#ADEHOJE – UM ANO E NÃO FALTOU ASSUNTO. FAZ-NOS RIR

#ADEHOJE – UM ANO E NÃO FALTOU ASSUNTO. FAZ-NOS RIR

 

SÓ UM MINUTO – Na segunda-feira seguinte à eleição de Jair Bolsonaro comecei o #ADEHOJE. Sabendo, há muitos anos, inicialmente de seu despreparo, aliado à incapacidade e inconsistência, além das ideias reacionárias com alguma dose de sociopatia, era evidente que teríamos fatos todos os dias para comentar. Mas juro que não pensei que seriam tantos e tão graves e tão vergonhosos. Acreditava que uma equipe poderia romper isso, impondo a ele uma visão de Estado.
Vejo que estava errada e o último exemplo foi mais um ponto nessa loucura: ele, retratado como um leão atacado por hienas. Em um vídeo só, destratou e atacou todos os poderes, inclusive a imprensa. Todas as instituições e movimentos, inclusive o feminista. Não adiantou ele estar fora, viajando atrás de acordos comerciais inclusive importantes. Ele não para. Os Filhos do Capitão não param. Agora, ainda por cima, também atacou mais uma vez as mulheres ao falar do encontro com o príncipe saudita Mohammed bin Salman, o sanguinário, acusado do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi dentro do consulado saudita em Istambul no ano passado. Ousou dizer: “Todo mundo gostaria de passar a tarde com um príncipe. Principalmente vocês, mulheres”
Não, presidente, gostaríamos não. Com esse, não. Já basta a violência que sofremos aqui no Brasil. O senhor apenas nos faz rir, aí, realmente, como hienas. Sem mais.
Vejam uma das coisas mais absurdas que já foram criadas por esse “desgoverno”:

#ADEHOJE – OI, VAMOS ACORDAR! ESTAMOS DORMINDO?

#ADEHOJE – OI, VAMOS ACORDAR! ESTAMOS DORMINDO?

 

SÓ UM MINUTO – Triiiiimmmmmm!!!! Botaram sonífero na água do país? Vamos acordar, minha gente!!!! O presidente da Vale e do Flamengo ainda estão soltos. Pior, falando e fazendo asneiras a cada passo. Ontem um segurança do Extra supermercado no Rio de Janeiro deu uma gravata e ficou aboletado em cima de um jovem negro, asfixiando-o diante do olhar atônito de dezenas de pessoas! Pedro morreu. A menina Jenifer, de 11 anos, assassinada com um tiro no peito que estourou seu corpo enquanto brincava na frente do restaurante da mãe. E aquela do menino Luan, no Metrô de São Paulo, que levou mais de uma hora para reagir e procurá-lo? Fora que ninguém lembrou de acionar o botão de emergência! Simplesmente parar o trem.

#ADEHOJE, #ADODIA – TRISTEZAS E INSEGURANÇAS

#ADEHOJE, #ADODIA – TRISTEZAS E INSEGURANÇAS

SÓ UM MINUTO – Que momento triste! Com a gente pode até opinar? Não há qualquer graça ou humor nos fatos que presenciamos. Apenas angústia, tristeza e a verificação de como o país está, infelizmente, em frangalhos e tão frágil. No momento em que gravo já passam de mais de 6 horas a cirurgia de Jair Bolsonaro para a retirada da bolsa de colostomia, no Hospital Albert Einstein. Os médicos haviam dito que em três horas, tudo ficaria bem. Estou bem cansada de tantas mentiras. Tomara que não haja intercorrências. Quanto a Brumadinho, parecemos caipiras esperando os gringos virem ajudar, como se fosse possível resgatar os mais de 300 desaparecidos atolados em 15, 20 metros de lama tóxica. Que os fantasmas puxem os pés deles, dos culpados. Eternamente.

#ADEHOJE, #ADODIA – PAZ, POR FAVOR. E MAIS CONSIDERAÇÃO COM A GENTE

#ADEHOJE, #ADODIA – PAZ, POR FAVOR. E MAIS CONSIDERAÇÃO COM A GENTE

 

 

Paz, paz, paz! A vida parece não ter mais valor. São chacinas, assassinatos, como o do ex-governador Gerson Camata, em Vitória, Espírito Santo. Um homem pega a ex-mulher, joga gasolina e taca fogo. Outros passam atirando, explodindo, como em games. A violência está disseminada. Fora isso, temos cara de otários? Viu que apareceu o tal Queiróz, dos Bolsonaros e Bolsonarinhos??? Totalmente amestrado, em entrevista absurda, encomendada, diz que é homem de negócios, que gasta muito, e que tem um monte de doenças, inclusive unha encravada ( …só faltou isso mesmo…) para explicar porque vem faltando aos depoimentos marcados na Justiça. Tentamos ser otimistas, mas nem começou e a profusão de problemas faz com que a gente anteveja mais um ano duro, cheio de sobressaltos. O futuro e a aproximação de uma visão de mundo perturbadora.

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ARTIGO – Sossego em lugar algum. Por Marli Gonçalves

Ninguém mais tem sossego, esse bem tão simples e valioso. Ninguém, por melhor, mais bonito, rico, culto, etcetera etcetera que seja. Não há mais local seguro. Não há idade, cor, sexo, transsexo, nacionalidade ou religião a salvo. Nem quem vive de tirar o sossego dos outros está a salvo. Que mundo é esse onde chegamos?

No bar, no restaurante, no aeroporto, no estádio, na escola, na casa noturna, as gargalhadas e boas conversas com amigos, o paladar da degustação de um jantar e a alegria podem ser interrompidos em segundos por um grupo de malucos armados, alguns vestidos com bombas e com vale-transporte “boom” para o paraíso que imaginam alcançar com sua dedicação e fanatismo. Os senhores da guerra e das armas devem estar orgulhosos do que conseguiram: inquietar um planeta.

Pois falo do terror, e falo também do outro terror – esse que está bem aqui, bem nosso, que nem ideal tem, mais comum, que desce o morro, não para morrer, mas para matar por uns trocados, um relógio, um celular. Que mata por prazer. Que vaga pelas ruas à cata de seus alvos, entre os descuidados, entre os distraídos, ou que não deviam estar ali naquela hora, naquele momento. Bestas, cada vez mais jovens, cada vez mais numerosos, querem tomar na mão grande o que nunca pretenderam conquistar pelo bem. Homens e mulheres que sob algum comando geral, estranhamente sempre muito pouco identificado, atacam. Eles não têm futuro e acham que ninguém pode ter. Qualquer movimento brusco, qualquer tentativa de se defender pode valer uma vida, tirada ainda mais rápido e sem piedade.

Vida que vale nada, pouco; aliás é o produto que vem sendo mais desvalorizado na bolsa da existência. Tempos violentos esses, sem poesia nem para atos extremos – antes, há uma ou duas, três décadas, ainda havia restos de um certo romantismo e elegância, uma certa aventura, para os que buscavam seus ideais patrióticos ou políticos, em guerrilhas e roubos arrojados. Ladrões que mereceram admiração pelo estilo que executavam seus crimes. Ou até os que amavam tanto que o ciúme corroeu a alma ao ponto de quererem matar para continuar sendo únicos, paixões cheias de literatura.

sport-graphics-water-skiing-619865Hoje não são mais histórias bonitas, daquelas que dá vontade de escrever sobre elas, saber o que as motivou, como tantas vezes na vida de repórter encontrei. Agora são apenas notícias cruéis, curtas, sem emoção, que se sucedem e preenchem com estardalhaço os programas policiais das tardes na tevê, narradas por apresentadores que dão ênfase automaticamente a algumas palavras ou frases que repetem para deter nossa atenção, com vinhetas repletas de sangue estampadas no rodapé. Truque.

Não há sossego em lugar algum. Isso esgota nossos nervos, e andamos olhando para os lados, desconfiados de tudo e todos, pouco solidários, cada vez mais isolados e em rede virtual onde também ali é preciso atenção, não dá para relaxar. Podem estar do outro lado, fingindo, mentindo, enganando, querendo roubar você. E você pode cair no truque, no golpe, mesmo que esteja em casa, quietinho, de pijama e chinelinho. Não abra. Não acredite.

A polícia apavora – os tiros podem sair pela culatra, perdidos, e alguns deles, dos próprios policiais que podem estar nos dois lados da questão ou defendendo sem eira nem beira umas leis próprias de mundo cão, que autorizam forjar provas plantando armas e drogas, incriminar inocentes.

Cidades pacatas do interior, onde decididamente não havia disso, agora sofrem com a reprodução do que de pior viaja no tempo, nos ventos das grandes capitais. Bancos explodem. Cracolândias tomam suas lindas praças e se expandem por debaixo das soleiras devastando seus garotos, puxados pelos braços do tédio e das informações que chegaram alimentando o bichinho do consumo, do se dar bem.

É visível que está difícil e perigoso viver. Mais ainda enfrentando o maior de todos, o desassossego da natureza, indomável em seus quatro elementos, terra, ar, fogo, água, que também mandam recados e podem se rebelar de vez – e caso isso seja com grande força pode devastar e tornar tudo um grande descampado, um nada, finalmente com uma quietude. Um sossego. Mas um que, creio, não é o que desejaríamos.

Que susto!Marli Gonçalves, jornalista – O que vejo e o que me preocupa.

SP, 2016

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 E-MAILS:
 MARLI@BRICKMANN.COM.BR
 MARLIGO@UOL.COM.BR

 

Esse crime horroroso de hoje, do vizinho assassino, me recorda outro caso

mao apontando direitaGente que mata gente por nada.

A história de hoje, do homem que matou os dois vizinhos do prédio a bala, e se matou em seguida, me fez lembrar um outro caso que já contei aqui, e que nunca teve justiça.

mao apontando direitaO do maluco que matou um jovem no elevador e que ainda deixou uma família bem esquisita-  aliás, duas famílias, brigando por um espólio de forma surreal.

O que acaba atingindo até a mim, que sem querer fui alugar um apartamento ( que descobri depois ser podre) deles.

Lembre, aqui, e aquimao apontando direita