ARTIGO – Retrospectivas e retroescavadeiras. Por Marli Gonçalves

Final de ano e elas, as famosas retrospectivas, já começam a pipocar, tenebrosas, tenebrosinhas, especialmente se lembrarmos o que passamos nos últimos quatro anos, somando o desgoverno, a pandemia, seus efeitos, as dúvidas que permanecem sobre o que vem aí, como vai ser

Hindsight Bias: Why You Make Terrible Life Choices - Nir Eyal

O sininho que toca é a música com os artistas saracoteando nos intervalos da programação. “Hoje é um novo dia” …Nas ruas, desta vez meio confuso até na 25 de Março e dividindo espaço com a Copa, o Natal tenta se infiltrar, misturando em pinceladas o seu vermelho com o verde e amarelo igual teve de ser nas eleições. Já não são mais muitas as luzinhas chinesas piscando nas janelas e que enfeitavam a cidade, as varandas e jardins, trocadas por bandeiras. Aqui perto de casa, a rua chique está enfeitada com uns parcos anjos com rabinhos em forma de sereia, até singelos perto das decorações que já vi. Uns carregam pacotes; outros, corações. Parecem tímidos, meio apagados. Econômicos, como sói ser nesses tempos bicudos.

Até o Papai Noel dos shoppings agora é mais magro, contido, rendido ao mundo digital e politicamente correto, sem crianças no colo. Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago, as graciosas renas, andam postas de lado, talvez até para não criarem mais polêmicas, a marca desses tempos, em que tudo é muito discutido, embolado, cancelado. Chato.

Não demora, ela vem, não tem jeito: ao lado do especial do Rei, a chamada para a retrospectiva jornalística, desconjuro! Mais perdas, mortes, acidentes e acontecimentos funestos a serem recordados em takes bem escolhidos, o que nos faz tentar ficar bem longe porque a memória recente é viva. Mas as quimeras todas, essas, as pessoais, as nossas retrospectivas particulares, começam a se apresentar. Nos cobramos por tudo, começamos a prometer fazer tudo diferente no ano que vai entrar, tentando planejar as coisas como se isso fosse possível.

Com elas, o medo, a lista de sonhos abandonados, e também chega o otimismo e crença que daqui pra a frente tudo vai ser diferente, “você vai aprender a ser gente, seu orgulho não vale nada, nada!” …

Ok, sei que retrospectiva é só do ano que se despede, mas no caso nacional ele soma os últimos, suas consequências, as quais infelizmente ainda sentiremos queimando na pele nos próximos tempos. Como vai ser?

E as retroescavadeiras? – você pode estar se perguntando. Apenas um registro. Aqui em São Paulo elas estão vorazes e barulhentas em todos os locais, bairros, esquinas. Derrubam o passado sem dó, com poucas tacadas, dando lugar a stands de venda tão luxuosos que a gente acha até que são eles os próprios imóveis que estarão no lugar. Impressionante. Não dá para ficar uma semana sem passar em um local – quando volta, a sua memória, sua retrospectiva, o que viveu ou viu ali, simplesmente sumiu, do dia para a noite, não precisou nem passar o ano. Meu medo é essa surdina. Essa transformação acelerada, sem eira nem beira.

Mas vamos que vamos. O show não pode parar. “…Bom é ser feliz e mais nada…”

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Recordações, referências e revisões. Por Marli Gonçalves

Recordações despertadas por gatilhos. São lances de memória que explodem junto com os fatos e as coisas do presente, esse momento que logo vira passado, tão efêmero que é. O passado é assentado em algum lugar da memória, volta em golfadas. O futuro, ah, este é sempre o daqui a pouco.

Deve haver alguma gaveta, caixinha, miolo, não é possível que não seja assim, onde guardamos algumas lembranças, as especiais, que ficam arrumadinhas lá dentro até que algo acontece no caminho da vida, vira a chave e a abre, de lá retirando e nos fazendo reviver vividamente o outrora, seja bom, muito bom ou ruim, muito ruim. Esse gatilho chega com tamanha intensidade que é incontrolável. E só seu.

Aí está a questão que me incomoda não é de hoje. De alguma forma estas lembranças estavam guardadas também com outra pessoa ou pessoas que as viveram ou presenciaram. Deveríamos poder sempre consultá-las quando vêm à margem, de forma que pudéssemos checar se na tal gaveta onde guardadas estavam se modificaram, perderam ou ganharam sentido. Daí necessitar de referência.

Estou perdendo todas as minhas referências, e esse vazio – com o passar dos anos – causa uma profunda angústia. Muitas dessas pessoas partiram, e levaram com elas a possibilidade de comprovação de muitas coisas que eu contaria, por exemplo, em uma autobiografia que um dia talvez ousasse escrever. Chego a ter um pouco de inveja de quem tem mais amigos das décadas de vida. Tenho muito poucos e os mantenho como se fossem joias, mesmo que distantes. Triste que em cada uma das décadas que vivi alguns dos principais coadjuvantes foram levados. Várias formas. Muitos, nas epidemias, de Aids; agora nesta que vivemos de forma tão dolorosa nos últimos três anos. E agora? Quem vai me ajudar a recuperar com mais precisão as aventuras de vinte, trinta, quarenta, cinquenta anos atrás?

Já os amores, alguns desses foram levados pelo vento, ainda nem lembro bem porque ficaram pelo caminho, por melhores que tenham sido no seu tempo. Os terríveis, e os vivi, sou eu mesma que tento assassinar de novo a cada lembrança nas vezes que chegam para a revisão. Alguns, muito bons, estão por aí ainda, mas não posso acioná-los, embora até devesse, por considerar que jamais deveriam ser esquecidos por nenhum dos lados como a mim parecem agora estar sendo – tal a intensidade, forma e o tempo de sua duração.

Tudo isso para dizer que também, igual você talvez, andamos perdendo muitos outros tipos de referências, Gal Costa, Erasmo Carlos, para citar algumas, e as suas mortes funcionaram como as tais chaves que guardavam as gavetas que se escancaram ao ouvir as melodias e letras que embalaram nossa existência em várias fases da vida. Elas escavam o passado sem qualquer controle possível.

Me vi esses dias com pouco mais de nove anos de idade, nas areias da praia de José Menino, em Santos, percebendo quando ocorreu o meu primeiro amor, e o quanto foi platônico. Lembrei o nome! Ivo. Vejam só. Era o namoradinho de uma amiga minha, mas desta não recordo de jeito nenhum como se chamava. Adivinhem, claro, qual música – aparecendo na biografia de Erasmo – despertou e resgatou esse sentimento com todas as sensações daquele tempo tão longínquo e esquecido até essa semana.

Não sei se já contei, também, que passei minha infância ali na Rua Augusta, que era o caminho dos ídolos da Jovem Guarda e todos seus amigos a caminho da então gloriosa TV Record. Quando podia, esperava na porta do prédio que eles passassem em seus carrões. Absolutamente apaixonada pelo Ronnie Von, “Meu bem” (Hey Girl), fazia questão de manter os cabelos lisos e compridos, com uma franja que jogava igual a ele quando cantava, alguns devem recordar exatamente esse movimento; era o príncipe dos sonhos naquele momento. Até há bem pouco tempo, inclusive, ainda me sentia intimidada quando – já bem crescida- o encontrava pela cidade.

Vejam só como eram belos e perenes os ídolos de outros tempos, e o que explica a comoção causada com as suas partidas. E como é grande o medo de continuar perdendo os meus próprios registros pelo olhar de outros. A torcida continua. Aquela. Vocês sabem qual.

https://youtu.be/_SpOyKv02rg

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MARLI GONÇALVES – Foi lindo respirar o ar da torcida pelo Brasil, a primeira vez em anos que pareceu todos torcerem em uma só direção, sem divisões. Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Torcida. Por Marli Gonçalves

Torcida. Por isso. Por aquilo. A gente vive torcendo, uma loucura, nem que seja pra chegar ao fim do mês com as conta pagas. Pelo time, país, melhorias de vida, por amor. Torcida é difícil de ser medida, a não ser quando visível ou em movimento em estádios, nas ruas, nas redes. Mas quase nada é tão dilacerante e solitário quanto a torcida pela recuperação de um amigo ou ente querido.

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Vai ter torcida sim, claro, que o Brasil tem tradição e dias de Copa do Mundo costumam ser especiais, divertidos, diferentes, seja aqui ou lá no Oriente. É só começar, a bola entrar em campo, o primeiro gol. Lembra? O país é repleto de conhecedores, palpiteiros, críticos e técnicos de futebol. A Seleção entra em campo, o Hino Nacional vai ser entoado e aqui e lá estaremos nós, audiência alta, mão no peito, errando a letra, comentando o cabelo e as tatuagens dos jogadores, esperando refrões à capela dos que estarão presentes. Por alguns dias serão esquecidas as pendengas eleitorais, e até o enjoado sequestro do verde e amarelo nos atos antidemocráticos. Basta um golzinho. Um golzinho só.

Também ali não teremos, no fundo, exatamente como interferir. No dia, no calor, no humor dos jogadores, condições físicas, no time adversário, nas sacanagens, faltas, decisões dos juízes, escalações, VAR.  Se vai ter protesto, quem vai ser notícia se desrespeitar as rígidas leis e mandos da cultura local. O pacote completo entra em campo e minuto a minuto dos 90 regulamentares será o olhar a movimentação no campo. O time todo representará o país, juntando corintianos, flamenguistas, palmeirenses, vascaínos, são-paulinos, atleticanos, etc.  – trocam as bandeiras por uma só. O barulho da torcida será a motivação, o empurrão, e assim vamos até onde der.

Mas cada um de nós tem uma torcida paralela, além do futebol.  Um “tomara”. Algo que almeja, preocupa, pede aos céus. Algumas dependem de esforços nesse sentido, trabalho. Poucas, contudo, dependem tanto de fé quanto quando um ente querido cai doente, internado, dependendo de cuidados, eficiência de medicamentos, reação do organismo, controle de órgãos vitais. Dependem de Ciência, médicos e equipes, e enfim e ao cabo dos desígnios de Deus. Ou, do que seja lá de qualquer fé se professe.

Não é a primeira vez que me vejo nessa torcida por alguém fundamental em minha vida. Aconteceu com minha mãe, com meu pai, com o drama vivido no passado por alguns melhores amigos. Décadas de vida já me deram algumas vezes essa experiência difícil e  me fizeram entender o quanto somos nadas,  frágeis e incapazes nesse momento, para tudo o que apelamos, queimando velas, orando, enviando energias e pensamentos positivos que se renovam e se esgotam revezando no baile dos dias, das horas e minutos, em que cada vitória é comemorada mais do que gol; cada derrota, um pênalti perdido ali na boca do gol, e a gente xinga bactérias malditas de tudo o quanto é nome. A seleção em campo nessa luta trocada a cada plantão.

Seguir firme, ansiando e esperando informações que não chegam – e comemorando isto por conta da velha lógica de que notícia ruim chega logo, chega antes. Toda uma vida passa diante dos olhos nessa torcida que, embora individual, se soma de forma muito bela, emotiva e carinhosa a todos os outros amigos que estejam onde estiverem –  e são muitos – preocupados, querendo fazer algo, buscar o inatingível, emanar solidariedade, diariamente buscando a conquista da taça mais importante do mundo nesse momento: a alegria da volta do jogador ao campo de batalha onde os seus feitos e histórias marcaram ou modificaram profunda e particularmente a vida de cada um de nós, e que esteve ao nosso lado sempre que precisamos.

Todos, juntos, viramos Maracanãs repletos. Ou, melhor, no caso específico, um Itaquerão, torcendo por um de seus mais fiéis corintianos.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Sonhos, quatro linhas e transição. Por Marli Gonçalves

Acordei esgotada de passar a noite inteira sonhando que estava arrumando malas e sei lá para onde é que era para ir. Vocês já tiveram sonhos desses, de noite inteira, de sonhar contínuo? Acordar, voltar a dormir e continuar com o mesmo sonho, quase um delírio?

SONHOS
 AVENIDA PAULISTA, 29 DE OUTUBRO DE 2022

Pois foi isso que me deixou encucada. Primeiro porque é bem difícil eu lembrar com o que sonhei; segundo, porque inacreditavelmente lembro de ter praticamente arrumado e repassado o meu armário inteiro – e isso é muito. Ou seja, tudo o que tenho passou na minha mente, guardados de décadas, outras para lembrar dias e emoções – sim, a roupa que estava em um dia ou outro importante, amoroso, quase um museu particular. Coisas para doar, cores, casacos, calcinhas rotas até. Eu ia separando e arrumando tudo num movimento sem fim. Não foi por menos que acordei cansada.

Aí me toquei: ressaca eleitoral, só pode ser. Fiquei muito traumatizada com uma pequena saída que dei dia 2 de novembro, no feriado, dois depois do término das eleições. Andei dois quarteirões até o supermercado e vi um monte de gente muito esquisita lá dentro e perambulando pela rua iguais aos viciados da Cracolândia. Zumbis. Não estavam enrolados em cobertas de lã, mas com a bandeira nacional, a coitada vilipendiada. Traziam pela mãos criancinhas, que depois vi também serem usadas como escudos nos bloqueios das estradas.

Já não estava com bom humor, admito, depois de ter passado a noite anterior inteira tentando dormir ouvindo estouros de rojões, muitos, centenas, um atrás do outro, som que vinha ali dos arredores do Parque Ibirapuera, de onde moro há uns três quilômetros de distância. A noite inteira. Se foi inferno para mim, imagino o que assustou a fauna do parque.  Pensei que tipo de comemoração seria aquela, até pela manhã saber que havia uma reunião desses zumbis pedindo intervenção militar, negando o resultado eleitoral, marchando e entoando palavras estranhas diante do quartel – o mesmo onde dezenas de pessoas foram presas e torturadas e mortas durante a ditadura militar. As bombas vinham de lá. Creio que eles tinham comprado para comemorar a eleição do coisinho e como ele dançou foram usar para gastar e perturbar. Mas devia ser um caminhão, um caminhão de pólvora. Quanta comida daria para ser comprada. Mas eles quiseram fazer barulho, perturbar, sentirem-se fazendo guerra.

Fiquei mal mesmo, de verdade. Doente, de cama. Depois acompanhando os movimentos pela tevê, os bloqueios e a violência, só piorei. E a pergunta que faço há meses continua. De onde saiu essa gente? Vocês devem ter visto nas redes os compilados e gravações desses movimentos em todo o país juntando grupinhos de alucinados quase se auto chicoteando, se imolando, alguns de joelhos rezando e gritando, outros marchando para lá e para cá irradiando ódio. Todos de verde e amarelo batendo no peito como se fossem só eles os patriotas. Um movimento claramente incentivado e organizado dias antes das eleições.

Porque natural, ah, natural não era! Natural mesmo foi o mar de gente tomando a Avenida Paulista cantando e dançando feliz durante toda a noite depois do resultado oficial, sofrido, mas vitorioso para quem não aguentava mais esses quatro anos de ataques e retrocessos.  Também moro perto, há um quilômetro, do MASP, na Avenida Paulista e daqui de casa ouvi a repercussão da festa. Depois, na madruga, dava pra escutar até o show da Daniela Mercury, de quem não gosto nada, mas achei até legal ficar ouvindo daqui da janela. Combinou com a festa toda. Natural também já tinha sido no sábado, e este movimento eu presenciei, dia anterior ao segundo turno, a mesma Paulista ocupada por milhares e milhares de pessoas de todos os tipos acompanhando o último evento da campanha de Lula e da Frente Democrática. Todos sorriam, se cumprimentavam, cantavam, num clima realmente de confraternização. Uma diferença enorme.

Começamos então a ouvir falar da transição de governo e agora entendi meu sonho desta noite. Simbolicamente estava arrumando minhas malas para esse novo tempo. Bem sei, nem vem! Não é que muita coisa vá mudar mesmo, estou acostumada com a política, e já dei muita risada com o Centrão imediatamente abandonando a barca e tentando subir nesse outro governo.

Mas outras cores – todas, na verdade, o arco-íris – chegam e podem ser usadas. Sem medo de ser feliz, sem o ódio e a ignorância que se incutiu nas mentes de forma tão deplorável e ignorante como o fez o tal bolsonarismo.

Ufa! No meu sonho, então, me preparava para outra viagem: a de novamente continuar a ser oposição, como já disse, a tudo o que for ruim, esse o papel da imprensa. Conheço bem os perigos dos tais ídolos de barro.

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marli - apostaMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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SONHOS

AVENIDA PAULISTA, 29 DE OUTUBRO DE 2022

SONHOS
AVENIDA PAULISTA, 29 DE OUTUBRO DE 2022

ARTIGO – Estamos numa fria. Por Marli Gonçalves

Entramos e estamos numa boa fria, numa gelada, num enorme saco sem fundo. É tanta coisa acontecendo de esquisito, de ruim, e sem que possamos resolver de vez ou tomar medidas rápidas e objetivas – a solução não está só em nossas mãos, mas na de todos e em tantas mudanças e acertos – que só resta, sei lá, espirrar. Espirrar com muitos desses culpados de nossa frente

Saltos, piruetas, manobras espetaculares no asfalto, nos tatames, no mar, fôlego na piscina; as mulheres arrasando, a garotinha em cima do skate, a outra bailando com movimentos precisos bem na cara de suas próprias dificuldades. Orgulho, vitórias, e não só, também as derrotas, trouxeram distração para mais de 100 metros nas notícias e madrugadas olímpicas. Vimos novamente, felizes – mesmo que por instantes – a bandeira nacional tremulando sem que ela nos causasse essa certa repulsa que tanto fizeram que conseguiram nos fazer dela até enjoar nos últimos tempos.

Soubemos das incríveis lutas e histórias de superação dos atletas – os vimos felizes e também desolados quando ficaram pelo caminho em suas modalidades. Pelo menos ali acompanhamos um país se esforçando, lutando para se firmar e melhorar. Temos mais alguns dias para acompanhá-los e torcer.

Mas agosto está aí, sempre teremos agosto. E já está vindo embalado pela pandemia que continua matando muito mais de mil pessoas por dia e querem que isso pareça normal, quando vemos outros países indo e voltando de medidas restritivas nesse vaivém estonteante. Aqui, o pimpão prefeito do Rio de Janeiro, por exemplo, decretou que vai estar tudo bem até o outro mês e até já marcou feriado e festa. Uma vergonhosa corrida de Estado contra Estado, cada um querendo parecer melhor que outro, em campanha aberta, como se não bastasse o furdunço que virou o Governo Federal.

Às vezes acho que a água que os dirigentes e responsáveis pela condução do país tomam contém mesmo alguma coisa a mais – só pode ser. Não atingimos ainda nem os 20% de imunizados com as duas doses. Há ainda um inacreditável número de pessoas contrárias às vacinas ou que não voltaram para a segunda dose, quando necessária, como o é para a maioria. Ainda vemos quem tenta escolher qual marca tomar – e muitos desses estão tombando pelo caminho. O Ministro da Saúde ousa proclamar vitória e ações do governo, como se não tivéssemos já quase 560 mil mortos e mais de um ano e meio de pandemia muito mais cruel por causa dos erros deles.

Agora, as aulas vão voltar – e não se tem a menor ideia de como resolveremos os sérios problemas da Educação, da evasão, do atraso no ensino. O Ministério? Além de uma fala maluca do ministro, outro batendo no peito por feitos não feitos, pôs no ar uns anúncios moderninhos. Volta também o showzinho diário da CPI que, quando acabar, teremos um relatório enorme, e precisaremos torcer muito é para que ele não vá dormir em alguma gaveta.

Quem chacoalhou esse país para ele estar assim tão dividido? Quem abriu a tampa do bueiro para tantas absurdas ignorâncias? Um queima o Borba Gato; outros vêm e jogam tinta vermelha nas homenagens a Marighella e Marielle. O fogo queima nossa memória. As mentiras e notícias falsas se espalham e ecoam. O presidente monta um circo para dizer o que já sabíamos de suas acusações sobre as eleições – que ele não sabe de nada, não prova nada e isso é só mais um assunto para manter o percentual cada vez mais baixo de quem o segue, ainda achando que ele presta, mesmo vendendo seu mísero poder para outros míseros carrapatos que grudam em tudo que é governo, seja de qualquer lado do colchão. Não adianta virar, desvirar, por ao Sol.

É inverno e até o frio intenso e recorde que há muito não aparecia ataca o Sul e o Sudeste, expondo nosso total despreparo para qualquer situação extrema e a miséria que grassa nas ruas que acomodam friamente mais milhares de recém-chegados. Os preços disparam, sem controle, enquanto turistas fazem horrorosos bonequinhos de neve e a geada acaba com as plantações.

Estamos mesmo numa fria na qual entramos sem saber ainda como sair dela, estranhamente escaldados.

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MARLI - cgMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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#ADEHOJE – NOSSAS VIRADAS. E AS DESELEGÂNCIAS DELES.

 

#ADEHOJE – NOSSAS VIRADAS. E AS DESELEGÂNCIAS DELES.

SÓ UM MINUTO – Está tudo tão esquisito no mundo que até a gatinha mal-humorada, a Grumpy Cat não resistiu, morreu essa semana, nos EUA. O frio chegou por aqui. Em São Paulo, a Virada Cultural promete, com Lua cheia azul e tudo.

Zé Dirceu volta para a cadeia. Bolsonaro faz mais uma deselegância, desta vez com um estrangeiro oriental que encontrou no aeroporto.

Flávio Bolsonaro continua pulando miudinho para explicar o que fez nos verões passados quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Saíram as convocações das seleções para a Copa América , mas especialmente para a Copa do Mundo feminina, que vai ser o grande barato para a gente torcer em junho. Viva Marta, a rainha do futebol!

 

 

 

#ADEHOJE – VENEZUELA, CARNAVAL, LOUCURA

#ADEHOJE – VENEZUELA, CARNAVAL, LOUCURA

 

SÓ UM MINUTO – Não sei se vocês estão se sentindo assim- divididos. Ao mesmo tempo, o que podemos fazer, a não ser torcer muito para que as coisas derem certo? A situação nas fronteiras da Venezuela estão bem tensas, não se sabe ainda como chegará a ajuda humanitária. Já houve confrontos ontem, que deixaram mortos e feridos, e hoje já há manifestações violentas. Bem, as ruas de São Paulo estão tomadas pelos blocos e vou sair para ver os que passarem pelo centro, que são mais diversificados. Como diria aquele ditado, um olho no peixe; outro no gato. Uma na Venezuela; outro no Carnaval. Não sabemos mais nem se podemos ficar alegres.

#ADEHOJE, #ADODIA – TRISTEZAS E INSEGURANÇAS

#ADEHOJE, #ADODIA – TRISTEZAS E INSEGURANÇAS

SÓ UM MINUTO – Que momento triste! Com a gente pode até opinar? Não há qualquer graça ou humor nos fatos que presenciamos. Apenas angústia, tristeza e a verificação de como o país está, infelizmente, em frangalhos e tão frágil. No momento em que gravo já passam de mais de 6 horas a cirurgia de Jair Bolsonaro para a retirada da bolsa de colostomia, no Hospital Albert Einstein. Os médicos haviam dito que em três horas, tudo ficaria bem. Estou bem cansada de tantas mentiras. Tomara que não haja intercorrências. Quanto a Brumadinho, parecemos caipiras esperando os gringos virem ajudar, como se fosse possível resgatar os mais de 300 desaparecidos atolados em 15, 20 metros de lama tóxica. Que os fantasmas puxem os pés deles, dos culpados. Eternamente.

#ADEHOJE – O PAI VIAJOU. FILHO ENROLADO FICA PULANDO MIUDINHO

#ADEHOJE – O PAI VIAJOU. FILHO ENROLADO FICA PULANDO MIUDINHO

 

SÓ UM MINUTO – O presidente Jair Bolsonaro já está na Suíça para o Fórum Econômico, em Davos, um dos mais importantes encontros internacionais, e que abre chance para o Brasil ser visto e reconhecido como player no cenário. Bolsonaro deverá fazer amanhã, terça, 22, um discurso que se espera positivo. Nós rezaremos para que assim seja. Ele falará em defesa da democracia e das reformas por aqui; dirá que o país está aberto a investimentos. Deverá citar a participação brasileira na ajuda à Venezuela, contra Maduro, considerado agora como presidente ilegítimo. Sergio Moro, o paladino da Justiça, e o Paulo Guedes, o super super ministro da Economia estão por lá para apoiar.

Enquanto isso o Filho do Capitão, Flávio Bolsonaro, fica por aqui pulando miudinho tentando explicar movimentações financeiras milionárias em suas contas bancárias e que cada dia parece mais enrolado.

IMAGEM ABERTURA; PRESIDENTE JAIR BOLSONARO COM O FILHO QUE LEVOU JUNTO, EDUARDO BOLSONARO, NA PORTA DO AVIÃO, INDO PRA DAVOS, SUIÇA


ARTIGO – Bola rolando solta. Por enquanto. Por Marli Gonçalves

 E a gente esperando gols. Pode até ser que em algum campo lá da Rússia ainda saiam alguns, mas aqui na terrinha, quanto mais o tempo passa, maior fica a aflição de como definir qual seleção entrará no campo político ano que vem.

 

 Toda hora lemos o resultado de alguma dessas pesquisas “geniais”, que viram pano para manga para as discussões estéreis. As mais cotadas são sempre as que falam dos candidatos que estariam na frente. O engraçado é que sempre aparece aquele,  o que já foi, mas não é, não poderá ser, e que anda preso. Seguido pelo outro, a ameaça, verdadeiro terrorismo, o contraponto, aquele sem noção que – sabe-se Deus, literalmente, em quais alianças se fia – está nessa disputa sem ter feito até agora nada que preste em seus, anote, sete mandatos na Câmara Federal, esquecendo o tempo em que “nasceu” como vereador no Triste Rio. Sete! Sete vezes quatro, igual a 28 anos. Nada. Só sandices.

Tenho a impressão que as pessoas estão mesmo muito doidas, querendo jogar tudo para cima, bem pro alto, que se exploda tudo, se é que me entendem, que não posso usar termos chulos. O que dá pesquisas que mostram que 62% dos jovens querem deixar o país. Se querer fosse poder, ah, também quero. Mais, eu mesma tenho exemplos de amigos que ultrapassaram os 60 e não só queriam como já estão lá, morando fora, o que exige uma coragem superior em muito à dos jovens.

O perigo é maior entre os que se dizem desinteressados, que escutam o galo cantar soluções bruscas em obviedades e nelas acreditam.  Violência? Bala neles. E aí vemos como normais as balas agora vindo até de cima, dos helicópteros, oficiais, sangrando e matando crianças a caminho da escola? Fora a hipócrita e mascarada reação moralista ao avanço da sociedade civil em questões da natureza humana que jamais serão brecadas; eles podem achar que sim, que há “cura”, que a moral deles é que é a boa. Não, queridos, essas partidas vocês perderam. Sinto muito. Olhem para os lados.

Mesmo entre pessoas de nível médio, cansadas do dia a dia de revelações sobre corrupção, roubos, e às voltas com uma difícil sobrevivência como estamos em tempos de crise, o desatino é grande. Como se pudessem se livrar das responsabilidades. Quem fala mais grosso, acham, pode nos ajudar, como se assim fosse, acima da lei, da organização social, da geopolítica. E, principalmente, acima do bom senso que parece estar proibido de entrar nessa partida. Nossa sociedade mal preparada, uma ampla maioria sem informação, sem estudos, sem compreensão dos fatos,  pode nos levar, sim, mas a um desastre ainda maior e de difícil conserto. Agora, as tais pesquisas apontam que o placar final poderá ser decidido por mulheres de baixa renda.

Às vezes também acho que essas verificações de opinião, dependendo do momento, podem produzir o paradoxo: fake news verdadeiras. Correm para onde o vento sopra, mas com um ventilador ligado. Fico impressionada com a falta de qualidade dos questionários – verifiquei isso todas as vezes em que fui “pega” para responder algum deles. Os de faculdade, então, em geral são totalmente embandeirados, e os pesquisadores jogam cumprindo tabela.

No meio do campo, a bagunça é geral. As divididas, então, nos deixam mais caídos que o Neymar. Porque se antes eram duas, agora as torcidas estão esfaceladas e pior: mais rachadas no campo dos gols possíveis, ao centro e à esquerda.

Quer saber? A bola está rolando mesmo muito solta por enquanto. O que preocupa, se não poderá ocorrer o pior. Uma vitória por W.O. – já que estamos tão preocupados com futebol.

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Marli Gonçalves, jornalista – Estou aqui fazendo aquele sinal que pede o tal árbitro de vídeo, o quadrado riscado no ar. Quero ver o que vai acontecer quando a campanha começar de verdade na tevê.

marli@brickmann.com.br  e   marligo@uol.com.br

Brasil, 2018

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ARTIGO – Um grito parado no ar. Por Marli Gonçalves

getoutUm, não. Vários, muitos, um monte, entalados alguns deles. A boca seca, olho arregalado, o coração inquieto, descompassado, certa aflição, aquela inquietude de nada estar bom, nem lugar algum ser exatamente confortável, vontade de ter o dom da previsão. Só parará quando gritarmos Gol! Só que outros gritos e gritas gerais e danadas também virão, especialmente se a bola não entrar na rede tanta vezes quanto necessário

Gritos qugritando na tribunae se somarão a todos os tipos e formas de protestos dos últimos tempos, tão variados, diários e constantes que parece algo, um pote. Destampado, uma vez iniciado o que expele, não acabará tão cedo o vazamento. Temo especialmente que seja feita, inclusive, qualquer tentativa de tampar esse pote, sufocar esses outros gritos. Que Deus não permita isso nem em leis, nem em golpes, nem em palmadas ou pancadarias.

Fico ouvindo o povo comentar que não vai torcer pelo Brasil, ou que vai torcer contra e acho engraçado como as pessoas mentem sem nem saber mentir direito. Claro que vai se esticar para ver – nem que seja o rabicho do olho, de esgueira. Ou vai sumir para alguma caverna, fazer uma viagem de submarino, meditar no Tibete, uma vez que a Copa é do mundo, e esse mundo todo é bem chegado ao futebol. O que faz tão difícil apenas concluir que o problema é a Copa, desta vez, ser aqui? E que a maioria de nós, infelizmente, só notou agora a burraldice de termos nos candidatado como misses nesse concurso. Acabamos ganhando a faixa, com nossas belezas e gingar. Acostumamos há décadas a torcer, sim, muito, mas com outros pagando a conta geral, e nós, apenas convidados.huge.2.10733

A conjunção astral, no entanto, não está para peixe, nem para tatu-bola, bolinha ou fuleco. A econômica, então, nem se fala. Só pode ser sentida e vocês sabem bem onde o sapato de cada um vem apertando o calo. Os nervos estão tão à flor da pele que até astrólogo, se prever algo de que “eles” não gostem, acaba massacrado pelo rolo compressor que está montado, especialmente na internet, com argumentos assustadores para tentar justificar o nó que aparece no bordado, o macaco caindo do galho.

Essa semana mesmo, depois de passar algumas horas sem saber de alguns protestos por perto, já ia reclamar. Não deu tempo. Soube do protesto dos PMs? Sim, dos PMS, dos policiais, quem diria. E greves? Só falta mesmo as mulheres promoverem a greve dos sexos. Tem só uma greve que tenho certeza que não ocorrerá, porque a categoria ganhou um trauma e tanto no fim da década de 70: jornalistas. Esses (nós) não param. Nem para protestar contra esses seus sindicatos e federações literalmente infestados, inCUTizados. A coisa está preta, e devia estar verde e amarela.

grito de torcidaNão sei explicar com palavras exatas, mas você aí sabe muito bem do que estou falando, mesmo que esteja do lado de lá, e eu tenho muitos amigos queridos e todos bem inteligentes para admitir, mesmo que intimamente, que as coisas vão mal. Aliás, de mal a pior. Não é preciso nomear ninguém, nem acusar, está geral, no ar, intestina, desconfortável, perigosamente chato, triste, e o que não combina com a gente. Piora com as notícias de desemprego, paralisação da economia e, agora, com o índice do IBGE que demonstra que mais de 40 % da população não trabalha mais. É o efeito bolsas. Fiquei pasma e vou repetir: Mais de 40% não trabalha, não quer. Mulheres agora ficam em casa cuidando de filhos porque é mais econômico. Vivi para ver. Depois de tanta luta pelo mercado, pelo respeito. É desanimador.

brazilW_animadogrito de torcidaNão adianta vir e tentar criar paraísos artificiais com propaganda. Viram o filme publicitário federal vendendo, ou melhor, tentando comprar a nossa alegria? Coisa mais falsa só peitos de silicone e promessas de candidatos. Quando a alegria, no país do futebol, precisa ser incentivada… Ah, foi aí que tive a certeza. Pensava que o fato de ver no máximo umas cinco bandeiras por dia em janelas ou carros, era apenas falta de tempo do pessoal. Aqui em São Paulo, a coisa está tão silenciosa que até churrasco estão oferecendo para premiar ruas que se enfeitarem. Oficial, coisa de Prefeitura. Como diz uma amiga, picanha pode? Não é crime eleitoral?

grito cavernaAndei pelas ruas e, claro, vendo vitrines e lojas, que é bom bater pernas e sou mulherzinha. É visível o encalhe, pelo menos até esse momento, dos itens Kit torcedor. Em compensação, há vários meses observo um crescente “chegar” de estrangeiros que não vieram para Copa, não, não senhor! Estão vivendo aqui, pagando em dólar, e temo informar ao mercado que muitos vêm com maior preparo, buscam colocação profissional e dependendo do setor parecem mais bonitos aos olhos dos empregadores. Em quarteirões é possível ouvir o inglês, o francês, o alemão, o chinês, o coreano, línguas africanas. Tenho ouvido conversas em árabe, assim como está extraordinariamente alto o número de muçulmanas com seus véus e puxando seus filhinhos. Uma nova onda de imigração.cheerleader_0035

Gianfrancesco Guarnieri, a quem homenageio com esse título, botou um grito parado no ar nos palcos exemplificando aqueles momentos duros, 40 anos atrás. Nós poderemos emitir esse grito este ano de diversas formas.

Uma delas gritando GOL! As outras formas, bem, você sabe. Mas é preciso se esforçar e gritar, para que a voz saia bem clara e a mais uníssona possível, pedindo união, paz, verdade, humildade e revisão de erros, crescimento e, fundamentalmente, um futuro campeão.

A bola já está quicando na área.

São Paulo, ainda cinza, 2014bocafalanteMarli Gonçalves é jornalista Deseja a todos muita alegria, muitos gritos contentes e ainda espera ver um monte de bandeiras sendo agitadas – aquelas cheias de estrelinhas onde está escrito Ordem e Progresso.

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Ai, Chiquito Anisio voltou a piorar…VAMOS REZAR!

Estado de saúde de Chico Anysio volta a piorar

FONTE: Do UOL, no Rio

Silvia Constanti/Folhapress
  • O humorista Chico Anysio posa para foto em sua casa na Barra da Tijuca, no Rio (15/3/07)O humorista Chico Anysio posa para foto em sua casa na Barra da Tijuca, no Rio (15/3/07)

O quadro de saúde de Chico Anysio, 80 anos, voltou a piorar na madrugada, e o estado clínico do humorista é crítico, de acordo com o boletim médico divulgado na tarde desta quinta (22) pelo hospital Samaritano, no Rio de Janeiro.

No final da tarde desta quarta, Chico passou por uma sessão de hemodiálise. No momento, está com instabilidade hemodinâmica (fazendo uso de alta dose de medicamento para controlar a pressão arterial). O paciente está sedado e respira com a ajuda de aparelhos, segundo o médico Luiz Alfredo Lamy, que assina o boletim do hospital. Não há previsão de alta.

Chico está internado desde o dia 30 de novembro de 2011 no hospital. O humorista chegou a ter alta no dia 21 de dezembro, mas retornou à unidade médica no dia seguinte, depois de apresentar hemorragia digestiva.