ARTIGO – Eu vou “não ir”? Eu já fui.

Por Marli Gonçalves


Ai, que preguiça!Você é contra? A favor? Muito pelo contrário, encravado? Pegue a agenda com o calendário, e veja que já há protestos agendados até o final do ano. Uma coisa esquisita. É preciso fazer só uma chamada geral. Mas que seja definitiva.

Olha, por favor, não me levem a mal. Não estou querendo criticar ninguém ou mesmo demover ninguém de suas atividades cívicas, físicas, morais, políticas ou de lazer. Mas é que a coisa está ficando meio perdida demais e sem sentido, e a turma anda fazendo tantas manifestações, de tantos tipos, horários, públicos, que está mais é se dispersando. Aí nada acontece e todo mundo fica com a cara de decepção, chorando pelos cantos dos comentários dos sites, xingando-se uns aos outros. E a corrupa correndo solta.

Tive um ataque de preguiça no feriado de 7 de setembro. Tinha grito, marcha, parada, andada, caminhada, passeata, mobilização, passeio, encontro, pulinho, rendez-vous, juntamento, movimentação – de um tudo – na programação. Em São Paulo, o lugar era um só, a Avenida Paulista. Mas os horários, trajes, maquiagens, motivos, idades, eram diferentes. Teve até matinê. Faltou só que tivesse sido lá também o desfile militar, para a coisa ficar mais completa e animada. Ou preta de vez.

Acabou que eu não fui a nenhuma. Vi, de longe, só uma delas, indo bem, fechando o trânsito, tom oficial, comportada, regulamentar, formal, quase burocrática. Foi-se o tempo em que sabíamos e, ao menos, conseguíamos protestar com vontade, força, criatividade e energia. Éramos ouvidos em todo mundo. Sinceramente, das últimas que lembro que deram resultado foram lá nos idos tempos do Collor, com os caras-pintadas. E olha que ali já dependíamos da energia dos estudantes, tão estupefatos estávamos. Movimentação que se preze tem de juntar todo mundo: homens, mulheres, velhos, crianças, pobres, ricos, cachorros, de raça e viralatas, periquitos, parar tudo, se fazer ouvir de verdade.

Mas, para tanto, tem de ter uma chamada verdadeira, não de um só partido. Não só de alguém querendo apenas se destacar nas tais redes chatamente chamadas de sociais, tentando só aumentar o número de seguidores e, quem sabe, conseguir um patrociniozinho?

Gente, juro: agora até o pessoal do PT está convocando manifestação, quase que exclusiva, contra… a revista Veja!

Sempre amei participar e acredito seriamente que é nas ruas que a “coisa pega”, vide mundo atual. Só fico preocupada se o pessoal não acha que já está participando só porque não para de batucar as pretinhas dos computadores o dia inteiro, “curtindo”, “compartilhando”, dizendo que “vai” no plano virtual que aceita tudo, mais do que o papel. As caixas postais acordam e dormem lotadas (os insones são bastante participativos). Fala-se de tudo, até do que não é verdade, ou é antigo do tempo do Matusalém. São ciclos que se repetem, repassados. O que já li de bobagens de toda sorte – como se não houvesse tanta coisa séria e grave a ser combatida – e as pessoas ainda justificam: “estou só repassando”.

Enquanto isso, no Planalto Central e em todas as esferas o pessoal do manda ver se diverte com a ingenuidade. As notícias passam. Não gruda nos caras, porque amanhã tem mais, muito mais. Milhões e bilhões se confundem como se fossem iguais, com licitações fraudadas, presos e soltos, com algemas ou não, e as malditas declarações públicas que não dizem nada, apenas mostram as caras de tacho.

Quer ver? Já se passaram duas semanas do desastre do bondinho de Santa Teresa. O secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, o empoado e empolado Julio Lopes, que eu saiba, ainda está lá. O gomalina resolveu dizer que a culpa era do coitado do motorneiro. Que devia, sei lá, ter freado aquela geringonça mal conservada, talvez com os dentes. Mas, não, ele morreu. O caso também. Fora o fanfarrão que governa o pedaço, lá no Rio, cabralzinho até não poder mais, e que é melhor nem detalhar as bobagens que faz e diz – claro, quando está aqui e não voando por aí, casando e descasando da própria esposa. Hummm. Pacificados, é?

Mais? Sabe da última? O senhor senador José Sarney, com pouco para fazer no Maranhão e pelo Maranhão, para dizer o mínimo, quer trocar o nome do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Que dar o nome de Romeu Tuma – é, ele mesmo, o policial sobre o qual não vou falar, porque já foi. Mas também não preciso dizer o que acho da ideia.

Pensa que acabou? Soube do roubo do Banco Itaú? Foi num sábado, à noite, numa agência de um local, Avenida Paulista (mais uma vez), que só não é mais movimentado do que o Maracanã em dia de Fla X Flu? Pois até eu soube antes do secretário de Segurança de São Paulo, o Sr. Ferreira Pinto, aquele que faz cara de bravo, muito bravo, informado só DEZ dias depois. Os caras fizeram barba, cabelo e bigode, passaram horas “trabalhando” no local e até lanche pediram. Os milhões perdidos estavam guardados por dois coitados, vigias. Tipo parafernálias de segurança que dependem de um porteiro ficar ao lado, passando o cartão para destravar, senão… E ele, o bravo, continua no posto, meus amigos!

Sentadinhos em suas cadeirinhas. A corrupção, especialmente, corrói como cupim as contas e as coisas públicas. Nada sai do papel, às vezes nem com ela, que não gostam de gastar nem para nos enganar.

Como sempre lembro: alegria! Vai ter Copa. E Olimpíadas. A proposta é: vamos marcar uma data, nacionalmente. Escolher um inimigo, um que seja mais comum que os outros.
Meu voto é que seja contra a corrupção. Ou contra a violência que beira o inaceitável, com a vida valendo nada, nadica. Cada um escreve uma cartolina, a mão, espontânea. Na ocasião podemos cantar o Hino Nacional, tudo bem. Mas vamos fazer como quando queríamos as eleições diretas e aprontamos uma muvuca danada, um barulho que não deu para ser calado. O principal: vamos propor soluções, apoiar as que forem viáveis, abrir o peito, que seja para botar uma camiseta e algum slogan.

Mas, pelo amor de Deus! Vamos caminhar juntos. Aí eu vou.

São Paulo – acorda! 2011(*) Marli Gonçalves é jornalista. Desde muito jovem participa de tudo quanto é movimento. Foram horas e horas gastas em reuniões e, garanto, muitas valeram a pena para poder chegar até aqui com muito orgulho. Eu fui.

*** P.s: Certa vez, acNho que foi o Tom Jobim. Convidado para fazer um show especial, lhe disseram que seria com o João Gilberto e o Tim Maia. “Ah”, ele teria falado, “que bom. Então eu também vou não ir”.

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ARTIGO – Voltas de Saturno, rugas e pregas.

                                             Marli Gonçalves Como agora está bem na moda, lá vou eu marchando em direção a mais uma volta da roda-gigante, mais um upa-upa do bicho da seda, para mais uns trancos do carrinho elétrico. No parque de diversões de nossas vidas, o chicote maluco nos açoita. Mas a gente marcha, decidido. Assim marcha, nada, voa, aterrissa e caminha a humanidade e a nossa existência.

Peguei a crista da onda alta e fui. Embora no meio de uma selva urbana, onde deveria mais é pensar em safári, essa imagem de surfista tem frequentado muito minha cabeça ultimamente. Ficar por ali, por perto, na areia ou dentro da água, só na espreita, de butuca. Olhar o céu, o vento, as condições, formações e informações. Sempre pronta a correr e pegar a chance, deslizar, ver no que vai dar. Até sempre chegar à areia de novo e tentar voltar para mais uma, muitas vezes esfolada e sem qualquer prancha para segurar.

Mas agora é um novo barato o que está na onda: marchas. Tudo é marcha, marchar, percebeu? Pelas liberdades, pela pamonha, das vagabundas, das boazinhas e boazudas, para Jesus, por Jesus. Da família, dos desconsiderados, a favor disso, contra aquilo. Das mulheres, de homens, de gays, ou do contra. Sempre achei doido o ciclo das modas, que catam palavras e as usam até exauri-las, esvaziá-las, e depois as abandonar, gastas e inertes, sem sentido.

Já foram passeatas. Paradas. Mobilizações. Agrupamentos. Agora são marchas. Não sei como começou, nem quando vai parar. E temo um pouco essa coisa militar de passos fortes e unidos em bloco, avançando em alguma direção, marchando, fazendo tremer o chão. Sempre me parece agressivo, uma coisa de campo de batalha, de confronto. A primeira vez que ouvi falar de uma marcha foi a tal dos 100 mil dos anos 60; deu no que deu.

Mas eu era pequenina e não sabia nada. Só sentia a tensão, a censura quando me mandavam não falar de certas coisas fora de casa. Sempre tive olhos grandes, quase maiores que a cara, que piscavam, sempre captando, lado a lado dos ouvidos. Assim fui indo, ouvindo os tiros da guerra contra as guerrilhas urbanas. Às vezes via – como vi o corpo de Marighela, morto a poucos metros de onde morava. Ou só sabia, com amigos que jamais veria novamente. Ouvia o rock e, em paralelo, as palavras de ordem que ainda hoje se mantêm permeando o tempo – o povo unido, jamais será vencido. É um. É dois. Quatro, cinco, mil. Vamos lutar pelo futuro do Brasil. Foi dessa massa que saiu o bolinho que sou – soprando velas ano após ano no país que ainda está lá no Futuro. Um misto quente de marxismo, ideais, rebeldias, feminismo, jornalismo, ao som de uma trilha sonora digna de uma Rádio Rock, de Kiss FM.

Trancos e barrancos depois, venci desafios, superei medos, pus o pé no chão e fui. Ao mesmo tempo, também perdi disputas, ganhei muitos novos medos, e em vários momentos fiquei parada, estancada, aguentando. Lutei contra a morte diretamente, a minha, que venci pelo menos até agora; perdi a de minha mãe, a de muitos amigos. Assim, envelheço na cidade como diz a música de Scandurra. Mais um ano que se passa/ Mais um ano sem você/Já não tenho a mesma idade/ Envelheço na cidade/Essa vida é jogo rápido/Para mim ou pra você/Mais um ano que se passa/Eu não sei o que fazer…

Sou do século passado. Do ano bom e marcante de 1958. 53 outros se passaram e, no meio deles, quando momentos e fatos me obrigaram a amadurecer, hoje lembro perfeitamente de um dia lá atrás no qual pensei onde estaria hoje, o dobro, depois. Estou no mesmo lugar enquanto, como diriam os astrólogos, por duas vezes Saturno desfilou seus anéis, dois ciclos quase que completos, em seu vagaroso andar de planeta lento. Esse, Saturno, que não marcha; se arrasta.

Não precisa ser místico para entender. Nos vinte e pouco tomamos um “boeing” na cabeça; nos cinquentinha começamos a procurar os motivos para tudo que aconteceu, onde nossos pneuzinhos passaram, o que nos marcou a face, os dentes perdidos, as dores que lamentamos. E depois, creio, os setentinha, liberadores, como ouvi de Ney Matogrosso. “Eu posso tudo agora”, ele disse, em uma síntese de liberdade invejável de falar, fazer e acontecer. De “estar podendo”. Quem dera. Quero assim também.

Chego lá. Sem marchas nupciais. Em marcha atlética, que atrás vem gente. E que Deus me ajude!

São Paulo, olho no contador de quilômetros rodados, 2011(*) Marli Gonçalves é jornalista. Como o vinho. Como o whisky. Como a prática, a sabedoria, os calos, as rugas e, sim, como algumas pregas. As de minha língua e do meu pensamento estão se soltando cada dia mais. Pensou o quê?

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TRILHA MUSICAL:

Artigo-1º de novembro de 2010: O dia que parece não querer chegar

Marli Gonçalves

 Imagine o que será. Sabemos apenas que será segunda-feira, Dia de Todos os Santos, que a Lua estará minguante, signo de Escorpião, e um dia antes dos Finados. Que pode chover. Pode fazer Sol. Que pode ter nuvens. Pode ser que sim; pode ser que não. Que “ontem” ocorreu o segundo turno, e que quando esta manhã de segunda, dia 1º, chegar, já teremos sobrevivido às eleições mais esquisitas e irregulares que já vimos, entre as poucas que fizemos.

Eu não bebo, mas me imaginei acordando no dia 1º de novembro de 2010 (se é que eu vou conseguir dormir de domingo para segunda), com cara de ressaca, e até certa dor de cabeça. Ressaca eleitoral. Provavelmente eu e você já saberemos quem ganhou a eleição presidencial, e isso no fundo, no fundo, não fará muita diferença. Mas que vai ser difícil encarar esses próximos dias até chegar lá, ah! Isso vai!

Concentrei-me mentalmente para tentar vislumbrar um pouco mais desse futuro que está aqui na nossa porta. O que vi e explica a dor de cabeça que sentirei: eu, enlouquecida com tevê, rádio, computadores ligados nos noticiários e na apuração online pelo TSE. Tudo por uma questão de hábito, frise-se; e não de torcida. A não ser contra uma das partes, a pior.

Depois de dias, principalmente esses últimos, nos quais os ânimos se acirraram e se acirrarão de forma assustadora, e a movimentação política passa como tanque de guerra, eu admito: estou tensa. Tensa, eu disse. E não estou gostando nada disso. Dói meu estômago também, uma apreensão. Não sabemos que bicho vai dar, e o que realmente acontecerá. Se a Dilma perder, qual será a reação de Lula, que já está babando? Se ganhar, o que será de nós que a combatemos? Acabo de descobrir, por exemplo, que a campanha do PT contratou um grande escritório de advocacia só para ir atrás de “crimes contra a honra, calúnia, difamação, injúria”. Eu disse que o terninho Chanel que Dilma usa nos debates é falso. Se não for? E se ela tiver pago os R$ 20 mil que ele vale para costurarem no tamanho dela?

Pensa comigo: tem ideia do que pode, mal ou bem, ocorrer nesses dias? Os institutos de pesquisa estão errando ou blefando? Quais serão os índices de abstenção e nulos? Quantos vão dar de ombros e só resolver viajar, aproveitar o feriado prolongado? O que o governo vai tirar a mais de seu saquinho de bondades, mágicas, boas notícias, ufanismo? E os debates? Quem vai escorregar na casca de banana?

Voltemos a nos concentrar no dia 1º de novembro de 2010. Procurei também ver quem nasceu nesse dia e na lista muitos nomes complicados e não exatamente populares aqui, à exceção do Larry Flint, editor da Hustler, do novelista Gilberto Braga e, em 1974, nasceu a Hello Kitty, aquela gatinha japonesa bem viadinha que virou febre. Lá em Portugal, e se lá estivéssemos, as crianças costumam andar de porta em porta a pedir bolinhos, frutos secos e romãs.

Novos elementos: a partir desse dia a pesca estará proibida nos rios do Mato Grosso, por conta da piracema. Em compensação terá terminado, na região de Angra dos Reis, a temporada de pesca de sardinhas. O dia 1º de novembro é o Dia Mundial Vegano (“World Vegan Day”), comemorado desde 1994, quando a Vegan Society inglesa comemorou 50 anos e a moda acabou se espalhando, literalmente, e radicalmente para todo o mundo. Os vegans não comem isso, nem aquilo, e não adianta perguntar se eles ouvem os gritos de dor da alface, do tomate. Eles são bem específicos. Têm muitas coisas que eles não praticam.

Tenho horror a coisas específicas e fechadas assim, como as que a gente pode identificar numa política de esquerda, atrasada e renitente e que, à direita dos fatos, quer nos botar bem no meio de uma fogueira, de uma luta de classes desvairada, provocativa, perigosa, de uma divisão entre bons ou maus, independentemente das mentiras que contem. Já estou maluca, ou o mundo deles seria outro? No que mostram não há mais miséria, pobres, problemas de saúde, racismo, abortos, relações homossexuais que precisam ser estabelecidas civilmente, problemas ambientais.

Nunca antes, tudo.

É verdade, de alguma forma. Nunca antes na minha história e na história do país – nem com o Collor – a eleição foi tão matreiramente sabotada, manipulada. Marina rompeu um pouco com essa tristeza, por uns dias. Mas tudo já voltou a desandar, e o bolo ainda está no forno.

É. O dia 1º de novembro de 2010 será inesquecível. De qualquer forma. E está demorando muito para chegar.

Brasil, Brasil,Brasil

(*) Marli Gonçalves, jornalista. Não há intuição, jogo de cartas, tarô, búzios, borra de café, bola de cristal que possa se meter a besta e nos dizer o que será, o que será…

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extra! extra!

DE “BRINDE”: ACHEI UMA BANDA PORTUGUESA CHAMADA MÃO MORTA, MEIO PUNK ROCK, SUPER SUCESSO LÁ, E QUE TEM UMA MÚSICA CHAMADA 1º DE NOVEMBRO.

 ESCUTA SÓ:

FHC mandou bem!

De todos, um que fez que fez e se deu bem, levando alguns para cima… Fernando Henrique Cardoso, aqui,  posando para uma foto  com os Nusbaum, Luiz e Adam, em Higienópolis, pouco depois de votar nas Eleições 2010…

Momento Eleições 2010. Para você ouvir, enquanto pensa, medita decidindo quem vai levar seu voto. Me faz lembrar Brasil.

a benção!

Escutem só que delícia Vinicius de Moraes e Toquinho, cantando Samba da Benção, em mar Del Plata há muitos, muitos anos…

 

 

Escuta só se não é samba, Brasil, samba, Brasil…se hoje ele é branco na poesia…ele é negro demais no coração…

Olha só: O Brasil é assim…

Dilma, descrita pelos amigos. Nossos inimigos. Assista!

Meu querido Augusto Nunes, na coluna dele (http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/) postou esse vídeo maravilhoso e cínico.

ASSIM, ASSISTAM AQUI, APAVORADOS, UMA SÉRIE FANTÁSTICA DE DEPOIMENTOS FAVORÁVEIS À DILMA ROUSSEFF. VEJA SÓ DE QUEM. ESCOLHA SEU LADO.

Marina Silva encontra com o povo da noite, do dia, das artes e “mais-mais”. A lista de presença parece boa…

Artistas e produtores culturais irão manifestar apoio à candidata do PV à Presidência em evento nesta segunda-feira (13), a partir das 20h30, no Studio SP, em São Paulo.

O encontro, batizado de “Cultura com Marina”, terá a presença de Ale Youssef, Alex Atala, Anderson Camorra, André Fischer, Antonio Peticov, Arrigo Barnabé, Bel Coelho, Beto Ricardo, Bia Lessa, Bob Wolfenson, Carlos Rennó, Chris Couto, Cid Campos, Claudia Jaguaribe, Cleverson Lee, Fernanda Young, Fernando Meirelles, Gisela Moreau, Guga Stroeter, Joca Paciello, José Miguel Wisnik, Jurandir Craveiro, Kaká Verá, Kiko Farkas, Ledusha Spinardi, Leticia Moura, Lucinha Turnbull, Madalena Bernardes, Mauro Almeida, Neka Menna Barreto, Odara Carvalho, Patrícia Galvão, Paulo Tatit, Reinaldo Moraes, Ricardo Abramovay, Suzana Salles, Suzana Villas Boas, Tais Lara, Telma Vilas Boas, Toinho Alves, Xis, entre outros.

Marina Silva falará aos presentes depois da exibição de um vídeo com manifestações de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Arnaldo Antunes, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Lenine, Marcos Palmeira e Wagner Moura.

O Studio SP fica na rua Augusta, 591, região central de São Paulo.

Grupo “Por um Brasil Melhor” preparou petição ao TSE

O  link da petição ao TSE: http://www.petitiononline.com/1brasil/petition.html

JÁ TEM MAIS DE 1200 ASSINATURAS!!

Vai lá. Assina também. Não podemos ver e ficar mudos diante de tanto desrespeito aos direitos dos cidadãos 

 

To:  Tribunal Superior Eleitoral

o texto da petição:

“Nenhum cidadão está acima das leis.”
Estado de Direito significa que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum, está acima da lei. Os governos democráticos exercem a autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei.

Solicitamos às autoridades competentes do Brasil que se façam cumprir a Lei Eleitoral e a Constituição Brasileira.
Não é o que temos visto. Diariamente, o Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, dá mostras de descumprimento das leis, sem qualquer manifestação contrária de nossos órgãos de Justiça. Sua presença nos comícios da candidata governista – a quem jurou eleger – bem como o evidente uso da máquina pública e de todo o aparato governamental na campanha é aberto e claro. Não só a estrutura do estado é usada (como aviões, segurança, logística, instalações do governo), como também o são os ministros, assessores e funcionários de estatais.
O abuso de poder econômico, cometido com o nosso dinheiro, e o abuso da autoridade estão explícitos. O Presidente ocupa este cargo em nome de todos os brasileiros, de todas as partes do país, raças e credos, devendo estar acima de questões eleitorais e partidárias.
A Presidência é um cargo de ocupação integral, não havendo “folga” ou “fim de expediente”, Um presidente é presidente sempre, a não ser que passe o cargo para seu substituto legal, o vice, oficialmente. Caso contrário, a qualquer hora do dia, todos os dias, Lula é o Presidente da República. Quando de sua posse, jurou cumprir o que reza a Constituição. É evidente que ele não a tem respeitado, nem observado os artigos 73, 76 e 77 da Lei Eleitoral nº 9.504/1997

Para os casos em que a lei não é respeitada, e para evitar os abusos, existem o Ministério Público Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral, a quem cabe zelar pela seu cumprimento. Exigimos o cumprimento das leis do nosso pais, e a defesa da nossa Constituição. Exigimos a imediata ação dos órgãos responsáveis para fazer cumprir as leis eleitorais brasileiras.

Sincerely,

The Undersigned

 

VAI LÁ!:  http://www.petitiononline.com/1brasil/petition.html

Artigo – Violência contra a mulher: eu me manifesto. E você? Vai ficar olhando?

Marli Gonçalves(*)

Mulheres apedrejadas, esquartejadas, violentadas, exploradas, baleadas, surradas, torturadas, mutiladas, coagidas, reguladas, censuradas, perseguidas, abandonadas, humilhadas. Até quando a barbaridade inaceitável vai vigorar?

Eu me manifesto, sim, contra tudo que considero inaceitável. E não é de hoje. Desde pequena meto-me em encrencas por causa disso. Uma vez, tinha acho que uns 12 anos, e brincava na portaria do prédio quando ouvi um homem brigando com uma mulher do outro lado da calçada, ameaçando-a de morte, dando-lhe uns sopapos. Não tive dúvidas. Atravessei, entrei pequenina no meio deles, gritando forte por socorro, o que o assustou e fez com que ele parasse as agressões. Para minha surpresa, ao olhar para os lados, vi que havia muitos adultos assistindo à cena, impassíveis.

Nunca me esqueci disso. Inclusive porque, quando voltei para casa, tomei uma bronca daquelas. Atraída pelos meus gritos, minha mãe tinha ido à janela, e assistiu. “E se ele estivesse armado e te matasse?” – ouvi. Creio que respondi que nunca ficaria quieta vendo aquela cena, onde quer que fosse, e que jamais seria resignada. Dentro de minha própria casa já havia assistido a cenas que teriam ido para esse lado, não tivesse sido minha mãe uma guerreira baixinha e desaforada, ela própria vítima de um pai tão violento que não o aceitava nem em sua carteira de identidade, nem em sobrenome. Minha avó materna teria sido morta por um “acidente”, em que um motorista de ônibus, que por ele teria sido pago, acelerou quando ela descia. Caiu, bateu com a cabeça na sarjeta, morrendo horas depois, de hemorragia, na pequena cidade do interior de Minas.

Anos depois, senti em minha própria pele o desespero solitário da agressão, da humilhação, do medo. Em plena juventude e viço, em uma ligação amorosa complicada, de paixão e amor intenso que vi virar violência, agressão, loucura e insegurança, só saí viva porque mal ou bem sou de circo, e protegida pelos meus santos e anjos, daqui e do céu… Tentei não envolver ninguém, resolver, e quase virei primeira página policial. Tive a minha vida quase ceifada, ora por ameaça de facadas; ora por canos e barras de ferro, ora pela perda de todas as referências, ora pela coação verbal. Os poucos e únicos amigos que ainda tentaram ajudar também entraram no rol da violência. E os (ex) amigos que viraram as costas, ou faziam-se de cegos, desses também me lembro bem; inclusive de alguns que conseguiam piorar a situação e pareciam gostar disso, insuflando. Ou se calando. Ou me afastando. Deve ser bonito ver o circo pegar fogo.

Desespero solitário, sim. Não há a quem recorrer. Polícia? Apoiam os homens. Delegacia da Mulher? Na época não existia, mas parece que sua existência só atenuou a dimensão do problema, que pode acontecer em qualquer lar, lugar, classe social. Lei? Veja aí a Lei Maria da Penha. Pensava já naquele tempo, meu Deus, e se eu ainda tivesse filhos para proteger, além de mim? Não poderia ter me livrado – concluo ainda hoje, pasma em ver como a situação anda, em pleno Século XXI. Hoje, acredito que curei minhas feridas, que não foram poucas, especialmente as emocionais.

Há semanas venho tentando defender, aqui do meu cantinho, a libertação da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, mais uma das mulheres iranianas cobertas da cabeça aos pés pelo xador, a vestimenta preta que é uma das versões mais radicais do véu muçulmano. Mas esse, a roupa, não é o maior problema dela e de outras iranianas. Viúva, dois filhos, em 2005 Sakineh foi presa pelo regime fundamentalista do Irã. Em 2007, julgada. A pena inicial foram 99 chibatadas. O crime, adultério! Sua pena final, a morte por apedrejamento.

Uma história que lembra a fascinante personagem bíblica de Maria Madalena, a moça que aguardava a morte por apedrejamento até ser salva por Jesus Cristo. Cristo provocou com uma frase que ficou célebre, e revelou-se futurista: “Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”. Esses iranianos estão querendo matar Sakineh e outras a pedradas, e com pedras pequenas, para que sofram mais; talvez porque sejam, acreditam, muito puros? A sharia, lei islâmica, devia prever cortar dedos, língua, furar os olhos desses brucutus modernos, hitlers escondidos sob mantos religiosos, protegidos por petróleo e riquezas?

Não bastasse a novela de Eliza Samudio que, morta ou não, faltou ser chutada igual bola, e de tantas jovens, inclusive adolescentes, mortas pelos namoradinhos, a advogada que morreu no fundo da represa. Todo dia tem violência. No noticiário ou na parede do lado da sua, no andar de baixo, no de cima, na casa da frente.

Nem bem a semana terminou e outro caso internacional estava na capa da revista Time, com o propósito de pedir a permanência das tropas de ocupação no Afeganistão. Na foto, na capa, a imagem chocante da afegã Aisha, 18 anos, que teve o nariz e as orelhas decepados pelo Talibã. Foi a punição à sua tentativa de fugir de casa, de uma família que a maltratava. Agora, Aisha está guardada em lugar sigiloso, com escolta armada, paga pela ONG Mulheres pelas Mulheres Afegãs. Deve ser submetida a uma cirurgia para a reconstrução do rosto. No Irã, ou melhor, globalmente, porque lá nada se cria, se estabeleceu a campanha “Um Milhão de Assinaturas exigindo mudanças de leis discriminatórias”, com protestos e abaixo-assinados, de grupos internacionais de mulheres e ativistas, organizações de direitos humanos, de universidades e centros acadêmicos e iniciativas de justiça social, que manifestam o apoio às mulheres iranianas para reformar as leis e conseguir o mesmo estatuto dentro do Irã legal do sistema.

O que há? O que está havendo? Mulher é menos importante? A realidade: em cerca de 50 pesquisas do mundo inteiro, de 10% a 50% das mulheres relatam ter sido espancadas ou maltratadas fisicamente de alguma forma por seus parceiros íntimos, em algum momento de suas vidas; 60% das mulheres agredidas no ano anterior à pesquisa o foram mais de uma vez; 20% delas sofreram atos muito fortes de violência mais do que seis vezes. No Brasil, a violência doméstica é a principal causa de lesões em mulheres entre 15 e 44 anos; 20% das mulheres do mundo foram vítimas de abuso sexual na infância; 69% das mulheres já foram agredidas ou violadas. No Nordeste, 20% das mulheres agredidas temem a morte caso rompam a relação; no geral, 1/3 das mulheres agredidas continuam a viver com os seus algozes. E continuam sendo agredidas. É pau, é pedra, é o fim do caminho.

Estudos identificam, ainda, uma lista de “provocadores” de violência: não obedecer ao marido, “responder” ao marido, não ter a comida pronta na hora certa, não cuidar dos filhos ou da casa, questionar o marido sobre dinheiro ou possíveis namoradas, ir a qualquer lugar sem sua permissão, recusar-se a ter relações sexuais ou suspeitar da fidelidade, entre eles.

Até quando ficaremos assistindo a esse filme? Chega. Foi como li a conclamação da amiga e uma das mais respeitáveis profissionais de comunicação do país, Lalá Aranha, em seu Facebook: “Não posso entender como em pleno século XXI as mulheres brasileiras são tão molestadas. Precisamos fazer algo neste sentido. Quem me acompanha?”

Adivinhem quem foi a primeira a responder? Eis, assim, aqui, também, minha primeira contribuição.

São Paulo, onde as pessoas se isolam, na aridez e grandeza de suas dimensões, mas ainda podem ter seus gritos ouvidos, 2010.

Marli Gonçalves, jornalista. Inconformada. Espevitada e livre, fiquei feliz quando outro dia me contaram que debaixo da pesada burca as mulheres andam completamente nuas. Será verdade?

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Artigo – Eu sei o que vocês fizeram no século passado

Marli Gonçalves

Queria poder incluir uma trilha sonora, especial para esses próximos momentos que passaremos juntos a partir de agora, quando você começou a ler o que estou querendo comentar. E eu quero dizer que, na contramão, acho que estamos andando para trás. Veja se não. Qualquer coisa hoje é qualquer coisa!

Revolucionários, quem? Lady Gaga? Britney Spears? Amy Winehouse? Por causa do quê? Estão inventando algo mais do que modas passageiras, vícios comuns, seus próprios fricotes? O que estão deixando atrás de si, além de lantejoulas, papelotes vazios, copos quebrados e roupas exóticas? Figurinhas e fotos nos álbuns das menininhas. Ok, elas são legais, jovens, ricas, excêntricas, algumas até bonitas ou talentosas. Mas elas passam, e passarão, descartáveis, ou como pequenos verbetes da enciclopédia do comportamento humano.

Por outro lado, e nem precisamos atravessar o Atlântico para achá-las, por aqui e lá tivemos mulheres absurdamente fantásticas, inteligentes, astutas, revolucionárias, líderes. E todas – algumas poucas estão vivas, velhas, pouco lembradas – do século passado. Sim, senhor. Sim, senhora! Do século passado.

Sempre tive verdadeiro fascínio pelos Anos 30, 40, 50. Pela arte, pela literatura, pelas loucuras daqueles malucos sobrevivendo ali entre guerras, mulheres e homens, com sua elegância clássica e chapéus e bengalas e piteiras. Criando grandes histórias, já a partir de suas próprias vidas, assinando seu nome de modo único. Política como arte criadora (inclusive de monstros). Drogas, influências libertadoras e criativas transpostas para a arte de forma quase que suicida, de tão viva; doenças, foice na vida de poucos anos de idade já com muitos feitos, entre tuberculoses e a insanidade simplesmente dita.

Tantas! Pagu, Chiquinha Gonzaga, Luz Del Fuego, Carmen Miranda, Maysa, Dolores Duran, Dalva, Ângela, Elza, Leila Diniz, Cacilda Becker, Carolina de Jesus, Lygia Fagundes Telles – alguns exemplos de marcas desse tempo que never more vêm. Você conhece estas pessoas e, mesmo se é jovem, ouve sobre os seus nomes e feitos. Tantos! Você fecha os olhos e vê cores, luz, ouve música, sons de alegria, enxuga lágrimas verdadeiras, se impressiona. Sente o cheiro do bom perfume, passa a mão em tecidos finos, conhece obras de arte.

Falo daqueles tempos que também não vivi, mas que são a origem de tudo, e algo mais profundo, mais intenso, passional. Falo da vida. Falo do que vemos, do que estamos ouvindo, hoje, das histórias que lemos sobre um mundo ficando sem graça, sem tempero, sem cheiro que não o de esgoto.

Tecnologia é maravilhosa, assim como a modernidade, o avanço, o progresso. Não pensem que quero o contrário. Mas sinto que podemos estar nos perdendo em meio à sua intensa rapidez e voracidade. Hoje, pelo chão, ficam corpos tatuados ou implantados. Histórias efêmeras. Nem a tatuagem é mais o que era – atitude, ou raiva. Ou a marca dos deserdados e excluídos da sociedade, dos párias marcados a ferro e fogo. Imagina a pele branca de Isadora Duncan toda marcada?

Imagina algum outro alguém com peito e bunda e coragem para criar uma ilha, um partido e declarar uma filosofia, como Luz Del Fuego? Imagina a beleza de Carmen Miranda, alta nos seus tamancos, cantarolando: “Eu dei! O que foi que você deu, meu bem?”. Oh, Billie Holliday, Josephine Baker, Janis Joplin, Edith Piaf, Maria Callas – que falta! Anais Nin, Dorothy Parker, e, por que não? – Adelaide Carraro, Cassandra Rios? Não tem mais Benazir, Indira, Golda, Margareths, Evitas, Dianas, nem Imeldas, nem Cocos, nem bolsas de Soraya ou Farah Diba.

Não meço se fizeram bem, mal, certo ou errado. Só que naqueles momentos que viveram, entre homens, fatos, revoluções, censura, perseguições, fome e preconceitos, foram fontes incansáveis de energia. Para morrer, capricharam. Assassinadas, suicidadas, doentes por amores impossíveis, em meio às suas próprias aventuras, altivas. Algumas divas, mais do que outras, sumiram, tornaram-se transparentes, recolhidas, deixando apenas a existência e suas imagens conservadas nas nossas vidas, como Betty Page, a vedete número 1.

Quantas histórias fascinantes! Falo das mulheres, e é porque sempre foi por nós, mulheres, que dediquei admiração crescente. O outro sexo também hoje está sem graça, e os exemplos para referência seriam tão fortes como a lembrança do requebrado másculo de Elvis, a boca carnuda de Jagger, o peito nu de Robert Plant, os cachinhos de Roger Daltrey em Tommy. Os voleios de Barishnikov, Nureyev. O olhar de paixão de Brando, a beleza mítica de Alain Delon. Os bigodes de Dali, os pincéis de Picasso.

Gostaria de comemorar avanços mais do que fundamentais que conseguimos dia após dia. Mas não vejo por que eu não possa desejar mais de tudo isso. Vejo a foto de Dilma entre os homens do Presidente, e não a vejo se destacando entre eles, a não ser pela empáfia. Vejo lindas atrizes, coitadinhas, chegando para contracenar com Fernanda Montenegro, Marília Pera, Cleide Yáconis. Lindas continuam, salvo raras exceções, ofuscadas pelo verdadeiro talento. Vejo Danielas, Ivetes, Claúdias em todos os lugares. Mas foi Rita Lee a ovelha negra. E é Hebe Camargo quem pilota o sofá tentando se manter em algum horário, guardando sua biografia de ouro.

São Paulo, 52 anos depois de 1958, quando abri os olhos e comecei a contagem.

Marli Gonçalves, jornalista. Na torcida por um Brasil, campeão de gente boa, terra de pessoas admiradas por seus talentos. Não podemos nos contentar com qualquer coisa. Devemos exigir o melhor

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E o mundo não se acabou

Cantoras do rádio

Luz del Fuego

Maria Callas

Isadora Duncan

Lígia Fagundes Telles

Janis Joplin

Artigo – Acorda, Brasil!

                                                                                                        

                                                Marli Gonçalves
 

Vamos ouvir muito Brasil por aí nos próximos meses. E nos próximos dias os verdes e os amarelos já se unirão numa sintonia de sons, luzes, cores, gritos, huhhhhs, mãos no peito, Hino Nacional. É também o aviso de que é chegada a hora de entender que somos uma Nação e que só vamos fazer algum gol, se oposição houver, se a oposição se entender. O tempo está passando. Não queremos prorrogação.

Só um tapinha não dói. O refrão da música martela a cabeça todos os dias quando acabo de ler os jornais, especialmente a parte política, poder, Brasil. Porque a vontade que emerge, na verdade, é a de sair esbofeteando essa turma toda, o outro lado deste que está comandando, cheio de cartas na mão e na manga. Dá vontade de chacoalhar a chamada oposição, que não blefa, não truca, não desafia. Oposição igual objeção. Oposição igual a contraste entre coisas comparáveis. Oposição é diferença. É disparidade, estado constante de luta. Será que se esqueceram de tudo isso?

Preferem ficar batendo cabeça, chupando pirulito em cima do muro? Por que não acreditam em suas próprias palavras, algumas sábias, que apontam a contraposição como importante, e se contrapõem? Não vamos brincar de FLA-FLU, senão viraremos é pipoca moderna estourando no micro-ondas deles, dos que estão nas paradas de sucesso de todas as mídias, com anúncios e investimentos redentores, e organização de exércitos, de hordas. Inclusive virtuais, e abastecidas com o papo de luta de classes, de vale-tudo, de você-vai-ganhar-alguma-coisa-com-isso, o petróleo vai jorrar na sua casa.

Desçam dos saltos, dos galhos das árvores, floresçam verdes do chão e amadureçam para a vida. Chega de trololó, de tititi, de blábláblá. Que papo é esse de lavadeira pública de roupa suja, aos berros, de ideia fixa, esse atraso de vida? Essa descrença? Estão entregando o jogo, medrosos. Formem logo os pares e entrem no arraial, que chegou a época boa para isso. Buscapé no traseiro deles. Quentão – vai que nesse pau de sebo dá para subir. O prêmio lá em cima, somos nós, a tal Nação. Não dá para entrar em outra aventura, em outra fria, e lembrem que esta que está aí não é nem tão colorida e jovem ou promissora como aquele outro era. Se fosse alguém mais preparado, um quadro reconhecido, a coisa seria outra. Mas não é.

Não temos mais tempo de jogo – será preciso fazer e acontecer com essa Seleção que já está aí, mesmo que de times tão diferentes entre si, se entrose, cada qual na sua posição, vá para a frente, foque o gol. Com a arte, com a alegria, com paixão. Com a inteligência, que esta existe é para ser usada, plantada, além dos livros. Com alguma dose de patriotismo.

Está faltando mais paixão. A pesquisa que mostra que praticamente metade da população é contra o voto obrigatório grita na cabeça. Militantes querem votar. Cidadãos comuns, maioria, não andam querendo, não! Sem faca no pescoço, sem multa? Ah, precisa querer, precisa gostar, precisa já ter entendido todo o sistema. Do jeito que a coisa está tudo parece igual, do mesmo prato, com a mesma insipidez. Nem ideias malucas aparecem mais! Não há arrojo nas propostas. Tudo a mesma margarina sem sal. A gente tem fome. A gente não quer só comida. A gente quer comer e fazer o amor.

Reparem que mudanças aparecem, são mostradas. E compreendidas pela outra ponta da informação de várias maneiras, segundo cada olhar. Podem ser positivas as avaliações. Mudem. Reforcem-nas também no meio de campo. E se o trem está passando e o menino não subiu, por favor, rumem logo para outra estação. Nada de ficar lamentando nas estações de rádio e tevê. Nada de atrasar o voo para outras paragens.

De última hora, sempre tem corre-corre. Não deixem chegar na morte súbita. Faz tempo que o negócio devia ter engrenado e não aconteceu, envolto em outras polêmicas. Várias chances de gol perdidas; alguns aqui e ali, perfeitos xeques-mate, cartão vermelho, aproveitamento total. Mas deu trave, ou a bola foi jogada para cima. Quantos escanteios conseguimos! E os escanteados todos aí, agora, com a bola quicando nos nossos calcanhares, tirando pelo da nossa cara.

Ainda dá tempo. Sim, temos um campeonato agora, dos bons, além do Mundial. Não estou gostando nada de ouvir um monte de gente falar que vai torcer pela Argentina só para ver o Maradona pelado dando a volta no Obelisco. Muito menos gostando de ver essa gente pensando que Ela é Ele.

Ela é um ser que mistura barba, cabelo e bigode. E que está gostando da tabelinha. Até ficando bonitinha.

                            São Paulo, semana curta, mas cheia de possibilidades e diversidade.

Marli Gonçalves é jornalista. Nós, jornalistas, sofremos muitas vezes de um dilema sério na hora de produzir. Igual ao coitado do goleiro na hora do pênalti. Temos uma responsabilidade enorme nas mãos, canhão carregado, frases lançadas. As flechas atiradas sempre desagradam alguém. Puxam a orelha de alguém. As bolas entram por tudo quanto é lado.

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Artigo – Siricuticos e tremeliques

Marli Gonçalves

Adoro palavras. Às vezes guardo no arquivo do cérebro algumas ouvidas e lidas aqui e ali; outras, fico tempos rodando com elas. Muitas são musicais; outras, fortes definições. Duas das minhas palavras de estimação são sentimentos. E que você também pode estar tendo, acredite.

Estar com siricutico significa estar ansioso (a), nervoso (a), curioso (a) ou as três coisas ao mesmo tempo. Na internet tem um dicionário informal das palavras, onde encontrei essa ótima definição de estado de espírito. Aí tive um tremelique. Tremelique é susto, surto, arrepio, visão, pensamento rápido. Sensação sentida. Siricutico, por sua vez é cerebral. O siricutico é igual coceira. E o tremelique, esse pode provocar arrepios.

Ansiosa, nervosa e curiosa sobre o que vai acontecer. Não só aqui no arraial, mas no quintal do país, do mundo. E sentindo tremeliques a cada notícia, seja política, esportiva, internacional, ou econômica. Parece que nada está firme na face da Terra, e que de vez em quando ela sacode e gira ao contrário. Dá até certa tontura, um enjôo, já percebeu? Tenho até medo de desenvolver uma gastrite por conta de tantas azedices. Ouvir, por exemplo, a coisa sendo comparada ao Nelson Mandela pelo cara que acha que pode até com as maldades do Irã, e não aguenta nem arrumar a própria casa: isso dá siricutico. E tremeliques nervosos, que nem mais tiques são.

Agora vejam só quem voltou, e ao que parece, mais loura e descabeçada ainda: a Marta Suplicy. Vejam se não é para ter tremelique, siricutico. Ela ousou, digo ousou, para defender Dilmão, tentar puxar o Fernando Gabeira para um debate que ela sabe muito bem que não é este. Afirmou na festa dos seus amigos estrelas vermelhas Mercadanteadas (vejam onde!):“Esse sim sequestrou. Eu não estou desrespeitando ele, ao contrário, mas ele sequestrou. Ele era o escolhido para matar o embaixador. Ninguém fala porque o Gabeira é candidato ao governo do Rio e se aliou com o PSDB. Então ninguém fala”, disse a Dona Marta, pré-candidata ao Senado, em São Paulo, na chapa com Mercadante.

Outra vez, Marta? Ainda não aprendeu que essa sua empáfia está te cegando e, o que é pior, emburrecendo você e fazendo as pessoas perderem as gotas de respeito que ainda pingam por aí? Vai dizer que não disse o que disse e que a imprensa entendeu errado?

Dona Marta, o Gabeira já passou dessa fase de esquerda infantil da qual vocês não conseguem se livrar, e não só pagou muito caro pela escolha da luta armada no próprio corpo, na própria vida. Foi mais longe. Por isso é respeitado. Ao contrário de entre outros muitos aí do seu lado, do companheiro Franklin Martins que também estava lá e que vive sempre batendo o pezinho, pronto só a reclamar o passado, a autoria dos bilhetes “revolucionários”. Quando ele tentou mexer com o Gabeira, logo se aquietou. Ah, aliás: José Dirceu e muitos outros foram libertados graças a esta ação. E não sei de onde a senhora tirou que ele era o escolhido para matar o embaixador. Esse livro não li. E não foi bem o que o embaixador disse ao ser libertado; nem o que expressou à sua família.

Linda a resposta dele para a senhora, Dona Marta:“Vou ignorá-la. Como ela merece, de uns anos para cá”.

Gabeira é homem contemporâneo, de coragem, de posições firmes e inovadoras. A sua Dilma – seja ela quem for – não progrediu, não cresceu, não virou gente. A cada vez que se mostra é apenas um poço de contradições. Ela não sabe se vai ou se fica. Como diria meu pai, não desenha nem um “ó” na areia. Acho que você foi contaminada, Marta. E por isso você me dá siricutico, tremelique. E eu tenho vontade de saracotear.

Teremos de ficar os próximos meses tentando nadar cachorrinho, com a cabeça fora d`água. É o Brasil com a bola no pé, ufanista, verde e amarelo, em cada esquina, em cada produto, em cada conversa, em promoções mirabolantes, como se realmente fosse essa a coisa mais importante.

É ano eleitoral, o Brasil com o título (de eleitor) na mão, sem treino técnico adequado, sem uma boa seleção de candidatos, com uma legislação antiquada e incapaz de atender aos reais preceitos da democracia.

E ainda por cima essa argumentação rasteira que chega nos discursos.Vai ser difícil.

São Paulo, pleno inferno astral, remelexos de todos os lados.

• Marli Gonçalves, jornalista. Se pudesse, iria sarabandar por aí.

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Não esqueça de nossa campanha cívica: Não fique mais de meia hora sem falar mal da Dilma!

Iniciada há cerca de um mês a Campanha Cívica “Não fique mais de meia hora sem falar mal da Dilma” vem contando com milhões de apoiadores em todo o país.

Entre você também. O Brasil precisa de você.

Por um Brasil melhor: grupo de ativistas missivistas ouve Geraldo Alckmin e ganha forças para a competição das eleições 2010.

EXCLUSIVO!
Por 1 Brasil Melhor: Grupo se reúne com Geraldo Alckmin, Madeira e Andrea Matarazzo

 

O Grupo Por Um Brasil Melhor se reuniu no último sábado, 27 de fevereiro,  para um almoço super interessante com o ex-governador Geraldo Alckmin, o deputado federal Arnaldo Madeira e o ex-secretário Andrea Matarazzo.

Na foto acima, a pose clássica.

O POR 1 BRASIL  MELHOR é um grupo de ativistas missivistas. Cada carta, um petardo na direção dos PTs.

Uma vez por mês eles se reúnem para ouvir convidados sobre o cenário nacional. Já estiveram com eles, entre outros, o secretário Walter Feldman, o deputado Milton Flávio, os jornalistas Reinaldo Azevedo, José Neumanne Pinto, eu, Carlinhos Brickmann.

O grupo tem um blog que vale a pena visitar: por1brasilmelhor.blogspot.com/

Alckmin, que também é Geraldo, e Andrea Matarazzo

O sorriso do Geraldo, que também é Alckmin. Mas precisa decidir qual nome vai usar na campanha para governador