ARTIGO – Segunda Etapa, e lá vamos nós! Por Marli Gonçalves

E salve-se quem puder. Semana que vem. Acredite. Chegou o segundo semestre de 2020 e, se está aí do outro lado, por favor, sorria. Você está vivo, e isso não é pouco visto o que passamos nesses últimos seis meses. E a força que precisaremos para vencer os próximos

Todo ano nessa época gosto de brincar de fazer o réveillon do segundo semestre, na passagem de junho para julho. Este ano, então, vamos fazer assim: nessa hora, à meia noite, uma prece forte pelos milhares de mortos e um agradecimento verdadeiro pelos que estão bem, pelos que se curaram. E por nós, que estamos contando a tal triste história.

Passou rápido. Perdemos muito da dimensão do tempo, esse sempre misterioso contar das horas. Aprendemos. Tivemos e temos medo. Coragem. Ir até ali já é um desafio. Como já vivi muito mais de meio século, dá para dizer: quanta coisa mudou, quantas coisas que jamais imaginaríamos estão acontecendo, aqui, especialmente, e no mundo todo. Quem algum dia pensou em viver uma época assim? Que não poderíamos nos tocar, abraçar, beijar, amar. Que afogaríamos e embebedaríamos nossos corpos (e coisas) no álcool? Em gel. Que temeríamos também o andar da política. Que tantas mentiras novamente nos atordoassem.

E há ainda esse vaivém que a todos nos deixa a cada dia mais confusos. Uma hora pode isso; na outra não pode mais. Autoridades batendo cabeça, cientistas fritando os miolos, as equipes de Saúde tentando controlar o que mais já está claro que é incontrolável, pelo menos por enquanto.

E o combate? Como lidar com os negacionistas, com a ignorância, com a ignomínia, essa palavra que diz tudo?

Como lidar com as pessoas nas ruas que nos pedem ajuda, olhos fundos, muitas esfregando a barriga no lamento para demonstrar que estão com fome, o desespero máximo que poderá se juntar ao frio que anuncia sua chegada pelas bandas de cá?

Não sei dizer realmente se estamos melhores ou piores do que outros países, que todos têm problemas a resolver, mas uma coisa é certa: nesses meses, mais do que em muitos outros locais, aqui estamos guerreando contra vários inimigos, muito além da pandemia, do vírus, das incertezas. Gafanhotos políticos que corroem a democracia, os princípios básicos da liberdade, tentam por abaixo os pilares básicos que construímos tão esforçadamente, picotam a cultura nacional, tentam impor e limitar costumes, e ainda aparecem gatunando onde podem, inclusive nos remédios e equipamentos de salvar vidas, ou na absurda remarcação de preços, na cobrança impiedosa de impostos que não vemos serem aplicados. Na pressão para que quem precisa sucumba ao rebaixamento geral imposto, muitas vezes para apenas quem tem, ter mais, acumularem mais e mais. Levantam poeiras e fumaças para que muitos não consigam avistar qualquer porta de saída. Suas declarações nos ofendem, por acreditar talvez que já estejamos mortos e sem reação. Eles nos cansam, atrapalham nossa concentração para prosseguir.

Depois, correm, doam alguma coisinha aqui e ali, pedem desculpas, clamam pelos céus, se dizem perseguidos e, como agora, buscam parecer até que querem entendimento. Se fosse uma relação pessoal devíamos denunciá-los como espancadores domésticos, do tipo que todo dia bate e depois promete que isso nunca mais vai acontecer. E é só esperar que sempre vem mais. Melhor se separar antes.

Nesse segundo semestre, enfim, será quando saberemos se realmente aprendemos algo, se a solidariedade cantada em verso e prosa será mantida, e se esses dois Brasis – contrapostos –  tão claramente delineados numa descrição perfeita feita pelo jurista José Paulo Cavalcanti em artigo – poderão se encontrar, nem que seja um pouco mais lá na frente para a reconstrução desse chão. Vamos a ele, que ainda tem muito 2020 por aí.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Os normais dias seguintes. Por Marli Gonçalves

 

 À esta altura você já deve ter se dado conta – assim como eu – de como é dura a realidade dos fatos, e que ano após ano a gente acredita que eles vão mudar como mágica à meia noite de um Ano Novo. E assim levamos a vida, dia após dia.

Teve mais uma vez quem pulou sete ondinhas, vestiu branco, saiu carregando uma mala em volta do quarteirão para chamar viagens, comeu lentilhas, chupou caroço de romã. Fora a calcinha, que essa é de praxe. A minha deste ano foi amarela. E a sua? Ah, você usa cuecas? Coloridas? Acredita que já tentei praticamente de todas as cores nessa longa vida? Testei até não usar. Nunca veio, nem o amor da vermelha, nem o dinheiro da amarela, nem…  Esse ano para o ano que vem, andei pensando, vou tentar a verde, da esperança. Qualquer coisa direi que estava lutando pelo meio ambiente, contra o aquecimento global, pela legalização, coisas assim…

 Tem também a de acender velas, tomar passes, oferecer oferendas, de não comer nada que cisca pra trás, e o que mais? Banho de ervas? Roupa nova? Estourou uma champagne, viu a rolha voar, com aquele estampido bom, abraçou e beijou quem estava por perto, e assim foi a tal noite feliz – sempre acho que é essa a Noite Feliz, não a de Natal, sempre mais envolta em tristezas.

Espero que não tenha acreditado na possibilidade de fogos de artifício não terem barulho. Balela! Só o dia que forem apenas virtuais, projetados, e acredite, a gente vai odiar. Nada como vê-los como são, sempre foram, explodindo em cores, formatos – aquele momento, aqueles poucos minutos especiais em que viramos crianças de novo.

Fez lista de decisões? Escreveu ou ficou só na cabeça, na intenção? Aliás, já pensou ou olhou para ela nesses poucos, mas longos dias, que já correram e ocorreram de forma assustadora? Devo perguntar ainda se já desistiu de algum item e sacou que tinha exagerado, exigindo muito de você mesmo. Acontece. A gente se promete cada coisa!

Ano após ano parece que tudo se acelera, e que os efeitos de Ano Novo estão cada vez mais efêmeros. Antes, aliás, costumava-se dizer por aqui que o ano só começava depois do Carnaval, mas já faz algum tempo que isso mudou, creio que desde que a globalização se instalou de vez entre nós, fazendo o país acelerar para não ficar mais trás ainda do que já está. Fica aí esperando, sem fazer nada, trabalha não, pra ver se as coisas caem do céu.

Bem, você também já ter conferido: que eu saiba, não ganhou a tal Mega da Virada. Esse ano, joguei – e eu nunca jogo na loteria, mas a mulher do horóscopo falou que podia ser, que havia propensão, probabilidades. Não custava nada acreditar. Um ponto, e olhe lá, em cada aposta.

Enfim, as rédeas do destino a gente até segura, mas o cavalo empina sempre em mais direções do que a vã consciência pode explicar. Passou a meia-noite, e já na outra meia-noite estávamos preocupados com o luto da guerra, com o que os dirigentes mundiais se divertem, com os botões que apertam, as ordens que gritam, com as bobagens que proferem aos borbotões, isso sim. Descobrimos ou lembramos que não somos os únicos agentes de nossos caminhos, onde inclusive andamos deparando com tantos seres do mal que dá vontade de nem sair de casa e passar o ano é gritando socorro.

Aguenta firme aí, temos mais 50 semanas. E pelo que já vimos, assunto não vai faltar.

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#ADEHOJE, #ADODIA – DESEJOS. FELIZ ANO NOVO!

#ADEHOJE, #ADODIA – DESEJOS. FELIZ ANO NOVO!

Hoje passo aqui para desejar paz a todos. Saúde, alegria, amores, prazeres, paixões. Começamos agora em 2019 um novo tempo para o Brasil. Vamos enfrentar com otimismo, resistência correta e torcendo para que haja responsabilidade da parte de todos os envolvidos.

Agradeço a todos pela audiência, peço mais uma vez que se inscrevam no Canal no YouTube e nas minhas redes sociais. Continuarei fazendo de um tudo para todos os dias estar aqui, só um minuto, mas com vocês. Já é 2019 em algum lugar do mundo, aliás, em muitos, e nós vamos que vamos.

FELIZ ANO NOVO!

Feliz Ano Novo!

 

#ADEHOJE, #ADODIA – FIM DE ANO É BEM LOUCO

#ADEHOJE, #ADODIA – FIM DE ANO É BEM LOUCO

Chega essa época, estamos cansados, loucos pra ver se vira e se vira algo bom. Hoje nossa conversa é sobre os desejos que as coisas melhorem, progridam e que possamos conversar mais sobre boas notícias. A cor é laranja, porque dela viria sabedoria – daí os monges usarem. Onde estiverem que estejam felizes.