ARTIGO – Passe de pólvora e cores. Por Marli Gonçalves

Passe de fogos de artifício. Não ria, por favor, mas quem não tem ondinhas pra pular tem de ter alguma criatividade para os seus rituais. Na passagem de ano mais uma vez fui à Avenida Paulista tomar um passe de fogos de artifício. Sim, foram mais silenciosos, se é que se pode definir assim os seus estrondos.

Passe de pólvora e cores.

Sem entrar na confusão, mas ficando lá atrás do palco cada vez mais pomposo, longe da muvuca geral na avenida, e em frente ao prédio da esquina de onde são lançados os tais dez minutos de saudação ao Ano Novo. Parece que no palco, naquele momento, Chitãozinho e Xororó cantavam Evidências, com acompanhamento da plateia. Mas isso não ouvi. Na hora da passagem, de onde estava, a viagem era outra. Acima da cabeça, as cores explodiam no anúncio da chegada desse novo tempo. Tempo que corre rápido. Os Reis Magos já marcam a volta à realidade, o desmonte dos enfeites, o sumiço das luzinhas nas janelas e das árvores de Natal, os pinheirinhos que  logo serão vistos abandonados nos lixos, árvores desmontadas e sinos, anjos, estrelas, papais noéis e renas guardados em algum canto, alguma caixa ou sacolinha, algum armário.

Sempre adorei ver fogos de artifício. Na urbanidade total, sem as sonhadas ondinhas, foi a segunda vez que faço isso – passar a meia noite sob os fogos – e com o céu limpo foi um espetáculo, como se fossem apenas para mim, consagrando o espocar do ano, brilhante, colorido, desenhando o céu. O cheiro de pólvora no ar queimando todas as mazelas, o baixo astral.  A união com a alegria do povo cantando e dançando ao lado. Um banho diferente de esperança para o bissexto ano de 2024, com seu dia a mais e que, pelo que vemos, já começou bem quente e cheio de tragédias além das muitas que já vêm sendo carregadas há meses. Fora as costumeiras e às vezes assustadoras (além de óbvias, muitas delas) previsões dos videntes, sensitivos e tal, anunciando os tempos futuros para o mundo e celebridades, sejam separações, mortes, encrencas de saúde.

Antes da badalada meia noite vi um retrato de nosso povo, entrando em fila na avenida que nesse dia recebe a festa, e durante todo o ano é palco da manifestação de milhões de pessoas o tempo inteiro, seja em passeios, corridas, trânsito, celebrações, ou em protestos de todo o tipo e direções. Estavam felizes em suas roupas novas. De branco pela paz ou hábito ou com detalhes em cores que informavam seus desejos mais íntimos: amarelo, dinheiro; verde, esperança; vermelho, amor; e muito, mas muito mesmo, brilhos, lantejoulas, as chinesas tiaras de luz ligadas na cabeça que se espalharam este ano, assim como a moda popular. Muitas croppeds para todos os sexos, muita pele de fora que São Paulo agora se mostra um lugar mais libertário do que no seu sisudo outrora. Muito tudo, como é São Paulo. Muito todas, como são todas as formas de expressão, seus povos, raças, idades. E o destaque para a cada vez mais visível presença de estrangeiros, de refugiados de nações em guerra e fome, da África e do Oriente Médio, agora felizes com a pátria que acharam, enfim, para chamar de sua.

Voltamos. Começar de novo, a sensação, embora de um minuto a outro nada realmente tenha mudado a não ser mesmo esse momento de alegria, esses minutos e horas de sincera celebração e de descanso, porque mesmo sem parar nesses tempos de fim de ano a gente se desliga um pouco da realidade.

Agora é esperar o Carnaval chegar. E depois, a Páscoa, as festas juninas, a primavera, o verão novamente, o Natal e o espocar de novos anos que queremos ver e viver, sempre o nosso maior desejo.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).

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ARTIGO – Consegui. Conseguimos. Lá vamos nós. Por Marli Gonçalves

Consegui. Conseguimos. Chegou! Chegamos, aliás. Que bom. Difícil ter ainda o que falar após mais um ano tão cheio de desafios, e até como se todos não fossem exatamente assim. Temos de olhar para o futuro nessa época, mas o engraçado é que o passado é que fica martelando. Será para nos prevenir de errar novamente?

Why Am I Having Weird Dreams? - Know The Reasons | DreamCloud

Tenho recebido verdadeiros tratados psicológicos sobre a “dezembrite”, que seria um estado de espirito que nos abateria no último mês do ano. Ok, vou ficar aguardando os tratados sobre a “janeirite”, “feveirite” e assim por diante, porque pensa se todo mês a gente não tem bons motivos de alteração para o bem ou mal. Janeiro tem o verão, para quem pode curtir; e as contas – IPTU, IPVA, outros is e aumentos –  anuais. Fevereiro! Tem Carnaval, tem Carnaval. E depois das fantasias a pressão novamente para se pensar no futuro, aquele mesmo que, admita, acaba esquecido logo após as promessas e planos que a gente sempre faz no final do ano, e que voltam a nos assombrar. Todo mês carrega suas características.

Mas essa coisa de balanço de final de ano é que é mesmo perturbadora, mais ainda com o passar do tempo, quando vamos acumulando o histórico do que já passamos, enfrentamos, conquistamos, nos safamos, desistimos, nos ferramos, levantamos e sacudimos a poeira dando a volta por cima, sofremos – e aí sentimos se tínhamos ou não razão – , ou tantas coisas que festejamos, o que devemos mesmo fazer a cada conquista, sem qualquer culpa.

Nos últimos dias parece até que quem (sempre muito curiosa sobre quem ou o que é que organiza essa fábrica na nossa cabeça) comanda meus sonhos noturnos está querendo que eu escreva uma autobiografia tantos flashes têm passado como um cineminha, uma série cheia de temporadas, lembranças. Anda bem legal dormir. O roteiro de cada noite/capítulo se mistura, fazendo lembrar até o excepcional formato da série This is Us, que vai e que vem, explica aqui o que aconteceu lá. Embora no meu caso não haja tantos protagonistas, ou filhos e gerações. Eu sou sempre a condutora. O formato é que desencadeia, por isso dou como exemplo. Se amei demais, de menos. Se fui fiel demais, e fui – o que pouco ou de nada valeu. O vácuo intrigante de certos rompimentos. Os momentos equilibristas sem rede de proteção. Quantas vezes precisei ser forte mais do que era; aprender a renascer, mudar a estrada por obstáculos, percorrer caminhos mais longos.

O estranho é que não tem tristeza, nem acordo me sentindo diferente. Não sinto nenhum problema em ter revisto até partes bem difíceis. Sem arrependimentos. Ao contrário, a sensação é boa, de vitória por ter tanto para contar, viva. Vem sendo como abrir um arquivo, rever álbuns de fotos, espiar o Google Fotos. Já foi. Já passou. Consegui. Conseguimos, aliás, porque imagino que você também tenha um bom livro da vida. Fico curiosa em saber como você lida com esse momento.

Fechando a temporada deste ano, não posso deixar de agradecer a companhia de todos, muitos, a força de cada recado, bilhete, curtida, comentário, resposta aos artigos e também o apoio à batalha que alguns conhecem e acompanham. Vamos todos sonhar, sim, com um mundo melhor, com liberdade, em paz, com espíritos de luz que nos protejam da insanidade, seja ela vinda dos poderosos ou dos que tentam justamente bloquear o futuro dos outros porque não conseguem nem ver a saída para o seu próprio.

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CONSEGUI. CONSEGUIMOSMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).

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ARTIGO – 2021, o ano que tanto desejamos. Por Marli Gonçalves

Nunca, creio, pelo menos desde que nasci, e isso já faz tempo, desejamos tanto um ano realmente novo e que ocorra uma mágica –as coisas sendo resolvidas, a pandemia controlada e que uma luz de consciência se abata sobre os governantes. Ou, então, que eles sejam abatidos, pelo nosso bem.

Vamos lá. Concentre-se. Minha ideia é que use aquela horinha mais sua, mais preservada, em que esteja nu, despojado, só você e a água do banho, seja de chuveiro, banheira, latinha, balde, bidê, canequinha.  Reflita. Pensa o quanto queremos nossas vidas de volta e o quanto estamos tendo por aqui dificuldades impostas por maníacos e pela ignorância para conseguir obter isso, além de tudo o mais. Ajude-nos a desejar com ênfase o fim dessa verdadeira guerra em que nos encontramos, diferente de outras, mas tão mortal quanto, e que já chega a 1,7 milhão de mortes em todo o mundo. 185 mil vidas perdidas só aqui no Brasil, e isto contando só oficialmente.

Temos de virar essa página, o mais rápido possível, e do jeito, a realidade e forma que as coisas andam, diariamente tantos desatinos, erros, “bate-cabeça”, teremos mesmo de apelar a algum outro plano. Aliás, outros planos, muitos, reais e espirituais.

Hoje estou querendo focar no espiritual. Sempre ouvi falar da força da mente humana e acredito que aqui, entre meus queridos leitores, poderemos fazer uma boa e positiva corrente para testá-la.

Que as crianças – aliás, não só elas, mas todos os que querem e precisam aprender – possam voltar sem medo às escolas, universidades, bancos escolares, que esse ano perdido precisa ser recuperado e já temos tantas deficiências nesse setor Educação.

Que os palcos possam voltar a brilhar, com arte, beleza e espetáculos que possamos ver e sentir além de telas de computadores e celulares que por mais que se tente não têm a menor graça.

Que todos possamos voltar às ruas, seguros, pelo menos quanto à essa maldita doença, já que outras formas de segurança ainda demorarão, disso não temos dúvidas. Que haja trabalho e prosperidade.

Que os idosos possam voltar a viver seus dias ao lado de quem amam, recebendo cuidados de suas famílias, beijos e abraços.

Aliás, que todos possamos de novo receber carinhos, beijos, abraços, ver os sorrisos, namorar. Que as mulheres possam procriar sem que os meses de gestação sejam de agonia e temores como vêm sendo. Que possamos nos tocar, ter prazer. Sem ter que sair desinfetando tudo.

Que os jovens possam sair, divertir-se, dançar até o chão – mas bem que eles podiam deixar esses bailes funk caírem em desuso por tanta perturbação que causam. Tantas opções poderão se abrir!

Que a Ciência, a razão, o bom senso, a Justiça prevaleçam sobre as trevas que tristemente encobrem nosso país e nos envergonham diante de todo o mundo.

Que as fronteiras se abram, e todos possamos viajar para lá e para cá. Quem foi, possa voltar. Que as portas de nossas casas novamente se abram para receber quem amamos.

Não. Não teremos Carnaval, o tal, aquele de escolas de samba, blocos nas ruas. Mas faremos um desses bem grande assim que conseguirmos a vacina que ainda pretendem nos negar. Ah, aí sim, dançaremos nas ruas como se não houvesse amanhã, mas haverá.

E pelo andar da carruagem, se tudo der certo – e vai dar, porque somos mais – logo nos encontraremos nessas ruas em protestos que precisam ser feitos e que estão apenas represados enquanto eles se aproveitam da fragilidade que tentam perpetuar, porque só assim poderiam continuar se mantendo.

Concentre-se. Vamos! Deseje.

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MARLI GONÇALVES –  Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. Nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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ARTIGO – É desejar muito? Por Marli Gonçalves

Me respondam: é pedir muito? Não pode ser pedir muito quando apenas o que se quer é viver em paz, podendo prosperar com alguma organização e sem que essa seja limitadora, sem tanta violência, com mais amor e cuidados com a redonda Terra toda em que vivemos todos nós. Não é desejar muito querer que as pessoas sejam felizes. E só se é feliz sendo amado, e com saúde e alimentos na mesa para si e quem amamos.

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 Sei que não é pouco conseguir essa graça, a de ser e estar feliz. Resumo assim meu desejo para todos, para ser incluído no rol geral.  Sei que cada um de nós tem sempre mais um detalhe aqui e ali para pedir, aquele algo só seu; e eu também tenho, um monte. Aquelas coisinhas que não contamos para ninguém, algumas vezes tão pequeninas que podem até achar que somos otários, mas para nós elas têm grande importância e nos darão gás quando obtidas ou vividas, nos farão sorrir e festejar nem que seja por instantes.

Já vi briga para provar que não se pode falar em década encerrada, segundo cálculos que contam a partir do 1 (hum), e que pretendem que a terceira década do século só comece em 2021. Por favor, não! Deixe-a começar já. Vamos aproveitar, renovar, imaginar um pulo maior, esse, de década, aproveitando a boniteza do número que repetiremos durante 365 dias: 2020.

Viva e deixe viver. Faça o que puder para ser uma pessoa melhor. Tenha compaixão. Tente entender os motivos do outro, até para continuar não concordando, mas entendendo. Busque espalhar conhecimento, sabedoria, razão e boas informações especial e justamente para quem não as tem – vamos parar um pouco de apenas falar ao espelho, senão não alcançaremos a maioria, não conseguiremos mais reforços para o nosso campo da batalha, que precisa se organizar, agir com inteligência, proteger o que nos é mais caro: a liberdade.

É desejar muito que tenhamos mais consideração, respeito, que nossos ouvidos não ouçam tantas bobagens e provocações, cada uma que até parece duas? Esse desejo é geral, antes que eu esqueça de frisar, porque esse será ano eleitoral e vai ter muita gente querendo meter os pés pelas mãos. A política não pode se distanciar das pessoas e é a municipal, a que nos cerca mais de perto, que deverá ser escolhida agora. Sua cidade, seu bairro, sua rua, sua casa.

Se olharmos para trás veremos que perdemos muita energia nos últimos anos, tentando sair de crises, vendo a política ferver, corruptos pisando miudinho, milionários torrando dinheiro como se fumassem notas, e as oportunidades minguando. A discórdia e o sectarismo.

 Não quero mais também ver tanta gente jogada nas ruas dormindo um sono como se tivessem sido desligadas de repente. E ali caíssem, como sacos de lixo, em sarjetas, calçadas, debaixo de árvores, pontes e viadutos, ou vagando nas ruas com suas mochilas rotas onde levam o muito pouco que têm.

Ah, tanta coisa a desejar! Que cessem os ataques às mulheres, os feminicídios, o ciúme e a sofreguidão maluca da vingança de morte quando o amor se encerra.

Que os adolescentes que lideram batalhas em todo o mundo sejam respeitados e compreendidos como puderam em tão poucos anos de vida entender o que nós em décadas tentamos ainda ignorar. Eles estão se movimentando, são o motor do Futuro.

Para terminar, trago informações sobre 2020 para vocês aí, os que são mais esotéricos, ligados em coisas que – não adianta não conseguiremos explicar a quem as nega, melhor nem tentar. Deixe achar que somos malucos. O próximo ano terá como regente o Sol (positividade e confiança). O número é o 4, que simboliza lei e ordem, vejam só. No Horóscopo Chinês, será Ano do Rato (prosperidade). O orixá que regerá o ano será Xangô, Deus da Justiça Divina e Senhor das Pedreiras.

Que ele, com seu martelo, brandindo, nos ajude a passar ao largo das pedreiras da vida.

Até 2020, até a próxima década!

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Site Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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ARTIGO – Sonhos pra que te quero. Por Marli Gonçalves

Do que são feitos, como os formamos, os alimentamos? Podemos ter o poder mágico de desejar tanto algo que aquilo se realiza? Sonho é motor da vida, o que lhe dá algum sentido. Sonhos também são termômetro de amor, e a base sobre a qual se pode construir as relações e tecer a realidade. Se não houver um sonho comum, por menor que seja, saia fora.

Fim de ano começa, não tem jeito, a cutucar a cabeça da gente aqui e ali instigando o famoso balanço, avaliações, cosquinhas nos fatos e decisões, checagem no nosso almoxarifado interno. Adoraríamos poder projetar minimamente lá na frente. Mas nem com toda essa modernidade, isso ainda não foi inventado.  O destino está sempre um ou dois passos adiante.

Aprendi de forma muito dura, pensando nessa nossa capacidade de sonhar, um detalhe. O de que uma relação amorosa não segue em frente se não houver um sonho, um plano, uma vontade onde ambos estarão incluídos. Nesse sonho de amor, não há egoísmo; não pode haver; é ganha-ganha. É sonho de valsa que se dança junto, rodopiando pela vida afora. Obtido, deve ser sempre seguido de outro, de outro. Talvez seja essa a tal chama do amor.

Toco no assunto porque é fim de ano quando todo mundo faz planos que não deixam de ser sonhos.

Mas também porque cheguei a me emocionar ao encontrar um amigo que há muito não via, mas que há anos acompanho em sua grande paixão pelo companheiro, a parceria que estabeleceram. Fiquei – e ficaria mais algumas horas – ouvindo-o falar dos planos, do sonho. Pega isso, vende isso, pega o dinheiro, divide, faz isso; uma parte para a família, irmãos, irmãs, para que eles consigam começar algo.

Constrói isso e isso, aluga por tanto, que vai render tanto.

Quando a conversa acabou, tal a objetividade e a lógica dos passos, dos cálculos, tal a vivacidade da descrição que já praticamente eu também via aquilo tudo realizado, e o que tenho certeza se concretizará em breve. Um terreno na praia, alguns chalés coloridos, quatro de cada lado de uma pequena capela ao centro, tudo bem bonitinho e simples, enfeitado por flores e plantas, um espaço para casamentos. Nada de pousada,  que isso aí dá é muito trabalho. A norma para quem alugar é devolver tudo exatamente como encontrou. Limpo. Pronto.  Uma boa horta, com alimentos para consumo próprio e que possam ser distribuídos para projetos sociais.

Estou falando de um casal jovem, menos de 40 anos, ambos bem estabelecidos. Querem antes de mais nada sair fora de São Paulo. Ali nesse espaço do sonho que construirão pretendem viver e morrer. Juntos, alegres, parceiros.

Com a crise nacional, essa névoa de tristeza pairando sobre os costumes e a liberdade,  mais e mais sei ou vejo deslocamentos, amigos arrumando malas, enxugando a vida, tentando se livrar das aporrinhações , vivendo novos sonhos, buscando qualidade de  vida.

Tudo surpreendentemente planejado, ironicamente para poder morrer em paz, e viver mais leve e feliz até esse dia inevitável.

Perseguimos sonhos, corremos atrás deles, nos esbodegamos por eles. Ele podem ser bem doces como o pãozinho recheado que leva seu nome e que quando bem feito é mesmo um sonho.

E podem ser bem amargos quando largados no caminho, quando viram pó, pisoteados pelo abandono. Mas não se pode esmorecer.

Importante é que eles sempre se renovam, ouvi dizer.  Os sonhos de que trato são aqueles tipos de sonhos para se viver acordado, bem acordado. Por que não?

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Marli Gonçalves, jornalistaAnda perguntando por aí, para se alimentar da esperança dos outros: Qual é o seu principal sonho?

 Brasil, noites de verão com esse misto de luzes e sonhos

 

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O que você espera da segunda metade? Révélé. Por Marli Gonçalves

Pois é. Já acabou, passaram-se os primeiros seis meses de 2017, acredita? Sei que acredita porque deve estar igual a mim, se tinha depositado tantas esperanças de que as coisas iam melhorar, isso e aquilo, que voltaríamos a olhar pra a frente, que seria legal, iríamos tirar o pé da lama. Vamos tentar de novo para os próximos seis meses?

Não pulei sete ondinhas, porque não deu. Quando o ano virou eu estava aqui na cidade numa situação bem esquisita, hospital, família, você sabe se me acompanha. Mas à meia-noite projetei bons pensamentos, acreditei até em milagre; como era horário de verão, por via das dúvidas, repeti tudo de novo à uma hora da manhã. Acompanhei fogos coloridos da janela, vi pela tevê um monte de gente jogando astral para cima, de branquinho, fazendo promessas, jurando o velho amor eterno.

Temo que a gente não tenha se concentrado direito, porque nada rolou exatamente como gostaríamos. O milagre não rolou. O eterno não existe. A coisa toda está inclusive até mais enroscadinha: a situação do país tiririca, aquele que pior fica. E especialmente porque não temos nada / ninguém que preste para tapar o buraco.

Da próxima, precisamos ficar mais juntos, mais abertos às boas energias. Quem sabe se, sei lá, déssemos as mãos? Juntos, em todo o país. Então, estou propondo que a gente tente agora, para fazer, algo, dia 30 de junho, para 1º de julho – a Grande Comemoração do Réveillon do Segundo Semestre. Imagina você que fui procurar no Google e a única pessoa que falou sobre isso que eles registram sou … eu! Mais: se procurar entre aspas, as citações mandam só para mim, em locais de todo o país onde sou publicada.

(Confesso: a palavra foderaizer – “ligar o foderaizer”- , que também uso de vez em quando e que todo mundo entende, é só minha lá no Google. Não é fácil isso com tanta gente nesse mundo, veja bem. Marli Gonçalves, criando moda, expressões! Devia ganhar alguma coisa).

Réveillon tem origem no verbo réveiller; em francês, e quer dizer “acordar” ou “despertar”; “reanimar”. Perfeito. Tudo que precisamos agora. Nos reanimarmos. Para ir às ruas, mudar as coisas, batalhar para que parem essa cantilena que não aguentamos mais e que tanto tem nos prejudicado. Concentrem-se.

É. Sei o quanto de coisas temos a pedir. Comecei a fazer uma lista aqui e me impressionei, fiquei até cansada de tantas providências que deveria tomar que me passaram na cabeça. Tantas mágoas a esquecer. Tantas resoluções que infelizmente já sei que não vou conseguir seguir porque são aquelas que aparecem em todas as listas há anos. Parar de amar quem não me merece. Esquecer a desatenção e embrulhar o orgulho. Parar de prestar tanta atenção no ao redor. Parar de tentar salvar o mundo. E torcer para que me descubram – sucesso.

Os pensamentos coletivos, se nos esforçarmos, podem ser mais exatos, caprichados: que acabe o desemprego, que os juros abaixem, que tomem vergonha na cara, que parem de agir como piratas saqueadores. Que a arte nos encante novamente. Que parem de querer se meter nas nossas vidas, legislando sobre os nossos corpos e mentes, que deles sabemos nós. E como sabemos se somos nós, as mulheres!

Temos mais seis meses para chamar de nossos em 2017. Chegamos aqui, nem dá pra reclamar tanto, embora estejamos meio avariados. Nesses que passaram tomei várias mordidas, tropecei em muitas calçadas, pisei em poças. Mas estou aí e também vi dias lindos, conheci a solidariedade em momento de dor, aprendi um pouco mais o sobre o que é ser amigo, sobre como é bom não ter do que se arrepender por não ter feito ou tentado, porque fiz e tentei.

Pronto, está vendo? Dá para fazer igual ao fim do ano quando a gente fica fazendo balanço e inventário. Vamos lá. Que o segundo semestre seja um novo despertar.

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20170617_130831Marli Gonçalves, jornalista. Tim-tim. Feliz Réveillon do segundo semestre! Capricha no desejo, que a Terra vai correr de novo de uma extremidade a outra do diâmetro da órbita. Outra chance.

Passando do meio, 2017

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ARTIGO – Crueldade. Por Marli Gonçalves

Crueldade

Por Marli Gonçalves

jail 4Nunca se falou tanto em prisão, disso, daquilo, de um, de outro, coercitiva, temporária, preventiva, o escambau. Nunca se viu tanta gente desejar, sorrir, aplaudir, soltar fogos, dar gritinhos de prazer, comemorar a prisão de outras pessoas que nem conhece mas para as quais deseja o pior possível. Será que se tem noção do que é uma prisão, como deveria ser, qual sua função?

mao apontando direita[Atenção, aviso: esse texto não tem o objetivo de defender ninguém, corrupto, corruptinho, corruptão, colarinho branco ou colorido. Muito menos o de fazer proselitismo político de qualquer linha, babar para qualquer juiz, entrar para a direita ou esquerda. É uma crônica em que se tenta refletir. Só que qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real não é mera coincidência. ]mao apontando esquerda

A liberdade é o maior bem que existe. Ah, sim, é. É o que pode haver de mais valioso ao ser humano. Não só: creio que aos pássaros e aos animais a liberdade também tenha valor imensurável. Nada de gaiolas, jaulas, redes, gradis, cercas, ausência de luz, do Sol e da dimensão do tempo, das horas, dias e anos. E como os animais são a princípio sempre inocentes, ao contrário dos malvados humanos, sua detenção pode ser ainda muito mais cruel. Dependendo de suas espécies, são presos para serem mostrados, alguns como troféus. Alguns, para que cantem.

Não posso deixar de traçar paralelos, chamar a atenção para um ângulo da questão que está contribuindo para que pioremos muito como cidadãos, fazendo com que desçamos muito na escada evolutiva. O que é que estamos fazendo, como autômatos? Ligando a televisão para saber quem foi a presa do dia? Na casa de quem tocaram logo cedo para levar para viajar para um certo lugar? Plantões jornalísticos se formam para ver o avião decolar, helicópteros são usados para acompanhar o comboio policial. Ainda bem que perderam a mania de divulgar diariamente o cardápio como faziam no início.

Na minha lista de amigos nas redes sociais, muito ampliada por causa da profissão, vejo gente que passa o dia e parte da noite teclando impropérios, jogando toda a sua energia para pedir que se aprisione alguém desses que viraram rotina, ricos ou políticos. Os olhos brilham, as palavras pesadas brotam, e eles escrevem quase pedindo justiça com as próprias mãos, tortura, maus tratos. Por eles, desculpem, mas é o que passa, nem comida essa gente deveria receber. Se pudessem jogariam ratos, baratas e serpentes venenosas dentro das celas.

Se pudessem pagariam entrada, como se faz no Zoológico, para ir vê-los, fotografá-los, atiçá-los. As filas virariam quarteirões. Pensam que, como os canários, todos dentro das gaiolas sairão cantando, delatando.

Incomoda que não os vejo, contudo, usando dessa mesma energia para os assassinos de mulheres que estão brotando como nunca em nosso solo, apenas para dar um exemplo da contradição. Especialmente querem capturar o sapo-rei. Querem os peixes grandes, ricos e famosos, as celebridades. Repara como já se assemelham as coberturas jornalísticas de viagem a ilhas e as viagens às prisões e carceragens. O carro da esposa de um, a bolsa da mulher do outro…

Pense no que é uma prisão, o horror, e que gente de bom sentimento não pode se esbaldar com a prisão de outro ser, por mais que esse mereça e aí, se culpado for, punido e condenado for, não há dúvida, ali pagará mesmo por seu crime, porque, repito, é o horror. Não é por menos que vários barris de pólvora andam estourando em todo o território nacional.

Sim, porque visitava conheci bem uma prisão. Um presídio político, aliás, o do Barro Branco, em plena ditadura, onde semanalmente ia ver amigos meus, e era do Comitê de Anistia. Olha que dia de visita era especial. As grades ficavam abertas, e as crianças corriam de cela em cela naquele pequeno espaço, naquele corredor onde cada porta era de uma organização política diferente. Mas da minha mente jamais saiu a visão daquele pátio tenebroso, da privada turca cravada no chão, da frieza e do barulho dos pratos e colheres de alumínio, do olhar triste e melancólico da hora da despedida, do som do portão se fechando atrás de mim.

E olha só que coisa: justamente homens que estavam ali presos porque lutavam – de uma forma ou outra, sim, pelo poder político de visionários líderes – mas que antes de mais nada foram presos quando buscavam alcançar a liberdade que pudesse propiciar à política ter algum poder.

Toda prisão pode merecer ser revogada. Pensa só. Mas com a cabeça, não com o fígado.

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oculos fendiMarli Gonçalves, jornalista – Cadeia para quem precisa. E nem toda nudez será castigada.

SP, 2016

 

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Artigo – Salve simpatias. Por Marli Gonçalves

trevoVai que eu sei que alguma você fez ou praticou nessa passagem de ano para ver se as coisas melhoram, ou que pelo menos elas não piorem. Não precisa contar. Pode ter sido das grandes, mais trabalhosas, porque precisaram ser premeditadas dado os seus componentes ou ingredientes. Todos os salamaleques necessários. Pode ter sido só aquela calcinha colorida, tudo branco, a cueca nova, as sete ondinhas. Alguma você fez.-peppers-562083

 Chegou um momento em que me peguei cansada. Querendo que a meia-noite chegasse logo. Meia-noite não, uma da manhã para ser mais precisa, porque não consigo esquecer que estamos no tal horário de verão por aqui, mesmo que o foguetório todo tenha sido explodido antes. 2016 em São Paulo chegou a uma hora da manhã. E, como eu ia dizendo, fiquei cansada, porque mal ou bem a gente tem sempre de fazer um monte de coisas antes do fim do ano, nem que seja só a comida. E compras, para não faltar nada porque tudo fecha. E mandar umas mensagens imprescindíveis cheias de otimismo. E atender as chamadas cheias de otimismo dos amigos.

No entanto, por mais que eu goste, e gosto, da passagem de ano, já gostei mais, muito mais. É como se estivessem conseguindo tirar da gente até essa esperança de renovação real. No momento seguinte, já no Ano Novo, descobrimos que tudo só é apenas um dia mais velho, acontecendo de novo. Acidentes, chacinas, enchentes, escândalos, hipocrisias, contas para pagar.

Revisão, avaliação, reavaliação, autocríticas. Há alguns anos não posso viajar, mas este ano percebi que sair um pouco pode ser mais legal justamente por distrair disso tudo. Veja bem: pegar uma fila quilométrica no pedágio, indo para a praia lotada e com chuva, às vezes até suportando pessoas, a família e suas indispensáveis crises, crianças, acomodações nem sempre ideais. Quem, com tudo isso, tem tempo para pensar muito na vida?

Tirei uns dias de relativa folga, relativa, porque jornalista não pode aposentar a cabeça. Descanso carregando pedra, como dizia minha mãe ao executar o monte de tarefas que só as mulheres conseguem fazer ao mesmo tempo, e que hoje de alguma forma sobraram para mim. Cantar, dançar, sapatear, e ainda equilibrar-se no salto. Pois bem. Uma formiguinha laboriosa, a imagem que vi. Arrumando armários. Tentando arrumar as ideias, limpar alguns cantinhos de pensamentos, de lembranças, de mágoas, muitas que a mim foram apresentadas e que eu nem imaginaria que conheceria.

E tinha, como dizia, também de executar as tais simpatias, duas ou três, talvez quatro, que resolvi adotar. Superstições como creem alguns. Mandinguinhas, para os exagerados ou crentes em outras paradas. Acho que com elas a gente aproveita – como símbolo – para pedir, desejar, e dar ordens ao cérebro – faça isso esse ano, faça aquilo, procure ser feliz, ganhar dinheiro, ter saúde, amar e ser amado, parar com tudo. Começar num sei o quê. Acontece também no aniversário, em menor escala, mas acontece. Só não tem é tanta simpatia para executar.

flutterGosto da ideia e da palavra: simpatia, simpatias. Tem simpatia para tudo quanto é coisa. Para pedir coisas boas e para afastar coisas ruins, mantê-las a boa distância. Para curar terçol, por exemplo, achei essa: pegar três grãos de feijão preto, passar no terçol e jogá-los para trás sem olhar. O terçol desaparecerá, eles garantem. Não conhecia essa, nem a da aliança de ouro quente passada três vezes. Só conhecia a da faca posta em cima por alguns segundos, e que já vi até resolver mesmo o problema.

Não fica triste se esqueceu ou se estava ocupado demais para fazer simpatias. O ano começou e a gente tem de enfrentar, trabalhar. Aproveita o Dia dos Reis, o 6 de janeiro, quando se desarrumam os enfeites, a árvore, as bolinhas e pingentes. Dizem que no Dia dos Reis o africano Baltazar, 30 anos, o asiático Gaspar, com 15, e o europeu Belchior, quarentão, são os primeiros a visitar o menino Jesus, já com seus quase 12 dias de vida, para levar presente: ouro, incenso e mirra. Na Espanha tem a tradição de as crianças deixarem sapatos com capim, pendurados nas janelas, como alimentos dos camelos dos magos, que retribuem com doces. E tem o Bolo de Reis, com a coroa de Reis, e uma fatia premiada.

Nesse dia, para mim, é hora da romã, das sete sementinhas. Chupadas e guardadas na carteira, para atrair dinheiro. É meio chato admitir, mas meus pedidos andam meio muito materiais nessa hora de crise no país que vivemos. Por via das dúvidas, também já comi lentilhas, tomei banho de louro, vesti amarelo, usei ouro.

A esperança é a última que morre.

Reis Mags_SergiopopSão Paulo, tudo de novo, que seja simpático, 2016

Marli Gonçalves, jornalista – – Quando cheguei na janela à meia noite do dia 31, achei o máximo: vi passando uma moça toda bem vestida, carregando uma mala, daquelas até bem chiques, perolada, com rodinhas, e dando a volta no quarteirão. Não acreditei. É uma simpatia para atrair viagens. Ano que vem, tô nessa.

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ARTIGO – Já que chegamos até aqui. Por Marli Gonçalves

ani-bb_newyearJá que chegamos até aqui vamos lá! Vamos atravessar a ponte que liga um ano a outro. Pergunto: daria para destruir esse acesso assim que acabarmos de atravessá-lo? Senão, tudo bem, que ele pode até ter sido bom para muita gente. Mas de uma coisa tenho certeza: você já está aí do outro lado se fazendo um monte de promessas, revirando o baú, apelando para todos os santos, pensando em quais rituais, simpatias e antipatias vai produzir para a passagem do ano.

Quem foi que disse que as coisas mudam assim, num passe de mágica, num estalar de dedos, assim que vira o ano, que muda o número? Mas é bom acreditar; faz bem ao espírito tentar se renovar para começar de novo ou terminar o que já vinha sendo feito, inventar alguma pirueta, propor algo para você próprio. Prometer coisas – para si ou para alguém – já não acho muito legal, porque já vem carregado da óbvia culpa do não-cumprir, essazinha mesma que bate agora no fim de ano e dá uma certa ressaca. A auto-cobrança da época é a parte chata. O mais engraçado é que a gente passa a vida nessa, se desafiando até. Nessas horas, agora, nesse vácuo de tempo entre Natal e Ano Novo, nesse último mês do ano, nos voltamos mais para nós mesmos, para esse mundo que carregamos junto, onde vivem os nossos mais livres pensamentos e desejos. Só o espelho nos conhece (ou pensa que nos conhece).homerflexinginmirror

 O legal de escrever é que você encontra com as pessoas – eu e você aí – nas horas mais diferentes, situações especiais e até íntimas. Principalmente pelo meio digital, onde pode ter ativado seu smartphone ou tablet de quase qualquer lugar. Posso estar aí agora. Onde quer que esteja, seja praia, campo, montanhas, pegando ondas bravas ou só fazendo chapchap em alguma piscina. Talvez passeando em alguma metrópole desenvolvida, ou alguma cidade histórica; em um safári ou em algum imenso parque de diversões. Aqui por perto ou muito longe. Pelado ou cheio de roupa para se aquecer de alguma neve que foi cavar. Escrevo para dar um oi. Ver se nos encorajamos juntos nesse 2015.graphics-happy-new-year-295780

 Espero te encontrar com mais saúde, se você acaso está lendo agora, meio mal ou numa beira ou numa cama de hospital. Que recupere as forças, não sofra nem sinta dores, estas pontadas que nos paralisam.
Como eu dizia, já que chegamos até aqui, vambora. Primeiro, aquele “ufa” coletivo, porque a coisa não tá fácil, anda pior que corrida de obstáculos. É violência, má notícia, catástrofe, péssima administração, descalabro político, atentado social, corrupa, corrupinha, corrupona por todo o caminho por onde a gente passa pulando. Estamos vivos.

Então, o que precisamos fazer é melhorar. O que exatamente eu não sei, mas você sabe.

 Tenho aqui minha listinha básica. No geral, listo coisas que, se feitas, e se souberem, vocês se orgulharão de mim – acho que até tenho me saído bem nesse sentido. Mas também tenho desejos de não ser o que sou.
Queria ser camaleão para poder me metamorfosear em determinados momentos, me protegendo de ataques, já que os inimigos não me localizarão e espero que nem em pensamento.

Queria ser vagalume para trazendo a luz em mim atrair a luz de bons olhares. E podem vir esses olhares, que espero gostosos, amorosos e até apaixonados.

Queria ser borboleta para fazer voleios ao seu redor. Ou uma joaninha para alegrar seu olhar e fazer você perder alguns segundos me fazendo passear entre seus dedos, até voar, toda prosa.

 Com tudo isso, só quero mesmo é que não me esqueça se tiver algo legal a dizer. Agradeço sua atenção.

São Paulo, amanhã será outro ano.

joaninhagil3Marli Gonçalves é jornalista – Tentando olhar sempre à frente

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ARTIGO – Tudo o que você quer ouvir de verdade

Marli Gonçalves

 Preparei uma listinha básica de coisas para desejar agora, para mim e para você, esperando que esta mensagem lhe encontre onde estiver. Mesmo que não a leia jamais, mesmo que ela fique presa na caixa de spams, mesmo que você nem me conheça. A esta altura da vida já descobri que nenhuma felicidade pode ser completa, se não fizer a alegria de mais alguém e que não custa nada tentar

Feliz Natal. Jingle Bells! Feliz Ano Novo. Pronto. Dito o geral, sei bem que cada um de nós tem desejos bem particulares que gostaria de poder pedir ao Papai Noel, mas só se este existisse, o que você já deve ter descoberto que não é bem verdade. Como a moda agora é compartilhar tudo, bem, preparei uma lista de itens que não podem faltar neste finzinho de ano, junto com a boa comida, bebida, o sorriso e abraço franco de quem a gente ama.

Queria mesmo, para começar, ter o dom e poder dizer tudo o que você quer ouvir. E que você fale e seja compreendido pelos seus.

Você pode e deve sonhar por um mundo melhor, por uma vida melhor. Porque não?

Você merece. Às vezes é tão pouco o que no seu íntimo deseja que ninguém acreditaria, mesmo se contasse.

Onde estiver, quero que respire o ar puro como o das montanhas. Sinta a brisa do vento como o que bate quando caminhamos leves e soltos numa praia, preferencialmente tranquila, deserta, calma, mas com pelo menos uma barraquinha para a água de coco gelada, o peixe fresquinho, uns camarõezinhos fritos, quiçá uma lagosta. E caso esteja mesmo nas montanhas, dias lindos, cheiro de relva. Se chover, que nada alague. Que ela seja bem refrescante, como era quando éramos crianças e gostávamos de chapinhar na água, ficar debaixo dela, levar bronca depois.

Se viajou, se viajar, uma viagem segura e tranquila. E se houver perrengues pelo caminho – sabe como é – que os resolva de forma bem humorada, sem perder a razão. Que os caminhos levem e tragam você de volta ainda melhor do que foi.

Sei o quanto queria que sua família pelo menos – vá lá – se entendesse, para poder continuar pensando nela como uma família, algo bom. Se tem filhos, que estes tragam mais alegrias do que preocupações, e que eles percebam que mesmo quando erra o faz por amor demais. Talvez até eles tragam outros filhos, e uma segunda chance de ver crescer uma pessoa íntegra, que faça a diferença no futuro, quando não mais estaremos aqui.

Espero que tenha por perto alguém em quem possa confiar, confiando a esse eleito até alguns entre tantos segredos que carrega e às vezes chegam a pesar sobre seus ombros. Que nem agora, nem nunca, seja traído, para não saber jamais a imensa dor que isto causa, para não ter jamais de passar a desconfiar de tudo e todos a partir daí. Para jamais temer o abandono. Para nunca conhecer o terrível silêncio e vazio que se segue ao ver alguém lhe virar as costas quando mais precisa.

Que possa comprar, senão tudo, algumas das coisas que cobiça e que farão – por mais bobas – o seu dia a dia melhor, mais confortável ou divertido. E que ainda sobre algum, para presentear e ver a alegria que dá atender ao sonho de outros, mesmo os pequeninos.

Que ocorra uma mágica de Natal, um bom milagre, à mesa: que tudo esteja ótimo, com bom tempero, fartura. E que você possa comer sem engordar, sem ter problemas, nem com o sal nem com o açúcar, nem com o álcool em boa medida, como se momentaneamente sua pressão e seu índice de açúcar acabem de ser decretados normais e regulares, e assim fiquem por bom tempo. Que possa ainda beber sem tontear, pelo menos nem tanto para fazer besteiras das quais se arrependeria. Que seu coração palpite no ritmo da boa música que haverá de estar tocando, suave, em volume e em ritmo.

Que sua memória reviva todos os que puder lembrar, e que as lembranças sejam as melhores e possam levar luz e elevação para os seus espíritos. Ou, no mínimo, se for cético, que estas pessoas possam realmente ter mantido suas inscrições no livro de sua vida.

Que na noite de Natal você possa também falar de si próprio, contar as façanhas pelas quais passou, e ser ouvido atentamente. Que ouça delícias de seu amor, ao pé de ouvido, as palavras que sempre espera sejam ditas.

Que possa brilhar como uma estrela na ponta de uma árvore, de verdade, no céu, ou de Natal, em sincronia colorida, como as luzinhas que fazem brilhar os nossos olhos nos enfeites.

Que me queira bem.

São Paulo, iluminada, últimos dias de 2011, e toda esperança nos dias que seguirão.

(*) Marli Gonçalves é jornalista. Pena que o Natal também nos deixe tristes. Pena que não possamos fazer tudo acontecer tanto como gostaríamos.

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Carlos Drummond de Andrade: o imortal

DESEJOS


Desejo a vocês…
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

Carlos Drummond de Andrade

Seção Desejos Insanos: olha só essa malinha!

Seção de desejos insanos – acabo de inaugurar.

Como sou de Gêmeos e bastante variada ( eu disse variada, não avariada), na minha listinha particular já tem algumas coisinhas, tipo:

– o IPAD 2;

– UMA CAYENNE BRANCA

– UMA LINDA VIAGEM

– ROUPINHAS DO LINO VILLAVENTURA

ETC… ( Depois acrescento mais…)

AGORA, CHEGOU MAIS UM, a SALSA SUITER: OLHA ESSA MALA QUE A RIMOWA ESTÁ LANÇANDO:

 

MAIS INFOS(da assessoria de imprensa)
Rimowa lança mala para executivos com divisórias especiais para ternos
 Salsa Suiter está disponível nas cores preta, chocolate, vinho e grafite
 Atendendo a pedidos de executivos que viajam muito e precisam carregar seus ternos, tailleurs e vestidos sem que eles amassem, a Rimowa apresenta uma nova opção em seu portfólio de malas. A Salsa Suiter é a opção perfeita para acomodar peças de roupas que precisam de mais cuidado, pois garante que cheguem ao destino final como se tivessem acabado de sair do armário.
 Espaçosa, a mala vem com cabide personalizado da marca para pendurar terno, tailleur ou vestido e ainda tem divisórias para acomodar os demais itens da viagem. As peças são fabricadas com policarbonato, que é leve e resistente. Assim, mesmo depois de transportar muito peso, a mala não perde seu formato original. 
 A Salsa Suiter está disponível nas cores preta, chocolate, vinho e grafite, em três tamanhos. Preço a partir de R$ 3.160,00.
 www.rimowa.com
(11) 3062-0226
 Sobre a Rimowa – Reconhecida internacionalmente por seu design inconfundível, a grife alemã de malas nasceu na cidade de Colônia, em 1898. Hoje sinônimo de luxo, design, resistência e praticidade, as malas Rimowa seduzem consumidores de todas as partes do mundo, inclusive os brasileiros.  
Pioneira na fabricação de malas de alumínio com frisos, que hoje são o retrato mais expressivo da grife, a então Kofferfabrik Paul Morszeck começou a desenvolver o uso das folhas de alumínio na fabricação de malas em 1947, ainda enfrentando as dificuldades do pós-guerra, com Richard Morszeck. Em 1950 surge a primeira mala confeccionada com alumínio e, em 1976, Dieter Morszeck, atual presidente e CEO da empresa, cria a primeira mala de alumínio impermeável, capaz de transportar de forma segura os frágeis equipamentos de fotógrafos e repórteres.
 A tecnologia empregada na fabricação das malas acompanha os avanços aeroespaciais, por isso são altamente resistentes. Além de alumínio, algumas malas também são confeccionadas com policarbonato. Outra característica importante da Rimowa é a mobilidade e praticidade do sistema de rodízios exclusivos, que facilitam o transporte até mesmo de bagagens mais pesadas.
 

VIM TRAZER A MENSAGEM MAIS SUBLIME QUE PUDE. VISUAL. TUDO O QUE EU QUERIA NESSA PASSAGEM DE ANO.

ONTEM, SEM MAIS, ANDANDO NA RUA, DEI DE CARA COM  ESSA IMAGEM SENDO VENDIDA, BARATINHA,

 NUMA LOJA DE MOLDURAS.

ELA AGORA VIVE COMIGO NA MINHA CASA.

NÃO SEI DE QUEM É A FOTO. NÃO SEI QUEM É A MODELO.

SEI QUE É A IMAGEM QUE MAIS EXPRIME MEUS DESEJOS.

É A IMAGEM QUE QUERO IMAGINAR NA PASSAGEM DO ANO.

NUA, LINDA, EQUILIBRADA, NUMA PRAIA VAZIA, CONSIGO MESMA.

ARTIGO – Balanço Geral

MARLI GONÇALVES

Não tem jeito. Pode acontecer hoje, ou entre hoje e amanhã, na semana que vem. Mas até que os últimos segundos do ano cheguem você também vai parar, nem que seja por um minuto, e pensar no que fez, deixou de fazer. Ou no que pretende ou ao menos “devia tentar” já no espocar de 2011.  

O jornal trouxe meu horóscopo diário mais direto que o habitual. Achei até que podiam estar me espionando, olha a nóia! Gêmeos: “Clima astral intenso para você, às voltas com miudezas e delicadezas, gente querendo muito e você disposto a quase nada. A vontade é de fugir para longe, se entregar ao mundo idealizado. É um clássico no fim do ano, aguente firme” .

Entendeu? Foi direto. Como um conselho amigo, mas que me fez foi rir do espelho. Final de ano é mesmo um porre. A pressão da panela sobe e o apito gira; os nervos ficam à flor da pele, com as emoções na ponta dos dedos e todo mundo tenta resolver ou fazer que resolvam coisas para as quais tiveram o ano inteiro, principalmente se puderem jogar todas essas coisas a fazer para cima de você e partirem, lépidas, em suas viagens. Pá! Batata!

As contas, ah, as contas chegam muito mais rápido do que o normal – as de janeiro, porque acho que o povo tem medo que você viaje e nunca mais volte. Em dezembro, algumas já vieram em dobro por conta do 13º Salário, como se todo mundo o recebesse, o que decididamente não é o caso. E tem as cartinhas e bilhetes grampeados nas contas, nos jornais, todos apelando por sua generosidade. As listas, as lembranças, os presentes, a comida, a bebida, a roupa de Natal, a roupa de Ano Novo (e os sapatos). Os “plantões” (e as folgas que têm de conceder). Os acertos familiares ideais para não rolarem crimes por causa de encontros desprogramados.

Se eu que tenho só uma familinha passo por isso, imagino vocês, casados, com filhos, netos, sogras, sogros, cunhados e cunhadas. Além dos agregados de todos os matizes. Sinto muito.

Como de hábito estou duranga total, e com contas parceladas até os meados do Futuro. Assim há mais ou menos um mês, decidi: separei um pouquinho de dinheiro e comprei uns apetrechos. Acreditem, resolvi fazer com as minhas próprias mãos alguns dos presentes para as pessoas que amo ou devo, por dever ou amar. Consegui até uma pistola de cola quente, que já quase torrou foi o meu dedo. Separei tudo – pedrinhas, brilhos, cartões postais, colagens, brinquedinhos, fotos, para ideias de todas as espécies dos meus presentes “personalizados”. Pergunte: quantos estão prontos? – Ah, nenhum! E o tempo para o diletantismo? Mas com a tal pistolinha já arrumei um monte de coisas quebradas e descoladas que eu tinha lá em casa.

Ainda tenho que dar a famosa geral nos armários, separar as contas e papéis, trocar de agenda, correr atrás de legalização de documentos de empresa, já que há mais novidades burocráticas surgindo e vigentes a partir de 01/01/2011, fazer umas compras básicas de subsistência, levar o carro para fazer revisão ambiental, levar a gata para vacinar, etc. E põe etc. nisso.

O tempo que me sobrar – dá licença – usarei para o Meu Balanço Geral, ou você pensou que eu tinha esquecido o tema?

Há de se ter muito cuidado nessa área, nessa hora, para não rolar é uma boa de uma depressão com as avaliações do ano que já está indo com Deus. Afastar a sensação de que nada adianta e que não adianta tentar porque nada funciona – tem uma série que não funciona mesmo, mas não é culpa sua. Afastar a idéia de que nada dá certo – algumas coisas (e pessoas) dão.

Sei também que não adianta querer programar muito as coisas. Isso pode torná-las chatas. Nossa vida é um punhado de desejos que saímos buscando, mesmo sem saber quais são, e às vezes nos deparando com surpresas. Precisamos é desejar mais, querer mais, tentar melhorar, enquanto gente, enquanto estivermos por aqui, com quem amamos e amaremos.

No Balanço Geral é bom tomar decisões positivas contra coisas negativas. E tentar não ser tão duros com nós mesmos, ao avaliar alguns ângulos. Além de propor a si próprio não se contentar com esmolas emocionais, nem intelectuais, nem com a barbárie. Não se submeter a nenhum tipo de escravidão. Ah, e nada de passividade bovina.

Entre as coisas que vou mentalizar incluirei que nada falte para mim nem para os meus; boas noites de sono. Prazeres, que sejam aguçados. Encontros, que sejam em maior número do que os desencontros e que eu encontre várias, muitas vezes, com o meu prazer e que, pertinho de mim, ele também será mais feliz e mais forte, como se no Paraíso estivéssemos nesses momentos, fugazes, mas fortalecedores.

No Balanço, que também será projeção, ainda pedirei desafios que consiga ultrapassar, conhecimentos que consiga obter e a tranquilidade necessária para criar. Menos barulhos. Mais risadas e lágrimas que sejam só de emoção, daquelas que limpam a gente por dentro.

É, mais uma passagem de ano em que não poderei ir pular ondinhas nem tomar o banho de descarrego no mar. Mas tudo bem, porque como em todos os anos ocorre, até por falta de tempo, farei o Balanço quando estiver totalmente nua, no chuveiro, no último banho do ano.

Eu me conheço.

Brasil, São Paulo, Capital. Quase, quase o ano que a gente nem sabe, mas vai rolar.

(*) Marli Gonçalves é jornalista. Ainda não sabe a cor da calcinha que vai usar na tradicional passagem de ano. Nem se vai usar  calcinha. De repente, melhor deixar tudo livre, como as ideias e os desejos.

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