ARTIGO – O presidente do leite. Por Marli Gonçalves

Tanto leite bem condensado derramado essa semana que lembrei da fábula de La Fontaine, “A Menina do Leite”. O presidente que a cada dia leva o Brasil a um poço mais profundo e em todos os sentidos deveria conhecer essa história enquanto equilibra seus desaforos, xingamentos, e reúne cada vez mais adversários.

a menina do leite

Ele caminha e só pensa “naquilo”, em 2022, acha que está armando uma arapuca, e junta tudo de ruim perto de si para sustentá-lo em pé, porque sente que está balançando. Carrega na cabeça exorbitantes caixas de leite condensado, masca chicletes, entre os itens da assustadora lista de compras do Supermercado Planalto, da ordem de 1,8 bilhão de reais. É muito dinheiro, e feitas as contas percebe-se o quanto pagam muito mais caro por tudo, e essa compra é feita ali no mercadinho da esquina, cujo dono é um pastor amigo, parente de algum político desses de quinta categoria que se aglomeram nessa legislatura federal.

Aliás, logo agora no começo de fevereiro, a coisa pode piorar e muito, dependendo dos resultados nas eleições da Câmara e do Senado, onde o presidente do leite está que nem louco fazendo mais compras, mas desta vez não de alimentos, mas de consciências. E aqueles homens – sim, a maioria ali é sempre muito masculina – são caros, exigentes, negociam cargos, benesses, empregos públicos que parece lá não faltarem, como faltam aqui fora para mais de 14 milhões de brasileiros.

O que está sendo feito de nosso país? O que acontece no Brasil que faz o novo presidente dos Estados Unidos, a nação mais poderosa do mundo, rir a ponto de ter de disfarçar quando lhe perguntam sobre seu contato com o dirigente brasileiro? O país que tem um chanceler enrolado que bate palmas para maluco em churrascaria e que acha que ser pária é bom; pior, está conseguindo que as portas dos lugares mais importantes batam bem na nossa cara.

O país que assiste apavorado seu povo ficando doente e morrendo aos milhares diariamente, alguns por falta de oxigênio. O país que não tem garantidas as salvadoras vacinas para uma maioria, porque foram às compras com listas erradas, de remédios sem efeito ou de leite condensado, chicletes, vinho, rapadura, mocotó, bombons, chantily, apenas alguns do rol maluco que agora dizem entuchar no Exército, distribuir nos Ministérios. Pior, ainda tentam explicar, como se não soubéssemos fazer contas, pudéssemos ser passados para trás. Pegos com a boca na botija, o mandante profere xingamentos contra a imprensa, e sempre com aquela sua ideia fixa, sabem qual, não? – a anal. Isso precisa ser estudado.

Cada vez mais claro como um grave caso psiquiátrico em evolução, além da incompetência que o deixa perdido igual barata tonta, busca usar a força; e a caneta, para comprar silêncios, continuidade. As ruas começam a falar mais alto, e ele fica ainda mais perturbado junto com esse seu grupinho de filhos ignorantes e desocupados e ministros como esses, da Saúde, das Relações Exteriores ou da Educação, que diz que foi um sucesso um vestibular com ausência de mais da metade dos concorrentes, e que apresenta uma prova cheia de erros e preconceitos. A lista é grande de horrores ao seu redor, com ou sem farda. Aliás, fardas que parecem estar atentas, a tudo observando de esgueira, lá de seus postos.

Acontece que, e fábula é retrato de muitas realidades com sua moral da história, o tal presidente do leite pode tropeçar – e não falta no que escorregar – e cair. Pode ser até pelo susto, de caminhões parados nas estradas, alguma derrota parlamentar, mais mortes ainda advindas de novas cepas, uma revolta mais ampla pelas vacinas que nos negam. Atormentado pelo espírito de mais de 220 mil almas, entre as quais algumas de pessoas que, em vida, foram por ele enganadas e acreditaram na “gripezinha”, negando o tudo que há meses paralisa todo um planeta.

 O leite derramado pode ser o da fábula, ou mesmo o do título de uma obra de 2009 do por eles tão odiado Chico Buarque, por acaso a história de um homem velho no leito de um hospital.

*A fábula, para quem acaso não conheça:

A menina caminhava cheia de contentamento, pois era a primeira vez que iria à cidade, para vender o leite de sua vaquinha.

Colocou sua melhor roupa e partiu pela estrada equilibrando a lata de leite na cabeça.

Enquanto caminhava, a menina começou a fazer planos entusiasmados para ganhar dinheiro: “Vou vender o leite e comprar ovos, uma dúzia. Depois, ponho a galinha a chocar os ovos e ganho assim uma dúzia de pintinhos, que logo eles crescerão e terei bonitos galos e belas galinhas. Venderei os galos e fico com as galinhas, porque são ótimas para pôr ovos. Outra vez ponho os ovos para chocar e terei mais galos e galinhas. Venderei tudo e compro uma cabrita e algumas porcas. Se cada porca me der três leitõezinhos, vendo dois, fico com um” …

Mas a menina estava tão distraída com seus pensamentos, que tropeçou numa pedra, perdeu o equilíbrio e levou um tombo inevitável. Todo o leite foi derramado no chão, para desolação da sonhadora.

E os ovos, os pintinhos, os galos, as galinhas, os cabritos, as porcas e os leitõezinhos foram pelos ares… 

Moral da história: Não se deve contar com uma coisa antes de consegui-la.

Muito menos para 2022.

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FOTO: Gal Oppido

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon).

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Uma loteria macabra. Por Marli Gonçalves

Estranho quem ainda não acredita no poder letal do Covid-19 como se fosse – como se alguém pudesse ser – totalmente imune a ele neste momento entre os mais terríveis da história recente da humanidade. Aposto que apostam em ficarem ricos nas loterias onde realmente a chance de ganhar é uma entre muitos milhares, milhões. Nela acreditam; até pagam por isso. A maior desgraça mundial hoje, além do vírus, é a ignorância, e que aqui no Brasil há anos contamina nossos dias

The National Lottery Draws - BBC

Tenho tido terríveis crises de ansiedade, que culminam com palpitações, dores de cabeça, pensamentos desencontrados e preocupados, medos e angústias, além de uma revolta especial com ignorantes, que antes até conseguia suportar com alguma paciência, mas que hoje atingem também a minha saúde.  Começo com essa afirmação porque creio firmemente que o momento é de sermos sinceros uns com os outros, trocarmos ideias, sensações.  Que a gente ponha para fora o que sentimos, em prol até de ao menos mantermos um mínimo de sanidade mental.  Estamos – e agora a expressão parece fazer sentido – dentro de caixas, nossas casas, isolados. E mesmo que não totalmente sós me parece que nunca vivemos de tal forma bruta essas sensações todas e elas são totalmente individuais. Difíceis de serem descritas, mas que atingem e por mais que queiramos nos fazer de fortes.

Como você está? – pergunto. Embora não possa ajudar muito e a cada dia esteja mais claro que não temos a menor noção do que realmente ocorrerá nem na hora seguinte, nem no dia seguinte, nem quanto tempo levará. Os inimigos se multiplicam, além do contágio: os boletos chegando, empregos partindo, notícias de um mundo todo em looping contando diariamente mortos às centenas, e especialmente aqui no Brasil a ameaça constante de um governante absolutamente alucinado atrapalhando o serviço de quem está na linha de frente: seus próprios ministros, autoridades em saúde, profissionais, cientistas, imprensa.

Aqui não se trata mais – incrível – de aversão, que é total, de política, direita, esquerda, vitória, derrota, mas chamar a atenção para o caminho que as coisas rapidamente tomarão se mantida essa perigosa toada.  Um presidente que dissemina notícias falsas, que atiça confrontos, que alimenta um gabinete de ódio formado por seus filhos e aconselhadores do mal, próximos. Um homem incapaz de movimentos de união, mas capaz de provocar e comandar atos e pronunciamentos que, se mantidos,  certamente ou levarão a uma insurgência jamais vista ou a uma desumana catástrofe social. Capaz, como o fez agora, de conclamar o país para um jejum (!) religioso quando dele se esperam determinações, sim, mas para acabar com a fome que já faz roncar barrigas entre os humildes, miseráveis, as primeiras vítimas da desorganização nacional empurrada anos a fio.

Não é normal, gente. Algo precisa ser feito, não sei se é possível interdição, camisa-de-força, forçar renúncia ou impeachment. Ou pedir, em uníssono, com panelas, gritos ou o que quer que seja, que se cale. Que deixe em paz quem está no campo da guerra.

Dele não se ouviu até agora uma só palavra de alento, apenas ironias desrespeitando as centenas de famílias já em luto, algumas com várias perdas ligadas entre si.

Dele não se ouviu até agora uma palavra contra os aproveitadores que cinicamente aumentam barbaramente os preços, somem com insumos. Nenhuma de suas ordens veio para acabar com os abusos, ou para proteger quem precisa. Vive apenas de suas próprias alucinações, rompantes, daquela meia dúzia que diariamente vai saudá-lo no cercadinho improvisado do Palácio, criando fatos que alimentam robôs, que por sua vez alimentam a ira dos ignorantes.

Dele não se ouviu até agora nada que preste.

O inimigo é um vírus que se respira, invisível. Ainda indomável e desconhecido, mutante. Nos Estados Unidos já há mais mortes do que no 11 de setembro. Aqui já há mais mortes do que em quedas de Boeings, barragens rompidas, desabamentos, enchentes. É mais do que uma guerra, necessitando armas diferentes, e guerras não escolhem idades. Todos atingidos – inclusive o bem maior, a liberdade.

A situação ainda está em andamento, advertem os especialistas de todo o mundo que buscam correr para conter, evitar o pior quadro que se aproxima, mais crítico ainda em vários locais onde líderes ousaram desafiar a realidade e que agora apenas correm para não serem julgados pela História como genocidas.

Precisamos continuar no jogo.  E para isso marcarmos e seguirmos os passos corretamente, para que não saia ainda mais cara essa loteria em que estamos metidos. Vamos ganhar esse jogo. Todos nós. Dividiremos o prêmio da vida.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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#ADEHOJE – A VOLTA DOS QUE ESTÃO LÁ E O MUNDO TREMENDO

#ADEHOJE – A VOLTA DOS QUE ESTÃO LÁ E O MUNDO TREMENDO

 

SÓ UM MINUTO – Precisou que os brasileiros que estão isolados na China gravassem um vídeo pedindo para serem resgatados para que Bolsonaro percebesse a situação de que o governo precisava mexer o traseiro para fazer algo. Agora estão discutindo se vai avião fretado, se vai avião da FAB e se as pessoas voltam em quarentena, como e para onde, se para alguma base militar, talvez. Falam também que será preciso uma legislação especial.

As bolsas hoje acordam em terremoto… 7% de baixa na abertura chinesa, 8% no fechamento, depois do fim do recesso dele lá. Em compensação, lá, construíram em 10 dias um hospital gigantesco, e mais um, que será entregue em alguns dias. Específico para tratar doentes atingidos pelo coronavírus.

Fronteiras de vários países estão se fechando aos chineses, que vêm sendo alvo de fortes discriminações em todo o mundo.

#ADEHOJE – PRESIDENTE AJOELHADO. APROVAÇÃO DESPENCA MAIS

#ADEHOJE – PRESIDENTE AJOELHADO. APROVAÇÃO DESPENCA MAIS

 

SÓ UM MINUTO – Está caindo a ficha dos eleitores brasileiros. Caindo, não; despencando, fazendo blém blém… A reprovação do presidente subiu de 33% para 38% em relação ao levantamento anterior do instituto, feito no início de julho. A aprovação também caiu: 33% , em julho; 29%, agora.

Mas é por coisas vergonhosas como as falas de Bolsonaro e essa cena de ontem, de fazer corar qualquer pessoa com um mínimo de bom senso. Ver a cena patética do presidente ajoelhado diante de Edir Macedo, da Universal, no babilônico Templo de Salomão, recebendo uma “unção”, e sendo comparado a Deus, dá arrepios e muito mal estar. Isso – esse sentimento de repulsa – vem crescendo de forma anormal entre a população. Pergunta aí. Conversa um pouco. Não é questão de esquerda /direita – mas de ter um mínimo de bom senso.

#ADEHOJE – BOLSONARO CAI MAIS NA PESQUISA E NA CONSIDERAÇÃO INTERNACIONAL

#ADEHOJE – BOLSONARO CAI MAIS NA PESQUISA E NA CONSIDERAÇÃO INTERNACIONAL

 

SÓ UM MINUTO – O presidente Jair Bolsonaro deve estar muito descompensado, para não dizer outra coisa, mais ainda depois da prisão do sargento com 39 quilos de cocaína no avião da comitiva presidencial. No Japão, respondeu grosseiro à primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, que havia criticado a defesa que o Brasil faz da Amazônia. O presidente da França, Emmanuel Macron já avisou que não assinará nenhum acordo comercial com o Brasil caso o presidente Jair Bolsonaro saia do acordo climático de Paris, ameaçando colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre União Europeia e Mercosul. Vamos vr o que o homem que nos desgoverna vai responder a isso. Vocês lembram quando a Dilma tentou ensinar economia para a Alemanha? É cada presidente que a gente tem suportado!

Para completar o mau humor do homem, hoje o Ibope divulgou pesquisa feita a pedido da CNI. Resultado? Claro! Caiu mais ainda aprovação ao governo, foi pra 32%, a mais baixa desde a posse. Agora, olha só, nessa pesquisa, o registro de ruim/péssimo subiu cinco pontos: 27% para 32%…

Também, é TODO DIA – TODO DIA têm acontecimentos lamentáveis. Ê, tosqueira!

 

#ADEHOJE – OS GENERAIS CAÍDOS E A VOZ DO MINISTRO

#ADEHOJE – OS GENERAIS CAÍDOS E A VOZ DO MINISTRO

 

SÓ UM MINUTO – Pré-feriado. Sergio Moro que fala por horas na Comissão de Constituição e Justiça vai ter que fazer voto de silêncio para ter gargantinha, e falar de novo a semana que vem no Senado. A famosa perda de tempo porque quem acha que ele tá certo vai continuar achando e quem acha que ele pisou fora continuará achando. Mas é legal ele ir mostrar firmeza, porque os vazamentos não param. Ontem teve mais um, e aí na conversa que apareceu ele e o MP deram uma livrada na cara do FHC.

Caiu o decreto que flexibilizava o bang bang.

O presidente dos Correios, General Juarez Cunha, chegou ao ponto da fritura e se manda, depois de ter sido torpedeado pelo homem que nos desgoverna. Demorou! Os militares não devem estar gostando desse tratamento: o segundo que cai em uma semana.

O caso do pastor dos 55 filhos assassinado continua: arma foi achada no quarto de um dos filhos. Ainda vai aparecer coisa aí, pode crer.

#ADEHOJE – IDEIAS DO QUE ELE PODERIA FAZER COM A CANETA. POR LÁ EM CANCÚN, POR EXEMPLO…

#ADEHOJE – IDEIAS DO QUE ELE PODERIA FAZER COM A CANETA. POR LÁ EM CANCÚN, POR EXEMPLO…

SÓ UM MINUTO – Bolsonaro disse que tem nas mãos a caneta que pode transformar a Estação Ecológica de Tamoios na “Cancún” brasileira. O lugar que ele quer destruir é um santuário, 29 ilhotas e rochedos, onde vivem animais sob ameaça de extinção como a garoupa, a tartaruga-verde e o cavalo-marinho-do-focinho-longo. Isso, e a Usina Nuclear. Não gosto de ser grossa, mas a situação geral ajuda: me digam o que ele pode fazer com essa tal caneta… Ideias não nos faltarão. Ah, coincidência… É neste local que Jair Bolsonaro foi multado em 2012 por praticar pesca ilegal.

Para completar esse governo do horror, o tal ministro Osmar Terra – pior, com a anuência de Moro – censura pesquisa da Fiocruz sobre a questão das drogas no Brasil. Toffoli tira da pauta a descriminalização. Eles querem manter o status quo dos chefes do tráfico.

Por tudo isso, já nem nos espanta a queda de 0,2% do PIB. O país anda pra trás em política, educação, saúde, economia e comportamento…

#ADEHOJE – MULHERES, POR FAVOR, REAJAM!

#ADEHOJE – MULHERES, POR FAVOR, REAJAM!

 

SÓ UM MINUTO – 37 MULHERES MORTAS APENAS POR SEREM MULHERES – APENAS POR SEREM MULHERES – NOS TRÊS PRIMEIROS MESES DESTE ANO EM SP. Pauladas, marteladas, facadas, estrangulamento, queimaduras… O feminicídio está crescendo muito, vamos reagir! Não sei se é por causa dessa violência de alguma forma maior ainda sendo credenciada e liberada pelas falas do novo governo, se a crise, se as pessoas estão enlouquecendo de vez. Aumentou 76% esse crime no Estado de S. Paulo, com relação ao ano passado. É visível. Por favor, mulheres, homens, se souberem de algum casso próximo a vocês, ajudem, denunciem. As vítimas precisam de todos nós, além das autoridades que parecem ainda não se dar conta da gravidade desse assunto.

A modelo Caroline Bittencourt está desaparecida no mar de Ilhabela depois de o barco onde estava com o marido virar, com as fortes chuvas de ontem

Cai mais ainda a aprovação ao Governo Bolsonaro

#ADEHOJE – CAI, CAI… CAIU. TEM MINISTRO NOVO NA EDUCAÇÃO

 

#ADEHOJE – CAI, CAI… CAIU. TEM MINISTRO NOVO NA EDUCAÇÃO

 

 

SÓ UM MINUTO – Semana começa quente. Cai, cai, caiu, finalmente o indigitado ministro Ricardo Vélez Rodriguez, que só conseguiu produzir bobagens nestes quase cem dias de governo. Será substituído por Abraham Weintraub que, pelo que ouvi até agora, além de bolsonarista de primeira hora, é do mercado financeiro e entende de gestão. Gestão: palavrinha que me da uma certa agonia porque busca representar ação e sucesso, mas que na política tem nos trazido bastante decepção. Mas vamos lá, fé, que o que tem de coisas para serem consertadas no MEC é impressionante.

Outro assunto é a pesquisa Datafolha, que embora retrate o que sentimos claramente – uma decepção forte com o governo de Bolsonaro e suas intenções, o presidente faz pouco caso e nem comenta. Cansando de ouvir quem o defende dizer “deixa o presidente trabalhar” uai, estamos deixando, ele é que se distrai pelo caminho.

  

O NOVO MINISTRO, ABRAHAN WEINTRAUB

 

 

#ADEHOJE – DIA BOMBÁSTICO NA POLÍTICA

#ADEHOJE – DIA BOMBÁSTICO NA POLÍTICA

 

SÓ UM MINUTO – O dia amanheceu quente hoje, e não só por causa das prisões de Michel Temer e Moreira Franco, pedidos expedidos pelo juiz Marcelo Bretas do Rio de janeiro, e para onde Temer foi levado. Logo cedo a PF estava nas ruas, em São Paulo e Alagoas cumprindo mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra acusados de emitir fake News e ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Fora isso ainda há gente que parece que está cego e surdo – não conversa com o povo nas ruas – e ainda insiste em acusar a pesquisa Ibope divulgada ontem de mentirosa. Sim, gente, a aprovação ao governo e forma de Bolsonaro governar está despencando. Ele precisará colocar a economia para andar, se quiser deter essa sangria, mas até agora permanece no Twitter. E a equipe a nos fazer passar vergonha.

ARTIGO – A ilusionista e a corda bamba. Por Marli Gonçalves

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O pior é que essa nossa artista não é nem um pouco competente no setor e o truque se volta para a própria; quem se ilude é ela pensando que nos iludiu e que está tudo certo, arranjado, decidido, controlado, contornado. Até as ordens que dá crê estarem sendo cumpridas. Este circo está na lona.mago-e-ilusionista-imagen-animada-0009

Adivinha. Não se engana a realidade. Resultado: foi parar na corda bamba. Outra imagem seria dizer que a ilusionista está no ringue, nas cordas, onde um adversário encurrala o outro até o nocaute ou o soar salvador do fim do round. De qualquer forma, ambas as cordas tremem; uma bamba, a que pode fazer cair de lá de cima; outra, para onde está sendo levada, perdida, cercada e subjugada pelo adversário. Na verdade, um monte de adversários que brotam da terra que ela planta com total inabilidade. Parece que está mesmo todo mundo querendo desmascará-la, tirar uma casquinha, dar um sopapo, acertar alguma conta, apertar um certo pescoço, descontar alguma desfeita ou vendeta.

Era uma vez um país que vive um momento muito confuso, parece até que está em um muito longo inferno astral, aquele período amargo que antecede o aniversário – e está mesmo, já que comemora 515 aninhos agora, dia 22. Bateu um ventinho que está dissipando a areia que a ilusionista e seu grupo de mágicos jogaram nos olhos da população, que acorda num pesadelo e tanto, com a inflação latindo e correndo atrás dos calcanhares, economia parada e um mar revolto sacudindo a caravela. Uma terra na tanga com as partes à mostra, e com todas as mágicas que faz tempo estavam sendo feitas, os truques, falhando e sendo revelados a uma plateia atônita e neste momento muito brava, indócil, pedindo o dinheiro de volta.

Andamos em tempo de jogo de espelhos e ilusões, com vestidos azuis que podem ser dourados e gatos que ninguém sabe se estão subindo ou descendo a escada. Juízes com leis próprias. Panos sendo levantados e mostrando que cobriam buracos imensos, enormes labirintos de sucção de recursos públicos.

Esse é o momento do país da ilusionista. Nos centros de poder, ratos saem de caixas, em vez de coelhos saírem das cartolas. Cobras botam as manguinhas de fora, nem precisam mais de encantadores. Seus botes são precisos na direção das pombas brancas da paz e liberdade, escondidas acuadas nas mangas, com as cartas, os lenços, e suas cores de arco-íris. Tentativas brutais de retrocesso nos costumes que, ainda crianças imberbes no berçário atrasado, tentam caminhar em direção ao futuro, mas são obrigadas a tropeçar na escuridão da religião, dos dogmas, das proibições, da hipocrisia social.

Os que protestam também se dividem, como aquele serrote que corta a caixa onde a assistente esperneia. Essa assistente acorrentada nos representa – somos muitos de nós, também colados na parede, paralisados, esperando que aquelas facas que arremessam em nossa direção não nos atinjam e dependentes da presteza do atiradores escolhidos sabe-se lá de onde pela prestidigitadora chefe, e que vivem com as mãos tremendo.

2007bO ilusionismo é uma arte que deveria ser respeitada. Diferente do que poderemos classificar como compulsão – as mentiras constantes, tão constantes e tão mentiras que acabam virando a verdade para quem as cria. Assim podemos entender vários fatos recentes, tais como a conta da luz que baixou subindo, o crescimento que encolheu, as economias que gastam mais, as rigorosas investigações que não dão em nada, as ordens para não usarem mais aviões que continuam sendo usados, as críticas que na verdade eram elogios conforme se quis ouvir, os cortes que serão feitos e que cada dia os gastos aumentam. A Pátria Educadora sem escolas. A total transparência de dados que nunca podem ser vistos, como o uso de cartões, ou os contratos para construção de pontes que ligam o nada a lugar nenhum (e que, aliás, nem construídas são, apenas pagas). Exemplos não faltam.

Já que estamos nesse plano teatral e mágico, abrem-se as cortinas e entram os al(k)quimistas, aqueles que não vão racionar a água que é racionada com diversos horários, aqueles que dizem que não há greve de professores e aproveitam para pedir aos pais que não levem os filhos às escolas para que não vejam a greve que não há. Aqueles que não estão chegando, esses.

Para completar o circo, faltava – mas não falta mais – aparecer o homem barbado, o domador de pês, emes, debês e outras feras, além do pequeno aprendiz que decorou um truque de abrir ciclovias e não para de repetir o feito, apontando sua varinha de tinta vermelha para tudo quando é chão. Penso que a holografia possa ser usada no caso, criando também hordas de ciclistas.newman8_e0

Quando eu estalar o dedo, você sai desse estado hipnótico e cai na real. Combinado?

Agora, fica aí se perguntando qual seria o seu papel neste picadeiro. E essa bolinha vermelha no seu nariz?

 São Paulo, 2015hipnose
Marli Gonçalves é jornalista – – Acontece que a gente vai ter, mais cedo ou mais tarde, de trocar essa trupe. Faltam bons candidatos, gente que seja de circo, como diz aquela velha expressão popular. Equilibristas estão sobrando, porque aprendemos rápido.

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