ARTIGO – Memória, para o que te quero. Por Marli Gonçalves

Memória, memórias, lembranças, às vezes acho que não damos a atenção devida a elas, ao valor, ao que significam de vitórias, e porque não dizer, também, de derrotas, que explicam como chegamos a hoje. Remexer o baú de fotos e coisas guardadas pode ser fascinante. Experimente.

MEMÓRIA
Convite GALLERY AROUND -FESTA VAGUE – AGOSTO DE 1982 – no Gallery, SP

Andei cavoucando coisas guardadas há tempos quase imemoriais. Me dei conta que essa escavação é quase igual à uma revisão da vida toda, e dependendo do tamanho desse tempo ou buraco do que procuramos não há como deixar de revisitar a própria vida.

Quem já viveu mais tempo tem mais noção do valor que pode ter uma pequena foto encontrada em papel em algum álbum, caixa, recorte, fundo de armário. Até se chateia com o vazio de um tempo ou outro sem qualquer registro. Nem todos tinham câmeras, nem tudo era fotografado como agora, essas milhares de fotos que tiramos loucamente por celular, a gente nem sabe para o quê, perdidas nas nuvens. Creio que foi por isso que a tal #tbt nas redes sociais às quintas-feiras ganhou algum sentido. Você sabe o que é, não? “Throwback Thursday”, #tbt, “Quinta-feira do Retorno”, é uma das siglas mais populares, marca publicações de imagens do passado, que deixaram saudades, boas lembranças. Mas há, primeiro, de achá-las. E depois que publica, sei bem que fica por perto acompanhando a reação, curtidas e comentários, em geral elogios ou até recordações de quem estava por ali também.

Tive um ataque de #tbt essa semana. Estava atrás de imagens que precisava para uma conversa numa roda de arte, sobre o movimento punk, coisa de 42 anos atrás, que tive o prazer de viver ao lado do mestre Antonio Bivar, considerado seu “pai” aqui no Brasil.

Pois bem, providenciei escada para subir em um armário e lá fui atrás de uma Revista Gallery Around, da qual fui editora ao lado do Bivar; mais precisamente de uma edição que marcava o início do movimento punk por aqui. Precisava achar.

A revista era do Gallery, na época o lugar mais chique, luxo, rico e up to date de São Paulo, alguns muitos lembrarão. Especialmente procurava a edição de agosto de 1982, que marcou uma festa histórica, a VAGUE, da qual boa parte dos registros foram apagados. Sim, salvei alguns. É que aconteceu. Imaginem uma noite daquele lugar cheio de jovens punks de verdade com alfinetes espetados no rosto e sangue nos olhos, em plena, ainda, ditadura. Inocentes, Ratos do Porão, Kyd Vinyl, tudo fervilhando. Coisa boa não saiu. Naquela noite, a “primeira dama” Dulce Figueiredo, esposa horrível do horrível João Figueiredo, apareceu sem avisar, cercada por seguranças. (Lembrou dela, você aí?) Pois bem, aí a coisa encrencou, e foi cusparada (punks cuspiam como arma, como o Bob Cuspe, do Angeli) para tudo quanto é lado. “Nossos” punks foram retirados sem muito carinho, digamos assim, do local. Um quiproquó. Literal.

Um corre, abafa, que nos valeu por um tempo o título de persona non grata no local, e risco à continuidade do trabalho na revista, mais “monitorada” a partir daí.

Contada a história do que buscava, nessa procura passei também por outras edições e publicações para as quais trabalhei naqueles tempos, antes de ir para o Jornal da Tarde. Foi uma viagem e tanto, reativada a memória. De coisas boas. De coisas más, bem más, também. Superadas, tanto que estou aqui para contar e provar essa história toda.

A memória se ativa quando nos procuramos e ao que vivemos, e creio até que nos faz querer viver mais. Rimos muito de nossas próprias aventuras, roupas, cabelos, poses, como engordamos, emagrecemos, como estamos envelhecendo. Um filme, muito particular. Como éramos felizes (ou não), quem tirou a foto em que aparecíamos na era quando não havia a fácil possibilidade das selfies, e dependíamos de alguém lembrar de dar o click.

As imagens, creio, tinham muito mais valor. A memória também.

________________

MEMÓRIA
convite GALLERY AROUND -FESTA VAGUE – AGOSTO DE 1982 – no Gallery
VERSO CONVITE FESTA VAGUE

_____

Na festa VAGUE, agosto de 1982

 – MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). Vive em São Paulo, Capital.

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

ARTIGO – Passe de pólvora e cores. Por Marli Gonçalves

Passe de fogos de artifício. Não ria, por favor, mas quem não tem ondinhas pra pular tem de ter alguma criatividade para os seus rituais. Na passagem de ano mais uma vez fui à Avenida Paulista tomar um passe de fogos de artifício. Sim, foram mais silenciosos, se é que se pode definir assim os seus estrondos.

Passe de pólvora e cores.

Sem entrar na confusão, mas ficando lá atrás do palco cada vez mais pomposo, longe da muvuca geral na avenida, e em frente ao prédio da esquina de onde são lançados os tais dez minutos de saudação ao Ano Novo. Parece que no palco, naquele momento, Chitãozinho e Xororó cantavam Evidências, com acompanhamento da plateia. Mas isso não ouvi. Na hora da passagem, de onde estava, a viagem era outra. Acima da cabeça, as cores explodiam no anúncio da chegada desse novo tempo. Tempo que corre rápido. Os Reis Magos já marcam a volta à realidade, o desmonte dos enfeites, o sumiço das luzinhas nas janelas e das árvores de Natal, os pinheirinhos que  logo serão vistos abandonados nos lixos, árvores desmontadas e sinos, anjos, estrelas, papais noéis e renas guardados em algum canto, alguma caixa ou sacolinha, algum armário.

Sempre adorei ver fogos de artifício. Na urbanidade total, sem as sonhadas ondinhas, foi a segunda vez que faço isso – passar a meia noite sob os fogos – e com o céu limpo foi um espetáculo, como se fossem apenas para mim, consagrando o espocar do ano, brilhante, colorido, desenhando o céu. O cheiro de pólvora no ar queimando todas as mazelas, o baixo astral.  A união com a alegria do povo cantando e dançando ao lado. Um banho diferente de esperança para o bissexto ano de 2024, com seu dia a mais e que, pelo que vemos, já começou bem quente e cheio de tragédias além das muitas que já vêm sendo carregadas há meses. Fora as costumeiras e às vezes assustadoras (além de óbvias, muitas delas) previsões dos videntes, sensitivos e tal, anunciando os tempos futuros para o mundo e celebridades, sejam separações, mortes, encrencas de saúde.

Antes da badalada meia noite vi um retrato de nosso povo, entrando em fila na avenida que nesse dia recebe a festa, e durante todo o ano é palco da manifestação de milhões de pessoas o tempo inteiro, seja em passeios, corridas, trânsito, celebrações, ou em protestos de todo o tipo e direções. Estavam felizes em suas roupas novas. De branco pela paz ou hábito ou com detalhes em cores que informavam seus desejos mais íntimos: amarelo, dinheiro; verde, esperança; vermelho, amor; e muito, mas muito mesmo, brilhos, lantejoulas, as chinesas tiaras de luz ligadas na cabeça que se espalharam este ano, assim como a moda popular. Muitas croppeds para todos os sexos, muita pele de fora que São Paulo agora se mostra um lugar mais libertário do que no seu sisudo outrora. Muito tudo, como é São Paulo. Muito todas, como são todas as formas de expressão, seus povos, raças, idades. E o destaque para a cada vez mais visível presença de estrangeiros, de refugiados de nações em guerra e fome, da África e do Oriente Médio, agora felizes com a pátria que acharam, enfim, para chamar de sua.

Voltamos. Começar de novo, a sensação, embora de um minuto a outro nada realmente tenha mudado a não ser mesmo esse momento de alegria, esses minutos e horas de sincera celebração e de descanso, porque mesmo sem parar nesses tempos de fim de ano a gente se desliga um pouco da realidade.

Agora é esperar o Carnaval chegar. E depois, a Páscoa, as festas juninas, a primavera, o verão novamente, o Natal e o espocar de novos anos que queremos ver e viver, sempre o nosso maior desejo.

_____________________

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

ARTIGO – Comoções. Com emoções. Por Marli Gonçalves

São verdadeiras comoções – e de emoções vívidas, fortes, emocionantes – as que infelizmente temos assistido com alguma perturbadora frequência nos últimos tempos com a partida de pessoas que, mais do que celebridades, personalidades, estrelas, se formaram em vida como símbolo, marca e representatividade de suas áreas de atuação. A transformação da tristeza da morte.

comoções emoções
José Celso Martinez Correa – celebração e o sentido da morte transformado

Cantos, danças, palmas, rituais, alegria e tristeza misturada em muitas horas, alguns dias até. A tentativa natural de transformar algo muito triste, perdas e despedidas, em algo maior, marcante em suas homenagens finais. Muitas vezes até divulgando melhor e espalhando o nome de quem se vai a esferas que em vida talvez não tivessem sido conhecidas ou alcançadas, todo um país, em longos noticiários e manchetes. A notícia e os fatos seguintes à morte essa semana do dramaturgo José Celso Martinez Correa, 86 anos, após não resistir às graves queimaduras de um incêndio dramático em seu apartamento em São Paulo foi, além de chocante, exemplo de como o fim de uma vida pode ser transformada em força para a continuação de feitos, como renovação de suas lutas e, especialmente, aconchego  e conforto de quem fica. Ele saiu de cena. Mas uma grande cena marcou a resistência, a existência.

Nos últimos meses não foram poucas as perdas dessa forma marcantes: Jô Soares, Gal Costa, Elza Soares, Pelé, Glória Maria, Rita Lee, e apenas para citar alguns de grandes brasileiros que se foram e momentos em que vimos milhares de pessoas acompanhando seus cortejos fúnebres, celebrados de diferentes formas e até em inusitados locais, além das ruas. Mais: novas histórias fantásticas foram contadas sobre eles, bons feitos descobertos (os malfeitos, se houver, vão para alguma vala escura), surgem seus descendentes indiretos, pessoas por eles influenciadas, algumas lançadas também ao sucesso, inclusive.

De cada um destes nomes ficamos sabendo ainda mais, e por mais que os acompanhássemos durante anos. De muitos acompanhamos, aflitos, a agonia final em leitos de hospital; para muitos rezamos em nossas fés reservadamente pela sua recuperação, algumas que sabíamos até impossível. De outros, a notícia chocante, repentina, que trouxe pontadas em nossas histórias, quando imediatamente lembramos de porquê gostávamos (ou mesmo, até porque não gostávamos) tanto delas. Se as encontramos. Se as conhecíamos pessoalmente. Quando suas histórias de alguma forma cruzaram com as nossas, e o que significaram.

Há décadas armei com amigos uma festa de arromba no Latino, um clube noturno do balacobaco, para homenagear um amado amigo, Luis Henrique Saia, que morreu em Paris, e que sempre foi só vida e contentamento. Não é de hoje que a transformação importante da visão da morte, das perdas, busca essa transformação que eu chamaria de apaziguadora e, até de certo alívio com o desfecho quando achávamos que aquela pessoa não merecia ter sofrido tanto em seu fim. “Quando eu morrer, não quero choro nem velas, quero uma fita amarela…”

Perdemos muita gente durante a pandemia, e que não pudemos estar lá para o aceno final. Eu perdi; e apenas aqui de meu canto pude celebrá-las. Mas, de forma muito cruel, este ano está sendo acelerado, e já estive em alguns velórios. Todos, já com essa transformação. O legado sempre maior do que o corpo que se retira desse plano. O fantástico Paulo Caruso, o incrível jornalista Palmério Dória (no velório dele teve roda de samba, cantoria boa e mais teria para celebrar sua verve, sua pena afiada, sua ironia fina, se ele estivesse na produção).

E agora mesmo, agora, esta semana, a perda da incrível Maria Luiza Kfouri, a Mana, amiga e admirada, jornalista, radialista, musicóloga, pesquisadora e conhecedora da música popular brasileira e que catalogou em seu site Discos do Brasil, um trabalho minucioso, a memória da discografia nacional. Divertida, agitada, comprometida com seu país, não poderia mesmo ter um velório triste. Também ali, ao lado de seu corpo inerte, as manifestações musicais, instrumentais, tocadas por grandes nomes, nos fizeram lembrar, aplaudindo, lágrimas escorrendo, que a vida continua, e levando esse alento aos familiares, amigos e admiradores.

Deve ter quem ainda fique chocado com a celebração da morte em festa, além da tristeza. Não fique. Acredite. Dessa vida nada levamos, deixamos. E isso pode sim ser celebrado de corpo e alma. Para sempre.

___________________________________________________

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

FOTO: @CATHERINEKRULIK___________________________________________

ARTIGO – A gente não quer só…Por Marli Gonçalves

A gente não quer só eleições, a gente quer muito mais: eleições livres, e que nos livrem, seguras e, pelo que parece, divertidas, embora a realidade seja de chorar. A gente quer respeito. Embora também pareça que queremos conflitos, ao menos nas redes sociais onde os grupos se enfrentam diariamente armados de memes, hashtags e arrobas num velocidade espantosa.

→ 68 Frases Engraçadas Para Status - As Melhores! - quizlandia.club

O problema geral é que não estamos vivendo uma piada, mas uma situação e um momento entre os mais sérios dos últimos anos. Quem está no poder está usando isso, aproveitando as grotescas gracinhas nesse ambiente para passar outras boiadas, muitas boiadas. Como a dos empresários do horror planejando golpe de Estado, as motociatas e passeios em pleno momento expediente e o Brasil à deriva.

Tudo é marketing político, para um, pra outro, para outros, ou mesmo para quem se dá bem sendo compartilhado com a assustadora rapidez em que as coisas acontecem nesse mundo virtual povoado de gente e robôs, de informações e mentiras, mas também de uma criatividade sem limites.

Todo dia tem novidades, e essa semana foi especialmente pródiga, culminando com o impagável chamado de “tchutchuca do Centrão”, ouvido na rebordosa que um jovem e  confuso youtuber promoveu no cercadinho do Planalto, e que irritou o presidente a ponto dele próprio voar para cima do menino tentando tirar seu celular que tudo gravava. Uma cena antológica.

Só que ele já estava com uma baita indigestão, e o tchutchuca foi gota de água cuspida no presidente capaz de falar mais besteiras por minuto de que temos notícia e de destratar jornalistas e seus próprios assessores quando se vê emparedado.

Começou com a festejada posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, que reuniu desafetos de toda ordem. O próprio ministro, com Bolsonaro sentadinho ao lado mais do que com cara de poucos amigos, com cara de tacho, cara de “o que eu tô fazendo aqui?”, entre outras que você pensou aí se viu as imagens. Diante dele, sentadinhos na primeira fila, um festejado Lula, e Dilma, Sarney, Temer. E também, na pontinha, mostrados de vez em quando, os inquietos e abismados ministros do STF indicados recentemente, André Mendonça e Kassio Marques. Um dos maiores registros de saia justa literal de que tivemos notícia.

O caloroso discurso de Alexandre de Moraes a favor do processo eleitoral e da democracia arrancando aplausos entusiastas da plateia, que chegou a aplaudir de pé em alguns momentos. O presidente pálido, crispado, parecia estar brincando de estátua! – assim como o filhote chefe da campanha. Sobrou até para o tchutchuca anterior, Paulo Guedes (assim foi chamado numa recente audiência pública), que teve de sair mais miudinho do que já é explicando porque deu as mãos, cumprimentou Lula. (Fora isso, claro, teve a cena de Dilma Rousseff de cara virada pro Michel Temer).

Isso é que foi festa.

Mas do lado de fora desses encontros, nas redes sociais, na internet, é que se dão tanto as nossas alegrias com piadas, charges, memes impagáveis, quanto os confrontos com as tentativas de respostas nesse triste ambiente ainda tão dividido. Pelo menos ali não rola sangue. Só grosserias nada chiques capazes de corar os influencers de etiqueta social que achavam que o saco roxo do Collor poderia ter sido o ápice.

A agilidade – no Twitter em poucos minutos centenas de milhares de citações, com compartilhamento dos vídeos, charges, memes, trocadilhos, e até versões musicais do tchutchuca do Centrão, o apelido que veio pra ficar – foi realmente impressionante, espantosa.

Mas na realidade silenciamos, porque pode até parecer brincadeira – mas não é – quando esse presidente anuncia exultante em suas lives a diminuição de impostos sobre jetskis, ou sobre – no país que tem muita fome – de whey protein, albumina, de suplementos nutritivos esportivos. E seu próprio perfil oficial publica a foto de um fisiculturista com uma cara parecida com a sua e o seu número de campanha grudado na sunga.

O que a gente faz? Ri ou chora copiosamente de vergonha?

Imagem

__________________________________________________

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

#ADEHOJE, #ADODIA – FOI DADA A LARGADA

#ADEHOJE, #ADODIA – FOI DADA A LARGADA

Aqui do meu posto de observação, além de desejar um Feliz Ano Novo a todos, quero pedir calma. É muito chato: qualquer coisa que a gente fala vem alguém dizer que estamos falando mal do novo presidente Jair Bolsonaro. Amigos!!! O mundo é maior do que isso. Como disse, unha encravada não é culpa do Bolsonaro. O salário mínimo péssimo que ele sancionou já era péssimo. Mas precisamos ficar atentos aos discursos que foram feitos durante a posse, alguns belicosos e sem sentido (socialismo? Onde?). Michele Bolsonaro foi a estrela da festa. Legal. Mas vamos acompanhar, porque mais masculino do que esse governo está difícil de ver. Enfim, foi dada a largada. Os ministros tomaram posse.

#ADEHOJE, #ADODIA. CONSTITUIÇÃO, 30 ANOS. FESTA E RECADOS PARA TODOS OS LADOS

#ADEHOJE, #ADODIA. CONSTITUIÇÃO, 30 ANOS. FESTA E RECADOS PARA TODOS OS LADOS

 

HOJE TEVE FESTA NO CONGRESSO NACIONAL. 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO, COM A PRESENÇA DOS TRÊS PODERES. E QUEM JÁ FOI PRESIDENTE, QUEM É PRESIDENTE, QUEM SERÁ PRESIDENTE. NÃO FALTARAM RECADOS PARA JAIR BOLSONARO QUE, EM CURTO DISCURSO DE IMPROVISO, ASSINOU EMBAIXO QUE VAI CUMPRIR AS REGRAS. O MELHOR DISCURSO, SEM DÚVIDAS, FOI O DE RAQUEL DODGE, A ÚNICA MULHER NA MESA, E A ÚNICA QUE LEMBROU DA IMPORTÂNCIA DO RESPEITO AO PRIVADO, AOS COSTUMES E À LIBERDADE

ARTIGO – Ufa. E agora, José? Por Marli Gonçalves

acenRXEc4

Não olha para mim que eu também não sei. Confesso que vivi e confesso que não sei. Fui consultar para que lado o vento vai soprar e não consegui qualquer precisão, ainda está tudo virando doido, pra todos os lados, igual biruta de aeroporto, sem direção

 

O Hino Nacional bastante cantado, bra-bra-brá, todo mundo de verde e amarelo para lá e para cá sem ser por isso chamado de coxinha, batendo no peito e gritando Brasil! Brasil! Certa sensação de Pátria, de dever cumprido e um enorme alívio, como se tivéssemos passado as duas últimas semanas segurando o ar, sem respirar. É isso que o povo não entende por que que aqui deu tanto pano para manga o caso do nadador Pinóquio e seus amigos. Orgulhinho nacional ferido; teria sido muito chato se fosse verdade. Agora é o banzo.

Haverá Engov para tanta ressaca? O Rio de Janeiro vai continuar lindo. As pessoas vão continuar fazendo coraçãozinho com a mão cada vez que virem uma câmera. Mais umas duas semanas de entrevistas e histórias de superação, mordendo a medalha que todo mundo quer pegar, um pouco de descanso, e lá os atletas voltarão para suas dificuldades cotidianas. O país é o Brasil, onde a dificuldade é cotidiana para todos, ou quase todos.

A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou…Drummond, como conseguia escrever coisas tão verdadeiras e belas? Que andam vigorosas pelo tempo, mandando pôr os pés no chão depois da euforia, da distração, das novidades de um momento que, pronto, passou para a História. Arquive-se.

jTxoqM8ncNesse meio tempo, se você andou longe atrás de alguma bolinha, tatame pista, estádio ou assemelhado, pouca coisa diferente aconteceu, como se elas ficassem em suspensão para não dividir o escasso espaço no noticiário. Só o mesmo de sempre. Mulheres mortas por seus (ex) companheiros, empresas de valores e caixas eletrônicos explodidos, acidentes horríveis nas estradas, pavios acesos nas cadeias, o pastor deputado desmascarado, o tempo com uma variação térmica dramática, candidato topetudo americano expelindo sandices, mortes de gente muito legal e outros nem tanto. No dia que a criatura foi divulgar a carta que escrevia há três meses – sacanagem – foi atropelada por um pedido de investigação vindo da Corte Suprema.

Pronto, está atualizado. E o que vem pela frente?

Ah, na política nacional deram passadas largas para definir o futuro da presidente Dilma, afastada, lembra dela? – esperando o julgamento final do Senado, tudo agora para se definir por esses próximos dias. Ela, completamente abandonada, no meio de um turbilhão que se forma no horizonte das delações premiadas e que as primeiras informações dão como devastador em todas as direções. Um pouco mais de um mês para definir as eleições municipais, pobres e estraçalhadas, e que nenhum deles, dos candidatos, tem bem noção do que vai fazer, além do retrato do santinho.

Não há Arca de Noé capaz para salvar esses espécimes fruto de uma cópula entre ideais perdidos e o mundo cruelmente real.

Esse jogo é mata-mata. A oposição que era governo, e que gerou sua própria sina, na verdade a oposição que sobrar porque boa parte já se acomodou de novo na boca do dragão, continua apostando no romantismo, soluçando golpe, segurando cartaz de Fora! Botaram areia movediça no chão do poder.

Não veem que talvez já já pode ser chegada a hora de dar ordens objetivas, mais gerais e compreensivas a todos, palavras de ordem, uma, duas, três ou todas juntas, e que elas venham em maior uníssono mostrando que ainda realmente não estamos contentes.

Lembro-me de uma linda luta que foi assim – Diretas Já!

_______________________

eyes-animated-gif-11

20160813_143252Marli Gonçalves, jornalista – Dom Quixote adoraria viver entre nós. Teria farta ocupação.

SP, setembro chegando, 2016, contando moedas de aço que não dá nem para morder, nem para engolir.

____________________________________________
E-MAILS:
MARLI@BRICKMANN.COM.BR
MARLIGO@UOL.COM.BRPOR FAVOR, SE REPUBLICAR, NÃO ESQUEÇA A FONTE ORIGINAL E OS CONTATOS

TAMBÉM TENHO UM BLOG, MARLI GONÇALVES HTTP://MARLIGO.WORDPRESS.COM.
AMIZADE? ESTOU NO FACEBOOK.
SIGA-ME: @MARLIGO

Lista de filmes do Oscar do Pornô. Vale a pena ler os títulos. Alguns dá vontade de ver imediatamente…Do g1

renoPrimeiro Prêmio da Indústria Pornô tem ares de Oscar em São Paulo

Evento reuniu atores e atrizes do ramo e busca reconhecimento do pornô.
Angel Lima foi a grande vencedora da noite com duas estatuetas.

Gustavo Petró Do G1, em São Paulo

Atores, atrizes, diretores e produtores que venceram o primeiro Prêmio da Indústria Pornô brasileira (Foto: Divulgação)Atores, atrizes, diretores e produtores que venceram o primeiro Prêmio da Indústria Pornô brasileira (Foto: Divulgação)

A indústria de filmes adultos brasileira teve sua primeira premiação na noite desta terça-feira (14) que reconhece o trabalho de atores, atrizes, produtores e diretores no Brasil. O Prêmio da Indústria Pornô, o Pip, que teve ares de Oscar com tapete vermelho, foi uma cerimônia comportada enquanto quem faz estes filmes diz que o evento trará reconhecimento para o setor.

Angel Lima posa para fotos durante o prêmio Pip. Ela recebeu dois prêmios. (Foto: Gustavo Petró/G1)Angel Lima posa para fotos durante o prêmio Pip.
Ela recebeu dois prêmios. (Foto: Gustavo Petró/G1)

Continua no G1…

Melhor cena de orgia
“Carnaval 2010”
“Rei do Anal 3”
“Amigas da Minha Irmã”

Melhor cena de fetiche
“Fetiches e Fantasias 2”
“Bundas Alucinantes”
“Diário de uma Dominadora”

Melhor cena de sexo oral
“Profissão: Atriz Pornô”
“Disk Boquete”
“Uma Sra. Chupada”

Melhor cena de DP
“Tesão sem Fim”
“Sexo na Van – Patrícia Ventura, a tia do sexo”
“Meninas Más”

Melhor cena de sexo anal
“Anal maníacas 2”
“Excita-me”
“Sexo sem cortes”

Melhor atriz
Angel Lima
Michely Fernandez
Fabiane Thompson

Melhor ator
Loupan
Ed Júnior
Jota

Melhor título
“Plugadas”
“Disk Boquete”
“Transa ao Tom de Cinza”

Revelação do ano
Renatinha Gaúcha
Carol Castro
Diana Dubay

Rede TV! ganhou concessão, lembra?Olha a Rose aí, gente! E com o namorado substituto do Lula. ♪♫♪♫Recordar é viver, eu ontem pensei em você…♪♫♪♫

FONTE: http://www.tecontei.com.br/galeria/2260/10/superpop.html

João Vasconcelos, Rosemary de Noronha, Luciana Gimenez e Marcelo de Carvalho

Fábio Guinalz/AgNews
João Vasconcelos, Rosemary de Noronha, Luciana Gimenez e Marcelo de Carvalho

Música em Brasília. Estão pensando em uma canja de Fux com Lulu Santos

Fux e Lulu

Parceria musical

Sem fazer alarde, Eduardo Ferrão está convidando alguns poucos colegas advogados e magistrados para a festa de dez anos de seu escritório, que será realizada nesta noite em Brasília.

Avesso a grandes badalações, Ferrão abriu uma exceção para marcar a década com a equipe e chamou Lulu Santos para fazer um pequeno show no evento.

Entre os convidados para a celebração, Luiz Fux.

Depois de ter tocado guitarra na posse de Joaquim Barbosa, alguns dos advogados que vão à festa sonham em ver uma dobradinha de Fux com Lulu.

FONTE: COLUNA RADAR – VEJA – Por Lauro Jardim

VEJA O VÍDEO DA FESTA DE JOAQUIM BARBOSA;