ARTIGO – Distopias e apocalipses na sala de casa. Por Marli Gonçalves

Vocês estão contando o número de filmes e séries com as ainda mais variadas e doidas formas de distopias e de apresentar o apocalipse, o fim do mundo, e que depois da pandemia aparece sempre batendo mais à porta? Se o que já está bem ruim pode piorar a indústria do entretenimento está nos treinando para enfrentar, se esmerando em nos apresentar as mais variadas e, segundo eles, prováveis, formas que o mundo se acaba; não olhe pra cima, para baixo e nem para o lado.

distopias e apocalipse
Cervos encarando no jardim…

Sempre brincamos. “Quero que o mundo acabe em barranco para eu morrer encostado“, ou “que o mundo acabe em melado para eu morrer doce”. Péssima notícia: mantidas as projeções da ficção científica (e da realidade) não será tão tranquilo.

A pandemia matou muito, se espalhou em todo o planeta, deixou sequelas, na verdade ainda deixa, embora o pior tenha passado: não fez nada bem para as cabeças, inclusive dos criativos roteiristas de filmes e séries. Se antes as ficções já adiantavam nosso fim em epidemias, como zumbis andantes, em acidentes nucleares, guerras, estraçalhados por robôs, tomados por alienígenas ou perdidos em buracos no tempo e espaço, entre outras formas, depois que uma delas aconteceu estão se esmerando. E todos vêm sendo campeões de audiência.

Cotado até para o Oscar e o Globo de Ouro, “The Last of US” (HBO) é um dos tenebrosos. Não bastassem as bactérias resistentes, vermes, os vírus altamente transmissíveis escapando de laboratórios, nos deparamos agora com os fungos. No caso, o Cordyceps. Que se comunicam inclusive por debaixo da terra, crescendo. As pessoas se destroem, mordendo umas às outras, vomitando plantações. O, digamos, engraçado, é que na maioria dos roteiros a coisa é mostrada com a destruição dos americanos e suas regiões mais conhecidas, populosas. Como se fosse um castigo. Ninguém nem precisa mais de ataques terroristas. É morte, porrada, feridas horrorosas, e uma enorme quantidade de ideias para aparecer em festas de terror, também entre ideias libertárias, de questionamentos de força e poder. Muitos figurantes contratados para aparecer e morrer, enquanto os artistas principais se movem na destruição, nos escombros.

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Julia Roberts, em O Mundo depois de Nós

Outro, “O Mundo depois de Nós” (Leave the World Behind), o filme lançado há pouco pela Netflix, para começar a nos aterrorizar já começa trazendo a linda atriz Julia Roberts, também produtora, sem qualquer glamour, mostrando nela as marcas do tempo – bem, mas sem retoques – o que já é de gritar e correr para nos olhar no espelho verificando as nossas próprias rugas. Baseado no livro de mesmo nome de Rumaan Alam, direção de Sam Esmail, tem duração de 2h18m. Você fica ali tentando entender o que está acontecendo, o que aconteceu, que “catso” de ataque cibernético foi esse que faz com que centenas de cervos se reúnam no jardim da casa alugada pela família, e fiquem mirando a garotinha, entre outras cenas que é melhor nem descrever. Fora petroleiro invadindo praia, aviões despencando como pombas abatidas, carros autônomos se esculhambando, drones terroristas panfletando. Você fica aguardando. Puxa, afinal…Tudo quanto é crítica ecológica, humana, racial, social, de domínio digital, está lá claramente enfiada. Você persiste, afinal… Julia Roberts, Mahershala Ali, Ethan Hawke. Resultado: duas horas e 18 minutos se passam e você vai dormir, pensando porque não foi antes. Muito chato. Alguém desistiu de acabar o filme direito e enrolou, dentro dessa onda de distopias, apocalipses, campeãs de audiência. Minha opinião. Depois me conte o que achou.

Com tudo isso fica só melhor entender a enxurrada de filmes e séries coreanas. Virei fã. O cinema coreano está com um nível impressionante de produção. Também, claro, são bem chegados à violência, e têm características marcantes, inclusive de umas excentricidades. Mas as séries de sucesso, até para isso, também tratam de amor, seja com lendas ou demônios, armações terríveis de vinganças, sempre com coreanas e coreanos lindos, jovens, ricos muito ricos com pobres bem pobres e roupas e locais impressionantes. Já achei alguns ideias bem originais. Aprendi sobre costumes e algumas palavras em coreano, além de já reconhecer alguns atores seniores que aparecem em praticamente todos os filmes, mudando só o papel.

São, ao menos, mais refrescantes para quem, como nós, parecemos estar mesmo só esperando o fim do mundo, alguma hecatombe. Com tudo mesmo parecendo tão próximo, tão quente. Parece que seremos punidos por tudo, pelo conjunto da obra.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Em cartaz, o filme de nossas vidas. Por Marli Gonçalves

Onde? Filme rodando, diariamente, em branco e preto e colorido, em nossas cabeças, em horários especiais. Quando estamos sós, quando sabemos da morte de tantos, ou de mais um alguém que fez parte de algum capítulo inesquecível

Às vezes apenas um filme de terror. O medo espreitando em cada esquina, em cada necessidade de sair de casa. Naquela dorzinha de cabeça que você sempre teve, mas agora ela é quase paranoica se persiste. Em cada espirro ou tosse, antes bem normais principalmente em quem vive em cidades poluídas como São Paulo. Sente frio, vira calafrio, põe logo a mão na testa para sentir se está com febre; se possível, verifica a oxigenação. Palpitação, taquicardia, ansiedade, sono agitado, pesadelos muito piores do que os imaginados em “À meia noite levarei sua alma”, “O massacre da Serra Elétrica”, ou em filmes de vampiros, zumbis (esses, então, tenebrosos) e tantos outros rodados enfocando doenças, hospitais, vírus, invasões extraterrestres e…pandemias. A sensação não é só de longa metragem, mas de seriados, e com várias temporadas, maratonadas, corridas por horas, mas pela vida, para nos manter, de alguma forma, por aqui.

Às vezes apenas um filme melancólico. A gente agora fica sabendo de quem até há muito não se tinha notícias, e agora sabe desse ponto final. O filme roda. Aquele telefonema que não deu – do que teriam conversado? Aquele prometido encontro adiado tantas vezes – “Vamos nos ver?” – e que agora em outras situações nessa pandemia se repete assim: “Quando acabar tudo isso, vamos nos encontrar, hein?”. Teremos tempo para tantos encontros que vêm sendo prometidos? Já tive vários deles, cancelados. Por essa força maior do fim.

E tudo isso não acaba, não acabou, piora, vem e vai. E a pessoa foi. Não deu tempo. Por onde anda mesmo aquela foto linda que a gente tinha, juntos? E toca o filme na cabeça lembrando cada momento, a vontade de homenagear e que na hora você fica até sem palavras tantos são os trechos do filme a ser montado, se possível fosse editá-lo.

Ir às redes sociais hoje é ser informado de mortes, às pencas. Terrível.  Grande parte, sem dúvida, de pessoas que você nem conheceu, mas seus amigos, sim. Suas mães, pais, avós, amigos, irmãos. Você vê as imagens, as fotos, sente a dor deles, gostaria de dizer algo que os acalentasse, mas como? Não há emoji – há pouco apareceu um, significando “força”, mas é até irritante. Melhor, se usar símbolo, o da carinha chorando. Muitas vezes, inclusive, melhor mesmo é ficar quieto, passar batido. Mandar uma boa vibração, mesmo que a pessoa não saiba – é, garanto, do que ela precisará para continuar a rodar o seu próprio filme.

Às vezes, um filme romântico. A morte de alguém que você já amou traz outras cenas, às vezes acompanhadas de música, além de bons momentos lascivos, se os viveu. Se não, se platônica foi essa paixão, resta riscá-la de vez do seu caderninho. E quando ainda ama muito e, embora possa por vários motivos estar distante, fica sabendo que essa pessoa está no leito de um hospital lutando pela vida? Talvez ela não tenha chances, talvez nunca saiba do roteiro e das cenas que você planejou e ainda tinha tantas esperanças de rodar. Ou reprisar.

Vivemos certamente um dos momentos mais emblemáticos de nossas histórias, embora agora entendamos que tudo sempre pode ainda piorar, e que outras gerações já chegarão com essa marca vinda da destruição acelerada da natureza, da incapacidade humana ou de sua incrível capacidade para o mal. A morte do menino Henry Borel, agora mais clara, elucidada com detalhes, nesse momento de comoção nacional materializa em si a agonia das já quase 350 mil mortes em nosso país, que parecem pouco sentidas.

Como se todas fossem esse menino, um brasileirinho que sorria, pulava, cantava, mas não conseguiu comunicar a tempo o que sofria diante de quem deveria amá-lo e proteger. Deixado nas mãos de quem, exatamente como quem agora governa o país, violento, cheio de papos de religião, ética, moral, de um lado, e que quando virado ao avesso, espremido, dele só sai violência, sangue, morte, frieza. Ou tentativas de escapar, entregando o “corpinho”. Ou frases que calam terrível e dolorosamente em todos nós, como a que o assassino ousou dizer ao desolado pai de Henry: “Vida que segue, faz outro filho”.

No final deste filme pavoroso que assistimos, ao vivo, além do que se passa em particular em nossas cabeças, dessa realidade toda, será que conseguiremos, depois, sei lá, fazer outro país?

Porque este aqui, este cenário geral, a locação onde rodamos os nossos filmes particulares, não anda nada bem; e não há maquiagem que corrija esses protagonistas.

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MARLI

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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#ADEHOJE – CULTURA, ATENÇÃO.

#ADEHOJE – CULTURA, ATENÇÃO.

 

SÓ UM MINUTO – ALIÁS, ATENÇÃO, EDUCAÇÃO E CULTURA, NA VIDA E NAS INSTITUIÇÕES, NO BRASIL. A Rouanet vai perder o nome, virando só Lei de Incentivo à Cultura, se é que isso ainda pode ser considerado um incentivo. O Valor máximo por projeto cairá de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão; lote de ingressos gratuitos aumentará e preço do ‘ingresso social’ será menor. Fora isso, esses dias o presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine) Christian de Castro recomendou a suspensão de repasses de verbas para séries e filmes, inclusive aqueles já em produção, o que interfere diretamente todo o setor de audiovisual nacional.

Os parlamentares, aliás, estão preparando uma CPI de Crimes Cibernéticos, entrando junto com o STF na defesa das instituições que vêm sendo esculachadas especialmente nas redes sociais, além das ameaças – para eles haveria no Brasil um ataque planejado e sistemático às instituições, que precisaria ser investigado e contido.

ARTIGO – Os imiscuídos. Por Marli Gonçalves

cultura em massaChegam de mansinho. Portanto, se imiscuem. Sorrateiros e lépidos, pé ante pé, igual chulé, vão se criando no interior das coisas como se natural fossem. Encontramos esses seres ou alguns que nem seres serão procriando em qualquer caldo de cultura. Não sei se é o calor brasileiro, a falta de água em alguns lugares ou o excesso em outros. Sei que isso aqui está virando mesmo o samba do crioulo doido, muito doido, doidíssimo

Foi decretado o fim de qualquer pureza, certo? Nem o mal anda só com o mal, nem o bem é mais imaculado. Claro que estou pensando em política, mas você pode levar ao pé da letra em todas as direções que quiser e vai ver que tenho razão. Andam urdindo com a nossa cara. Quando a gente nota, ih! Já era.

d12874afcdbfd664197afd5171f90155Drogas são malhadas, e tem gente cheirando até lâmpada moída e fumando esterco. Acabo de ler que acharam um lugar que vendia açaí misturado com papel higiênico, para engrossar. Fora outras coisas. Pelo preço que anda o papel, penso qual foi usado. Bem. Arroz tem pedra. Feijão tem pedra. Não, não são descontadas no peso. Leite com formol. Café com palha. Pão deve levar ainda muito bromato no trigo – faz tempo que não vejo fiscalização. Os uísques continuam sendo batizados, embora muitos já tenham nome. Algodão purinho – com poliéster. Grupos de manifestantes infestados por alcaguetes, X-9, e agora uns tipos mascarados. Organizações policiais que prendem policiais que são os bandidos. Jornais imparciais pululando de gente completamente parcial. Rezo para que o sabão não contenha cachorros, como reza a lenda. E que nem o churrasquinho nem o tamborim usem gatos.reuniao

Sabemos que a política é um reflexo da sociedade, mas precisavam ser tão radicais? Acaso, amados leitores, estão acompanhando a montagem de chapas para as eleições que se aproximam, digo até que perigosamente se aproximam? Bem, se a resposta foi negativa, melhor. Você está se poupando de ter uma longa indisposição estomacal, que só poderá ser resolvida, se o for, em outubro. Não há música ou marchinha que descreva essas fusões quase nucleares que, mais uma vez, certeza: gerarão bombas. É samba-rock, meu irmão.

Tem quem disfarce, como a Marina Silva, por exemplo, que fez ninho dentro de um partido, e de lá de dentro, do quentinho, todos os dias mina mais um pouquinho, que isso dá até rima. Lembra aqueles filmes Alien, onde monstros gosmentos se criam e saem de dentro dos personagens matando todos até que alguém tome a providência de exterminá-los, mas no fim, no The End, para dar continuidade à saga, o espectador percebe que em algum canto deixaram um rabinho ou um bebê monstrinho que certamente se recomporá, tal qual lagartixas, para se perpetuarem em franquias cinematográficas. Alien, Alien 1- Novamente, Alien 2 – A volta, até chegarem ao Alien sabe-se lá qual número – O Extermínio Final.festão

No caso, aqui, o título seria Os Infiltrados, seguido por novas produções: Apertem os cintos, e isso não é um regime, Os Bons Companheiros presos, Amigos até ali, Tudo por amor ao tempo de tevê, Traição: essa é a tua hora . São muitas as possibilidades criativas, e todas remetem ao terror do Frankenstein, criador e criatura, experimentos contaminados de política de laboratório.Esse filme já vimos.

Eu, você, nós? Somos espectadores, protagonistas e ao mesmo tempo produtores. Não há meia entrada, só inteira, e a escura sala de projeção já está passando o filme antes mesmo de chegarmos aos nossos assentos.

o que vai darEnquanto assistimos ao futebol, o taxímetro está rodando. Mais: como a vergonha acabou, junto com a pureza, os caras têm coragem, cara dura o suficiente, para já estar puxando do fundo de seus propósitos o mais verde e amarelo dos ufanismos. Insinuar que os bons jogos que realmente vêm ocorrendo são a prova cabal que éramos, nós, os opositores, tenebrosos pessimistas e que a Copa, ah, a Copa! Não está vendo?Uma das maiores maravilhas e redenções que esse mundo já viu, uma Seleção de combatentes. A coisa mais importante. Mais que Papa argentino. Mais que bebê de proveta. Ouço murmúrios até de que a Dilma resolveu ser toureira e entrar na arena para entregar a Taça ao vencedor. Vai me fazer lembrar de uma parte roxa de um outro desgovernante. (Deverá aumentar o consumo de gengibre para as gargantas que estiverem no Maracanã exercerem seus momentos de, digamos, exprimir-se em uníssono).

animated-gifs-computers-75Chiclete eu misturo com banana. Digam-me: como é que a gente vai sair dessa, agarrados a quais saias ou calças? É PMDB com PTB, sem PDT, que está com PSDB, PV, PSB, DEM, PC, PC do B, com PT, PSD que está com todos, PP, PR, PRB, PSC. Mais pissóis, nanicos, naniquinhos e outros com segundinhos que, num ato de desapego, entregam por alguns dobrões, Aezões, Lulões, Papudões. Eles se distribuem.

Na urna, quando aquele barulhinho de sininho soar, a cada vez, uma esperança vai morrer em algum canto do país. Creio que entenderemos finalmente porque até o Sarney resolveu se aposentar após mais de meio século de participação em qualquer beirada. Mais do que academia, ele já fez escola.

Já deixou o rabinho da lagartixa, o bebê monstrinho, junto com os marimbondos de fogo.

Brasil, SOS, São Paulo, SOS, Federação, SOS, 2014.eletrocutado 

computer_boxingMarli Gonçalves é jornalista Deseja sinceramente a todos um bom segundo semestre, uma outra virada e uma rodopiada. Que a gente aguente firme o enjoo até o nascimento de uma nova Nação.

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MEU AMIGO CLAUDIA – VEJA. PARA CONHECER QUEM FOI CLAUDIA WONDER

MEU AMIGO CLAUDIA,

SOBRE A CLAUDIA WONDER, ESTREIA ESSA SEMANA EM CIRCUITO COMERCIAL

CLAUDIA WONDER, COM QUEM QUE TIVE A HONRA DE CONHECER E CONVIVER ,

ERA MAIS DO QUE UM TRANSFORMISTA, ERA UMA DIVA

RECEBI ESSAS INFORMAÇÕES  DA ASSESSORIA DE IMPRENSA

“Meu amigo Claudia” estreia em circuito comercial no dia 30 de maio, quinta-feira, feriado de Corpus Christi, e integra a programação cultural da Parada LGBT de 2013, que acontece em 02 de junho. Confira o trailer oficial do filme no Youtube

 

Dirigido por Dácio Pinheiro, o filme é uma produção da Piloto em parceria com a Prefeitura de São Paulo e narra a trajetória de Claudia Wonder – personagem emblemático do underground paulistano nos anos 80. Seu nome de batismo era Marco Antônio Abrão, mas ganhou o mundo como Claudia Wonder: a travesti foi uma grande ativista dos direitos homoafetivos e, além de ser uma conhecida atriz, cantora e performer, foi uma das responsáveis por quebrar o paradigma marginalizado vivido por travestis e transexuais no País. “A presença de Claudia deve representar a suprema transgressão”, afirmava a crônica de Caio Fernando Abreu, que dá nome ao filme. O documentário apresenta depoimentos de Claudia e uma série de testemunhos de personagens marcantes dos anos 80 como Zé Celso Martinez Corrêa,Kid Vinil, Grace Gianoukas, Sérgio Mamberti, Leão Lobo, Glauco Mattoso, entre outros.

DOCUMENTÁRIO “MEU AMIGO CLÁUDIA” ESTREIA

EM CIRCUITO COMERCIAL A PARTIR DE 30 DE MAIO

 

Produzido pela Piloto, longa-metragem dirigido por Dácio Pinheiro

narra história de Cláudia Wonder, personagem emblemático

da cena underground paulistana nos anos 80

 

São Paulo, maio de 2013 –A Piloto – produtora brasileira com atuação que abrange obras para televisão, cinema, conteúdo publicitário e para internet – anuncia o lançamento em circuito comercial do documentário “Meu amigo Cláudia”, com direção de Dácio Pinheiro. O longa-metragem apresenta a trajetória de Cláudia Wonder, travesti que, além de ativista da causa dos direitos homoafetivos, era uma conhecida atriz, cantora e performer que agitou a cena underground paulistana principalmente na década de 1980. Com lançamento agendado para 30 de maio, feriado de Corpus Christi, quinta-feira. A exibição do filme integra a programação cultural da Parada GLBT 2013 de São Paulo, que acontece no dia 02 de junho.

 

Com título baseado em uma crônica escrita por Caio Fernando Abreu, o documentário “Meu amigo Cláudia” conta a história de Cláudia Wonder e apresenta o perfil de engajamento político dela que foi uma das pioneiras responsáveis por quebrar o paradigma marginalizado vivido pelas travestis e transexuais. A produção assinada pela Piloto também pretende introduzir às novas gerações o trabalho artístico de Wonder. “Nascida na cena underground paulistana, Cláudia teve seu talento reconhecido neste cenário, em meio aos punks, góticos, artistas, autores e diretores da época. Entendo esta obra como o registro do legado de uma figura marcante e fundamental para nossa história”, comenta Dácio Pinheiro, diretor do filme.

 

Costurado por testemunhos da artista, “Meu amigo Cláudia” também traz uma série de depoimentos de personagens marcantes dos anos 80, como Zé Celso Martinez Corrêa, Kid Vinil, Grace Gianoukas, Sérgio Mamberti, Leão Lobo e Glauco Mattoso, entre outros. “Foi realizado um extenso trabalho de pesquisa e levantamento de materiais para execução deste projeto”, comenta Daniel Soro, sócio-diretor da Piloto e produtor executivo do filme. “Buscamos conteúdo de acervo pessoal, em emissoras de TV, revistas, jornais e até fanzines para fazermos um estudo da pessoa e da representatividade de Cláudia. É muito gratificante ver estas peças se juntando, construindo um mosaico que documenta parte de uma história pouco explorada e desconhecida por muitos”, finaliza.

 

A produção da Piloto foi realizada em co patrocínio com a Prefeitura da Cidade de São Paulo e integra o Programa Municipal de Fomento ao Cinema – Finalização de Longa Metragem. A estreia em circuito comercial tem distribuição realizada pela Festival Filmes, da jornalista e produtora cultural Suzy Capó. A estreia no circuito paulistano está agendada para o dia 30 de maio, o documentário entrará em cartaz no Rio de Janeiro ainda sem data definida.

 

Transgressão e engajamento político

 

Tendo a década de 1980 como pano de fundo, o filme “Meu amigo Cláudia” documenta o cenário cultural e político do País nos últimos 30 anos, com fortes menções a questões relacionadas à cultura pop, comportamento e diversidade sexual. “Podemos ter uma noção do engajamento político de Cláudia ao vê-la apoiando movimentos como o das Diretas Já, ou ao cantar – ao lado de outras travestis – o Hino Nacional na Prefeitura de São Paulo”, exemplifica o diretor do filme. Pinheiro conta que, na ocasião, Cláudia foi convidada a participar da inauguração do primeiro Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual, em 2005.

 

Marco Antônio Abrão era seu nome de batismo, mas foi como Cláudia Wonder que a performer marcou história na noite paulistana e na defesa dos direitos LGBT. “Nas pesquisas de materiais para o filme encontramos pérolas como o primeiro pornô brasileiro com uma travesti – ‘Sexo dos anormais’, com direção de Alfredo Sternheim –, um vídeo de sua participação na peça ‘O homem e o cavalo’, encenada por Zé Celso Martinez Corrêa e participações em longas como ‘O marginal’ e ‘A próxima vítima’”, comenta Pinheiro. O filme também revela a veia musical da multiartista que, nos anos 80, foi vocalista das bandas de rock Jardim das Delícias e Truque Sujo. Em 2007, Wonder lançou seu CD solo, denominado “Funkydiscofashion”.

 

 

FICHA TÉCNICA

 

Com depoimentos de Claudia Wonder, José Celso Martinez Corrêa, Glauco Mattoso, Sergio Mamberti, Grace Gianoukas, Leão Lobo, Leilah Rios, Alfredo Sternheim, Kid Vinil, Edward MacRae, Reka, Ézio Fernandes de Avilla entre outros.

 

Título: “Meu amigo Cláudia”

Direção: Dácio Pinheiro

Produção: Piloto

Produção executiva: Daniel Soro, Alexandre Chalabi, Biba, Werdeisheim, Chica Mendonça e Clarice Reichstul

Roteiro: Daniel Chaia

Fotografia: Pierre de Kerchove

Montagem: Rodrigo Menecucci

Edição de áudio: Anvil FX

Música Original: Anvil FX

Direção de Produção: Mariana Guerra

Distribuição: Festival Filmes

Contato: chica@piloto.tv

 

35mm – DCP – Duração: 80 minutos – Cor – São Paulo, 2012

 

 

SOBRE A PILOTO

Fundada em 2003, a PILOTO atua na área de produção de televisão, cinema, filmes publicitários e conteúdo para internet, surgida a partir da parceria de Alexandre Chalabi e Daniel Soro, ambos se conheceram na MTV, nos anos 90. Com a entrada de Biba Werdesheim como sócia, em 2004, a produtora começa a trabalhar com filmes publicitários e, desde então, produz filmes para as maiores agências do País, entre elas: Talent, Africa, Neogama, Giovanni+Draftfcb, Loducca. A Piloto tem em seu portfolio importantes prêmios do mercado publicitário como CannesLions,, Ciclope, FIAP, PromaxBDA, Profissionais do Ano e Clube de Criação de São Paulo. Atuando ao lado de grandes agências e anunciantes, a Piloto fortalece sua presença entre as mais conceituadas produtoras de filmes publicitários do País.

Entre os trabalhos em destaque da produtora estão: a criação e realização da identidade visual da MTV Brasil e do Canal Boomerang; programas para séries de TV do Multishow, SescTV, TCM e FashionTV; e a realização do documentário “Emoção Art.Ficial 2.0”, para o Itaú Cultural. Além disso, a Piloto também foi responsável pela produção do documentário “Meu amigo Claudia”, dirigido por Dácio Pinheiro, pela co-produção do longa “Cheiro do Ralo”, de Heitor Dhalia, e do longa-metragem “Gata velha ainda mia”, dirigido por Rafael Primot, fruto de uma parceria com o Canal Brasil. Já entre os cases de publicidade, destaque para campanhas como: “Brahma – Imagina a festa”, da Africa; assinada pela NeogamaBBH, a campanha brasileira para Google Chrome, intitulada “Cara, cadê meu dono?”; “Sucesso”, para CNA com criação da Giovanni+Draftfcb; “Rótulos”, produzida para Folha de S. Paulo e assinada pela Africa; entre outras.

Capitães da Areia: o livro de Jorge Amado que tanto marcou minha infância virou filme. Veja o trailer

FONTE: http://blog.imagemfilmes.com.br/2011/08/trailer-final-de-capitaes-da-areia-chega-aos-cinemas/

O Trailer final de Capitães da Areia chega aos cinemas

Adaptado da obra de maior sucesso de Jorge Amado, o filme estreia em todo o país dia 14 de outubro

O livro de maior sucesso de Jorge Amado, traduzido para vários idiomas, Capitães da Areia, ganha adaptação para os cinemas e tem estreia programada para 14 de outubro. O trailer final desta produção já pode ser conferido nas salas de cinema do país.

Capitães da Areia marca a estreia de Cecilia Amado, neta do escritor, na direçãode filmes de longa-metragem, a trilha sonora do longa é assinada por Carlinhos Brown e é produzido pela Lagoa Cultural e Esportiva.

SINOPSE:

Os “Capitães da Areia” – Pedro Bala, Professor, Gato, Sem-Pernas, Boa Vida e Dora são personagens que Jorge Amado um dia criou para habitarem eternamente na memória de seus leitores. Abandonados por suas famílias, eles são obrigados a lutar para sobreviver pelas ruas de Salvador. Mais atual do que nunca, a história destes personagens imortais da literatura mundial nos emociona e inspira de forma profunda.

PARTICIPE:
http://www.capitaesdaareia.com.br
http://www.twitter.com/capitaesofilme
http://www.facebook.com/capitaesdaareiaofilme

DIREÇÃO:

Cecilia Amado

A diretora e roteirista Cecilia Amado iniciou sua carreira cinematográfica em 1995 e fez escola nos setes de grandes produçõescomo O que isso Companheiro? eGuerra de Canudos. Na ultima década, ela trabalhou no cinema e na televisão como assistente de diretores consagrados como Sergio Rezende,Cao Hamburger, Helvécio Ratton, entre outros. Em 2008 dirigiu o curta-metragem Minha Rainha, muito bem recebido nos principais Festivais Internacionaisde Cinema Infantil. Capitães da Areia marca sua estreia na direçãode filmes de longa-metragem.

PRODUÇÃO:

A Lagoa Cultural e Esportiva é uma produtora carioca atuante no mercado há mais de dez anos, responsável por filmes como O Veneno Da Madrugada deRuy Guerra(2005) e Mauá – O Imperador e o Rei deSergio Rezende(1999), entre outros. A filmografia combinada dos produtores executivos contratados pela Lagoa Cultural para executarem o projeto Capitães da Areia conta com filmes expressivos como Tieta do Agrestede CarlosDiegues (1996), For All, O Trampolim da Vitoria,de Luiz CarlosLacerda e Buzza Ferraz (1998), Estorvo, deRuy Guerra(2000), O Xangô de Baker Street,de MiguelFariaJr (2001), Maria, mãe dofilho deDeus, de Moacyr Goes, Brasileirinho de Mika Kaurismäki, Zuzu Angel deSergio Rezende(2006), Cidade dos Homens,de PauloMorelli (2007), e Meu Nome Não É Johnny, deMauro Faria(2008), entre outros.