2010
ARTIGO – Azáfama final
MARLI GONÇALVES(*)
Minha paixão por palavras inclui essa: azáfama. Linda, louca, sonora, rápida, e que eu acredito que também é translúcida. Nada melhor do que ela para definir os últimos dias pelos quais estamos passando, querendo descansar e atropelados.
Felizes, mas angustiados com as incertezas. Cheios de amor para dar, e com saco cheio. Dias superfamília, e enchendo o pé de jaca com tomate pisado. Pensando muito, até demais, em quem não tem que pensar, mas ao mesmo tempo sendo lembrado por inacreditáveis pessoas que você mesmo nem pode acreditar. Esses últimos dias de todos os anos são mesmo de lascar! Nervos à flor da pele a La TPM e outras letrinhas, dinheiro saindo de baldinho, gentilezas obrigatórias à parte, eventos e ventos, providências e programações, tudo ao mesmo tempo agora. Não é uma azáfama?
Aí descubro que azáfama é, ainda, um verbo, com todas as conjugações que tem de direito, azafamando no gerúndio; azafamado, no Particípio. Eu azafamo, eu azafamei, eu azafamava, eu azafamara, eu azafamarei, eu azafamaria. Que eu azafame! Se eu azafamasse… Azafama tu.
Ufa!Afã. Não te faz lembrar as filas e as atividades que enfrentou? Um só eu fazendo muitas coisas. Assim, acho que é isso, uma atividade intensa. Uma pressa, uma urgência, afã. Ufa!
Calma, está passando. Do meu ponto de observação, vejo que nas ruas a calmaria pode ser sentida. Já aparecem até as primeiras ofertas e liquidas, off-off, queimas, vem-cá-meu-bem. Ah! E na vitrines, surpresa! Tudo já está aquele branco, angelical.
Todos os dias os jornais mostram a situação das praias. Pergunto: para que mostrar? Para dar água na boca de quem não está lá? Mostram também a neve na Europa. A mesma coisa: a gente aqui na cidade morrendo de calor, suando até pelas beiradas, e de repente aquele frio entra pela casa, baixa a sensação térmica, mas de querer um gelinho daqueles! Os floquinhos serelepes caindo, aquelas bochechas vermelhas sorrindo…
Espera aí. Não vê que ainda estou procurando e tentando achar algum coisa boa nisso, nesse período de entressafra de vida do ano, para citar? E prometo não fazer aquela barbeiragem de dizer que “a cidade fica ótima sem ninguém”. Fica não. Fica não; fica é muito da sem graça. Seja ela qual cidade for.
A verdade verdadeira é que a tudo a gente se adapta. Só neste último ano sobrevivemos à Copa, às eleições, ao Morro do Alemão, algumas das muitas situações que deslocam nossos cotidianos, ao mesmo tempo, a cada dia menos programáveis. Pode faltar luz – e tudo hoje depende dela – até os trequetreques modernos uma hora precisam ser carregados. Pode chover muito e te ilhar. Pode haver um tiroteio, e você precisará é se proteger. Pior: pode faltar luz, chover e você cair no meio de um bang-bang.
Como sempre, estamos cercados de perigos e probabilidades, de um lado e de outro, igual canoas cambaleantes. Mas tudo isso pouco importa, o Carnaval está aí, e logo depois, a Páscoa. Nós correremos nossas maratonas individuais.
O ano nem está aí, mas daqui a pouco já acabou. É ou não é uma azáfama?
São Paulo, cheia de gente de fora, na transição do último zero para 1.
•
- (*) Marli Gonçalves é jornalista. Brinca, não! Isso dá nome de Deusa, de perfume, de marca de tênis, de escuderia feminina, de… Acho que este ano vou investir em criar umas coisas. Topas?
Um 2011 lindo e azafamado do bem e do bom, para todos nós!

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ARTIGO – Balanço Geral
MARLI GONÇALVES
Não tem jeito. Pode acontecer hoje, ou entre hoje e amanhã, na semana que vem. Mas até que os últimos segundos do ano cheguem você também vai parar, nem que seja por um minuto, e pensar no que fez, deixou de fazer. Ou no que pretende ou ao menos “devia tentar” já no espocar de 2011.
O jornal trouxe meu horóscopo diário mais direto que o habitual. Achei até que podiam estar me espionando, olha a nóia! Gêmeos: “Clima astral intenso para você, às voltas com miudezas e delicadezas, gente querendo muito e você disposto a quase nada. A vontade é de fugir para longe, se entregar ao mundo idealizado. É um clássico no fim do ano, aguente firme” .
Entendeu? Foi direto. Como um conselho amigo, mas que me fez foi rir do espelho. Final de ano é mesmo um porre. A pressão da panela sobe e o apito gira; os nervos ficam à flor da pele, com as emoções na ponta dos dedos e todo mundo tenta resolver ou fazer que resolvam coisas para as quais tiveram o ano inteiro, principalmente se puderem jogar todas essas coisas a fazer para cima de você e partirem, lépidas, em suas viagens. Pá! Batata!
As contas, ah, as contas chegam muito mais rápido do que o normal – as de janeiro, porque acho que o povo tem medo que você viaje e nunca mais volte. Em dezembro, algumas já vieram em dobro por conta do 13º Salário, como se todo mundo o recebesse, o que decididamente não é o caso. E tem as cartinhas e bilhetes grampeados nas contas, nos jornais, todos apelando por sua generosidade. As listas, as lembranças, os presentes, a comida, a bebida, a roupa de Natal, a roupa de Ano Novo (e os sapatos). Os “plantões” (e as folgas que têm de conceder). Os acertos familiares ideais para não rolarem crimes por causa de encontros desprogramados.
Se eu que tenho só uma familinha passo por isso, imagino vocês, casados, com filhos, netos, sogras, sogros, cunhados e cunhadas. Além dos agregados de todos os matizes. Sinto muito.
Como de hábito estou duranga total, e com contas parceladas até os meados do Futuro. Assim há mais ou menos um mês, decidi: separei um pouquinho de dinheiro e comprei uns apetrechos. Acreditem, resolvi fazer com as minhas próprias mãos alguns dos presentes para as pessoas que amo ou devo, por dever ou amar. Consegui até uma pistola de cola quente, que já quase torrou foi o meu dedo. Separei tudo – pedrinhas, brilhos, cartões postais, colagens, brinquedinhos, fotos, para ideias de todas as espécies dos meus presentes “personalizados”. Pergunte: quantos estão prontos? – Ah, nenhum! E o tempo para o diletantismo? Mas com a tal pistolinha já arrumei um monte de coisas quebradas e descoladas que eu tinha lá em casa.
Ainda tenho que dar a famosa geral nos armários, separar as contas e papéis, trocar de agenda, correr atrás de legalização de documentos de empresa, já que há mais novidades burocráticas surgindo e vigentes a partir de 01/01/2011, fazer umas compras básicas de subsistência, levar o carro para fazer revisão ambiental, levar a gata para vacinar, etc. E põe etc. nisso.
O tempo que me sobrar – dá licença – usarei para o Meu Balanço Geral, ou você pensou que eu tinha esquecido o tema?
Há de se ter muito cuidado nessa área, nessa hora, para não rolar é uma boa de uma depressão com as avaliações do ano que já está indo com Deus. Afastar a sensação de que nada adianta e que não adianta tentar porque nada funciona – tem uma série que não funciona mesmo, mas não é culpa sua. Afastar a idéia de que nada dá certo – algumas coisas (e pessoas) dão.
Sei também que não adianta querer programar muito as coisas. Isso pode torná-las chatas. Nossa vida é um punhado de desejos que saímos buscando, mesmo sem saber quais são, e às vezes nos deparando com surpresas. Precisamos é desejar mais, querer mais, tentar melhorar, enquanto gente, enquanto estivermos por aqui, com quem amamos e amaremos.
No Balanço Geral é bom tomar decisões positivas contra coisas negativas. E tentar não ser tão duros com nós mesmos, ao avaliar alguns ângulos. Além de propor a si próprio não se contentar com esmolas emocionais, nem intelectuais, nem com a barbárie. Não se submeter a nenhum tipo de escravidão. Ah, e nada de passividade bovina.
Entre as coisas que vou mentalizar incluirei que nada falte para mim nem para os meus; boas noites de sono. Prazeres, que sejam aguçados. Encontros, que sejam em maior número do que os desencontros e que eu encontre várias, muitas vezes, com o meu prazer e que, pertinho de mim, ele também será mais feliz e mais forte, como se no Paraíso estivéssemos nesses momentos, fugazes, mas fortalecedores.
No Balanço, que também será projeção, ainda pedirei desafios que consiga ultrapassar, conhecimentos que consiga obter e a tranquilidade necessária para criar. Menos barulhos. Mais risadas e lágrimas que sejam só de emoção, daquelas que limpam a gente por dentro.
É, mais uma passagem de ano em que não poderei ir pular ondinhas nem tomar o banho de descarrego no mar. Mas tudo bem, porque como em todos os anos ocorre, até por falta de tempo, farei o Balanço quando estiver totalmente nua, no chuveiro, no último banho do ano.
Eu me conheço.
Brasil, São Paulo, Capital. Quase, quase o ano que a gente nem sabe, mas vai rolar.
(*) Marli Gonçalves é jornalista. Ainda não sabe a cor da calcinha que vai usar na tradicional passagem de ano. Nem se vai usar
calcinha. De repente, melhor deixar tudo livre, como as ideias e os desejos.
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ARTIGO – Coisas que faremos juntos

Que as águas límpidas e aquela sensação de frescor, de banho tomado, de mergulho no mar contra ziquiziras, e uma brisa suave nos acompanhe hoje, amanhã e sempre.
Que nosso coração se fortaleça, e nos mantenha vivos como regentes harmoniosos de nossos destinos. Que nossos olhos enxerguem longe – tanto as injustiças, como que consigam ver quaisquer ameaças veladas tramadas contra nós ou nossos amores. Que nossas mãos sejam estendidas aos que as merecem, e que nossos pés toquem o solo reproduzindo vida e criação em sementes carregadas nas solas dos nossos sapatos. De nossa boca, que saiam respostas e soluções; ou perguntas inquietantes. Que se rompa o medo que fez o silêncio muitas vezes comandar os arrependimentos que carregamos.
Que o peso da balança seja mais leve, e que a fita métrica meça e mostre sua altivez diante do mundo. Que você tenha energia e equilíbrio para enfrentar percalços e perdas, tomando-as como ganhos e sabedoria, ou desígnios. Que seus sonhos sejam sempre confortantes e restauradores, mesmo que viva só com seu travesseiro já roto, mas sabedor calado de segredos, dúvidas, angústias, pecados, fraquezas e cansaços. Que você viva bem com você, com o espelho – do carro, do elevador, do banheiro, do hall de entrada, do reflexo do vidro, do copo de água bebido, da poça de chuva. Tal qual Narciso, tenha a honra de bem se mirar. E se ainda não puder fazê-lo, que consiga mudar a tempo para o ano que vem. Mas que consiga se ver.
Que uma seiva como a da alfazema, a luz do Sol, a beleza das flores e o canto dos pássaros, o amor bem feito, sejam os seus vizinhos, convidados a entrar todos os dias em sua morada, por menor que seja o espaço dela, ou sendo apenas o seu próprio corpo, sem teto, sem terra, sem lenço, sem documento. Anárquico, mas com as janelas abertas. Para que nenhuma clausura se justifique, a não ser na sua renovação, na meditação, e na procura por trilhas.
Que você seja um ser muito amado. E odeie menos. Que perdoe mais, e que expire suas culpas antes que elas cresçam. E que todos os dias receba ao menos um olhar límpido da atenção de uma criança, que também pode estar em espírito dentro de um velho, do maltrapilho, do passante. Nos animais que parecem tudo saber e sentir quando nos pedem afagos, quando se esfregam em nossas pernas, quando emitem sons para os quais ainda não há tradução formal, mas você sabe.
Que consiga ultrapassar as barreiras impostas pela moral reinante de alguém a quem não se autorizou, e respeite todos os outros sexos, todas as outras manias, todas as outras crenças e não-crenças, todas as outras estéticas, culturas, hábitos. Mas jamais aceite a imposição de qualquer delas, se delas depender para ser aceito.
Não há tanta poesia no mundo, bem sei. E isso não mudará quando o calendário passar por qualquer das estações, sejam as do mundo, ou as do rádio que irradiará a realidade junto com sucessos musicais. Certamente que não poderá comprar tudo o que deseja, e pode estar certo que dia após dia estará mesmo envelhecendo de alguma forma – como o vinho, como a madeira, ou como o alimento vendido nas prateleiras. Mas há a reciclagem. De nossas cinzas e de nossas ideias. Seremos, sim, substituídos. Só podemos rogar que sobrevivamos na memória dos que ficam, e enquanto ficam, e que assim a gente fique sempre.
Você já viu: começaram a chegar mensagens de Natal. Boas Festas. Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade. Que tudo se realize no ano que vai chegar. Sempre gerais e quase utópicas e iguais, impressas, com seus envelopes, alguns até garbosos. Por debaixo da porta, e não pela chaminé, entram os Papais Noéis, as guirlandas, caixinhas e lacinhos, sinos, renas e trenós. A tradição volta e se espalha pelas cidades, em luzes, nos enfeites nas janelas, alguns pelo amor. Outros, pelo comércio. Pouca ousadia para não cometer pecados numa época que todo mundo fica bonzinho, manso, solidário, principalmente com as pobres criancinhas pobres.
Como se fossem dois mundos incutidos religiosamente nas cabeças desde a infância, há a procura pela família, os agrados dos presentes, lembrancinhas e dinheiro em listas, as cestas de Natal, as caixas de espumantes, os panetones. O vai-e-vem, aqui, vira a forma metódica de ano após ano afirmar os caminhos pelos quais trilhou nos últimos meses. Uma espécie de revisão, nas barbas do tal Noel.
Não se impressione com isso agora. Você pode todos os dias fazer um Natal interior. Que os anos sejam como os dias. Para a gente nascer, viver e morrer felizes, no que ainda der para salvar.
São Paulo, 2010-2011, de um mundo todo girando, girando, girando. Todos querendo uma resolução. Uma revolução.
(*) Marli Gonçalves é jornalista . As coisas ( bem gostosas) que faremos juntos são muitas mais. No coletivo, só vale o que é recíproco. E o que é recíproco é verdadeiro.
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ARTIGO – Constrangidos e vazados.
Marli Gonçalves
Nosso avião nem sai do lugar. Quando sai, ainda fica mudando de plataforma e a gente pulando mais do que perereca no pântano dos aeroportos. Nossos segredos vazam mais do que os córregos em dias de chuva, e a gente nem mais se constrange. Nunca antes nesse mundo todo quem tem a hierarquia não preza mais por ela, a vergonha sumiu e a memória vai acabar virando uma nova bactéria, alimentada por outros gases. Os hilariantes.
Mais do mesmo, que já foi, mas volta. Até aí, ninguém esperava mesmo muitas mudanças. Falo do Novo Governo , que vocês bem estão vendo, integrado quase que completamente pelo velho. Ou por piores. Li outro dia uma frase genial no Twitter: “parece que Dilma está convidando Lula para ser presidente da República, e ele vai aceitar”. Genial. Mas maldade, porque a coisa agora deve é ficar mais precisa, finalmente. Compraremos os aviões mais caros da França, porque compraremos. Os ministros faltantes nos tribunais devem finalmente ser indicados, a partir de critérios discutíveis – sejam eles quais forem. O Exército ocupa alguns morros e o tráfico vai acabar. Pelo menos naqueles terreiros. O pré-sal é mais embaixo, o Planalto mais acima.
E quando nos preparávamos para o Bye-Bye monumental , somos surpreendidos como nunca antes nesse país – e não só pelos documentos secretos vazados, que enrubesceram até os pelinhos dos maiores dirigentes mundiais, que se descobriram fofocados. Ficamos tristes, magoados, foi com o sincero e guardado desabafo de Lula sobre o seu aviãozinho do poder. Imagine aquele, mais novinho, um brinquedinho, e ele tem nos deixado cons-tran-gi-dos perante o mundo, oh, dó! Por não possuir autonomia suficiente para ir lá… bem looooooonge .
Gente! Precisamos comprar outro, rápido! Nosso Air Force One emborcou.
A situação do Rio de Janeiro, nossa Haiti, fotografada e radiografada, reproduzida no mundo? Isso não constrange. A corrupção? Ora, bolas, do que é que vocês estão falando? A falta de estrutura para a Copa e outros esportes que ganhamos como endereço? “No final dá tudo certo”, dizem os otimistas. principalmente os que vão encher o bolso na Hora H, longe do crivo de concorrências, porque já-já virarão emergências. Também não devemos nos constranger por ver voltar quem ainda nem julgado foi, ou outros alguns que deixaram o caráter na maternidade, quando nasceram.
Não vejo também porque se constranger com a violência. Reparou que até ela já está, digamos, cooptada? Já viu os anúncios do “idolatrado” Rapper MV Bill, néé Alex Pereira Barbosa, bajulando o Bolsa-Família? Mano, o cara é ativista com obras publicadas: Cabeça de Porco, Falcão – Meninos do Tráfico, Falcão – Mulheres do Tráfico. Cineasta, com obras como Falcão – Meninos do Tráfico, Sonhos Roubados e participação naquele programa educativo, sabe qual? – o Malhação, da TV Globo. Tem mais, a discografia: Traficando Informação, Declaração de Guerra, Falcão- o Bagulho é doido, Causa e Efeito.
Só cantando, comigo, no ritmo, no repente, o rap que fiz. Vem! É só se embalar como se alguém estivesse te dando um tranco, um solavanco. Pá. Pá. Pá – igual tiro.
“Não./ Não vaze agora./ Seus olhos não podem chorar./ A verdade é dura./ Alguém tem que dizer. /Eu posso receber da Petrobras./ Da Pretobras./ Não./ Não vaze agora./ Seus olhos não podem chorar./ A verdade é dura./ Alguém tem que dizer./ Eu posso receber, da Petrobras, da Pretobras”… /( Repita 5 vezes).
” Mano, não. /Não vaze agora./ Você tem que aguentar./ Vida dura essa. / De pop star. / “(3X)
Era. Era para estar festejando a integração progressista da pessoa na pessoa, louvando o fim do preconceito contra as mulheres, os negros, os rappers e outros. Era para estar achando o máximo a entrada do MV Bill na casa de milhões. Era.Mas não consigo deixar de pensar na falsidade dessas aberturas, na verdade pequenas compras do cotidiano, que incluem revistas, jornais, blogs, todos na cestinha das mesmas agências dos ministérios, das estatais, das vestais. Vejo a lista de Medalhados dos Últimos Dias, e fico embasbacada. Primeiro, porque essa gente já foi séria um dia. Eu estava lá, brigando ao lado deles.Mas agora, vazei. Devo já fazer parte dessa nova forma de vida que está tentando se criar, respirando outros ares, descoberta que pode nos levar até a entender outras formas de vida.Já não era sem tempo. Que outros gases possam ser assimilados.
São Paulo, sem planejamento e quase parada, quente e entupida, 2010
(*) Marli Gonçalves é jornalista. Mano, o bagulho é mesmo doido. O tiro, mortal. E o crack, crack, crack é mais do que um barulho que está tombando nossos jovens acocorados nas esquinas planas da vida. É um som constrangedor.
E quando nos preparávamos para o Bye-Bye monumental , somos surpreendidos como nunca antes nesse país – e não só pelos documentos secretos vazados, que enrubesceram até os pelinhos dos maiores dirigentes mundiais, que se descobriram fofocados. Ficamos tristes, magoados, foi com o sincero e guardado desabafo de Lula sobre o seu aviãozinho do poder. Imagine aquele, mais novinho, um brinquedinho, e ele tem nos deixado cons-tran-gi-dos perante o mundo, oh, dó! Por não possuir autonomia suficiente para ir lá… bem looooooonge .
Gente! Precisamos comprar outro, rápido! Nosso Air Force One emborcou.
A situação do Rio de Janeiro, nossa Haiti, fotografada e radiografada, reproduzida no mundo? Isso não constrange. A corrupção? Ora, bolas, do que é que vocês estão falando? A falta de estrutura para a Copa e outros esportes que ganhamos como endereço? “No final dá tudo certo”, dizem os otimistas. principalmente os que vão encher o bolso na Hora H, longe do crivo de concorrências, porque já-já virarão emergências. Também não devemos nos constranger por ver voltar quem ainda nem julgado foi, ou outros alguns que deixaram o caráter na maternidade, quando nasceram.
Não vejo também porque se constranger com a violência. Reparou que até ela já está, digamos, cooptada? Já viu os anúncios do “idolatrado” Rapper MV Bill, néé Alex Pereira Barbosa, bajulando o Bolsa-Família? Mano, o cara é ativista com obras publicadas: Cabeça de Porco, Falcão – Meninos do Tráfico, Falcão – Mulheres do Tráfico. Cineasta, com obras como Falcão – Meninos do Tráfico, Sonhos Roubados e participação naquele programa educativo, sabe qual? – o Malhação, da TV Globo. Tem mais, a discografia: Traficando Informação, Declaração de Guerra, Falcão- o Bagulho é doido, Causa e Efeito.
Só cantando, comigo, no ritmo, no repente, o rap que fiz. Vem! É só se embalar como se alguém estivesse te dando um tranco, um solavanco. Pá. Pá. Pá – igual tiro.
Era. Era para estar festejando a integração progressista da pessoa na pessoa, louvando o fim do preconceito contra as mulheres, os negros, os rappers e outros. Era para estar achando o máximo a entrada do MV Bill na casa de milhões. Era.Mas não consigo deixar de pensar na falsidade dessas aberturas, na verdade pequenas compras do cotidiano, que incluem revistas, jornais, blogs, todos na cestinha das mesmas agências dos ministérios, das estatais, das vestais. Vejo a lista de Medalhados dos Últimos Dias, e fico embasbacada. Primeiro, porque essa gente já foi séria um dia. Eu estava lá, brigando ao lado deles.Mas agora, vazei. Devo já fazer parte dessa nova forma de vida que está tentando se criar, respirando outros ares, descoberta que pode nos levar até a entender outras formas de vida.Já não era sem tempo. Que outros gases possam ser assimilados.
São Paulo, sem planejamento e quase parada, quente e entupida, 2010
(*) Marli Gonçalves é jornalista. Mano, o bagulho é mesmo doido. O tiro, mortal. E o crack, crack, crack é mais do que um barulho que está tombando nossos jovens acocorados nas esquinas planas da vida. É um som constrangedor.
ARTIGO – Confusões, reais, mentais, e outras
Trem bala perdida perdido, polícia sobe o morro e bandido desce, para ver a Marinha chegar. Cloaca falante ganha entrevista. Novo governo será o velho. Agressores são filmados até as pregas atacando e batendo, mas continuam “supostos”. Advogado criminal trapalhão do goleiro Bruno cai, mas porque revelou vício de crack. Dizem por aí, ainda, que a morta está viva, enquanto ninguém sabe da iraniana Sakineh. Acho que ando sacudindo demais a cabeça.
Caramba! Que dias! Ligar a televisão na Bósnia, no Afeganistão ou no Iraque deve ser mais ameno do que tentar copiar os modelos dos coletes azuis à prova de bala dos repórteres globais na linha de tiro. Vão virar moda de verão já-já. Se aumentarem o realismo, melhor tirar as crianças da sala, embora só elas devam saber melhor desviar-se das balas virtuais ricocheteando nas telas, de tanto jogarem o Wii. O Rio de Janeiro continua lindo, mas as línguas malditas ironizam que tudo é apenas planejamento governamental para lançamento de financiamento para compra de carros novos – o modelo Caveirão, o principal. Nós todos, bem no meio do tiroteio.
Em São Paulo, nada melhor. O passeio predileto para as ilhas de consumo shoppings centers pode se transformar momentaneamente em passaporte para caixões de medo, com assaltos ocorrendo mais do que pão com manteiga na padaria da esquina. Lá, na virada, onde a placa de rua está tombada porque alguém errático ou bêbado errou o freio. E assim ficará o poste mais alguns bons dias. Faz sol, chuva, venta, tem granizo, enchente, seca – tudo ao mesmo tempo agora. Não dá tempo nem de ver desenhos em nuvens.
Enquanto isso, em Brasília, os homens dizem que querem abrir a Copa. Os cartolas e Lula e os que vêm aí acham lindo Sergio Cabral e sua discurseira; falam em apoio incondicional. Policiais no cume dos morros cravam bandeiras com caveiras que lembram as escuderias do Esquadrão da Morte. Pelo menos as bandeiras cravadas na Lua devem estar lá ainda.
Nem na época de metaleira, quando sacudíamos bastante a cabeça, me vi tão confusa. Inclusive com relação à análise desses acontecimentos. Estão certos? Errados? Ataques de guerra momentâneos contra situações que levaram anos sendo claramente construídas nas nossas fuças (e avisávamos, e alertávamos) serão eficazes? No morro onde milhares de pessoas normais vivem lado a lado com bandidos, apenas duas escolas.
Me perguntam: e você, daria aula lá? Não agora, responderia, certamente que não. Mas há mais de 30 anos entrava tranquila para alfabetizar em favelas, inclusive os “contraventores”. O que há? Os bandidos eram mais civilizados? Bandidos traficantes são piores do que os bandidos sequestradores, assassinos, assaltantes? Não há mais paz possível nem entre eles e sua gente? Será que a guerra é só contra o tráfico?
Esse pensamento me provoca arrepios e as dúvidas que exponho, sem saber para que lado pender. Só girando violentamente a cabeça para ver se, primeiro, acordo deste pesadelo. Se fosse só isso… Homofobia em ascensão, atendimento de saúde em queda. Falação de projetos sociais, dezenas de moradores de rua assassinados violentamente nos últimos meses em Maceió, vidas encurtadas de forma mais rápida do que eles próprios pensaram ou tentaram.
Um novo governo eleito que, antes da posse, já é mais do mesmo. Sou otimista, pretendo acreditar na boa vontade, mas eles não ajudam. Viu ou soube da famosa “entrevista” que o presidente que vai embora “concedeu” aos blogueiros progressistas, como se auto-intitulam os chupa-ovos qualquer coisa, topa tudo por dinheiro e afagos? Não é que o Cloaca ganhou linhas e linhas de celebridade instantânea? Amou ser chamado de Cloaquinha, por Lula! E os outros? Nossa, qualquer-coisa perde. Tudo gente que passou os últimos anos mandando e-mails, excelentes para estudos psiquiátricos, se é que me entendem. Uso o Cloaquinha como exemplo e representante da laia. Saber o nome dele e o que faz só vai piorar o tal buraquinho sujo. Se você souber dos outros…
Ao mesmo tempo, a linda Irlanda não está mais às voltas com IRAs, nem a Espanha com seus ÊTAs. Agora a coisa está feia para todos. O mundo bate cabeça. Nos Estados Unidos, Obama aqui a pouco vai ser chamado de afrodescendentezinho (que eu também sei ser politicamente correta) safado. Já tomou uma cotovelada. Evo Morales já deu pernada. Chavez dá piti. Melhor pensar no casamento do Príncipe Williams. Com que roupa vai a Carla Bruni?
Para completar, sabe o que o deputado Jair Bolsonaro, aquela belezinha, andou falando? Que pais precisam agredir um filho homossexual para mudar seu comportamento. Onde que ele falou? No programa “Participação Popular”, na TV Câmara, que discutiu a “Lei da Palmada” – projeto de lei, também ridículo, que proíbe punição corporal dos pais às crianças, como se eles pudessem fiscalizar”! “Se o filho começa a ficar assim, meio gayzinho, [ele] leva um couro e muda o comportamento dele”, afirmou. Quer mais? Bolsonaro foi reeleito, pelo PP, e vai continuar lá, onde faz parte da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Deslize? Não! Ele reafirmou, depois: “Se o garoto anda com maconheiro, ele vai acabar cheirando, e se anda com gay, vai virar boiola com toda certeza”. Juro que não é piada.
Não dá vontade de embaralhar tudo? Desculpem, mas fui obrigada a escrever bem confusamente sobre todas essas pendengas. Agora, neste final, queria demais poder dizer “esqueça, que tudo isso é só sonho ou pesadelo”. Mas você sabe que é ainda pior. Assim, só nos resta fazer uma coisa: deitar o cabelo. Uma expressão muito usada há alguns anos e que queria dizer “ficar paralisado”, na cama, com a cabeça no travesseiro. Para não ficar tonto, nem tão confuso. Para ficar imexível. Esperar que tudo passe.
Deita o cabelo!
São Paulo, cidade atacada pelo PCC de forma diferente em 2006, traumatizada ainda em 2010, e agora não pode nem botar banca.
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Morreu a mãe de Erenice Guerra. E ela está abandonada. Se ela falasse…
Fiquei sabendo há pouco, ao ler a coluna de Claudio Humberto, que publicou duas notas hoje, que trago para você:
( MAS ISSO É COISA SÉRIA. NOSSOS SENTIMENTOS. REALMENTE DEVE ESTAR SENDO DIFÍCIL PARA ELA SEGURAR ESSA BARRA) |
Poço de mágoas
Ontem, no enterro da mãe, falecida aos 81, a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra estava muito abatida. E magoada com a ausência de ex-colegas do governo e o mal que o escândalo fez à sua família.
Mãe de Erenice enterrada em Taguatinga
Raimunda Carvalho, mãe da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, morreu na manhã desta quinta (18) aos 81 anos, em Brasília. Ela sofria de problemas cardíacos e se recuperava de uma cirurgia no coração. A sra. Raimunda estava internada e sofreu uma parada cardíaca na noite de ontem (17) por volta das 22h. Erenice acompanhou o velório, em Taguatinga. O corpo foi sepultado no final da tarde. Aproximadamente 60 pessoas acompanharam o enterro.
Artigo – Ousar é preciso
Navegar também é preciso, principalmente em tempos internéticos. Ser audaz significa muito para mim. Também podem me chamar de atrevida. Vou gostar.
Há algumas semanas a palavra Ousadia, ouvida de uma boca e com uma voz que amo muito, está na minha cabeça. Linda palavra, de lindos significados. Gosto demais de tudo que quer dizer movimento, andar para frente, criar, fazer, acontecer. Ousadia é tudo isso e muito mais, sempre acima do que é permitido até aquele momento. Ultrapassou, ousou. Pode ser uma transgressão, mas sempre feita com muita racionalidade.
Ousar requer decisão, coragem, vontade, desejo. Para ousar é preciso aprender, enfrentar, e muitas vezes desafiar o estabelecido, o comum. Quem ousa, arrisca o tudo ou nada, certamente sempre na busca dessa tal felicidade. Ousar é mais humano do que animal, que aprende atavicamente. Para ousar é preciso pensar e raciocinar. Coisa de gente.
Ousar é preciso. De precisão de movimentos, já que sempre é a busca de uma realização. Ninguém ousa de bobeira, mesmo que assim lhe pareça. E há, sim, a relação com o navegar precisamente em águas que podem não ser tão estáticas. É dos navegadores antigos a frase gloriosa: “Navegar é preciso; viver não é preciso”. Teria sido dita primeiro por Pompeu, general romano, aos marinheiros amedrontados que se recusavam a viajar durante e para a guerra. Horácio começou a imortalizá-la, e finalmente, Fernando Pessoa, a trazê-la para nós em nosso tempo:
“…Quero para mim o espírito [d] esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo…”
É isso. Irmã da audácia, a ousadia move o mundo. Como explicar as descobertas, o nascimento de líderes? E como são ousadas, entre tantas, as mulheres, as baixinhas, especialmente! Os esportistas radicais que nos mostram os limites do corpo! Os poetas, que ultrapassam todos os limites! Os gênios que pasmam o mundo. Os artistas que lhe dão as formas reais, na arte e na moda. Ousadias são quase sempre visíveis.
Mas ousar não é coisa para meros exibicionistas, nem para amadores. Homens diriam, alguns grosseiramente, que é necessário ter culhões, como resumo de coragem e firmeza. Mulheres diriam bom gosto, refinamento, propósito. A ousadia aumenta com o amadurecimento que nos dá a segurança, embora também em muitos casos o próprio amadurecimento também nos apresente ao temor e ao medo. Daí, quando pessoas mais velhas ousam, atenção, que a coisa é mais séria, libertária, e objetiva. Sai da frente.
Tenho pensado muito sobre isso, ousadia, desde que ouvi o som da palavra, dita como contei, numa ocasião muito especial. Ali, naquela hora, apenas sorri. Mas algo dentro de mim havia se emocionado, e porque eu também fazia parte importante daquela audácia citada, explícita, um momento fugaz. Podemos ousar sozinhos, ou acompanhados.
Em se falando de ousadia, pensei de novo nesta semana, ao assistir ao show de Marília Gabriela, a quem admiro de forma particular. Em “Incoerente”, ela cantou, cantou, cantou – ” Cantei, cantei, nem sei como eu cantava assim… Só sei que todo o cabaré/ me aplaudiu de pé/ Quando cheguei ao fim”, como em Bastidores, do Chico. Jornalista, atriz, apresentadora e entrevistadora de mão cheia, ela ousa também cantar. E vai à luta. A impressão que se tem é de que, já queestava na chuva, não teve medo algum de se molhar. No repertório, clássicos cantados com redobrada personalidade; canções românticas apresentadas com um tesão provocante; e o orgulho de ser quem é, sempre mutante. No texto, pitadas de humor e algumas reverências e referências, como a Tom Jobim, Caetano e Gil, esses que até compuseram especialmente para ela, há muitos e muitos anos, e ela tirou do bauzinho, de onde revela muito do fascínio que exerce sobe os homens. No corpo sexagenário perfeito, ereto, ativo, inventou também uma reboladinha de quadril genial. Uma para o rock, outra para o blues, e uma insinuada e sinuosa onda na bossa nova.
Na platéia estrelada, bocas abertas. Algumas muito poucas para falar mal, hábito social, entre dentes. Ali, em um ambiente pequeno, as estrelas usaram as mãos mais para aplaudir, certamente invejosas de tanta maleabilidade. Reis da bola, do pé e da perna como Pelé e Ronaldo. Reis da tevê, como Boni. Reis do jornalismo, das artes, da fotografia. De fome, Gabi não morre. Se canta, dança, sapateia, representa, escreve, fala, pensa… sempre há de ter o que fazer bem. Isso é o que merece consideração. Que todos se mordam de inveja dos seus lindos amores, dos programas em três emissoras distintas, de sua família, de sua coragem! Chama-se ousadia. Qual será a próxima, Lady Macbeth?
Foi assim que resolvi finalmente tocar neste assunto, na palavra que tanto quer dizer e tanto me disse. É do que precisamos, para fugir da mesmice, do monótono, da rotina. Se navegar é preciso, viver é preciso, ousar é preciso. E se Fernando Pessoa tinha razão em dizer que “tudo é ousado para quem a nada se atreve”, quero começar apenas a achar que elas, as ousadias, devem ser liberadas.
Dá até slogan. Ousadia: use e abuse.
São Paulo, mais do mesmo que se vai, indo, navegando, ouso dizer
Marli Gonçalves é jornalista. Ser audaz, atrevida, destemida, confiante: um dia chego lá
Um alô!: Na quinta-feira, 25 de novembro, na Livraria da Vila da Alameda Lorena, 1731, Jardins, São Paulo, Capital, vou estar (19hs) no lançamento de uma ousadia de 12 anos de trabalho e persistência de minha amiga Catherine Krulik, fotógrafa da mais alta estirpe. Será o lançamento do livro que eu chamo de arte pura, reunindo imagens de Catherine captadas das maiores manifestações populares do país, “Carnavais do Brasil”. Editado pela Grão, da Maristela Colucci, em conjunto com a Peirópolis, da Renata Borges. Olha só: fui eu que fiz o texto, que ainda verei também traduzido na obra, em inglês e francês. Uma ousadia, que espero que todos gostem tanto quanto das fotos maravilhosas e impactantes de Catherine, francesa radicada e amada no Brasil.
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Especial: Flashs e fatos do maravilhoso show “Incoerente” de Marília Gabriela cantando. E muito bem. Festa de estrelas. No palco. E na platéia.
Ontem, quarta, 17 de novembro, tive a honra de também estar na platéia do Show Incoerente, que Marília Gabriela fez no Bourbon Street, em São Paulo, capital.
Demais. Arrasou! A palavra mais correta para definir Marília, um pessoa mais do que muito querida e admirada por mim é só uma:
OUSADIA
Ela ousou no show, nas músicas, no repertório dificílimo, no texto, na apresentação. Um passeio. Linda, simples. Primeiro de camisa branca e calça preta de alfaiataria, a elegância. No fim, a troca: uma camisa preta e uma calça de couro preta. Simples, a elegância quando é nata é assim mesmo.
As mãos floreiam o texto; as caras exprimem a interpretação diferente de cada música escolhida, todas gloriosas, sob a regência e direção de Ruriá Duprat, o maestro, e com um quinteto fantástico acompanhando, numa cozinha de jazz, bossa nova, MPB, blues, e uma pitada de rock. Músicas que Gil e Caetano lhe deram nos Anos 80 apresentadas com a leveza de quem é. Dane-se quem fala, o que falam e porque falam.

Na platéia, uma miríade, que vou tentar listar: Ronaldo e esposa, além de vários armários de segurança, Boni, o homem de tevê que Marília diz que foi quem a convenceu a fazer o show; o rei Pelé e uma turma; Antonio Fagundes e namorada; Jô Soares; jornalistas Monica Waldvogel, Mona Dorf, Augusto Nunes, Paulo Moreira Leite, Cesar Giobbi, Carlos Brickmann, eu..; o genial fotógrafo Miro, Vanessa e marido Buaiz, Alicinha Cavalcanti com um gatinho digno de nota a tiracolo; minha lindinha Mary Nigri, José Victor Oliva, o psicanalista Contardo Calligaris. Da família dela: a irmã, Marisa, o filho Cristiano, com a esposa grávida, a deliciosa e divertida Daniela Valente, o meu xodó Teodoro…
Esses o que eu vi. E devo estar esquecendo de muita gente…
Trouxe uns flashs e umas imagens que fiz durante o show, com o celular. Desculpem a qualidade, que a luz era baixa e não dava para, digamos, usar flashes… As fotos também foram feitas meio assim, após o show, no empurra-empurra. Mas dá para ter uma idéia legal.

Reparou que hoje é (ou foi ) dia 11-11-10?
Artigo – Impaciências
O sinal ainda ia fechar, mas o pedestre já está lá no meio da rua, driblando a faixa. O sinal vai amarelando e o cara de trás já tacou a mão na buzina. Se você deixar passar o tal pedestre, ainda vai é ser muito xingado pelo tal motorista que, em geral, gesticulará muito com as mãos, talvez dedos. A fila do caixa não anda, ninguém atende a porcaria do telefone e quem ficou de ligar não liga. Você fuma, come, bebe mais do que deve e pode começar a espumar
O elevador vem vindo, mas o coitado do botão de chamada é massacrado, como se acelerador fosse. O cara vai descer daqui a dez pontos, mas já está na porta do ônibus, empatando a saída e outras coisas. Nem bem o Metrô parou, tem invasão de gente saindo e entrando pelo mesmo lugar, a porta – e duas coisas não ocupam o mesmo lugar no espaço. Às vezes a gente nem percebe, mas já está com ela incrustada: a impaciência. Entre os sintomas, o tamborilar de dedos na mesa, o pezinho batendo ou sacudindo mais nervosamente, vontade de esganar o mundo, uma certa agonia. Se não é TPM, é impaciência.
A impaciência é uma tensão, sentimento, sensação que acomete todo mundo em algum momento; e pode ser também característica “fixa” de personalidade. Por exemplo, ao tentar olhar com alguma simpatia para a presidente eleita, vejo nela uma mulher impaciente, e brava, ríspida, que não gosta de falar duas vezes a mesma coisa.
O problema é que ultimamente isso anda quase impossível. Todo mundo sabe tudo antes de ouvir a história e não presta atenção. Ou fica tão impaciente para discordar de você que até interrompe, muitas vezes com outro assunto, um não ou pitaquito. Ninguém mais lê nada completo e é difícil manter a atenção dos interlocutores, ou dividi-la com celulares, computadores, IPODIS, IPADIS, SMSsss,entre outras traquitanas (e reclamávamos do bip!). É a azáfama moderna, adiantada pelo Lewis Carroll quando criou o coelho “tenho pressa muita pressa” em Alice.
Quando a gente está mais impaciente, repare, é quando encontra ainda mais quem tenta nos contar as coisas nos míííínimos detalhes e em ordem cronológica, torrando o saco até de quem é habitualmente calmo. Não adianta demonstrar a sua impaciência olhando no relógio, tamborilando na mesa, nem pigarreando. Não adiantará. Se tiver dois celulares dê um jeito de ligar para você mesmo.
A impaciência nos acomete em variadas situações, em geral desagradáveis. Com fome, no restaurante. Com sede, no bar. Com pressa, no trânsito. Dizem os dicionários que significa falta de paciência, incapacidade de suportar algo ou alguém, de se constranger ou esperar. Falam em pressa e desespero, também. E em sofreguidão, mas com este termo não concordo. Tendo a achar a palavra mais adequada ao fazer coisas bem gostosas, realmente sôfregas.
Especialistas explicam que a falta de tempo, a competitividade e o individualismo são as principais causas da falta de tolerância e impaciência. Pesquisadores de uma universidade americana publicaram recentemente os resultados de uma pesquisa sobre as consequências da impaciência para a saúde das pessoas. As impacientes sofreriam mais com problemas de hipertensão e teriam mais probabilidades de contrair doenças cardíacas. Surpresa! Portanto, todos nós, hein, estamos sujeitos a puff!
O grau de impaciência foi avaliado com algumas perguntas: Você se aborrece quando tem de esperar? Você come depressa? Costuma sentir-se pressionado no fim de um dia normal de trabalho? Sente-se pressionado pelo tempo? Assim, descobriram o Brasil.
Outros andaram descobrindo também que fast food torna as pessoas mais impacientes. Para os pesquisadores, a exposição diária às redes de fast food pode ter um efeito subliminar sobre o comportamento, fazendo com que as pessoas fiquem mais apressadas nas atividades diárias, independentemente de serem – ou não – pressionadas pelo tempo e pela agenda. Contamos para eles a impaciência dos cachorros quando nos vêem com a coleira nas mãos? Contamos para eles que somos impacientes até quando vamos ao banheiro? Ou sobre nossa impaciência ao ver que parceiros, ou filhos, não mudarão, nem com o tempo? Vai negar?
Melhor, por que não detonamos logo o sistema que nos deixa assim? Nas terapias florais existe um remédio, um dos Florais de Bach, chamado Impatiens (extraído da flor Impatiens Gladulifera). Sabe qual flor é? Aquela que aqui chamamos de Maria Sem-Vergonha que nasce em qualquer canteiro, impaciente como ela só.
Diz um provérbio chinês: “Um momento de paciência pode evitar um grande desastre; um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida”. Disse Napoleão: “A impaciência é um grande obstáculo para o bom êxito”. Para Saramago, “à paciência divina teremos que contrapor a impaciência humana. Para mudar as coisas, a única forma é ser impaciente”. Já a Bíblia afirma que a impaciência é uma manifestação de incredulidade e desconfiança, com o profeta Isaías apresentando quatro atitudes geradas pela impaciência: a impaciência leva-nos a substituir os planos de Deus pelos nossos; a impaciência nos conduz a fazer coisas proibidas por Deus; a impaciência gera frustrações e decepções; a impaciência produz a rejeição do tempo ou do momento certo de Deus.
Sei lá. Sede de viver. Medo de morrer antes de ter feito. Pressa por resultados, muitos dos quais, inclusive, nem interessam. Vontade de ser campeão, o melhor, o maioral. De ter a certeza de estar certo. De saber se vai conseguir. Sei só que estamos todos contaminados. A impaciência é mesmo imprevisível. Mas pode ser também advertência, abstinência, preferência, providência, previdência, imprudência, turbulência, suficiência, resistência, incoerência.
E competência, demais ou de menos.
São Paulo, Terra da Impaciência, 2010, e olha o final de ano chegando
(*) Marli Gonçalves é jornalista. Paciência tem limites.Calma.
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Gabeira: um parlamentar que fará falta. Muita falta. Mas está cheio de planos. Veja o que ele escreveu, para o país
Uma nova etapa no Brasil
(do site oficial www.gabeira.com.br)
Com o debate de ontem, na TV Globo, acabou a campanha presidencial. Foi mais longa do que pensávamos. No meu caso particular, com a difícil campanha de governo, já ansiava por um curto descanso e a retomada dos trabalhos parlamentares, com o objetivo de encerrar o mandato, recolhendo arquivos, transmitindo projetos e até experiência, se algum eleito precisar dela.
É um momento de profunda reorganização. Praticamente uma nova vida terá ser inventada, embora baseada nas aptidões do passado. Nosso site deverá retornar ao ar, com sua nova forma, na semana que vem.
Não será ainda uma forma definitiva. Mas aquela que vai nos manter em contato com vocês, nesse período de transição. Os meses de novembro e dezembro serão usados para amadurecimento dos projetos que temos para 2011. Em janeiro, então, começaremos oficialmente uma nova fase, sem mandato político, combinando a contribuição com o país com a luta pela sobrevivência.
Assim que os projetos forem postos em prática, vamos informar aos que acompanham nossa trajetória. Uma característica da nova fase, que passa também pelo jornalismo, é a tentativa de entender e transmitir a realidade. Algo um pouco diferente da ação exclusivamente política, onde ao invés de nos concentrarmos no entendimento das coisas como elas são, privilegiamos o discurso sobre como as coisas deveriam ser, Há uma diferença entre o repórter e o político, entre aquele que se dispõe a ser testemunha e o que se dispõe a ser ator.
Há vida fora de Brasília, há vida fora do poder. Nesses 50 anos de atividade pública, creio que só pertenci a um governo durante seis meses, no principio de 2003. Sempre fui oposição e nem sempre tive mandato político. Quando entrar 2011, grande parte da transição já terá sido feita e saudaremos o novo ano como o mais produtivo da última década, uma vez que os grandes problemas do país estarão em jogo e tratá-los na sociedade pode ser tão ou mais útil ao Brasil do que reduzi-los a um debate parlamentar.
Domingo é de dia de eleições. Mantive minha coerência na campanha ao governo do estado, apoiei no segundo turno a força política nacional que me apoiou no Rio. Para quem, como eu, não acredita apenas em pesquisas, resta esperar o resultado amanhã à noite. Em qualquer hipótese, a transição para uma nova vida é irresistível.
Até segunda, com as novas idéias para o ano que vem.

ARTIGO – Vácuo, vazio, vade retro
Marli Gonçalves
Toda semana antes de escrever tento me concentrar no tema que está mais ou menos presente, circulando na cabeça das pessoas, e busco traduzir um pouco desse enorme sentimento coletivo. Pois bem, desta vez se eu tivesse que depender disso, a página seria um branco, um enorme ponto de interrogação, a incógnita. O desenho de um risquinho. O vácuo. Sem ideia do que iria preenchê-lo.
Desde que comecei recebo dezenas de mensagens e cartas a cada texto que escrevo, toda semana, vindas de pessoas as mais variadas a cada dia, agradecendo e dizendo que eu coloquei no papel naquela hora exatamente o que elas pensavam, sentiam, ou tinham vergonha de afirmar. “Tirou as palavras de minha boca”. “Gostaria de ter escrito isso”. “Nunca ninguém foi tão direta nesse assunto”. “Faço minhas suas palavras”.
Vou contar um semi-segredo. Como um bom radarzinho geminiano que sou, passo os dias tentando captar esses sinais. Minha vida não é a mais agitada, já que trabalho o dia inteiro e não sou mais da gandaia – podia até quase ser canonizada de tão comportada que ando. De qualquer forma, vou lendo, vendo, conversando, prestando atenção, e anoto “possibilidades” nos caderninhos que trago sempre perto de mim. Aí, escolho, sento e escrevo. Tudo ligado no espontâneo. De um fôlego só. Meu pensamento em voz alta.
Esta semana estou ferrada. Porque, se pensamento pudesse ser visto nas ruas, as pessoas estariam andando com balõezinhos em branco em cima de suas cabeças. Paira um sentimento de frustração misturado com ansiedade, falta total de previsibilidade, receios mil, dúvidas existenciais e um enorme desânimo. Sensação de estarmos andando para trás, falando as mesmas coisas, no mesmo horário, com as mesmas pessoas, nos mesmos lugares. Ou, melhor, falando com as paredes.
Concentrei-me bem. Olhei nos olhos de ricos e pobres, jovens e velhos. Nada. Conversei com os cachorros, os gatos, as plantas, com minhas traquitanas. Nada. Nem me responderam, o que me faz pensar o quanto a natureza também está no vácuo. Há muito não consulto o mar e a areia, mas temo que eles andem com a cabeça lá pelos lados da Indonésia onde a desgraça chega em potes, com maremoto, tsunami e vulcão, e tudo no mesmo dia. Ah, coitados!
Olhei para mim. Um mau humor interno, vindo bem “lá de baixo”, pegando o estômago, uma dor de cabecinha chata, apreensão, cansaço, falta de tesão, vontade de dormir, de viajar, de sumir. Que começou a piorar no meio da semana, se acentuando na hora dos noticiários e de ler o jornal.
As manchetes que li e traduzi, como eu as faria, entre outras: Professora carioca esmigalhada, presa e humilhada por sua linda história de amor com aluna. Mulheres gordas fogem das esporas de estudantes imbecis em Araraquara, no interior paulista. Delegado procura chifre na cabeça de cavalo em brincadeira acadêmica e ingênua de abaixar as calças. Candidatos beijam santos e demônios. Jornalista é detida; usava sutiã de biquíni em Praça proibida. Papa dá pitaco. Morre em São Paulo delegado imaculado, e filhos ameaçam falar. Argentinos mostram-se passionais até demais. José Alencar aproveita que está passando perto e pára no Hospital Sírio-Libanês. Crianças precisarão de três vias de receita para comprar chupetas. Dilma afirma com todas as letras: chama-se Dilma. Lula desafia o Papa: “quem é você para falar assim comigo”? Serra garante casar menina bonita que der. Voto.
Esses ataques de moralismo sórdido, misturados com populismo e a puritanice charlatã e carola de ocasião, me dão azia e mal estar. Tiroteio no Rio vira cotidiano. Gente morrendo nos hospitais vira notícia quando esquecem o corpo do lado de fora. As toneladas de droga anunciadas como recolhidas viram recicláveis de alto custo. Os caudalosos rios amazonenses secam e as represas paulistas revelam carros suicidas. E, agora, se você quiser algum antibiótico, melhor procurar um traficante. Estão ilegalizando as drogas.
Esses próximos dias serão mesmo assim: uma espécie de intervalo, o vácuo, literalmente o que não se acha ocupado ou preenchido; que nada contém; vazio. O vazio, o silêncio, o lamentar o que deveria ter sido ou como poderíamos ter feito. O meio tempo no qual descobriremos que mais um ano está acabando, com o Natal chegando, esperamos – cheio de luzinhas. Mais do igual.
Agora, escuta só o que descobri, e me preocupou, de certa forma existencial: no vácuo é impossível respirar; pois não há qualquer átomo de quaisquer gases. O vácuo não existe propriamente, já que é o vazio, e todo espaço conhecido é formado por uma matéria.
Será que estamos tão vazios assim? Um perigo. Porque igual “parar é andar para trás”, e se coisa ruim vem tentar pegar esse nosso “espaço”?
Ui. Encosta na parede quando for conversar com ela.
São Paulo, santos do pau oco, 2010
(*) Marli Gonçalves, jornalista. Intuitivamente já sabe de antemão o que qualquer resultado significará. E não estou falando de loteria. Ah, coitados!
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Repara só onde estamos nos metendo…no controle da comunicação, de alguma forma…Presta atenção!
- Estas notas estão publicadas nos jornais e na própria Coluna do Claudio Humberto, no www.claudiohumberto.com.br, onde aliás, sabe? Você pode encontrar também o meu artigo…Presta atenção:
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Militância reverteu ‘guerra’ da bolinha de papel
O monitoramento do comportamento do eleitor na internet, baseado na experiência da campanha de Barack Obama nos Estados Unidos, por meio de sofisticado aparato tecnológico instalado em um prédio comercial do Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, mostrou à campanha do PT que Dilma Rousseff perdia “guerra” da comunicação, no caso do “atentado” a José Serra com bolinha de papel, até que a militância petista tomou conta das redes sociais Twitter, Facebook e Orkut.
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Tempo real
O sistema montado pelo PT detecta o “tema do momento” na internet e passa a produzir e disparar milhares de mensagens simultaneamente.
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Nada feito
A coordenação de campanha decidiu “plantar” outro tema na internet, para ofuscar o caso da bolinha de papel, mas a militância não deixou.
Exclusivo:Cuidado. Você, cidadão indignado, pode estar sendo indiciado pela Campanha da Dilma e do PT a qualquer hora. E isso só explodirá depois das eleições.

EXCLUSIVO
Atenção: esse pode ser um alerta que mostra exatamente como anda a nossa tal liberdade de expressão. Avise seu pai, sua mãe, sua avó, sua irmã, seus amigos. Se, por acaso, eles aprenderam e estão empunhando essa terrível e perigosa arma do computador, o tal e-mail, podem estar com seus dias de liberdade contados.
Explico: como de praxe durante essa campanha recebemos uma mensagem ontem que se destacou das demais. Não citarei o nome de quem a assina, mas a mensagem alertava que o escritório de Advocacia Bottini & Tamasaukas, com sede em São Paulo e Brasília, contratado pelo PT, estaria buscando as pessoas que divulgam e repassam e-mails contra a campanha, sua candidata, contra o que considerarem ofensivo e tom difamatório. Essa pessoa “seria” uma delas.
(Leia o e-mail completo, reproduzido mais abaixo).
Fiquei cismando e fui atrás. O que é pior, porque de alguma forma confirmei quase toda a mensagem, em entrevista , por telefone,com o Dr. Pierpaolo Bottini, um dos sócios da conceituada banca de advogados. De todo o e-mail, ele apenas refutou uma possibilidade. A de que essa pessoa teria recebido notificação extrajudicial em nome do escritório. Se a pessoa recebeu qualquer notificação, diz ele, ou foi do Ministério Público, ou da Polícia, ou da Procuradoria Eleitoral. Pierpaolo foi ex-secretário Nacional de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça da gestão de Márcio Thomaz Bastos no Ministério da Justiça.
– Os crimes contra a honra, eleitorais, geram ações públicas. Não é direito privado – explica o Dr. Pierpaolo Bottini. “Passam a ser segredo de Justiça”.
O Dr. Pierpaolo Bottini confirmou, no entanto, que o escritório foi contratado, sim, pela campanha do PT para avaliar os crimes contra a honra e de tom difamatório. Os crimes podem ser tipificados em difamação, calúnia, injúria, fatos inverídicos, correspondendo cada um deles a um tipo de condenação, explicou.
– Nós provocamos a investigação. Mas é o Ministério Público que analisa e faz a denúncia. E a polícia que faz as investigações. Nem teríamos condições de fazer isso. Fazemos as representações e elas progridem. Pode ser instaurado também um inquérito policial.
O sócio do escritório fala com certo orgulho que foram eles os responsáveis pela entrada de ações que estão correndo contra José Serra, candidato da oposição à presidência da República, e seu vice, Índio da Costa, por conta das acusações e falas públicas (e publicadas nos jornais) contra Dilma Rousseff, Lula e campanha petista.
Ao ser questionado sobre quantas dessas representações já foram apresentadas, o advogado calculou que já foram cerca de 30 representações. “Mas não me lembro de ter qualquer uma sobre e-emails”, desconversou, ao ser posto diante do cenário, absolutamente possível, por exemplo, de uma senhora mais idosa, em casa, indignada com o PT, e repassando e-mails, por exemplo, piadas ou constatações da vida pregressa (e ainda em parte, desconhecida) de Dilma Rousseff. Todos nós já recebemos ou repassamos algumas delas. O que, inclusive, pode ser o caso da nossa personagem, que nos fez chegar a denúncia.
– O senhor tem idéia da gravidade disso? – perguntei.
– Sim, mas não acredito que isso ocorra, respondeu Bottini, sempre atencioso. Procuramos sempre nos basear em artigos de jornais.Mas há casos de envio indevido que podem estar sendo investigados.
Em momento algum ele afirmou que isso, o fato relatado no e-mail, não poderia ter ocorrido, o que torna extremamente grave o assunto, principalmente para quem só será notificado depois das eleições, quando o assunto cairá no esquecimento e as pessoas terão de se defender solitariamente.
Li para ele a mensagem completa (omitindo o nome). Ele confirmou todas as possibilidades, excetuando a notificação extrajudicial, conforme já exposto. Mas esse pode ser um erro de leigo de quem escreveu a carta, que traz muitos outros detalhes.
LEIA, ABAIXO, A MENSAGEM COMPLETA RECEBIDA E QUE FOI CHECADA JUNTO AO ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA DE FORMA GERAL. APENAS O NOME DE QUEM ASSINA FOI OMITIDO, O QUE NOS IMPOSSIBILITOU APENAS SABER SE ELA FOI ATINGIDA PELAS MEDIDAS TOMADAS PELA CAMPANHA DO PT E ALIADOS. VOCÊ PODE ESTAR SENDO PROCURADO…
Assunto: Alerta aos amigos e amigas
Alerto os amigos e amigas onde fui me meter por simples brincadeiras. De dois meses para cá, recebo dos amigos e conhecidos, E-mails engraçados e muito bem bolados sobre o Lula, PT, Dilma, Tiririca, Maluf. Me enviaram cópias de reportagens de jornais, revistas, charges, dossiês e eu acabei repassando para o rol de amigos com o intuito de divulgar e informar.
Ontem na parte da tarde, recebo no meu prédio uma Notificação Extra-Judicial do Escritório de Advocacia Bottini & Tamasaukas. Confesso que fiquei assustado e liguei para eles. Fui informada que o Bottini & Tamasauskas Advogados Associados, foi contratado pelo Partido dos Trabalhadores para cuidar do assunto sobre boatarias, difamações. Eles acionaram a Polícia Federal que rastreou o meu protocolo IP e assim fui localizada. Agora disseram que irão me acionar por Crime Eleitoral e querem saber quem são as pessoas que enviaram esses e-mails que repassei na forma de CCO – Cópia Oculta. Fui alertada de que a Polícia Federal começou uma investigação, pois através do IG, souberam os meus dados. Nome, endereço, idade.
Para finalizar a enrascada, recebi hoje uma Intimação por Carta Registrada da Procuradoria Geral Eleitoral – Ministério Público Federal, para prestar depoimento sobre Crime Eleitoral, dia 9 de novembro.
Agora preciso contratar advogado, gastar tempo e honorários. Não sei o que vai dar isso. Estou muito ansiosa, pois nunca entrei em uma simples delegacia e nunca passei cheques sem fundos. O meu nome é limpo.
Passo esse alerta sobre o ocorrido comigo, pois de uma simples brincadeira sem maldade, acabei me metendo em uma fogueira. Cuidado com o que vocês passam. Os políticos estão pegando muito pesado.
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Dr. Pierpaolo Bottini: "Nós só provocamos as denúncias" Mais informações sobre o entrevistado, Dr. Pierpaolo Cruz Bottini
- É professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP); Mestre e Doutor em Direito Penal pela USP. É Membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e Coordenador regional do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). Foi Secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça nos anos de 2005 a 2007.
Gabeira fala. Estava ao lado de Serra. Atingido, sim. Para ele o PT criou versões, “para culpar a vítima”
Nem tentem vir com essa conversinha que ontem a candidata Dilma “quase foi atingida” por balões d`água, que eu conheço bem o Paraná, sua política, e o doido Roberto Requião.
De carnavais antigos! De armações antigas!
PENSA: viu a foto dele segurando um lindo guarda chuva do PT? Já recebemos informes de pessoas confiáveis que observaram, digamos, a sincronização com as bolas cairam… Nem molhou a escova da Tia Dilma.
Quer dizer que, dia de sol, eles andam com guarda-chuvas?
Quer dizer que, exatamente passando na Boca Maldita , entre os prédios, no dia seguinte ao incidente com o Serra?
Estamos vivendo um escândalo de manipulação sem precedentes
OLHE BEM A FOTO e pense:

Por favor, veja essa entrevista com o Fernando Gabeira publicada pelo portal Terra:
Lula “sempre põe a culpa na vítima”, diz Gabeira
Joâo Pequeno
Direto de Rio de Janeiro
Segundo colocado na eleição para o governo do Rio de Janeiro, o deputado federal Fernando Gabeira (PV) disse nesta quinta-feira (21) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre culpa a vítima, ao insinuar que o candidato do PSDB à presidência, José Serra, tivesse simulado uma agressão com um objeto arremessado em sua cabeça durante caminhada na véspera.
“Ela sempre culpa a vítima. Foi como no caso da quebra de sigilos de tucanos, que ele atribuiu a outros tucanos e até no dos prisioneiros políticos cubanos, que comparou a criminosos comuns de São Paulo”, disse Gabeira, que estava ao lado de Serra, em Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio nesta última quarta-feira (20) quando um objeto – ou dois, segundo novas versões – atingiram a cabeça de Serra.
Gabeira afirmou que “houve uma pancada no momento”, mas afirmou não ter visto o objeto utilizado. Seria um rolo de adesivos, segundo os seguranças do tucano. “Não vi, mas ouvi uma pancada, me abaixei junto a ele. Minha preocupação foi primeiro de me proteger, depois de ver se havia algum sangramento, que felizmente não houve”, resumiu Gabeira.
Para ele, o acontecimento só reforça a tentativa de inversão. “Outros vídeos já mostraram que a bola de papel foi jogada em um momento diferente da agressão. Tenta fazer como era antigamente nos países socialistas, em que (os governos) criavam uma versão independente dos fatos ocorridos, mas não creio que isso prospere aqui no Brasil, onde ainda há muita pluralidade”, resumiu.
GABEIRA ESTAVA LÁ. E NELE EU CONFIO


Abram alas que o equilibrado Ricardo Setti está ponderando. Sobre cabeças e bolinhas
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/
COLUNA RICARDO SETTI – VEJA.COM
21/10/2010- às 17:31 \ Política & Cia
Hipótese de que bolinha de papel atingiu Serra precisaria ter cumplicidade na farsa de várias pessoas, inclusive de médico sério e de hospital renomado
Circula na Web, e em certos veículos eletrônicos, a versão de que o presidenciável tucano José Serra não foi atingido na cabeça por objeto capaz de causar qualquer dano, durante caminhada no bairro de Campo Grande, noRio, e sim por uma bolinha de papel.
A versão se baseia em trecho de um vídeo da rede de televisão SBT a respeito dos incidentes de ontem, ocorridos quando militantes do PT entraram em confronto com militantes do PSDB.
O SBT mostra que Serra não parece ter sentido nada de especial ao ser atingido pela bolinha de papel, e que só começou a mostrar sinais de que algo o havia eventualmente ferido depois de atender a uma ligação em seu celular. Ele, então, estaria simulando algo mais grave do que ocorreu para se fazer de vítima.
Pode ser, claro. Em política no Brasil parece que vale tudo.
SERÁ QUE TODO MUNDO MENTIU? — Como sempre se deve conceder às pessoas o benefício da dúvida, pórém, este blog propõe que o leitor se faça as seguintes perguntas:
1. Serra, então, será um mentiroso? Um homem que foi prefeito de São Paulo, senador da República, ministro e governador do maior estado do país seria um mentiroso? Para faturar simpatias, usou a mera bolinha de papel que bateu em sua cabeça para fazer teatro e mentiu à imprensa dizendo que, depois do impacto, sentiu náuseas e tontura?
2. Todos os políticos e assessores que estavam à sua volta e confirmaram o fato aos jornalista também mentiram?
3. O respeitado Hospital Samaritano, no bairro de Botafogo, para onde Serra foi levado após o tumulto em Campo Grande, não apenas submeteu o candidato a uma tomografia sem qualquer necessidade como também particip0u da farsa?
4. Como se teria combinado com a direção do hospital a montagem da farsa? Por telefone? Por algum emissário que lá chegou antes do candidato? Os vários médicos do hospital envolvidos no processo, então, foram também mentirosos? São todos parte de uma conspiração para prejudicar o bom nome dos militantes petistas?
5. O dr. Jacob Kligman, respeitado médico que atendeu Serra, mostrou aos jornalistas o local do impacto e mencionou os sintomas apresentados — dr. Kligman, durante mais de quatro anos presidente do Instituto Nacional do Câncer, membro da Academia Nacional de Medicina, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e do American College of Surgeons — então arriscou sua reputação e sua honra pessoal participando de uma farsa?
6. Finalmente, além da bolinha de papel que atingiu Serra, segundo o vídeo do SBT, quem garante que ele não sofreu o impacto de um objeto capaz de causar dano e que não tenha sido filmado pelo cinegrafista?
O radicalismo e o ódio presentes na atual campanha presidencial precisam ser pelo menos temperado pela moderação e pelo bom senso
No Paraná, Dilma atrai balões de água com seu charme indescritível.
Durante caminhada no Calçadão da rua XV de novembro, no centro de Curitiba, na manhã desta quinta-feira (21), a candidata Dilma Rousseff (PT) foi alvejada por duas bexigas cheias de água – ou algum outro líquido ainda não identificado – arremessadas do alto de um prédio em direção ao jipe em que Dilma estava, no meio do público. Nenhuma das bexigas atingiu a candidata, mas a segurança isolou-a do público em seguida e a caminhada foi encerrada mais cedo do que o previsto. O destino final seria a Boca Maldita, tradicional ponto de encontro de manifestações políticas de Curitiba.
Foi o segundo episódio semelhante na campanha do segundo turno das eleições presidenciais. O candidato do PSDB à presidência, José Serra, cancelou compromissos ontem depois de ter sido acertado por uma bobina de fita adesiva na cabeça, durante caminhada em Campo Grande, no Rio de Janeiro.
Antes de partir para Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, para uma carreata e entrevista coletiva, Dilma ainda recebeu um manifesto de apoio de juristas, professores da Universidade Federal do Paraná e artistas locais. Outro manifesto de cristãos – católicos e evangélicos – foi entregue à candidata, assinado por bispos, padres e pastores do Paraná. Dilma fez um rápido discurso, agradeceu os votos do primeiro turno e pediu empenho da militância para a reta final da campanha. Disse ainda que o povo na rua será o diferencial nos dez últimos dias de campanha.
MAS NÃO FOI PROBLEMA, PORQUE ELA TEM! ELA TEM!
O QUE É QUE ELA TEM, MEU BEM?
REQUIÃO, A MARIA LOUCA, ÀS VEZES MAIS MARIA DO QUE LOUCA, OUTRAS MAIS LOUCA QUE A MARIA

Isso deve querer dizer alguma coisa. Dilma, mais votada nos presídios de SP e RJ!
DA COLUNA LAURO JARDIM
Assim como em São Paulo, os presos do Rio de Janeiro também preferiram Dilma Rousseff no primeiro turno. De 478 detentos aptos, 100 escolheram a petista (65,3% dos votos válidos). Marina Silva teve 31 votos (20,2%) e José Serra, 21 (13,7%). A abstenção entre os detentos alcançou 61,1% (292 eleitores); brancos e nulos marcaram 33 votos.
Em São Paulo, Dilma teve 63,5% dos votos dos presos (830 votos); Marina, 20,65% (270 votos); e Serra, 14,38% (188 votos).
18 de outubro: Dia do Médico. Fazendo graça e homenagens
Quero aproveitar o DIA DO MÉDICO e listar uma homenagem a alguns deles, maravilhosos!
Dr. Edmilson Takata – ortopedista – me devolveu os movimentos da perna direita…Um docinho!
Dr. André Lomar – infectologista – O luxo dos luxos
Dr. Paulo Leite – meu cardiologista querido, que cuida das emoções do meu coração
Dr. João Toniolo – geriatra – Preciso voltar a me cuidar para a velhice em dia
Dr. Helio Taniguchi – meu querido dentista, de mãos de fada.
Dra. Maria das Graças – A dermatologista! A maravilha, doce e generosa.
e hours concours, meu companheiro querido, e reumatologista dos bons, amabilidade em pessoa, Dr. Luiz Nusbaum
Não assinem nada! Ricardo Kotscho pede para Dilma. Eu peço para o mundo. Chega!
http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/
Não assine carta nenhuma, Dilma!
( do blog do jornalista Ricardo Kotscho)
Que petulância, que falta de noção, que desrespeito! Quem pensam que são estas “lideranças de igrejas evangélicas” para exigir da candidata Dilma Roussef que assine uma “carta à nação” em troca do apóio eleitoral dos seus fiéis?
Os autoproclamados enviados de Deus querem que ela se comprometa, caso seja eleita, a vetar a união homossexual e a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo, na mesma linha da onda que já vêm fazendo em torno da descriminização do aborto.
Trata-se, antes de tudo, de um desrespeito ao Congresso Nacional, que é quem deve discutir e deliberar sobre estes temas. Custo a acreditar no que leio publicado no jornal, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Já pensaram se cada seita ou tribo, torcida de futebol ou escola de samba, sindicato patronal ou de empregados, clube da terceira idade ou associação de creches, qualquer instituição ou entidade se julgar agora no direito de exigir dos candidatos uma “carta à nação” em defesa dos seus interesses?
Os setores mais conservadores da igreja católica ainda não chegaram a tanto, mas seus bispos e padres estão agindo exatamente como os pastores dos dízimos, transformando seus altares em palanques e distribuindo panfletos inspirados na TFP (Tradição, Família e Propriedade), o decadente braço religoso da extrema-direta brasileira, que já colocou a cabecinha de fora.
Claro que a oposição está gostando da brincadeira. Seus líderes mais afoitos estão achando que descobriram de repente um tesouro de votos, beijando terços por onde passam, tomando bençãos e mastigando hóstias, como se estivéssemos numa campanha para a sucessão de Bento 16 e não para eleger o presidente do Brasil.
Daqui a pouco, só está faltando mesmo convocar mais uma “Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade”, como os mesmos entes religiosos e os mesmos orgãos de imprensa fizeram em 1964, e levaram o Brasil para o fundo do buraco de vinte anos de ditadura militar.
Já deve ter gente se preparando para recolher o “ouro para o bem do Brasil”, que fez a fortuna de alguns malacos naquela época. Levaram até a aliança de ouro da minha avó, coitada, que tinha medo da “invasão comunista”.
Como sabem os leitores do Balaio, ao contrário de muitos dos meus colegas blogueiros e colunistas, não sou de dar conselhos a candidatos que devem entender de política e de eleições um pouco mais do que eu. Como qualquer cidadão brasileiro, no entanto, preocupado com o que anda acontecendo neste inacreditável segundo turno, apenas peço encarecidamente a Dilma Rousseff que não assine carta nenhuma.
Não vale a pena querer ganhar eleição a qualquer preço. A conta a ser paga, depois, é alta demais.
E tempo: imperdível a charge “”Novos cristãos” publicada pelo Angeli na página A2 da Folha desta quinta-feira. Sem palavras, resume tudo o que está acontecendo na campanha eleitoral. Vale a pena dar uma olhada.
Pensaram que eu não ia fazer nenhuma graça de Dia das Crianças, das childrecas? Ora, veja só a gracinha que fiz, com gosto de algodão doce
Tomei a liberdade de recompor uma musiquinha para a gente cantar para a Dilma. Tergiversa, Dilmão, tergiversa. Tergiversa, Tô tergiversando…
TERGIVERSA ( adaptação especial)
Adaptação livre de Marli Gonçalves sobre música de Cartola e Monsueto, em homenagem à campanha eleitoral -2010
Composição Original: Cartola – Monsueto
Sabão!
Um pedacinho assim
Olha a água!
Um pinguinho assim
O tanque!
Um tanquinho assim
A roupa!
Um tantão assim…
TERGIVERSA mulata
TERGIVERSA!
TERGIVERSA!
Tô TERGIVERSAndo…(2x)
Tô lavando a minha roupa
Lá em casa estão me chamando
Oh Dondô!…
TERGIVERSA mulata
TERGIVERSA!
TERGIVERSA!
Tô TERGIVERSAndo
TERGIVERSA mulata
TERGIVERSA!
TERGIVERSA!…
Trabalho!
Um tantão assim
Cansaço!
É bastante sim
A roupa!
Um tantão assim
Dinheiro!
Um tiquinho assim…
TERGIVERSA mulata
TERGIVERSA!
TERGIVERSA!
Tô TERGIVERSAndo…(2x)
Tô lavando a minha roupa
Lá em casa estão me chamando
Oh Dondô!…
TERGIVERSA mulata
TERGIVERSA!
TERGIVERSA!
Tô TERGIVERSAndo…(2x)
TERGIVERSA mulata
TERGIVERSA!…(15x)
Everybody run, run, run
Everybody run, run, run
Everybody scatter, scatter
Some people lost some blood
Someone nearly die
Colonial mentality…
Eu não sou daqui
Eu não tenho nada
Tristeza não tem fim
A felicidade sim
Meu coração é a liberdade…
They leave sorrow
Tears and blood…
Ensaboa ( original)
Marisa Monte
Composição: Cartola – Monsueto
Sabão!
Um pedacinho assim
Olha a água!
Um pinguinho assim
O tanque!
Um tanquinho assim
A roupa!
Um tantão assim…
Ensaboa mulata
Ensaboa!
Ensaboa!
Tô ensaboando…(2x)
Tô lavando a minha roupa
Lá em casa estão me chamando
Oh Dondô!…
Ensaboa mulata
Ensaboa!
Ensaboa!
Tô ensaboando
Ensaboa mulata
Ensaboa!
Ensaboa!…
Trabalho!
Um tantão assim
Cansaço!
É bastante sim
A roupa!
Um tantão assim
Dinheiro!
Um tiquinho assim…
Ensaboa mulata
Ensaboa!
Ensaboa!
Tô ensaboando…(2x)
Tô lavando a minha roupa
Lá em casa estão me chamando
Oh Dondô!…
Ensaboa mulata
Ensaboa!
Ensaboa!
Tô ensaboando…(2x)
Ensaboa mulata
Ensaboa!…(15x)
Everybody run, run, run
Everybody run, run, run
Everybody scatter, scatter
Some people lost some blood
Someone nearly die
Colonial mentality…
Eu não sou daqui
Eu não tenho nada
Tristeza não tem fim
A felicidade sim
Meu coração é a liberdade…
They leave sorrow
Tears and blood…
Mais uma frase terrível sobre a eleição marcada para o Dia das Bruxas. Adivinha a foto de quem acompanha a frase…
O Novo Senado ficará assim
Veja aqui quem foram os eleitos ao Senado e os respectivos partidos:
( e aproveite para aplaudir NETINHO, FORA!!!!)
AC
Jorge Viana (PT)
Petecão (PMN)
AL
Benedito de Lira (PP)
Renan (PMDB)
AM
Eduardo Braga (PMDB)
Vanessa Grazziotin (PC do B)
AP
Randolfe (PSOL)
Gilvam Borges (PMDB)
BA
Walter Pinheiro (PT)
Lídice (PSB)
CE
Eunício (PMDB)
Pimentel (PT)
DF
Cristovam Buarque (PDT)
Rollemberg (PSB)
ES
Ricardo Ferraço (PMDB)
Magno Malta (PR)
GO
Demóstenes Torres (DEM)
Lúcia Vânia (PSDB)
MA
Lobão (PMDB)
João Alberto (PMDB)
MG
Aécio Neves (PSDB)
Itamar Franco (PPS)
MS
Delcídio (PT)
Moka (PMDB)
MT
Blairo Maggi (PR)
Pedro Taques (PDT)
PA
Flexa Ribeiro (PSDB)
Marinor Brito (PSOL)
PB
Vitalzinho (PMDB)
Wilson Santiago (PMDB)
PE
Armando Monteiro (PTB)
Humberto Costa (PT)
PI
Wellington Dias (PT)
Ciro Nogueira (PP)
PR
Gleisi (PT)
Requião (PMDB)
RJ
Lindberg (PT)
Marcelo Crivella (PRB)
RN
Garibaldi Alves Filho (PMDB)
José Agripino (DEM)
RO
Valdir Raupp (PMDB)
Ivo Cassol (PP)
RR
Romero Jucá (PMDB)
Angela Portela (PT)
RS
Paim (PT)
Ana Amélia Lemos (PP)
SC
Luiz Henrique da Silveira (PMDB)
Paulo Bauer (PSDB)
SE
Eduardo Amorim (PSC)
Valadares (PSB)
SP
Aloysio Nunes (PSDB)
Marta Suplicy (PT)
TO
João Ribeiro (PR)
Marcelo Miranda (PMDB)
4 DE OUTUBRO: DIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS. VIVA ELE! VIVA OS BICHINHOS! VIVA O RABO DO TATU! VIVA A NATUREZA!
Oração pela Paz
Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde há ódio, que eu leve o amor.
Onde há ofensa, que eu leve o perdão.
Onde há discórdia, que eu leve a união.
Onde há dúvida, que eu leve a fé.
Onde há erro, que eu leve a verdade.
Onde há desespero, que eu leve a esperança.
Onde há tristeza, que eu leve a alegria.
Onde há trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
é morrendo que se vive para a vida eterna.
Cântico do Irmão Sol
São Francisco de Assis
Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção.
Só a ti, Altíssimo, são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor Irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.
E ele é belo e radiante
Com grande esplendor:
De ti, Altíssimo é a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste claras
E preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo
Pela qual às tuas criaturas dás sustento.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo
Pelo qual iluminas a noite
E ele é belo e jucundo
E vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.
Bem aventurados os que sustentam a paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes á tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!
Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.