais insuspeitas pessoas e em todos os lugares por onde passo. Claro que relacionando à situação brasileira, às bobagens ditas e feitas pelo homem que nos desgoverna, aos acontecimentos. Todo dia, não tem jeito. Na de hoje, além de insistir para fazer aquele filhote embaixador, duvidou da morte do líder da etnia waiãpi ocorrida no Amapá. A situação por lá fervendo, garimpeiros armados, índios em pé-de-guerra… e o presidente? Duvida, ele duvida.
Nós é que duvidamos como vamos aguentá-lo mais alguns meses.
A história dos hackers, como digo desde o início, vai ainda bem longe. Porque se, ao mesmo tempo em que foram presos, são bandidos, sei lá mais o quê, há um amplo material que estão deixando bem claro que há cópias espalhadas pelo mundo… E nele, as conversas que ao que parece não podem mais ser negadas.
SÓ UM MINUTO – O grupo de bandidos fortemente armados que levou mais de 750 kg de ouro e outros metais preciosos do terminal de cargas do Aeroporto de Guarulhos mostrou um planejamento ousado, que garantiu a eles, em menos de três minutos 130 milhões de reais. Até agora, ninguém foi preso e a polícia está barata tonta total.
Por outro lado, a história dos hackers presos ganha dimensões inimagináveis e escancara uma guerra entre poderes e a loucura da vida digital, onde tudo – o que mais se tenta esconder – fica ao deus-dará. Desse caso, ainda vamos ouvir falar durante um bom tempo. Deve ter gente que ainda não foi pega, deve ter mais gente entrando na brincadeira. Será que foram eles que passaram ao Intercept? Receberam? Procuraram o PT? O PT comprou? Moro tem a lista ( e o que foi pego) dos interceptados?
Dúvidas!
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#ADEHOJE – AVALIAÇÃO DE BOLSONARO CAINDO. E SUPERLUA, OUTONO…
Só um minuto – Feliz Outono e hoje tem SuperLua. Pesquisa Ibope Inteligência apurou que três em cada 10 brasileiros consideram bom ou ótimo o Governo Bolsonaro; 3 em cada 10 consideram regular. ¼ (24%) , ruim ou péssimo. Da última pesquisa para cá, em fevereiro, caiu 15 pontos a aprovação da administração e 16 pontos a forma com que ele, Bolsonaro, governa.
Avaliação negativa é mais acentuada entre os moradores das cidades com mais de 500 mil habitantes. Veja mais abaixo mais detalhes
– Ex-deputado do PMDB carioca, Domingos Brazão vem sendo apontado pela PF como mandante da morte de Marielle Franco.
– Hoje fez uma semana do massacre na escola em Suzano. E cada vez mais se descobre que o terceiro menino tem tudo a ver com a elaboração do ataque.
dados da pesquisa
Cerca de um terço dos brasileiros avalia como ótima ou boa a administração de Jair Bolsonaro. Levantamento realizado pelo IBOPE Inteligência entre os dias 16 e 19 de março aponta que três em cada dez brasileiros (34%) avaliam de forma positiva (ótima ou boa) o governo de Jair Bolsonaro. A mesma parcela considera a gestão como regular e praticamente um quarto (24%) como ruim ou péssima. Aqueles que não sabem ou não respondem à pergunta somam 8%.
Nota-se uma retração de 15 pontos percentuais (p.p.) na avaliação positiva entre as pesquisas realizadas de janeiro a março. No primeiro levantamento, aqueles que avaliavam a gestão como ótima ou boa eram 49%, em fevereiro caíram para 39% e recuam para 34% em março. Já a avaliação ruim ou péssima registra um aumento de 13 p.p. no mesmo período: os que avaliavam negativamente a administração de Bolsonaro totalizavam 11% em janeiro, passando para 19% em fevereiro e atualmente somam 24%.
O estudo também investiga a aprovação da forma com que Jair Bolsonaro está governando o país. São 51% os que aprovam, ao passo que 38% desaprovam e 10% não sabem ou preferem não opinar. Entre janeiro e março, observa-se que a aprovação registra uma queda de 16 p.p.: 67% aprovavam em janeiro, caem para 57% em fevereiro e recuam agora para 51%. Por outro lado, a desaprovação apresenta crescimento de 17 p.p., passando de 21% para 31% e 38%, respectivamente.
DESTAQUES POR SEGMENTOS Bolsonaro apresenta avaliação positiva mais expressiva entre aqueles com renda mais alta.
-Bolsonaro tem avaliação mais positiva (49%) entre aqueles com renda superior a 5 salários mínimos (S.M.), estrato no qual apresenta a segunda menor queda no acumulado dos três meses, uma vez que tinha 57% em janeiro (a menor delas é verificada entre os mais jovens, pois era avaliado positivamente por 44% em janeiro e é agora por 37%, ou seja, diminuição de 7 p.p.).
– A avaliação positiva também é mais alta entre os que se autodeclaram como brancos (42%) – mesmo percentual que tem entre os que vivem nas regiões Norte/Centro-Oeste – único segmento em que Bolsonaro se recupera em relação a fevereiro. Além disso, obtém 41% entre aqueles que moram no Sul e também entre os evangélicos e 40% entre os mais instruídos.
– É entre os moradores do Nordeste que a avaliação ótima ou boa apresenta maior retração: queda de 19 p.p. considerando o acumulado dos três meses, caindo de 42% para 31% entre janeiro e fevereiro e atingindo 23% em março. Em seguida, destacam-se aqueles que possuem renda familiar entre 2 e 5 S.M., estrato que apresenta recuo de 18 p.p. no mesmo período, variando de 53% em janeiro para 46% em fevereiro e para 35% em março.
– Considerando o mesmo período, observa-se uma perda menor entre as mulheres em comparação aos homens, visto que decresce 11p.p. entre elas de janeiro a março e 17 p.p. entre eles.
Avaliação negativa é mais acentuada entre os moradores das cidades com mais de 500 mil habitantes
– O maior percentual de avaliação negativa (soma da avaliação ruim e péssima) é registrado entre os entrevistados que residem nas cidades mais populosas, ou seja, aquelas com mais de 500 mil habitantes. Além disso, há um aumento de 18 p.p. entre o período de janeiro e março neste segmento (14% em janeiro, 23% em fevereiro e 32% em março).
– Também chama atenção o aumento de 21 p.p. da medida negativa, neste período, entre os que residem nas cidades das periferias brasileiras (8% avaliavam como ruim ou péssima em janeiro, passando para 19% em fevereiro e a 29% em março).
– Cabe destacar, ainda, um aumento de 17 p.p. entre os que têm de 45 a 54 anos (9% consideravam ruim ou péssima em janeiro, 20% em fevereiro e 26% em março).
Evangélicos e moradores das regiões Norte/Centro-Oeste são os que mais aprovam a maneira que Bolsonaro vem administrando o país
– Considerando apenas o levantamento de março, a aprovação da maneira de governar do presidente Jair Bolsonaro atinge 61% entre os evangélicos e entre aqueles que vivem nas regiões Norte/Centro-Oeste. Já entre os homens e aqueles que moram em municípios menores, com até 50 mil habitantes, atinge 57%. Além disso, comparativamente, a aprovação é maior entre os homens do que entre as mulheres (57%, contra 46%).
– Na comparação entre o primeiro e o último levantamento a queda na aprovação é superior a 20 p.p. entre a parcela da população que têm de 45 e 54 anos, entre os que residem nas cidades da periferia e entre aqueles que têm o ensino fundamental completo. Nesses segmentos a medida varia, entre janeiro e março, de 70% para 45%, de 63% para 42% e de 69% a 49%, respectivamente.
Moradores do Nordeste são os que mais desaprovam a forma do presidente administrar o país – A desaprovação é mais expressiva entre os que vivem na região Nordeste (49%), segmento que registra maior crescimento, dado que 25% desaprovavam a administração em janeiro, 44% em fevereiro e agora, em março, 49%, ou seja, 24 p.p. entre a primeira e a terceira pesquisa. Ademais, também é alta a desaprovação nos municípios com mais de 500 mil habitantes (44%).
Evangélicos são os que mais confiam no presidente – A confiança no presidente Jair Bolsonaro ultrapassa os 50% em 12 dos 31 segmentos avaliados na pesquisa de março, sendo mais significativa entre os evangélicos (56%), entre os homens, aqueles que vivem na região Sul e os que têm renda familiar superior a 5 S.M. (55% em cada um dos estratos). Ainda, alcança 54% entre os mais velhos, entre os que vivem no Norte/Centro-Oeste e entre aqueles que residem em municípios menos populosos, de até 50 mil habitantes.
– Apesar dos que confiam no presidente representarem metade da população, a queda no percentual é mais acentuada entre os que têm de 45 a 54 anos (21 p.p.), entre os menos instruídos (20 p.p.) e os residentes da região Nordeste (18 p.p.), variando de 67% a 46% no primeiro grupo, de 67% para 47% no segundo e de 59% para 41% no terceiro.
Nordestinos e moradores dos grandes centros urbanos destacam-se entre os que não confiam em Jair Bolsonaro – Os que moram no Nordeste e aqueles que vivem em municípios com mais de 500 mil habitantes (53% em cada um desses segmentos) são os que mais declaram que não confiam no presidente em exercício. Destacam-se também os que residem nas capitais (52%), as mulheres e os entrevistados com idade entre 45 e 54 anos (49% em cada estrato). Este último grupo é o que apresenta maior crescimento entre as rodadas: 23% deles diziam que não confiavam no presidente em janeiro, 39% em fevereiro e 49% agora em março. Portanto, foram 26 p.p. de aumento entre o primeiro e o terceiro levantamento.
– Ademais, nas capitais a medida cresce 19 p.p., de 33% na primeira pesquisa para 52% na atual e o percentual dos que não confiam no presidente na região Nordeste aumenta, na proporção exata que recua o dos que confiam, 18 p.p., variando de 35% em janeiro para 53% no estudo atual.
COMPARATIVO – AVALIAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DOS ÚLTIMOS PRESIDENTES ELEITOS
Considerando os resultados de pesquisas de avaliação da administração dos últimos presidentes eleitos, realizadas também no mesmo período de governo, observa-se que a avaliação positiva de Jair Bolsonaro é inferior àquelas registradas para Fernando Henrique Cardoso (1º mandato), Lula (1º e 2º mandato) e Dilma Rousseff (1º mandato). No entanto, ela é mais expressiva do que as de Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff no início do segundo mandato.
FICHA TÉCNICA DA PESQUISA (JOB Nº 0076-03 | 2019) Período de campo: a pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 19 de março de 2019. Universo: população brasileira de 16 anos ou mais. Tamanho da amostra: foram realizadas 2.002 entrevistas. Margem de erro: a margem de erro estimada é de 2 (dois) pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. Nível de confiança: o nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento.
#ADEHOJE – SUBMARINO E FROTA DE AVIÕES NO TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS
SÓ UM MINUTO – Gigantesca operação da PF hoje debela quadrilha milionária internacional de tráfico de drogas. 47 aeronaves usadas pela quadrilha, e até um submarino (!) foram encontrados. 26 pessoas foram presas em vários estados. Todo mundo da turma do Fernandinho Beira Mar, que continua mandando e desmandando mesmo preso. Mais de 400 policiais também determinaram o sequestro de 13 fazendas e cerca de 10 mil cabeças de gado.
No Brasil, ainda, a reforma da Previdência se mostra bastante dura, e ainda precisará ser aprovada. Bolsonaro faz de tudo para esquecer laranjas e gravações que, ao que parece, brotarão. Os presidentes da Vale e do Flamengo continuam no seus cargos como se não fossem responsáveis pelas tragédias.
#ADEHOJE – EXPO #HEBE ETERNA. E, CONTRA A CORRUPA, PF ABRE AS PORTAS
SÓ UM MINUTO – Hoje a PF passou recolhendo – em duas operações especiais – um monte de gente, e um monte de coisas. Paulo Preto, o Paulo Vieira de Souza, símbolo da corrupa que grassou também no PSDB foi preso de novo, na Lava Jato. Sobrou pro Aloysio Nunes, que teve suas coisas garimpadas também. Em outro front, até o presidente da Confederação Nacional da Indústria, CNI, Robson Andrade, foi preso. Aí as investigações são sobre corrupa no Sistema S.
A novela Bebianno teve fim, mas talvez ainda assistamos alguns capítulos especiais mais à frente.
Ontem fui à abertura da Exposição Hebe Eterna , no Farol Santander, em São Paulo. Vale a pena. Justa homenagem à apresentadora Hebe Camargo, que faria 90 anos no próximo dia 8 de março , a exposição com curadoria de Marcello Dantas é cheia de objetos e formas de interação. Bem legal. Não perca.
#ADEHOJE, #ADODIA – FRIGIDEIRA NO FOGO. INGREDIENTES VARIADOS. NÓS SOMOS TEMPERO
Não é para menos que o calor está tão forte e que até raios assustadores agora surjam saindo do solo em direção ao céu. Raios ao contrário. Dizem que são as forças negativas. Vejam só o tamanho dessa panela, que agora tem o futuro ex-presidente que ficará sem foro, denunciado ontem, o Ministro Marco Aurélio de Mello que arrumou uma pendenga forte com os outros 10 por conta de uma decisão que tentou tomar, e que o Toffoli cortou as asas. Mais: João de Deus, investigações sobre um assassinato bem esquisito do secretário de transportes de Osasco, sobrou até para a mãe do ex-senador Aécio Neves. Continua sumido o assessor que tinha de explicar o dinheiro que foi e voltou, o motorista, assessor e faz-tudo do Bolsonarinho Flávio. Tem a posse dia 1º e tudo o mais que virá junto, como decisões que poderão nos afetar e muito. Algumas até para melhor; mas há outras que ameaçam ser apavorantes e darão pano para manga e sapatos para protestos nas ruas.
#ADEHOJE, #ADODIA – CALOR DOS ACONTECIMENTOS. DOS “S”. DO QUE VEM POR AÍ
Não param de acontecer coisas nesse final de ano movimentado, e com um calor nas principais capitais de fritar ovos e nossos miolos. São malas de dinheiro indo e vindo, denúncias, mitos caindo, operações da PF. O Super ministro Paulo Guedes ameaçando vir com faca para cima de conquistas, como o Simples, ou do Sistema S, uma das poucas coisas que ainda funcionam bem no país. Aí já na diplomação aqui par ao Governo do Estado já teve pega pra capar, com o Frotinha dando voadoras. Só se abanando muito. Não deixe de se inscrever no Canal do Youtube!
#ADEHOJE, #ADODIA – Portas abertas para a PF nas manhãs. Habitués. E o Meirelles no colo de Doria
Chegaram no Mineirim mais uma vez. Aécio Neves, a irmã, Andréa, Paulinho da “Força” e seu Solidariedade, todos visitados hoje pela manhã pela Polícia Federal, chamada Ross. Desta vez é sobre os acordos – e o dinheiro que circulou voando entre contas na campanha de 2014. Toma lá dá cá, revelado nas delações de executivos da J&F. propinas da ordem de 110 milhões de reais. Meirelles no Governo de SP. Quem sabe agora João Doria, futuro governador de São Paulo consiga chamar a atenção para sua equipe, absolutamente enevoada pela formação do Governo Bolsonaro. É importante mesmo que se veja que também ele, Doria, forma um governo mais para cá, do que para lá, se é que me entendem. Filas para denúncias contra João de Deus. Abadiânia, em Goiás, em pânico, porque orbita em torno do médium há décadas. Ah, e aguarde os próximos temerosos passos do chanceler que botarão no Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Aliás, esse novo governo terá emoções trepidantes a cada dia…
“O brilho cego de paixão e fé, faca amolada”. As palavras podem ser tão cortantes quanto uma traiçoeira faca, que também nos atravessou – a todos – numa ensolarada tarde em Minas Gerais. Uma semana que jamais será esquecida, e que botou fogo em um museu, numa história, e criou uma outra que será levada adiante muito tempo, todas transmitidas ao vivo.
As pessoas estão tão loucas nesse nosso tropical país que não bastou o atentado a Jair Bolsonaro praticamente ser transmitido ao vivo, registrado por inúmeras câmeras de celulares, em detalhes e vários ângulos. Elas queriam ver o sangue, vermelho, muito sangue, como veem nos filmes – aquele ketchup que jorra nas paredes. Então, muitas duvidaram. Duvidaram. Duvidaram durante horas, mesmo com informações minuto a minuto sobre a gravidade do ocorrido. Aquela gigantesca faca que um ser brandiu e enfiou 12 centímetros no candidato e na democracia, ferindo-a e expondo – ainda mais – as suas delicadas entranhas.
As chamas, as labaredas do fogo que consumiu objetos e detalhes milenares guardados no Museu Nacional do Rio de Janeiro, ainda fumegavam, mostrando um outro lado do descaso, da incompetência, da barriga que empurra, da corda rota que se estica até que rompa, dando vazão a todo mal que seguravam. Nem os deuses e divindades gregas personificados em imponentes e trágicas estátuas que do alto do telhado daquele Palácio a tudo observavam, do nada que restou de seu interior, e que como que estranhamente protegeram a casca do Museu, nem o próprio Oráculo de Delfos, creio, poderiam prever mais fatos dessa longa semana.
É a desordem, mais do que algo fora da ordem, estamos mesmo em um país com os nervos à flor da pele, caótico, dividido, raivoso. Do fogo e da faca surge a ignorância total, o desconhecimento e a falta de compromisso com a lógica e com a verdade, coisas sobre a qual ficamos evitando falar para não parecermos uns melhores do que os outros.
É mais séria do que poderíamos prever, no entanto, a situação. Muito além do frigobar instalado com fios desencapados no quarto do imperador, que o diretor do museu fez de seu para gabinete. Além dos pedaços de reboco que caiam tentando alertar, calados apenas por espaços e portas fechadas ao público, como vendas nos olhos. Quantas situações parecidas acompanhamos ainda silenciosos? Quantas ainda serão reveladas?
A faca que parou o candidato Jair Bolsonaro
Na política, o fogo das paixões, o caldeirão fervendo, a água derramando, e uma incompetente escolta policial veio à luz no brilho da lâmina brandindo à luz do dia e em meio a uma multidão. Não consigo deixar de ironizar a cada vez que ouço falar em “inteligência” seja nesta ou em qualquer investigação. Andava observando que em todas as aparições o candidato que se fez pela truculência aparecia cercado de brucutus muito assemelhados inclusive à velha e terrível imagem da supremacia branca: caras enfezadas, postura agressiva, seguranças particulares, seguidores da doutrina da bala, do armamento. Mas como tudo parece apenas virtual…
Entretanto, a realidade é sempre cruel. Ironia ter sido uma faca, não uma bala. Não há muito o que pensar se o autor é ou não desequilibrado mental. Parece óbvio que não é inteligente, autor de um atentado estudado, planejado, pelo menos não por profissionais. Preso na hora, sortudo por não ter sido linchado, é o exemplo da disseminação do ódio nas redes sociais, estimulado pelos dois lados dessa corda, os dois extremos. Queria matar, parece que sim. Queria ficar famoso? Quem mais?
Agora é acompanhar a saga médica, que começou estrondosa. Salvo da morte que se apresentou com sua foice, pela equipe de Juiz de Fora, em horas já ocorreram conflitos de equipes dos dois hospitais que disputavam, de São Paulo, o show em que já se transformou essa recuperação, essa eleição, e tudo o que virá em seguida.
Vídeos, fotos, gravações e declarações dispensáveis feitas de dentro de uma UTI. Boletins anódinos. Desfile de visitas que se apresentam à imprensa que dormirá nessa porta durante dias. Cobri a permanência de Tancredo Neves no Incor há 33 anos e vejo a exata repetição.
Como já relatado por comentaristas, os nove segundos que o candidato contava agora viraram 24 horas diárias, sete dias da semana. Talvez alguns anos para todos nós.
Nosso destino mais uma vez se desenrola de dentro de uma UTI.
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Marli Gonçalves, jornalista – É fogo na roupa. Fé cega, faca amolada. Agora não pergunto mais pra onde vai a estrada
Clap, Clap, Clap. Tem gente investigando tim-tim por tim–tim tudo quanto é tipo de falcatrua por aqui e ali. Mas o fundo do poço nos parece infinito, uff! Ai ai, todo dia tem um plaft na nossa cara. Grrr…
Tchantchantchantchan. Cada amanhecer é uma surpresa sobre qual vai ser o Oh! que nos deixará a todos boquiabertos. Aí é se preparar para passar o dia inteiro ouvindo os desdobramentos do caso, ou casos, porque ultimamente eles se sobrepõem de uma forma tal que quando você pensa que está ouvindo falar sobre um assunto, já é outro. Não dá nem mais tempo de sair por aí com o fubá enquanto o outro já está chegando com o bolo pronto e o café no bule.
Mesmo para quem trabalha com informação, como é o caso de nós, jornalistas, a velocidade absurda e incontrolável da comunicação em tempos atuais chega a ser exasperante. Não dá tempo para assimilar, entender, ver todos os lados da questão para poder analisar e transmitir aos leitores uma impressão mais segura, consolidada, uma análise mais esclarecedora e que acredito é o que se espera de nós. Glub-glub-glub, estamos nos afogando no mar de acontecimentos, morrendo pela boca, fisgando iscas em anzóis.
Mas quem quer saber? É tiroteio verbal para todos os lados. Não é à toa que até as onomatopeias estão sendo trocadas pelos simpáticos desenhinhos de emoticons, imagens que acabam representando a nossa opinião bem mais rápido. Outro dia mesmo até o presidente aí, ao se vangloriar no Twitter da compra de aeroportos por grupos estrangeiros usou duas daquelas cornetinhas de festa lançando confetes. Fofo, né? Nós é que temos de fazer aquela carinha brava, vermelhinha de raiva, de smile, por assunto tão importante aparecer assim engolfado, espremido entre listas e novas denúncias e escândalos. Numa semana que teve uma absurda e mal amanhada greve geral (! Até parece!), protestos contra a reforma da previdência e até um sapo barbudo emergindo do lago cheio de lama – coach,coach,coach.
Toda hora é preciso explicar para alguém porque e como que é cada vez mais supérfluo o tratamento de alguns temas em momentos com esse. A gente precisa sempre fazer que recordem que o espaço, seja o de jornais, tevês ou rádios é o mesmo, e dentro dele devem caber todas as notícias. Incluindo as seções fixas, o resultado dos jogos, o horóscopo, as colunas cada vez mais numerosas, espaços e programas que estão dando para qualquer um falar ou escrever, bem barato, especialistas, cheios de opinião a favor ou contra, numa dicotomia constante, maniqueísmo do bem ou do mal, “tucanos” ou “petistas”. É tanto cricri que parece noite de verão com cigarras gritando até estourar os peitinhos.
Mais: dizer que a internet é gloriosa porque é mais condescendente com os espaços é bobagem, porque nessa loucura não dá mais tempo de ler tudo. É vapt-vupt. No Facebook já até foi cunhada uma expressão “lá vem textão”! – quando alguém quer mais tempo de sua atenção para expor um assunto. (Cá entre nós, acredito que não funciona, e tem gente que sai correndo justamente nesse alerta).
Fom fom!Bi-bi! Quando é que conseguiremos um pouco mais de normalidade, andar para a frente, sem ouvir o ratatá da violência, o sentido sniff e ais das mulheres violentadas das mais diversas formas, o buááá das crianças massacradas?
Quando poderemos ouvir o trimmm do telefone nos chamando para trabalhar e não ter medo do ring, din-don e toc toc em nossas portas? Ouvir o tumtumtum de nossos corações apenas por paixões?
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Marli Gonçalves, jornalista– Ah! Ah!Psiu. Chega de trololó.
O diagrama ajuda a compreender as ligações societárias de familiares de Lula com esquemas sob investigação.
Ao investigar o envolvimento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no esquema descoberto na Petrobrás, a Operação Lava Jato montou um diagrama de sua família, de dois irmãos, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, e Genival Ignácio da Silva, o Vavá, e do sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos.O Relatório de Análise 769, da Polícia Federal, reúne, além dos diagramas com os elos familiares de Lula, “os vínculos societários dos mesmos e seus familiares, bem como, outras informações relevantes”. Uma delas sobre viagens internacionais dos alvos, com base em dados extraídos do Sistema Nacional de Tráfego Internacional.
O documento é de 11 de novembro e está anexado ao inquérito em que Lula é investigado por supostos crimes, em especial corrupção e lavagem de dinheiro, no recebimento de propina, oculta em forma de pagamentos de palestras via empresa LILS Palestras e Eventos. A empresa passou a ser usada pelo petista a partir de 2011, após deixar a Presidência, para dar consultorias e palestras para empresas, principalmente em países da América Latina e África. O inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo juiz federal Sérgio Moro – dos processos da Lava Jato, em primeira instância, em Curitiba – há duas semanas.
Taiguara, o “sobrinho de Lula”
O “gráfico de ascendência e descendência” montado pela PF, com Lula ao centro, abre o relatório. “Luiz Inácio Lula da Silva nasceu em Garanhuns (PE), em 27 de outubro de 1945, é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), torneiro mecânico formado pelo Senai, Lula tornou-se em 2002 o 35º presidente da República do Brasil, cumprindo dois mandatos sucessivos, encerrados em 2010″, informa. “Atualmente encontra-se casado com Marisa Letícia, o ex-presidente é pai de cinco filhos, sendo que Lurian Cordeiro é fruto da relação de Lula com a enfermeira Mirian Cordeiro.”Espécie de árvore genealógica resumida a quatro gerações da família Lula da Silva, o documento lista os cinco filhos do ex-presidente: Sandro Luis Lula da Silva, Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, Luis Claudio Lula da Silva, alvo da Operação Zelotes, Marcos Cláudio Lula da Silva e Lurian Cordeiro Lula da Silva. A eles, estão associados ainda ex e atuais cônjuges e os netos.
“Utilizando-se do gráfico acima, foram realizadas pesquisas para todos os CPFs constante nele, com vistas a verificar as suas participações societárias, vínculos empregatícios e por fim, a relação de pessoas que mais os acompanharam em viagens internacionais”, relatam o agente Wiligton Pereira e o delegado Márcio Anselmo, da equipe da Lava Jato. No caso de Lula, foi “verificado somente sua participação em quadros societários e suas viagens internacionais a partir do ano de 2010, quando deixou a Presidência da República”.
A Lava Jato reuniu elementos para apontar que Lula pode ter usado a família para ocultar patrimônio e recebimentos ilícitos. São investigados, por exemplo, pagamentos feitos para empresas dos filhos pela LILS e pelo Instituto Lula -ambos recebedores de valores milionários de empresas do cartel acusado de corrupção na Petrobrás.
Irmãos. A Lava Jato criou diagramas também para as famílias de dois irmãos do ex-presidente: Frei Chico e Vavá. Nas duas imagens foram associados filhos e pessoas ligadas a eles, bem como empresas com quem eles têm vínculos e registros de saída do Brasil nos últimos dez anos.
No caso de Vavá, a PF copiou reportagem publicada em 2007, quando o irmão mais novo de Lula foi alvo de investigação na Operação Xeque Mate. Ele era suspeito de tentar traficar influência no governo federal em nome de empresários ligados a bingos eletrônicos ilegais, em Mato Grosso.
Vavá foi também monitorado em conversa com Lula, após a deflagração da Operação Aletheia – 24ª fase da Lava Jato -, no dia 4, quando o ex-presidente foi levado coercitivamente para depor e sua casa alvo de buscas. No diálogo, os dois falam que não poderiam se encontrar por causa da presença de “um monte de peão na porta de casa pra bater nos coxinhas”. “Se os coxinhas aparecer (sic..) eles vão tomar tanta porrada que eles nem sabem o que vai acontecer.”
Sobrinho. A PF destacou em seu relatório sobre a família Lula os vínculos familiares e de empresas de um sobrinho, Taiguara Rodrigues dos Santos. Ele é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, conhecido como Lambari, irmão da primeira mulher de Lula, Maria de Lourdes da Silva – já falecida.
Seu nome é conhecido em Brasília, como o “sobrinho de Lula”. A PF anexou uma reportagem da revista Veja, no relatório, sobre a ascensão de negócios a partir de 2009, com citação a contratos em Angola e com a Odebrecht – alvo da Lava Jato. Ele é dono da Exergia Brasil Projetos de Engenharia, ligada a uma empresa portuguesa. Taiguara chegou a ser convocado para depor na CPI do BNDES, no ano passado, pelos recebimentos da empreiteira em obras na África.
A PF desta que Taiguara viajou 2014 três vezes para o Panamá, uma delas no mesmo voo em que estavam Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, e Fernando Bittar, sócio do filho de Lula e dono na escritura do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). O ex-presidente é alvo de outro inquérito aberto pela Lava Jato para apurar a compra da propriedade, em 2010, supostamente em nome de laranjas, e reformas realizadas, em 2011, por duas empreiteiras acusadas de corrupção na Petrobrás – Odebrecht e OAS – e pelo amigo José Carlos Bumlai.
O que diz o o Instituto Lula
“Esse relatório, e seu vazamento para a imprensa, é só mais uma amostra do grau de obsessão da Operação Lava Jato em perseguir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sem haver nenhum indício de qualquer crime cometido pelo ex-presidente ou de qualquer relação destas pretensas investigações sobre sua família com os desvios da Petrobras que são a razão de ser da Operação. Não faz nenhum sentido a perda de tempo de funcionários do estado e de recursos públicos listando viagens ao exterior de familiares do ex-presidente que não exercem cargos públicos nem estão sendo acusados de qualquer crime. Após divulgar conversas telefônicas privadas, a privacidade de familiares do ex-presidente é de novo desrespeitada pelo mero fato de serem parentes de Lula. Vamos deixar claro mais uma vez: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ocupar a presidência da República por dois mandatos. Não tem contas no exterior, não oculta patrimônio, não tem “offshore”. Não é dono de apartamento no Guarujá ou sítio em Atibaia. Não cometeu nenhum crime. E só é possível compreender a forma como ele é perseguido e difamado de maneira obsessiva por ser reconhecido como o melhor presidente da história do Brasil. Assessoria de Imprensa do Instituto Lula” (Jornal O Estado de S. Paulo)
A impressão que dá é que nem começou ainda. Há uma efervescência e infelizmente não é cultural. Março é sempre mês quente, e não é só pelo verão que vai se mandando. Muita água ainda vai rolar, literalmente, e literalmente é bom que role mesmo porque vamos precisar muito dela para acalmar os ânimos laterais.
Tem tanta coisa que acontece e outras tantas que já aconteceram em março, boas e ruins, que tornam este mês muito especial, tanto a ponto de ganhar uma obra-prima musical que descreve o seu outono, como a escrita por Tom Jobim em Águas de Março.
Mês contraditório do é ou não é, do anda e do desanda, e por aqui pelo Brasil muita coisa já desandou justamente em março. O louco é que também muito se andou em março, por exemplo 21 anos depois, quase conseguindo marcar a libertação do que nos foi tirado em um último dia de um outro março. Mas onde morte e nascimento se misturam seguidamente, e onde parece haver uma dicotomia para tudo, abrindo desvios, a doença de Tancredo adiou a data dessa festa lá em 1985.
E de lá até hoje a gente vem vindo com o que tem à mão, com o que pode, o marimbondo de fogo; com um que surgiu com olhos esbugalhados de messias, mas traiu e caiu; com o topete mineiro que de novo levantava uma esperança, sucedido por um intelecto mais refinado, e que depois também se esvai dando lugar ao que deveria ter sido, enfim, o utópico, o revolucionário, social, justo, mas se mostra até hoje, antes de mais nada, muito pobre de espírito. Pelo que vemos agora pobre só de espírito.
Nós, querendo enterrar os fios pendurados que enfeiam nossos horizontes, e eles plantando postes. Nós, querendo de novo mudar, e eles contando histórias para os bois dormirem, principalmente em dias de votação, e nessas histórias mentiram, mas mentiram tanto, mentiram muito, mentiram até sobre os que ouviam suas mentiras, e que acabaram assim percebendo que mentiras eram.
Na história que não queremos que se repita, milhares de pessoas ouviram num 13 de março, lá em 1964, na Central do Brasil, o inflamado discurso de João Goulart propondo reformas de base. Antes do final de março daquele ano, outros milhares foram às ruas assustados, e crendo numa ameaça comunista acabaram literalmente nos jogando em braços armados e fardados e afundando, aí sim, no mais vermelho dos mundos, mas não o de uma bandeira; o vermelho do sangue dos nossos que durante anos escorreu das prisões, dos porões, da tortura, da censura, do controle, da morte.
E ousavam falar que agiam em nome de Deus, da família e da liberdade. Mas impuseram foi a moralidade que lhes convinha, a dose de liberdade que os deixava confortáveis, e – não, Deus não deve ter podido ver tanta barbaridade que foi praticada em seu nome.
Cá estamos nós de novo em um intrincado março. As situações são completamente diferentes, vale dizer, deixar bem claro, embora as forças de esquerda estejam se apegando à tese de que quem não está com eles vira salgadinhos de rotisseria, embora sejam eles que estejam mais enrolados do que croquetes, numa massa que prepararam para se perpetuar no poder, pouco se importando com a farinha que usavam para isso, alegando que dessa farinha outros já haviam se empanado.
Está difícil. Não dá para viver tranquilo numa terra rachada pelo maniqueísmo. Onde estão as soluções? Do que nos adianta o discurso inflamado da jararaca de rabo pisado que, diante de amestrados, desafia ameaçadoramente que lhe cortem a cabeça se quiserem suas escamas? Desafia autoridades, que xinga em praça pública, em tom de desacato?
Do que nos adianta um governo paralisado, do qual não se sabe de mais nada que consiga fazer de bom, além de trapalhadas, a não ser se defender ele próprio do indefensável que é revelado todo santo dia desde um março de dois anos atrás, quando começou a Lava Jato, a este março agora, quando chegou ao ápice, de prender, mesmo que por horas e usando outro nome magnificamente tucano, de condução coercitiva, o líder máximo? E no março que tantas contradições traz, que dizer ao ver a chefe eleita sair correndo para beijar a mão, afagar a cabeça e consolar aquele que é suspeito e investigado pelas autoridades que, ao fim e ao cabo, ela comanda, chefia? Muita coisa fora do lugar para um povo só, exposto a uma plateia infernalmente mundial e globalizada.
Aliás, ainda bem que eles estão vendo, porque se a gente fosse contar ninguém acreditaria. Muito menos se contássemos também sobre a pândega oposição incapaz de nem ao menos criar um fato para manter a bola no ar. Pândegos, falastrões que adoram se reunir, para decidir fazer alguma outra reunião que nada produz.
Sim, tem gente do mal, muito mal, tentando se aproveitar de mais esse delicado março. Sim, precisamos ir às ruas mesmo assim para demonstrar que estamos com pressa de mudança sob pena de nos atrasarmos muito para embarcar no vagão da história. Sim, tem muita gente boa, e com fé surgirão líderes melhores do que estes que se nos apresentam, bastardos inglórios que nos mortificam de vergonha quando aparecem na festa. Sim, batamos panelas, palmas, façamos barulho, mas não nos enganemos nem com os gatos pardos, nem com as farinhas do mesmo saco.
Que nesse março o pau e a pedra não sejam o fim do caminho. Mas apenas o mistério profundo, o queira ou não queira.
SP, março de 2016
Marli Gonçalves, jornalista – 25 de março comemora a primeira Constituição brasileira (1824). É também feriado no Ceará porque nesse dia ali foi abolida a escravatura. Shakespeare marcou para o dia 11 de março o casamento de Romeu e Julieta (1302). Em 20 de março de 1969, John Lennon e Yoko se casaram. Em um março de outrora sobrevivi a quem queria por amor me subjugar, e neste março meu pai faz 98 anos; sei que não gostará de ver ninguém se matar e brigar pelo que ele já cansou de me dizer que não vale a pena. E olha que ele já viveu para ver.
Se espreguice, vá abrindo os olhos com calma, estala os dedos, estica bem os braços, de um lado, de outro – relaxa o pescoço. Você precisa acordar, e eu não queria que fosse de uma forma abrupta. Já vai ser rude demais quando se deparar com a realidade fora desse mundo de ficção, de lenda, de mitologia, que nos envolvem – e você vai precisar ver.
Sabe como é naqueles filmes onde tem um hipnólogo, em geral com um relógio daqueles lindos, de bolso, que ele balança para lá e para cá, e depois do sujeito hipnotizado entregar até a quinta geração passada, ele vem e estala forte os dedos bem na cara e a vítima acorda? Fiz igual aí na sua frente: estalei forte os dedos.
Oi. Tudo bem? Diga seu nome. Espero que ele não esteja sujo, porque aqui na terra “tão jogando futebol, tem muito samba, muito choro e rock’n’ roll, uns dias chove, noutros dias bate sol. Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta, muita mutreta pra levar a situação, que a gente vai levando de teimoso e de pirraça”. Não é que as letras do Chico ainda descrevem os fatos como já fizeram antes? Só que agora ele está lá do outro lado, cantarolando outras canções, esquecendo desta, caro amigo.
Música para acordar é bom. Levanta, Sacode a poeira e dá volta por cima. “Reconhece a queda. E não desanima”, previu o Mestre Paulo Vanzolini. Nossa MPB tem uma série de músicas inesquecíveis com estrofes bastante aplicáveis para se recorrer em todos os momentos.
Essa conversa é por causa do que está acontecendo nos últimos tempos, dessa descrença. Ando encontrando muitas toalhas jogadas por aí, e isso não é bom. Não é hora. Estou sabendo que estamos mesmo numa espécie de encruzilhada parecida com a cidade de São Paulo, onde praticamente não há mais placas de direção e localização; ou quando há estão quebradas, viradas, sujas, cobertas, não servem para nada. Mas é melhor bater cabeça por aí do que ter uns e outros só plantando postes, que isso a gente está sentindo na pele que não dá certo.
Vamos tateando juntos. Cuidado só para não tropeçar no tapete que agora se levanta e mostra quanta coisa havia sido escondida debaixo dele. Mais que poeira, um lodaçal. Pior: veja a pororoca de mazelas esquecidas ou renegadas, mal resolvidas ou escondidas que afloram desse mesmo poço.
Saúde. Um minúsculo mosquito a amedrontar, a cada dia se associando mais ainda a alguma terrível doença, voando entre fronteiras. Mulheres grávidas já marcadas, sem que lhes seja dada a opção óbvia quando e enquanto ainda há tempo, se são pobres. A sociedade hipócrita assiste de camarote, ousando de lá murmurar impropérios.
Não, você não é bobo, não se preocupe. Eles acham que é, contando as histórias de carochinhas, renegando as comprinhas que fizeram, esvaziando as nossas sacolinhas. Divirta-se, você, com a cara deles, aguardando qual será a desculpa de amanhã, por exemplo, para o apartamento-que-não-é-dele-mas-foi-reformado-para-ele-e-no-mesmo-prédio-que-mais-parece-sede-de-organização-criminosa. Cada andar, cada porta, cada azulejo, cada elevador, uma suspeição.
Peço apenas que, depois de ouvir tudo o que está sendo revelado, conserve boa a sua alma. Por favor, nada de invejar pessoas de tanta sorte, que têm contas no exterior, gastam muito delas, mas não são suas donas, não sabem de onde vêm as notas que as abastecem.
Não inveje não ter amigos tão bons como essas pessoas têm, que convidam sempre para descansar num sítio e o fazem sentir como se fosse de tal forma o dono dele que chegam ao ponto de ganhar reformas inteiras vindas de interpostas pessoas. Não é para qualquer um também ter a honra de ter trabalhando em casa pedreiros tão especializados mundialmente em grandes obras das grandes empreiteiras. E amigos tão humildes, que embora milionários, presidentes, proprietários, largam tudo para ir pessoalmente ver se está tudo certo, agindo como modestos mestre-de-obras. Fora os descontos. Não é para qualquer um comprar um apartamento tríplex de cobertura em prédio de frente para a praia de qualquer balneário do país por menos de 50 mil reais.
Não os inveje, por favor. Não é para qualquer um. Só para abençoados pela honestidade. Para quem tem um grupo de escribas amestrados e bem alimentados se organizando para ficarem em sua volta gritando papai, e ousando dizer que, se ele for preso, será o mártir, o Mandela do Século XXI, entre outras bobagens do tamanho de um bonde que ainda vão inventar.
Acorda. Vamos dar nossa risada. Ouvir qual vai ser a história de amanhã, enquanto voamos no tapete, pelo menos para que nada mais seja escondido debaixo dele.
São Paulo, 2016, gritos e berros de Carnaval
Marli Gonçalves, jornalista – Depois do Carnaval é que as águas vão rolar.
Jorge Gerdau ligou ontem para Aécio Neves e foi logo perguntando:
– Li o seu e-mail. É isso mesmo?
Aécio mostrou-se surpreso:
– É isso o quê?
Gerdau, então, explicou que havia recebido há pouco um e-mail em que Aécio lhe pedia 200 000 reais como colaboração. Gerdau não foi o único a receber a correspondência.
Para André Esteves, dono do BTG Pactual, chegou uma solicitação semelhante. Assim como para Neymar Santos, pai de Neymar. E muitos outros nomes conhecidos.
Como não passou e-mail algum pedindo doações, Aécio ligou para o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, pedindo que o caso seja investigado.
Deve estar faltando trabalho na Polícia Federal. Ou pelo menos na Superintendência da PF no Amapá. A Corregedoria do Amapá enviou uma circular para todos os servidores exigindo que os delegados sejam tratados por “vossa excelência” – como são chamados os procuradores e juízes.
O memorando diz mais: ao fim dos memorandos, nada de “atenciosamente”. O correto, ao se dirigir a um delegado, seria “respeitosamente”.