Ouça. Um pedido de socorro. De madrugada. Nos Jardins. Com megafone. Contra o inferno do Bar Número, na Rua da Consolação.
Madrugada de sábado, 30 de junho, 2 e meia da manhã: um grito não fica parado no ar.
Um morador pega seu megafone e começa a gritar e denunciar o infernal barulho produzido por uma casa/bar/boate e seus freqüentadores. O lugar? O bairro é Jardins, São Paulo. A casa que está fazendo malucos há mais de ano, sem que ninguém (oficial) tome uma providência é a Número – tida como a mais “elegante” da cidade. Aqui acontecem as festas dos mais ricos. Mas na região os prédios são habitados por gente que dorme – crianças, idosos, pessoas como eu, como você, como o desesperado que grita ao megafone da janela de seu prédio, o famoso Palmeiras Imperiais, onde moram pessoas como a Ligia Fagundes Telles e onde por muito tempo, até sua morte, viveu Aparicio Basilio da Silva, da Rastro, grande personalidade social de um tempo em que havia uma sociedade. Ele foi vítima: assassinado depois de um golpe de Boa Noite Cinderela.
A coisa é comum a quem pensa que dinheiro compra tudo. Na semana passada a vizinha dessa casa, a loja MARES, fez da árvore pinico. Hoje trago para vocês o registro de uma tentativa de mudar as coisas, de denunciar, de se fazer ouvido, já que não adianta mais chamar CET, PREFEITURA e o escambau.
Os caras da NÚMERO não estão nem aí com seus vizinhos. Há relatos de problemas desde a sua inauguração. E nada.
DE vez em quando voam coisas em cima deles, ovos, água, garrafas. Outro dia mesmo alguém descarregou um monte de tomates. O que aconteceu? A polícia veio tentar pegar o “morador”.
E o barulho infernal continuou.
Eu, que não sou de mandar recados, nem pelo megafone, há quase um ano, uma noite por volta das 3 e lá vai pedrada, fui até lá implorar providências. Nada. Não adianta. Esses caras acham que são “chiques” e podem tudo.
Enfim, ouça esse lamento. Esse grito da madrugada.
Não é a primeira vez que esse morador ( não sei quem é) protesta. Mas desta vez eu consegui registrar.
O ENDEREÇO DO CRIME CONTRA A CIDADANIA