ARTIGO – Quente ou frio? Por Marli Gonçalves

tumblr_o2tf6vpDpe1rjatglo1_r1_500Quando eu era menina, mas se bobear ainda gosto, jogava muito “quente ou frio? “- para qualquer coisa. Você tentava adivinhar algo, ou encontrar um objeto escondido, e se fosse chegando perto, a coisa ia esquentando, pegando fogo… Se distanciasse, ia ficando frio, gelado, glacial! E caíamos na risada. Como é bom cairmos na risada, coisa que há tempos não conseguimos fazer sem culpa. E você, o que acha? Está quente ou frio? Sempre dependerá da pergunta. Do momento. Do que estaremos falando.

Frio! Obviamente me lembrei disso por causa do frio congelante que nesses dias anda batendo aqui pelo Sudeste, Sul, intenso e deslocado de sua estação que ainda aterrissará em breve em nossos ossos, e que se isso tudo já for ela mandando recado antes de chegar vai ser mesmo de doer. Há décadas não aparecia assim, tão real.

Quente! Pleno inverno, mas os próximos três meses serão é ainda bem quentes por aqui com tantas informações surgindo, fatos se sucedendo, artimanhas sendo tecidas em gabinetes e pequenas conspirações orquestradas aqui e ali entre instâncias. Quem consegue dizer o que será, será? Frio!

Quente! Se a gente se afasta do panorama todo, tenta uma visão mais global, vê que parece que estão sacudindo fortemente a bolinha Terra. Se alguma coisa já estava fora da ordem, agora elas estão é totalmente bagunçadas. O clima é só detalhe. Imigrantes gelando nos campos e mares, a candidata norte-americana apelando até para ETs. E a loucura, a ignomínia, o preconceito, o fascismo e seus extremos, outras margens que ainda insistimos em não ver por distantes estarem e alegando outras culturas.

A política e a religião andando juntas estão pondo (de novo) as manguinhas de fora. A política a religião e o comportamento, então, se misturam e espirra sangue fresco, jovem, em todos nós. Malucos solitários exercitando seus poderes e forças, senhores das armas. O terror deixando o suspense no ar, seu cheiro de enxofre e morte como possibilidade de explodir a cada segundo, em qualquer lugar, trazendo dor e a imolação de inocentes. Tudo muito intenso, tanto quando o quente e o frio. Não pode ser banal; nosso coração não pode achar que é isso e acabou – o ódio se alastra, ultrapassa fronteiras. Cada vez mais rapidamente.

Fria. Quando a política é a própria religião, vai virando adoração de ídolos, catequização. Se apega a um dos lados com crença fervorosa, desconhecendo evidências e fatos num fanatismo cego, embandeirado com centrais e camisetas uniformizadas, massinhas. Vozinhas discordantes berrando aqui, ali, abaixando as calças, gritando palavras de ordem sobre resistência, e ainda totalmente alheias à realidade ao redor, o que realmente mais surpreende é que parece que ainda não entenderam o que houve, onde bateram a cabeça. De outro, os símbolos do atraso da mesma forma tentando se adiantar com suas ideias sempre burras e grosseiras. Precisamos sair dessa fria.

A temperatura nos faz lembrar que nunca estamos contentes se é quente ou frio, se é pouco ou muito, ou porque não queremos nada em demasia, ou porque estaremos sempre reclamando e pondo defeitos. É da nossa natureza. Deixar ventando constante um calorzinho soprando na nuca de quem está com a caneta na mão.

Isso é bom. Mas está quente ou frio? Frio. É a tal friaca, a palavra da semana.

“Seja quente ou seja frio. Não seja morno, que eu te vomito”.(Apocalipse 3:15-16)

torcida brasielria frio

Marli Gonçalves, jornalista – Parece distante encontrar o quente que procuramos.

São, São Paulo, 2016

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De: Suplicy. Para: José Dirceu. Recado do Pimenta Neves! “Fica tranquis, que lá dá prá ler”!

Suplicy revela o recado do presidiário Pimenta Neves ao futuro colega José Dirceu

Condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato da jornalista Sandra Gomide, o presidiário Antonio Pimenta Neves aproveitou uma conversa com o senador Eduardo Suplicy, que o visitou em fevereiro, para mandar um recado ao futuro colega José Dirceu. O destinatário só recebeu a mensagem há algumas horas ─ ele e todos os leitores da Folha de S. Paulo que se interessaram pela reportagem, publicada nesta terça-feira, sobre o encontro entre o senador e o homicida ocorrido há dois meses na cadeia de Tremembé. É lá que ficarão hospedados os mensaleiros julgados pelo Supremo Tribunal Federal.

Como o texto se concentra em mais um recurso judicial apresentado pelos advogados de Pimenta Neves, Suplicy primeiro contou como está o amigo assassino: “Pareceu-me razoavelmente bem, dentro do ponto de vista de quem está preso e passa 16 horas por dia na cela”, resumiu. O recado só entrou em cena no nono parágrafo:  “Ele pediu que eu avisasse ao Zé Dirceu que lá não é como ele imagina, que não dá para usar computador ou estudar como ele está querendo. Mas a biblioteca é boa”.

O comandante do mensalão agora já sabe que terá de suspender por tempo indeterminado a atualização do Blog do Zé: o material liberado para os detentos não inclui laptops , notebooks, iPads, tablets e congêneres. Em compensação, poderá usar  o tempo que desperdiça em textos de quinta categoria para melhorar a cabeça carente de leituras e estudos. Como a biblioteca é boa, o guerrilheiro de festim talvez deixe de reincidir em  barbarismos que constrangem até um Lula. Ele continua recitando, por exemplo, que “o PT não róba nem dêxa robá”. Vai aprender na cadeia que o certo é “o PT rouba e deixa roubar”.

fonte: COLUNA AUGUSTO NUNES, VEJA ONLINE