Gabeira, explicando precisamente os nós do front e a incapacidade demonstrada para desatá-los. Assim, menos de 24 horas depois…

cbm1q6v1A proposta da Dilma

Publicado em 25.06.2013- BLOG DE FERNANDO GABEIRA –

Dilma vai recuar da proposta de constituinte exclusiva para a reforma política. A ideia durou 24 horas. E, no entanto, não é uma ideia desastrosa. Dilma a transformou nisso por várias razões:

Foi precipitada e anunciou o tema sem consultas;

É o beabá da política que ela parece ignorar;

A proposta veio do PT e desperta desconfiança geral;

O PT quer o poder e isolar quem não pensa como ele;

É a tática dos burocratas da esquerda.

Eles são tão patéticos que nem imaginam as mudanças espontâneas na sociedade. No mundo fechado do PT, existem filas para ocupar cargos e elas são organizadas não a partir do talento pessoal mas da disciplina.

Foi por isso que o Lindinho disse num palanque com Cabral e Pezão: política tem fila. Na cabeça do Lindinho, as pessoas entram na fila, beijam a mão do Lula, como ele fez na tevê, ganham uma senha e esperam o momento de ocupar o poder.

Ainda bem que houve algo de novo e inesperado como em 68.

Tudo isso também é contra as pessoas que só pensam na estabilidade de um sistema de dominação, só jogam na certeza de que as coisas nunca vão mudar.

Na verdade, não acreditam em mudanças. Confiam apenas nas suas estruturas petrificadas. Seus cérebros estão programados para não pensar o novo mas apenas turbinar sua carreira dentro das hierarquias partidárias.

A nova geração de quadros do PT é boa para a época da televisão HD: Lindinho, Gleise Hoffmann e Haddad, por exemplo. Mas nada tem na cabeça exceto a disposição de obedecer.

Dilma foi a São Paulo pedir conselhos a Lula. Quando penso que um presidente do Brasil chamou a oposição iraniana de torcida de futebol e os dissidentes políticos cubanos de criminosos comuns,- quando penso nisso, digo para mim mesmo: vou lutar toda minha vida para impedir que essa gente ocupe o poder sozinha.

ARTIGO – Qual é o seu cartaz? Por Marli Gonçalves

bandeira brasileiraO que você escreveria no seu cartaz? Ou, como conseguiu decidir, entre tantas coisas erradas a apontar?A lista é tão grande que precisaria, como se fala no jargão policial, puxar toda a capivara, e seria engraçado ver as pessoas protestando e carregando o rol de reclamações, de rabicho, enorme. Nunca se vendeu tanta cartolina, nem se gastou tanto gás lacrimogêneo e spray de pimenta, os novos negócios bons do mercado, assim como máscaras e bandeiras

Semana tensa, pesada, estranha. Aliás, mês, porque não é de hoje que o fogo está pegando bem perto de nós que, atônitos, ainda não sabemos bem o que está acontecendo realmente, quem destampou o ralo, quem abriu a torneira, quem pisou no pé de quem. O certo é que está acontecendo, pulem fora ou não os meninos do Movimento Passe Livre que agora dá para trás. Patrocinados por estatais e oficiais, teriam recebido um puxão de orelha ou uma ameaça? A história dirá.

animated_dragonEstou muito impressionada com tudo isso, mas destaco – porque estive bem presente na batalha das redes sociais – que, realmente, que, realmente (bis obrigatório) a Educação está mesmo indo de mal a pior nesse país, com gerúndio e tudo, e vai estar rolando. Não só pelos erros básicos e crassos de escrita dos posts. Mas porque nunca ouvi tanta bobagem junta dita sobre movimentos sociais, história, marxismo, fatos nacionais. A perigosa incompreensão política do grave momento que estamos vivendo, as briguinhas como se fossemos todos torcidas rivais entre si, resumidas às tais esquerda e direita que sacodem mais do que barquinho em alto mar em dias de tempestade. Para mim é fato preocupante na hora de dar o rumo.

Mas foi mesmo muita coisa junta acontecendo. É passeata, manifestação, concentração, marcha, ocupação, passeio ou “promenade”? É tudo isso junto o que dá a ideia de zumbis de um lado para outro? É modinha? Vi muita gente boa, famosa e etc. indo, dando um pulinho lá, ao ato de segunda -feira só para fazer uma foto Rock in Rio, tipo “eu fui”. Quando tem problema, na hora de protestar mesmo, “pufff!”.

Também me diverti, especialmente acompanhando os relatos do Marcelo Rezende no Cidade Alerta, da Record, além das outras emissoras que botaram as imagens no ar também de forma surpreendente . Se puder, se tiver mais, não deixe de assistir – é muito engraçado o embate dele, o tempo inteiro, com os comandantes dos helicópteros sobrevoantes ( já que desfilar no chão não está nem um pouco bom e saudável para a imprensa) e o coitado que ele, Marcelo, chama de “Lente Nervosa”. Depois ele inventou também o “Lente Lenta”, outro câmera da equipe do Rio de Janeiro, que pegou para Cristo. Assédio moral é pouco.

bandeira pirataDas coisas que destaco, além da criatividade inimaginável dos cartazes, as dicas de moda da Glorinha Kalil para os manifestantes serem chiques nos protestos, realmente a percepção exata de que há um novo tipo de jornalismo surgindo – só não sei como ele vai se sustentar financeiramente, e me preocupa a excessiva participação das estatais e oficiais que já citei no início. Durante dois dias acompanhei online uma equipe, que se auto-intitula Ninja, e que é de um “coletivo” ( estão anotando todas essas palavras, não? Elas entraram pesadamente no nosso vocabulário: coletivos, independentes, anarquistas, livres, vândalos, baderneiros, colaborativo, conteúdo,compartilhados, dispositivos não-letais, entre outras). Enfim, chega a ser emocionante ver o material sendo passado de dentro da passeata, cambaleante, eles correndo ofegantes, com poucas condições, inclusive de baterias para carregar as câmeras, e enfrentando, até com certo topete, os policiais.

bus7É um fato a tirar desses dias, tanto que até a Globo News entrou nessa e pede insistentemente que os internautas mandem seus materiais “colaborativos”, e que vêm sendo postos no ar. Aí a gente pode ver bem de perto, por exemplo, que apareceram trombadinhas (o nome usual dos pequenos saqueadores, e que andava meio esquecido), a turma do PCC e outras organizações criminosas aproveitando para dar um teco nos policiais, e os bombados – um capítulo à parte. São os fortinhos que ajudam nos quebra-quebra, cheios de testosterona para gastar, além dos seus vastos conhecimentos de artes marciais, usados contra pobres portas de lojas, imóveis oficiais e vidros de bancos. O que foi preso em São Paulo ganhou um apelido legal: o vândalo do sapatênis.

Na cidade de São Paulo, o som constante dos helicópteros, as sirenes, as viaturas e policiais da Tropa de Choque paradas em lugares, digamos, não-habituais, com cara de muitos poucos amigos têm tornado ainda mais difícil e tenso nosso dia-a-dia, que já era o horror.

E, antes que você me pergunte porque ainda não fui a nenhum ato desses, respondo: porque tomei horror a aglomerações e sou mais “perigosa” escrevendo. Porque sou biônica no quadril direito porque foi justamente numa manifestação dessas, há 23 anos, 23 anos – só para vocês perceberem que no fundo estamos bem atrasados – lá em Paris, por onde eu andava, que me machuquei. Hoje não posso me dar mais a esses luxos, embora a ativista dentro de mim seja bem animada.

camaleaoVocê chegou até aqui? E aí, já pensou no que escreveria no seu cartaz? Não está conseguindo saber onde vão dar essas manifestações contra tudo e todos?

Que tal um plebiscito?

São Paulo, vinagre e chamas, 2013 JONALISTA 2

Marli Gonçalves é jornalista– Como hoje quase todo mundo tem uma impressora, e essas manifestações continuarão, é legal poder variar. Cada dia um cartaz. Não precisa nem repetir. Porque antes aqui no Brasil não tinha nada disso, como dizem. Agora tem. Não é o cavalo que está passando arreado. É o ônibus.

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Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter @Marligo

PLEBISCITO NO PARÁ: Não! à divisão. Até o Duda Mendonça já reconhece derrota.

Se ele, que é ele, já desistiu, comemoremos!

O PARÁ CONTINUARÁ UNIDO! E LINDO.

Ele jogou a toalha

Duda: cheiro de derrota

Duda Mendonça, um dos cérebros da campanha pela divisão do Pará, jogou a toalha. Aos mais próximos, elenca uma série de razões para a derrota no plebiscito de domingo. As pesquisas, evidentemente, confirmam a derrota iminente dos separatistas.

NOTA DA COLUNA DO LAURO JARDIM – RADAR – VEJA ONLINE