ARTIGO – Vai-Vai. Quem vai? Quem não vai? Por Marli Gonçalves

Vaivai, vai, vainão vou… Mais uma coisa bem chata para acompanhar esses próximos dias, como se ainda faltasse programação, além de tictacs, toctocs e a captura de dois fugitivos lá no Rio Grande do Norte: a listinha de confirmações, os convidados para o palco da festinha dominical temporã e sem noção programada para causar tumulto na Avenida Paulista daqui a alguns dias. Quem vai ter coragem de mostrar a carinha?

vai vai, quem vai

Não que ainda seja necessário, haja dúvidas, porque a cada dia estão mais claras e comprovadas quais foram as intenções, os participantes e simpatizantes da tentativa de golpe e perpetuação no poder do grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O que causou as balbúrdias e o vilipêndio dos símbolos nacionais, os mesmos que novamente querem que sejam usados como uniforme de identificação. Será a tentativa de defesa do indefensável. Mais uma aposta na divisão do país que há mais de um ano tenta se reencontrar em paz novamente. Mas está difícil.

Repito que estamos em busca do tempo perdido, sem a poesia de Proust. As ervas daninhas continuaram a crescer, e ao que parece cada vez de forma mais desordenada de todos os lados.  Redes sociais agitadas, robôs em ação espalhando fake news e discursos para confundir aqueles que não sabem de todas as coisas da política.

Qual desfile veremos na avenida? Que outras cores? Do outro lado, torcidas organizadas de vários times garantem presença no mesmo dia e hora, em defesa da democracia atacada. Coisa boa daí não sai.

Enquanto isso o homem que virou xerife, há de ser dito, dá ordens também estranhas, ultrapassando os limites jurídicos do poder que vem concentrando em suas mãos e criando, assim, mais uma divisão. Distribui sentenças de mais de década a uns coitados usados pelos poderosos como linha de frente da destruição de 8 de janeiro, enquanto os mandantes e influenciadores continuam por aí atrás, inclusive, de angariar mais incautos que se rebelem por eles. Tudo fica mantido: o que posa de coitado para se manter em destaque. O que se destaca para continuar impune. Os que aparecem como salvadores perdendo as oportunidades com o tempo correndo, quando tudo poderia já estar caminhando melhor, incluindo aqui as falas e atos do atual presidente.

Vai-Vai é nome de escola de samba, inclusive a que este ano trouxe uma ala infernal que irritou a polícia ao retratá-la violenta no que é quando empunha escudos. E a questão diariamente até lá será: quem vai, quem não vai? Como se comportará a plateia de mais esse show de horror?

Mais dias ainda de o Brasil acompanhar a captura dos dois fugitivos da prisão de segurança máxima em Mossoró, RN. Não podia acontecer, mas aconteceu. Parece que esqueceram que preso – em qualquer lugar que seja –  só pensa em fugir, maquinando ou aproveitando qualquer chance ou oportunidade, e no caso parece que algumas ajudaram – inclusive a inépcia da segurança cheia de buracos do local, apenas agora identificada, embora realmente seja mesmo estranho segurança máxima sem muros, só com telas. Se capturados, ouviremos desculpas e requintadas explicações.

Temos um arrastado ano eleitoral pela frente, onde qualquer detalhe será usado para se jogar no tabuleiro.

Pior é não faltarem detalhes, porque de sobra há tempo perdido em todos os setores. Enfrentamos uma epidemia de dengue, sem vacina para todos; vacina, entre outras, contra Covid, ainda demonizada pela ignorância que não se satisfez com as milhares de mortes, o que contribui para que a doença ainda esteja aterrorizando a todos.

O país do Carnaval busca enredos cada dia mais difíceis de serem compreendidos, e o samba com certeza vai desafinar. Lembro bem – e a tempo – de um trecho de “O Canto de Ossanha”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes:

“… O homem que diz dou (não dá)/ Porque quem dá mesmo (não diz)/  O homem que diz vou (não vai)/ Porque quando foi Já não quis/ O homem que diz sou (não é)/ Porque quem é mesmo é (não sou)/ O homem que diz ‘tô (não ‘tá)/ Porque ninguém ‘tá” Quando quer/ Coitado do homem que cai/  No canto de Ossanha traidor…

_____

marliMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). Vive em São Paulo, Capital.

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

ARTIGO – Passe de pólvora e cores. Por Marli Gonçalves

Passe de fogos de artifício. Não ria, por favor, mas quem não tem ondinhas pra pular tem de ter alguma criatividade para os seus rituais. Na passagem de ano mais uma vez fui à Avenida Paulista tomar um passe de fogos de artifício. Sim, foram mais silenciosos, se é que se pode definir assim os seus estrondos.

Passe de pólvora e cores.

Sem entrar na confusão, mas ficando lá atrás do palco cada vez mais pomposo, longe da muvuca geral na avenida, e em frente ao prédio da esquina de onde são lançados os tais dez minutos de saudação ao Ano Novo. Parece que no palco, naquele momento, Chitãozinho e Xororó cantavam Evidências, com acompanhamento da plateia. Mas isso não ouvi. Na hora da passagem, de onde estava, a viagem era outra. Acima da cabeça, as cores explodiam no anúncio da chegada desse novo tempo. Tempo que corre rápido. Os Reis Magos já marcam a volta à realidade, o desmonte dos enfeites, o sumiço das luzinhas nas janelas e das árvores de Natal, os pinheirinhos que  logo serão vistos abandonados nos lixos, árvores desmontadas e sinos, anjos, estrelas, papais noéis e renas guardados em algum canto, alguma caixa ou sacolinha, algum armário.

Sempre adorei ver fogos de artifício. Na urbanidade total, sem as sonhadas ondinhas, foi a segunda vez que faço isso – passar a meia noite sob os fogos – e com o céu limpo foi um espetáculo, como se fossem apenas para mim, consagrando o espocar do ano, brilhante, colorido, desenhando o céu. O cheiro de pólvora no ar queimando todas as mazelas, o baixo astral.  A união com a alegria do povo cantando e dançando ao lado. Um banho diferente de esperança para o bissexto ano de 2024, com seu dia a mais e que, pelo que vemos, já começou bem quente e cheio de tragédias além das muitas que já vêm sendo carregadas há meses. Fora as costumeiras e às vezes assustadoras (além de óbvias, muitas delas) previsões dos videntes, sensitivos e tal, anunciando os tempos futuros para o mundo e celebridades, sejam separações, mortes, encrencas de saúde.

Antes da badalada meia noite vi um retrato de nosso povo, entrando em fila na avenida que nesse dia recebe a festa, e durante todo o ano é palco da manifestação de milhões de pessoas o tempo inteiro, seja em passeios, corridas, trânsito, celebrações, ou em protestos de todo o tipo e direções. Estavam felizes em suas roupas novas. De branco pela paz ou hábito ou com detalhes em cores que informavam seus desejos mais íntimos: amarelo, dinheiro; verde, esperança; vermelho, amor; e muito, mas muito mesmo, brilhos, lantejoulas, as chinesas tiaras de luz ligadas na cabeça que se espalharam este ano, assim como a moda popular. Muitas croppeds para todos os sexos, muita pele de fora que São Paulo agora se mostra um lugar mais libertário do que no seu sisudo outrora. Muito tudo, como é São Paulo. Muito todas, como são todas as formas de expressão, seus povos, raças, idades. E o destaque para a cada vez mais visível presença de estrangeiros, de refugiados de nações em guerra e fome, da África e do Oriente Médio, agora felizes com a pátria que acharam, enfim, para chamar de sua.

Voltamos. Começar de novo, a sensação, embora de um minuto a outro nada realmente tenha mudado a não ser mesmo esse momento de alegria, esses minutos e horas de sincera celebração e de descanso, porque mesmo sem parar nesses tempos de fim de ano a gente se desliga um pouco da realidade.

Agora é esperar o Carnaval chegar. E depois, a Páscoa, as festas juninas, a primavera, o verão novamente, o Natal e o espocar de novos anos que queremos ver e viver, sempre o nosso maior desejo.

_____________________

MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

ARTIGO – Sonhos, quatro linhas e transição. Por Marli Gonçalves

Acordei esgotada de passar a noite inteira sonhando que estava arrumando malas e sei lá para onde é que era para ir. Vocês já tiveram sonhos desses, de noite inteira, de sonhar contínuo? Acordar, voltar a dormir e continuar com o mesmo sonho, quase um delírio?

SONHOS
 AVENIDA PAULISTA, 29 DE OUTUBRO DE 2022

Pois foi isso que me deixou encucada. Primeiro porque é bem difícil eu lembrar com o que sonhei; segundo, porque inacreditavelmente lembro de ter praticamente arrumado e repassado o meu armário inteiro – e isso é muito. Ou seja, tudo o que tenho passou na minha mente, guardados de décadas, outras para lembrar dias e emoções – sim, a roupa que estava em um dia ou outro importante, amoroso, quase um museu particular. Coisas para doar, cores, casacos, calcinhas rotas até. Eu ia separando e arrumando tudo num movimento sem fim. Não foi por menos que acordei cansada.

Aí me toquei: ressaca eleitoral, só pode ser. Fiquei muito traumatizada com uma pequena saída que dei dia 2 de novembro, no feriado, dois depois do término das eleições. Andei dois quarteirões até o supermercado e vi um monte de gente muito esquisita lá dentro e perambulando pela rua iguais aos viciados da Cracolândia. Zumbis. Não estavam enrolados em cobertas de lã, mas com a bandeira nacional, a coitada vilipendiada. Traziam pela mãos criancinhas, que depois vi também serem usadas como escudos nos bloqueios das estradas.

Já não estava com bom humor, admito, depois de ter passado a noite anterior inteira tentando dormir ouvindo estouros de rojões, muitos, centenas, um atrás do outro, som que vinha ali dos arredores do Parque Ibirapuera, de onde moro há uns três quilômetros de distância. A noite inteira. Se foi inferno para mim, imagino o que assustou a fauna do parque.  Pensei que tipo de comemoração seria aquela, até pela manhã saber que havia uma reunião desses zumbis pedindo intervenção militar, negando o resultado eleitoral, marchando e entoando palavras estranhas diante do quartel – o mesmo onde dezenas de pessoas foram presas e torturadas e mortas durante a ditadura militar. As bombas vinham de lá. Creio que eles tinham comprado para comemorar a eleição do coisinho e como ele dançou foram usar para gastar e perturbar. Mas devia ser um caminhão, um caminhão de pólvora. Quanta comida daria para ser comprada. Mas eles quiseram fazer barulho, perturbar, sentirem-se fazendo guerra.

Fiquei mal mesmo, de verdade. Doente, de cama. Depois acompanhando os movimentos pela tevê, os bloqueios e a violência, só piorei. E a pergunta que faço há meses continua. De onde saiu essa gente? Vocês devem ter visto nas redes os compilados e gravações desses movimentos em todo o país juntando grupinhos de alucinados quase se auto chicoteando, se imolando, alguns de joelhos rezando e gritando, outros marchando para lá e para cá irradiando ódio. Todos de verde e amarelo batendo no peito como se fossem só eles os patriotas. Um movimento claramente incentivado e organizado dias antes das eleições.

Porque natural, ah, natural não era! Natural mesmo foi o mar de gente tomando a Avenida Paulista cantando e dançando feliz durante toda a noite depois do resultado oficial, sofrido, mas vitorioso para quem não aguentava mais esses quatro anos de ataques e retrocessos.  Também moro perto, há um quilômetro, do MASP, na Avenida Paulista e daqui de casa ouvi a repercussão da festa. Depois, na madruga, dava pra escutar até o show da Daniela Mercury, de quem não gosto nada, mas achei até legal ficar ouvindo daqui da janela. Combinou com a festa toda. Natural também já tinha sido no sábado, e este movimento eu presenciei, dia anterior ao segundo turno, a mesma Paulista ocupada por milhares e milhares de pessoas de todos os tipos acompanhando o último evento da campanha de Lula e da Frente Democrática. Todos sorriam, se cumprimentavam, cantavam, num clima realmente de confraternização. Uma diferença enorme.

Começamos então a ouvir falar da transição de governo e agora entendi meu sonho desta noite. Simbolicamente estava arrumando minhas malas para esse novo tempo. Bem sei, nem vem! Não é que muita coisa vá mudar mesmo, estou acostumada com a política, e já dei muita risada com o Centrão imediatamente abandonando a barca e tentando subir nesse outro governo.

Mas outras cores – todas, na verdade, o arco-íris – chegam e podem ser usadas. Sem medo de ser feliz, sem o ódio e a ignorância que se incutiu nas mentes de forma tão deplorável e ignorante como o fez o tal bolsonarismo.

Ufa! No meu sonho, então, me preparava para outra viagem: a de novamente continuar a ser oposição, como já disse, a tudo o que for ruim, esse o papel da imprensa. Conheço bem os perigos dos tais ídolos de barro.

___________________________________________________

marli - apostaMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

SONHOS

AVENIDA PAULISTA, 29 DE OUTUBRO DE 2022

SONHOS
AVENIDA PAULISTA, 29 DE OUTUBRO DE 2022

ARTIGO – O Homem não está nada bem. Por Marli Gonçalves

O homem não está bem; não está nada bem. O homem está confuso, nervoso, não sabe o que fazer, anda inseguro, percebe que está perdendo poder e que já não é mais invencível, daí reagir muitas vezes perigosa e virulentamente. O homem vê que a cada dia tem de dividir o poder com serenidade. Percebe que os tempos são outros e que há reação a qualquer de seus desmandos.

Sei que tudo isso se enquadra muito bem no que vivemos, e que claro deve ter vindo à sua cabeça a figura do presidente que essa semana, parece, criou, percebeu e sentiu a temperatura máxima, e essa não era um filme da tarde de domingo, muito menos do feriado nacional com tantos significados e que conseguiu transformar este ano em um dia de ódio e horror, terrível e tenso para os brasileiros.

Tudo bem que não dá para deixar passar isso em branco, vendo o desfile em verde e amarelo de tanta gente paramentada abanando a bandeira, confusa, enganada e/ ou apenas ignorantes em busca de um líder, sendo usada sem dó por oportunistas, pessoas más, para não dizer outras coisas, com pretensões da pior espécie, querendo fechar os horizontes da liberdade e da democracia. Brincando perigosamente com o futuro.

Claro que esse Homem aí, o que conclamou e tramou o que espantados assistimos, também não está bem, não está mesmo é nada bem. Mas isso não é de hoje. Esse aí nunca esteve bem, e em nada do que fez, nem como militar, muito menos como político, ocupação que exerce há mais de 30 anos sem brilho, e que por golpe de sorte e das condições daquele momento eleitoral foi posto no poder máximo.

Mais do que evidentemente não estar bem, repara só: esse Homem está bem maluco – não é impossível que acabe numa camisa-de-força – desorientado, inconsequente, e literalmente atirando para tudo quanto é lado na tentativa de se manter nele, no tal poder que, parece,  subiu para sua cabeça e, pior, para a de todos os seu filhos, parentes, amigos e ministros que o seguem nessa balada insana seja em cima de palanques, na frente da câmera de suas insensatas lives ou no cercadinho que se tornou o ponto de encontro da turminha que o anima.  E num país que se desmancha, precisando tanto de um governo.

Muito chato. Só imagino e adoraria saber detalhes de qual foi o real bastidor, os fatos que o levaram a apelar para a pena de Michel Temer para criar uma nota pública que pudesse por panos quentes e frios, pelo menos por hora, na perigosa confusão que armou. Queria ser a mosquinha que pudesse ver a real, que normal não foi, não caiu do céu esse arrego que deve estar causando forte azia e indisposição, inclusive em quem saiu atrás dos trios elétricos do horror achando que estava abafando.

Mas, enfim, pulando esse assunto que já deu, o que é visível é que o homem, o ser masculino, esse que já não aguento mais ver aparecer diariamente envolvido em tantas notícias de crueldades e feminicídios, talvez até por conta e somada a situação nacional, não está nada bem, e se debate angustiado. Com o avanço do movimento feminista, com a entrada cada vez mais expressiva  das mulheres no mercado de trabalho e lutando por sua independência e participação igualitária, as bases do tal domínio do macho estão ruindo à nossa frente, sendo levados pela onda de força que vem sendo demonstrada pelas mulheres, especialmente nesse momento de superação, da pandemia, onde fomos tão e mais brutalmente atingidas.

É preciso destacar esse momento importante. Porque dele poderá vir, finalmente, um novo mundo e quero estar aqui para presenciar e celebrar o resultado dessa luta de toda uma vida. Torcendo para que essa lufada, enfim, sopre cada vez mais forte aqui e em todo o planeta.

___________________________________________________

Marli GonçalvesMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

 (se republicar, por favor, se possível, mantenha esses links):
Instagram: https://www.instagram.com/marligo/
No Twitter: @marligo
Blog Marli Gonçalves: www.marligo.wordpress.com
No Facebook: https://www.facebook.com/marli.goncalves

ARTIGO – Os nossos loucos (primeiros) dias de setembro. Por Marli Gonçalves

O que será, que será? Posso quase apostar que muito barulho por nada, que vão dar com os burros n`água. Sempre aprendi que cão que muito ladra fica rouco e não morde. Poderemos esperar, contudo, que uma primavera floresça – sementes também têm surgido em meio a esse setembro que já chegou, veio se esgueirando entre tantas ameaças. O golpe deles já foi esse: exatamente como queriam, passamos os últimos dias falando dessa gente, de suas ameaças e boquirrotices.

loucos dias de setembro

Nem contamos até 10 – nem precisa, porque já andavam armando confusão desde bem antes deste mês. Coisa chata, como se não tivéssemos tanto a resolver no nosso dia a dia. Como se o país estivesse a mil maravilhas e não com uma inflação galopante e ameaças reais, as de falta de água, de energia, de saúde, vacinas, e tudo o mais.

Mas setembro chegou e com ele umas luzes poderosas que ainda podem realmente mudar algo, se forem coesas. Vindas da total perda de paciência com o desgoverno e inquietude agora bastante expressa objetivamente pelos empresários líderes dos principais setores da economia, surpreendentemente até do agronegócio, que souberam até afugentar e se sobrepor aos medrosos que pularam fora com medo de puxão de orelha e bicho-papão. Os que ficaram firmes em seus manifestos sabem que tudo vai melhor com democracia e paz. Claro, sempre melhor para eles, diga-se de passagem. Mas têm poder.

Quando até os bancos e banqueiros se mexem, o sinal está claro. E de qualquer forma ele ainda está fechado para nós, os que assistimos ainda inertes ao andamento desse espetáculo deplorável, o momento da política nacional que tanto nos fraciona, estilhaça; não é mais nem que nos divide, porque agora tem de um tudo.

Tem os adoradores, os que antagonizam, com seus erros de cada lado. Adoradores! Seja de um, seja de outro, se me entendem. Aí não tem conversa, nem explicação, apenas uma espécie de amor platônico. Precisam de um paizinho que os guie, acima de tudo, seja o que fazem ou fizeram, mesmo que tenha sido em situações justamente que nos levaram ao desastre atual.

Entre os adoradores estão os que ainda não conseguem perceber ou já estão se dando muito bem com o fundo do poço; tem os que pensam igual, e sonham dia e noite, rezando ou não, para que retrocedamos em tudo ao século passado no que ali havia de pior, de atrasado. Do outro lado, os que ainda não admitem qualquer outra nova possibilidade, mesmo que próxima do razoável para unir – só enxergam um homem, sua barba e, ultimamente, também as suas coxas firmes. Tudo bem, vai, que ninguém mais pode fazer tanto mal quanto o atual perturbador geral da Nação está fazendo.

Perigosos, nessa miríade há os que acham que estão, como meu pai diria, por cima da carne seca, sendo que no fundo estão é como nós, à mercê de tudo de ruim. São os que – só pode ser – cegos e surdos, mantêm-se ocupados em se desfazer de informações sérias, da imprensa, que xingam cada vez que esta os chama à realidade. Gostam das mentiras que os alimentam, e imaginam uma Pátria toda verde e amarela, não gentil, armada, onde pensam que um dia poderão se dar bem. São agressivos e a maioria dos que devem ir sem máscaras às ruas dia 7 para apoiar a familícia, já que a vida comezinha deles também não lhes dá outras diversões além da beligerância com que tratam temas sociais ou de comportamento.

Agora surgem – o que até positivo é – os mais ou menos, que há dois meses preparam outra grande manifestação, mas para o dia 12: arrumadinhos, esses, entre eles muitos arrependidos com o apoio que deram a Bolsonaro em 2018, tentam consertar o que acabaram criando. Têm e mantém críticas aqui e ali a algumas decisões do Poder Judiciário, STF incluso, ao Congresso, se apresentam como centro e centrados, numa pauta confusa, e buscam uma pista, uma terceira ou quarta via, mas que tenha afinidade com a mão inglesa, direção à direita. Também prometem fazer barulho e são organizados.

Enfim, há opções para quase, ressalte-se, quase, todos os gostos. No dia 7 até com locais diferenciados para não se estranharem ainda mais.

Passando tudo isso pode ser que surjam novas brechas onde, então, poderemos – nós, o que ainda não acharam espaços confiáveis – nos encaixar.

Aí, então, será a primavera.

___________________________________________________

Marli GonçalvesMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

___________________________________________

 (se republicar, por favor, se possível, mantenha esses links):
Instagram: https://www.instagram.com/marligo/
No Twitter: @marligo
Blog Marli Gonçalves: www.marligo.wordpress.com
No Facebook: https://www.facebook.com/marli.goncalves

#ADEHOJE – MANIFESTAÇÕES, CONFUSÕES E DESENTENDIMENTOS

#ADEHOJE – MANIFESTAÇÕES, CONFUSÕES E DESENTENDIMENTOS

 

SÓ UM MINUTONão me levem a mal, por favor. Só queria chamar a atenção para que não haja mais nunca essa coisa de só seguir cegamente sem entender para onde. Ontem passei pela Avenida Paulista e fiquei bastante surpresa com os grupos de movimentos que não sei mais se são o quê, se bolsonaristas, de direita, desinformados, ou só de má fé. Juntaram grupos de pessoas vestidas de verde e amarelo, inclusive muito parecidas fisicamente entre si, e em detalhes que não são muito legais. Eram gritos contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente contra o Gilmar Mendes. Gilmar arregimenta uma revolta particular contra ele. Mas ninguém ai parece entender o papel do Supremo, o que representa, assim como as leis. O clima esquisitíssimo, tenso, com uns discursos bastante reacionários.
Perto dali, uma manifestação de bolivianos pedia a volta de Evo Morales dizendo que a Bolívia sofreu um golpe de Estado. Com Tantas mortes e tantos feridos nas manifestações de lá, ainda não era grande o número de bolivianos protestando. Aliás, que loucura que estão as manifestações pelo mundo…

 

Ver essa foto no Instagram

 

manifestação bolivianos #americalatina #avenidapaulista

Uma publicação compartilhada por Marli Goncalves (@marligo) em

//www.instagram.com/embed.js

ARTIGO – Nas ruas, com fé, todos os corpos de Cristo. Por Marli Gonçalves

Ruas frias, quentes, religiosas, coloridas, para todos. Tem Marcha para Jesus, Parada do Orgulho Gay, procissões, e até torcidas uniformizadas. Têm fogueiras, quentão, danças caipiras. Quem põe mais gente na rua, se esse ano vai ser maior ou menor, quem vai, quem aparece, mobiliza daqui, dali, conta quantos juntos por metro quadrado. Essa semana vai ter muito povo nas ruas, rezando ou brincando, festejando ou protestando no mundo paralelo que corre junto à realidade, a parada dura. As pessoas estão com seus “corpus” nas ruas, e o espírito, santo.

RUAS

O povo caminha nas ruas. De alguma forma, por mais diferentes que pareçam, o objetivo comum sempre é conseguir. Conseguir viver, conquistar, ser feliz, agradecer, nem que para isso também precise protestar, mostrar força, e até escandalizar um pouco para ver se as coisas andam mais rápido.

Feriado em alguns lugares, só ponto facultativo em outros, dia para começar a enforcar a sexta-feira. Na quinta-feira, dia de Corpus Christi vamos saber de muita gente nas ruas, seja percorrendo avenidas na evangélica Marcha para Jesus, seja nos belos, coloridos e artísticos tapetes de serragem que adornarão os caminhos dos católicos e seus templos.

Nos pés, na sola, dentro de seus sapatos, os evangélicos levam escritos os seus pedidos na longa caminhada onde entoam seus cânticos, seguindo seus líderes. É a tradicional Marcha para Jesus. Os shows são todos de clamor, gênero gospel, sempre aquela palavra dirigida à fé, louvores e glorificações em uma adoração sem imagens.

Em tantos outros locais, nas mãos, os católicos carregam as velas acesas que simbolizam suas promessas, suas dívidas, seus desejos. A reza tenta chegar aos ouvidos daquele que não é visto, mas sentido e homenageado com adoração. A procissão de Corpus Christi lembra a caminhada do povo de Deus, peregrino, em busca da Terra Prometida. Os fiéis admiram e passam sobre os tapetes feitos durante a noite para serem admirados, trilhados e espalhados durante o dia. Quem sabe possam ser vistos por Deus, lá do céu. Por isso tão extensos, tão belos, e tão efêmeros.

LGBTNo domingo, a Avenida símbolo de São Paulo, a Avenida Paulista, tomada pela diversidade na Parada Gay, ou melhor, LGBTQIA+, todas as formas e letras de amor que valham a pena. A música é eletrônica, barulhenta, vem da dezenas de trios elétricos que desfilam, embalam a diversidade, a liberdade sexual, as conquistas e avanços. A caminhada é feita com dança, feliz, como em uma festa de Baco, embalada. O capricho das roupas, as fantasias, as transformações também de certa forma louvam a vida, a possibilidade de transformação da sociedade, a cultura da alegria. O arco-íris, suas sete cores, as bandeiras que tremulam e também pedem proteção. A divina e a da sociedade.

Eles vêm de todos os lugares, fazem alarido, têm todas as idades, formas, classes sociais, cores de pele, alguns trazem suas famílias, criam personagens, se equilibram em imensos saltos plataforma, sacodem suas perucas, piscam com cílios postiços, seios postiços, traseiros postiços, e o que mais puder ser postiço para desfilarem garbosos, estrelas máximas nesse dia do ano. Os homens, como mulheres; muitas mulheres, como homens. Lá, se é o que se quiser ser. Inclusive religioso, católico, evangélico, umbandista, que todos levam suas representações.

O Brasil, que bom, decididamente, aprendeu o caminho das ruas. Esperamos agora que todos caminhem juntos também para empurrar o país para a frente, e à frente de seu tempo, para o futuro melhor que nos observa, solene, ao longe.

Andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar.


Marli Gonçalves, jornalista

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

Brasil, inverno, 2019


ME ENCONTRE

(se republicar, por favor, se possível, mantenha esses links):

https://www.youtube.com/c/MarliGon%C3%A7alvesjornalista

(marligoncalvesjornalista – o ç deixa o link assim)

https://www.facebook.com/BlogMarliGoncalves/

https://www.instagram.com/marligo/

ARTIGO – Manifestações temáticas. Por Marli Gonçalves

Aí o Lé vai com Cré. A solução para os conflitos, para essa divisão horrorosa que mergulha o país nesse baixo astral, pode estar bem diante de nossos olhos. Se Lé não pensa a geral como o Cré, Lé com Cré podem e devem se unir em temas específicos, como fizeram essa semana na gigantesca manifestação pela Educação

Estou otimista com a proposta. Podemos ir aos poucos, não precisa ser de uma só vez.  Junta um montinho aqui, outro ali, e quando a gente menos esperar, quem sabe o país não volte a ser um lugar legal, amistoso, democrático, e que cada um possa ter suas próprias opiniões sobre alguns fatos sem ser atacado, sem tanta virulência?

Para tanto, claro, inicia-se, primeiro, com boa vontade, e com o esquecimento de quem está presidente, qual ex-presidente – ou ex-presidentes, porque ainda tem essa – está preso, ou estão presos. Lembrar que se estão em apuros é porque alguma fizeram, e não adianta se descabelar na defesa deles – os advogados cuidam disso.

Vamos só pelo que une, de um lado e de outro. Ninguém concorda com tudo o que esses lados, pontas esquerda e direita, propõem. Escolheremos temas gerais, podem ser importantes, ou mesmo bobos, mas que mobilizem algumas pontas desfiadas dessa nossa insana política. O exemplo dado pelas gigantescas manifestações em mais de uma centena de cidades ocorrida essa semana em protesto pelos cortes, contingenciamentos, agruras, ou seja lá quais raios estão torrando nossa Educação pode ser seguido. Fui pessoalmente ver como foi lá na Avenida Paulista, e foi muito emocionante ver aqueles milhares de jovenzinhos misturados a professores, pais, cientistas, universitários. Tudo bem que acabou sendo contra este governo em geral, mas juntou muitas posições políticas e, inclusive, certamente, gente que votou no homem, mas discorda de algumas de suas ideias e de seus atos, ou mesmo agora já demonstra seu arrependimento, o que é compreensível. Lembrem que as opções na reta final foram dramáticas, duas, diametralmente opostas; e lembrem também do enorme número de abstenções, votos nulos e brancos.

Há salvação. Recordam daquela propaganda antiga “o que seria do amarelo se todos gostassem só do azul”? Então…Aos pouquinhos podemos juntar os dois e criar o verde.

Como tudo ultimamente tem dado bafafá, peguemos alguns temas. Mês que vem terá a grande parada LGBT em São Paulo. Vocês pensam que não existem gays bolsonaristas? Existem, eu mesma conheço alguns, e com os quais não adianta argumentar nas bases reais. E não são enrustidos, como muitos outros devem ser; são apenas confusos. Vamos falar do que interessa a todos.

Mulheres, mais da metade da população. Não é possível que existam mulheres que não se incomodem com o visível crescimento da violência, da ocorrência diária de feminicídios, e da pouca efetividade das ações públicas para a efetiva e real proteção das vítimas. Até quando o silêncio das ruas?

A questão das drogas, logo logo logo chegam as Marchas do Legalize Já. Outro assunto que pode unir umas pontas, sem trocadilhos. A mudança aprovada pelo Senado essa semana permitindo o internamento compulsório de dependentes químicos é de uma crueldade e não-entendimento do assunto que será mais um ponto que vale reflexão e união.

Outro tema grande é a Previdência. Que precisa de uma reforma, nos parece ponto acordado. Mas qual reforma? Como podemos ficar quietos quando nesse exato momento existem mais de dois milhões de solicitações de aposentadorias, justas, direitos adquiridos, paralisadas? Dizem que o atraso é porque – ironia – os funcionários do próprio INSS estão se aposentando sem serem substituídos.

Pensei em mais alguns temas para juntar gregos e troianos, e lés com crés. Veja se você tem mais ideias e ajuda aí porque pelo andar da carruagem precisaremos agir juntos, e rápido.

Que tal passeatas de felizes proprietários de Golden Retrievers (impressionante, cada vez mais abundantes, pelo menos aqui em São Paulo)? De veganos, preocupados com o escancarado aumento dos preços das frutas, verduras e legumes nas feiras e mercados? Dos que gostam de café sem açúcar? De não usar calcinhas, cuecas o sutiãs? Ou logo mesmo uma manifestação de naturistas, apenas defendendo a beleza e naturalidade da nudez que vem sendo vista como pecado mortal?

Enfim, motivos não faltam. Mas tem de combinar antes, em qualquer uma dessas, não citar duas palavras: nem Bolsonaro, nem Lula. Pode ser?

———————————

Marli Gonçalves, jornalista – Aliás, os jornalistas já deviam faz tempo estar nas ruas protestando por conta dos desacatos que vêm sofrendo. Como é que é?

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

Brasil, 2019

 ———————————————————————————-

 

ME ENCONTRE (se republicar, por favor, se possível, mantenha esses links):
https://www.youtube.com/c/MarliGon%C3%A7alvesjornalista
(marligoncalvesjornalista – o ç deixa o link assim)
https://www.facebook.com/BlogMarliGoncalves/
https://www.instagram.com/marligo/

DENÚNCIA: SP CIDADE ÀS TRAÇAS. SUJEIRA E CHURRASCO NA AVENIDA PAULISTA????PODE ISSO?

DENÚNCIA: SP CIDADE ÀS TRAÇAS. SUJEIRA E CHURRASCO NA AVENIDA PAULISTA????PODE ISSO?

 

 

FILMEI PORQUE É PRECISO DENUNCIAR E REGISTRAR. NOS DEFENDER. VEJA O VÍDEO, ONDE REGISTRO O DESCALABRO E A IDEIA E PROVA DE QUE ESTAMOS COMPLETAMENTE SEM LEI NA CIDADE DE SÃO PAULO.

DOMINGO, AVENIDA PAULISTA ABERTA PARA A POPULAÇÃO.

VER AQUELES MOLAMBOS HUMANOS – HIPPIES E TODA SORTE DE SERES ESTRANHOS – OCUPANDO O CHÃO, E QUE OCUPAM AS CALÇADAS EM FRENTE AO SHOPPING CENTER 3, NA ESQUINA DA AVENIDA PAULISTA COM RUA AUGUSTA, JÁ É RUIM DEMAIS. QUASE JÁ NÃO DÁ MAIS PARA PASSAR ALI E JÁ É UM ABSURDO.

MAS NESSE DOMINGO, O DESCALABRO FOI ASSISTIR – COMO SE ESTIVESSEM NA CASA DA MÃE JOANA! – ELES FAZENDO CHURRASCO, NUM PEDAÇO DE MADEIRA NO CHÃO, COM AS CARNES JOGADAS, FUMAÇA, CRIANÇAS JUNTO. PASSOU DOS LIMITES. O HORROR. FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA! CADÊ VOCÊ?

POIS BEM. PERGUNTEI A DUAS – DUAS – EQUIPES DE FISCALIZAÇÃO. ERA COMO SE ELES FOSSEM CEGOS E NÃO ESTAVAM VENDO AQUILO. ESTAVAM ALI APENAS PAR A FAZER NÚMERO COM SEUS COLETES. PARA TIRAR OS COMERCIANTES QUE TENTAM VENDER ALGO QUE PRODUZEM, PARA ISSO SERVEM, ÀS CENTENAS, AGINDO ATÉ COM VIOLÊNCIA…MAS OS TAIS HIPPIES…

PERGUNTEI TAMBÉM AO PESSOAL DA GUARDA METROPOLITANA, QUE TAMBÉM ESTAVAM LÁ, MAIS DE DEZ, CONTE. O RESPONSÁVEL ME DISSE QUE “CLARO QUE ERA PROIBIDO FAZER AQUILO”, MAS QUE NÃO PODIAM AGIR, ACREDITEM, PORQUE A POPULAÇÃO PODERIA REAGIR.

AH, MAS GARANTO QUE SE A GENTE SE JUNTA PARA FAZER UM CHURRASQUINHO POR ALI, ÍAMOS TODOS PRESOS…

VEJAM A SUJEIRA. FUI FILMAR PARA QUE TODOS TENHAM NOÇÃO DO DESCALABRO E AÍ OS MOLAMBOS TENTARAM ME INTIMIDAR COMO PODEM NOTAR NO VÍDEO. OS POLICIAIS CONTINUARAM SEM SE MEXER. HOUVE FORTE POSSIBILIDADE DE EU SER AGREDIDA. EU, E VOCÊ, QUE PAGAMOS IMPOSTOS, A POLÍCIA, OS FISCAIS.

NÃO TEMOS A QUEM RECORRER! ALÔ PREFEITURA!!!!!ALÔ POLÍCIA! ALÔ FISCALIZAÇÃO! ALÔ IMPRENSA QUE COBRE CIDADES!!!!

 

Marli Gonçalves

 

Dia Mundial de Combate a AIDS , 1º DE DEZEMBRO. No Masp, velas em memória. 21 horas

Paulista iluminada no combate ao HIV/AIDS

Evento relembra luta contra o vírus com mais de 100 velas no vão do MASP

 
O Dia Mundial de Combate a AIDS ganha um reforço “iluminado” nessa sexta-feira (01) em São Paulo: é o Candlelight Memorial, evento internacional de homenagem às vítimas de HIV/AIDS, que acontece a partir das 21h, no vão do MASP. Na ocasião, mais de 100 velas serão acendidas na avenida Paulista, lançando luzes sobre o tema e buscando reduzir os estigmas em torno da infecção. Durante a ação, alunos do curso de Medicina, membros do IFMSA BRAZIL ainda informarão sobre os reais meios de transmissão e a importância de cuidados médicos e prevenção. Criado em 1983, o Candlelight Memorial acontece em 115 países. Na capital paulistana, é promovida pela IFMSA BRAZIL – FAM.
 
Candlelight Memorial no MASP
1° de dezembro, 21h
Av. Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo
Entrada gratuita
Informações: Orientações a partir das 20:20, as velas serão acesas as 21:00
FONTE: IFMSA (IFMSA é uma organização internacional dos estudantes de medicina vinculada a ONU)

ARTIGO – A política dos bordões. Por Marli Gonçalves

MED_13.06.19-01.30.53-protesto

passeata

passeata

passeata

Virou modinha. Mudou o soluço. Engasgou? Fora Temer. Bateu o pé na quina da mesa? Fora Temer. Vai lançar algum produto? Não se esqueça de levar a plaquinha Fora Temer. Procurava algo para estampar sua camiseta? Fora Temer. Estava passeando na rua e teve vontade de gritar? Fora Temer. Acabou o papel? Fora Temer. Poesia? Amar sem temer

  Creio que esse seja agora o novo mantra, a senha que se deve dizer para circular em alguns meios – se o evento é grande, se for relacionado à cultura melhor ainda, se junta mais de dez, plaquinhas e jogral, pode até chegar a virar notícia na tevê. Ajuda na divulgação. Por exemplo, dizem até que o filme é ótimo, mas onde quer que esteja passando Aquarius haverá alguém falando as palavras up to date e isso vem animando bastante a bilheteria.

São milhões de citações na internet, centenas de memes. O negócio, admitamos, pegou. E o nome do cara ajuda: temer, temor, tremer, tramar.

Outro dia fui bisbilhotar uma passeata de protesto dessas já rotineiras, tranca-rua. Quem me conhece sabe que adoro um protesto – oposição sempre, si hay gobierno soy contra. Me preocupou ver a mélange de temas, difusos, tanto como ocorreu em 2013 e que acabou dando em nada – ninguém sabia se era por centavos, por passe livre ou contra o governo de então, ainda Dilma versão 1.

Num bolinho de gente vi Fora Temer – claro; e Volta Dilma, mais uns Não vai ter Golpe (?!?); mais Diretas Já. Ultimamente mais uma palavra de ordem se aboletou: “Pelo fim da PM”, em geral jogada direta e provocantemente aos policiais que até trincam os dentes.

Muito vermelho, a forma era uma só, quase homogênea, uma maioria de estudantes se divertindo, paquerando, tomando muita cerveja (agora os ambulantes acompanham o movimento), caminhando e se imaginando lutando pelo país. Beleza. Na frente, outro grupo – esse com roupas escuras, munidos com escudos (!) de madeira, pedaços de tapumes, lenços e toucas ninja escondendo o rosto, um arremedo de guerreiros do apocalipse, os tais black blocs. Garotos e garotas mirradinhos, desmilinguidos com cara de mau. Podiam ir ser punks de verdade, fazer música, produzir algo de bom.

20160911_155644
Carimbo na avenida Paulista

Volitando em torno disso tudo, centenas de policiais e nas imediações, prontos a entrar em ação, mais carros de choque e patrulhas especiais. Maior climão.

Um chiquê, diriam blogueiras de moda: muitos com máscaras presas em volta do pescoço, máscaras de respirar tipo de guerra, impressionantes, sabe aquelas? A imprensa também usa, assim como capacetes, umas tentativas de blindagem contra a repressão.

Capítulo especial, coitada da imprensa, acaba tendo que se blindar melhor mesmo, porque apanha e é atacada tanto pelos manifestantes quanto pelos policiais. Jovens repórteres que, animados, sentem-se em uma verdadeira cobertura de guerra. Gás para tudo quanto é lado, bombas, quebração, fogueiras de lixo das ruas, material que aliás não falta em lugar nenhum aqui em São Paulo.

Já vivi para ver tudo isso e muito mais e saber que um fósforo se torna muito mais inflamável nesse caldo, e essa expectativa fica no ar durante todos os protestos. Um infiltrado maluco pode direcionar todas essas energias para promover o mal e outras intenções debaixo de bandeiras das torcidas organizadas por eles lá no meio.

Tem coisa mais banana do que defender um governo, seja lá de quem for? Muito menos um que já era, já foi. Que detonou o país, fez tudo errado. Caiu no rastro de rabo, as tais pedaladas, o álibi caído do céu para nos livrar mais rápido do abacaxi.

Falando sério: o Temer veio no pacote junto com esse abacaxi, não adianta tentarem omitir isso dando a ele a pecha que parece título de novela mexicana – O Usurpador. O cara era a única saída institucional. Aceita.

Fora Temer, ok. E aí? Pergunto isso não porque goste da pessoa, mas porque ando vivendo na realidade, torcendo para que as coisas melhorem, e o que vejo não é nada animador. Se as contas da campanha forem rejeitadas, ele cai – e mesmo já caprichosamente jogadas para o ano que vem qualquer hora essas contas serão julgadas.

Alguém acaso tem alguma ideia brilhante, avista algum quadro político que poderia ser a mão libertadora, pacificadora, a nos levar para a luz?

Eu não vejo, ao contrário. Por favor, se souberem de algo, de alguém, avise os outros! Parece que o Papa, entre as poucas unanimidades, não quer se mudar para o Brasil.

Um bordão sozinho não faz nem nossa primavera, vocês verão. Pode é sobrar bordoadas para todo mundo.

__________________________

oculos fendiMarli Gonçalves, jornalista – Inquieta e, pior, cansando dessa brincadeira chata que virou a política nacional.

SP, SOS, 2016

____________________________________________
E-MAILS:
MARLI@BRICKMANN.COM.BR
MARLIGO@UOL.COM.BR 

POR FAVOR, SE REPUBLICAR, NÃO ESQUEÇA A FONTE ORIGINAL E OS CONTATOS

ARTIGO – Carta aos considerados. Por Marli Gonçalves

close-more-salesEscrevo porque considero muito os meus considerados. E vi muitos deles postando imagens de dentro da manifestação em que se vestiu vermelho e, portanto, em apoio ao atual governo. Se for o seu caso e estiver lendo esta, saiba do meu respeito – não deve estar nada fácil se manter neste apoio, dia após dia. Mas não me chame nem de longe, nem em pensamento, de golpista. E também não vire sua cara comigo, que daqui a pouco, todos juntos, espero: vamos rir muito de tudo issovoleur

Estamos respirando política. E política aqui no Brasil não é muito saudável, cheirosa, nem oxigenada, muito menos confiável. Momento tenso, muito tenso, desequilibrado mesmo. Bambolê. Até aqui creio que todos concordamos. É o mínimo.

Isso dito, deixo claro que também quero ver o Eduardo Cunha pelas costas, e que é um absurdo ser ele o condutor do processo de impeachment. Mas está lá. A mesma Justiça que bate em Luiz, baterá um dia talvez quem sabe logo logo nele. Mas ainda não bateu. Não consigo digerir o esgar irônico de Renan Calheiros. E, cá entre nós, o que é o Aécio? Que é aquilo? Onde foi que ele se perdeu dessa forma? Só fala coisas óbvias, repetitivas, como se ensacasse vento, trêmulo, sem convicção. Ficaria páginas listando alguns outros que se revezam diante de nós nos noticiários. Pauderney. Pauderney! Sibá. O bisonho irmão para baixo do Genoíno, da triste lembrança dos dólares na cueca. Caiado. Bolsonaro. Jaquinho, o baiano, o que diz que quer ser até carregador, atarracado no saco do chefe. Tem coisa mais degradante do que a subserviência? O “rapaz”, como chamado nos telefonemas, o Cardozo, que algo me diz estar em intensas manobras. O tenso Mercadante aloprado trapalhão. A lista é gigantesca.

Mas, meu considerado, por favor! Não fica aí batendo pé, fazendo biquinho, mimimi, repetindo bordões e falsidades se não estiver muito ligado, ganhando, ou ainda se for mesmo um apaixonado ainda não desiludido (ainda, né?). Se está aí acreditando até que deram Metrô grátis para os que protestaram contra o Governo, e você bem sabe que isso não aconteceu, mas continua no transe do social-golpe-direita-esquerda-etc, posso fazer o quê? Adianta mostrar fotos de como teve, sim, trabalhadores de vermelho na manifestação, e também nas faces, rubras, sim, mas por receber dinheiros, carona, uma camiseta e bandeirinha? Promessa de shows. Aliás, showmício.

Óbvio que achei o horror a tal lista de artistas para serem boicotados, assim como, por outro lado, achei o horror a lista negra que foi feita de jornalistas que batem no Governo. Acho simplesmente ridícula essa coisa boba contra a TV Globo – até parece que é tudo por causa dela, ou da Veja! – e os argumentos de vir comparar a corrupção quase trilionária que nos assola a camisetas da Seleção, tirar o pirulito da criança, pisar na grama, não dar esmola e ter babá. Ridículo, gente, arrumem coisa melhor.couple

O que vocês chamam de coxinhas e outras palavras mais pesadas que paneladas se trata de todo um mundo com pressa de olhar o futuro, virar a página, voltar a falar de outras coisas como esperança, parar de passar dias com nós no estômago, amargado com as notícias que não param de chegar. Com as coisas que não param de subir. Com os sonhos adiados como castelo de cartas. Com as dificuldades e falta de assistência. Com a paradeira geral e o soluço dos desempregados, endividados. São os verdadeiros estarrecidos esses que se movimentam confusamente em verde e amarelo. São seus amigos, poupe-se de destratá-los. Sou eu, seu vizinho, seu cliente, seu aluno, seu professor. Não são fascistas. Fascista é a …! Claro, primeiro, se aprender a escrever certo para xingar, o que é raro, raríssimo.

ringleader_yelling_thru_megaphone_md_clrQuem protesta? Quem está sentindo na pele. No geral, gente que quer que essa política que tanto envolve vocês em briguinhas de lé com cré simplesmente exploda, boom, daí o rancor. São alguns dos milhões de desempregados. Gente que não está podendo suportar mais o desgoverno, o governo malfeito, trapalhão, despreparado. É de baixo a cima. É total, está sem pé nem cabeça, sem projeto, sem ministros (?!?) sérios, tudo negociado, sem ações positivas, com as casas que dá, caindo, enquanto se constroem arranjos de sítios e triplex. Estradas parecendo campos de guerra. Um mosquito faz zueira e espalha o terror. O conceito cidadão é desvirtuado, trocado por apupos. As obras paradas, as cidades se deteriorando a olhos vistos.

Querem o quê? Aparece um candidato a imperador romano tentando atrapalhar as investigações – e, portanto, assinando com firma reconhecida a culpa no cartório. Com a mesma caneta, assina, promovido a ministro. Uma esculhambação geral, Casa da Mãe Joana – se já era esquisito ter um presidente dentro e um fora, dois dentro só pode ter sido ideia de um gênio do Mal, coisa que grassa nesse governo que confunde o tempo inteiro o Estado com as suas gavetas de roupas íntimas, quer usar a nossa escova de dentes. Vocês não podem não estar vendo isso.

parler_beaucoupEles, esses que batem no peito se agarrando no galho, mudaram; talvez, se você for jovem, não saiba, mas eles mudaram muito do tempo quando apareceram com propostas de mudanças, e eu também os apoiei. Agora estão sambando na corda bamba porque temem apenas deixar o Poder no qual se atarracaram para sugar tal qual carrapatos. Olha bem. Perceba que a situação chegou a um ponto insustentável. Deixaram digitais em todos os lugares, que são muitos, e que se encontram numa pororoca que estourou foi o país de nós todos.

A proposta é #vamosnosuniroparanaotergolpenenhum. Bandeira branca, amor.

Quer ficar nessa, fica, mas repito, sem me virar a cara nem torcer o nariz que daqui estou só assistindo. Mas uma hora vocês precisarão trocar de líderes se quiserem voltar a ser respeitados. Esses aí têm pés de barro, e a água já passou da canela. Nós, juntos, precisaremos encontrar novos homens de bem, de bem mesmo, se é que me entendem. Digo o mesmo aos exaltados do lado de cá: parem de ignorâncias, por favor, querer atear fogo na caldeira e se mostrando piores do que o que combatem. Sejam mais razoáveis, que os fatos já são bem claros, não precisam salivar.

Considerado, usando uma expressão cativada pelo querido Moacir Japiassu, que a todos chamava de considerado. Considerado é uma daquelas palavras completas em sentido, gorda de significados.

Considerado, considere considerar que todos nós temos alguma boa dose de razão.

Sem mais, cordialmente, eu juro, um forte abraço,

Marli Gonçalves, jornalista Ah, tô na rua sim, porque nunca fui de esperar que ninguém lute por mim, porque bem sei que ninguém lutará. Desejo algo como a lavagem do Bonfim, um novo tempo. Apesar dos pesares.

SP, março, 2016

********************************************************************
E-MAILS:
MARLI@BRICKMANN.COM.BR
MARLIGO@UOL.COM.BR
POR FAVOR, SE REPUBLICAR, NÃO ESQUEÇA A FONTE ORIGINAL E OS CONTATOS
AMIZADE? ESTOU NO FACEBOOK.
SIGA-ME: @MARLIGO

Força Sindical faz ato, por empregos, na Avenida Paulista amanhã, a partir das 9hs. Fuja. Ou participe.

FONTE:COMUNICAÇÃO FORÇA SINDICAL

passeataTrabalhadores e empresários fazem ato
amanhã na Avenida Paulista
Milhares de trabalhadores das bases da Força Sindical, UGT e CGTB e empresários da Abimaq vão se concentrar, amanhã (dia 13), a partir das 9 horas, em frente à estação Paraíso do metrô. De lá, sairão em passeata em direção ao Masp, na Avenida Paulista onde farão uma grande manifestação em defesa de uma indústria forte e de empregos de qualidade.
“Vamos realizar esta manifestação pois não podemos ficar, inertes, assistindo o desmonte do País, da indústria e dos empregos, nem nos conformarmos com esta situação que estamos enfrentando, com juros proibitivos, inflação forte, crédito caro, tarifas públicas altas, desindustrialização e desemprego desenfreado. Por isto decidimos promover o “Grito em Defesa da Indústria e do Emprego, na Avenida Paulista”, declara Miguel.
“Não se trata de um ato contra o governo. Vamos fazer um movimento apartidário com o objetivo de chamar a atenção para o que vem ocorrendo com a nossa indústria, e clamar por medidas emergenciais que possam contribuir para a retomada da atividade industrial”, destaca Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq.

Workman
Mobilização “Grito em Defesa da Indústria e do Emprego”
Data: 13/08/15
Local de Concentração: em frente à estação Paraíso do metrô
Horário: 9h00

Diversão na certa: Marcha da Maconha, amanhã. Saída, avenida Paulista, 14h20 (adorei o 14h20! Até parece que o horário será cumprido.)

MARIJUMarcha da Maconha São Paulo será nesse sábadoMARIJUA

Com blocos e show de encerramento no final, evento defende legalização da erva e protesta contra prisões e mortes causadas pela guerra às drogas

A Marcha da Maconha São Paulo voltará às ruas neste sábado (23), com concentração marcada para 14h20 no MASP e saída prevista para 16h20. Formada por blocos temáticos variados e defendendo a legalização da maconha, a liberdade de nossos presos e a memória de nossos mortos, a manifestação terminará no Largo São Francisco com música ao vivo, com participação de MC’S como Flora Matos, Sombra (SNJ) e Msário (ex- Pentágono).

Uma das 33 cidades que marchará neste Maio Verde pelo Brasil, nesta edição a Marcha de São Paulo manteve a tradição de desconvidar a polícia, promover blocos – como feminista, medicinal, religioso, psicodélico, antimanicomial, LGBT, contra os transgênicos, ciclistas, Kaya na Gandaya, Bloco da Fumaça e etc. – e investir numa agenda preparatória de eventos em diversas regiões da cidade e panfletagens massivas.

O processo, que envolveu centenas de pessoas, culmina agora com a manifestação, usualmente a maior entre as cidades brasileiras. Os eixos principais consensuais definidos para a mobilização desse ano, sob os quais se reúnem as bandeiras específicas dos blocos, são: Pela liberdade d@s noss@s pres@s, Em memória a@s noss@s mort@s – LEGALIZE!marihuan

A Marcha da Maconha São Paulo tem o objetivo de ocupar as ruas para fomentar uma mudança de mentalidade em relação à política de guerra às drogas. O eixo de 2015 pretende chamar a atenção para os presos e mortos decorrentes dessa guerra. Com a terceira maior população carcerária do mundo, o Brasil coloca atrás das grades cerca de 200 mil pessoas (27% do total de presos) acusadas de terem ligação com o mercado das drogas, número que cresce ano após ano.

 “Ao analisar o perfil d@s pres@s e mort@s ligad@s à economia das drogas no Brasil, fica claro que há algo de muito podre no reino tupiniquim. Nossos pres@s e mort@s tem cor, classe, idade e geografia. São jovens pretos e pobres moradores de periferia, que aos olhos do Estado representam ameaça à ordem imposta pela bala desde 1500”, afirmam os ativistas em texto convocatório para o evento, que já tem mais de 9 mil confirmados.

Além das intervenções musicais agendadas para o final do evento, e das baterias e blocos musicais que participarão de toda a marcha, estão previstas também três aulas públicas a serem realizadas durante a concentração, abordando a temática da legalização e também da redução da maioridade penal.

MARI SOLServiço:

MARCHA DA MACONHA SP – 23 de maio

Concentração a partir das 14h20 no MASP

Saída do ato 16h20

Evento no Facebook (mais de 12 mil confirmados) – https://www.facebook.com/events/997146923632975/

Show de encerramento:

KasDub System + High Public + Little Car no sistema de som, com a participação nos vocais de Flora MatosSombraMsário50g, e Seiva Roxa.

FONTE: assessoria de imprensa da Marcha!

ARTIGO – Ser solteiro é… Por Marli Gonçalves

heartCupid_2005_0125_01cA cada dia mais normal, usual e em alguns casos, até preferível. Mas ainda não somos aceitos completamente, embora até tenhamos ganhado um dia – já que todo dia é dia de algo, e para alguém ganhar algum – que é agora, dia 15 de agosto. Só não entendo para o que serve e o que é que é para fazer, se é para comemorar, tentar deixar de ser um, se inscrever em alguma agência de encontros, baixar algum aplicativo (que agora tudo é app, aplicativo), ganhar presente ou comprar alguma porção individual. Eu, de minha parte, vou só filosofar em cima de um monte de solteirices.

Tem quem se case só para perder esse apêndice, igual quem opera para tirar um pedaço disso ou daquilo. Tinha até mais gente que fazia isso, casava, especialmente mulheres, ou para não ficar para titia, ou para sair de casa, ou para, digamos, se dar bem, amarrar bem o cabresto. Mas agora muitos estão aprendendo que solteirice não é doença, pode até ser solução. Depois que a legislação mudou, e que um tempinho junto e comprovado vira união estável, divide algum, creio eu que a necessidade diminuiu. Tenho encontrado meus pares – solteiros por opção – mais constantemente.

panicMais que isso, tenho visto quem fez o contrário, casou oficialmente e separou logo. Para virar um tipo específico de solteiro, o ex-casado. Repara só. Esse tipo, um pouco mais respeitado, já tem até apelo comercial; tenho visto lançamentos de flats, condomínios, serviços, coisas pensadas especialmente para eles viverem longe de qualquer dona de casa. É isso mesmo que você já deve estar pensando: para o homem tudo é mais fácil, mais bonito, menos criticado pela sociedade, garanhão solto.

Para nós mulheres, até já escrevi sobre isso, não é tão simples assim. Aliás, não é nada simples, vivemos bombardeadas por olhares piedosos, pensamentos malvados, até alguns abusos. Somos olhadas com certa desconfiança, ouvimos mexericos, e há mulheres que odeiam que seus maridos sejam nossos amigos. Vai saber quais são as nossas segundas intenções, não?

Como desta vez só quero falar da tal data que inventaram, o Dia do Solteiro, vou me abster de dizer que acham que, “jáqui” somos solteiras, “jáqui” estamos por ali, estamos disponíveis, prontas a receber maior carga de trabalho ou, pior, secas ou sedentas por um relacionamento. Ou que estamos solteiras porque temos algum problema, que ninguém nos quer. Se vocês soubessem o que ouvi ou soube que falaram de mim! E olha que já fui “casada”, estive junto por um tempo, de alguns bons moços, pode perguntar por aí…tumblr_mdr3qtVBTx1ribru4o1_500

Creio que deveríamos, nós, os solteiros, ser protegidos por leis especiais, protegidos por algum Ibama desses por aí, incluídos em algum item de diversidade, ou de necessidades especiais. Poderíamos planejar fazer até uma Parada. Sugiro Avenida Paulista, coitada, que anda tão tristinha sem grandes manifestações.

Tem tanta coisa solteira por aí – Ilha Solteira, mãe solteira – e como caminhamos cada vez mais para a individualidade, esse número tende a crescer. Tenho visto gente casando com Iphone, Facebook, Instagram, levando até para a cama, tudo registrado em momentos felizes e saracoteantes. Outra parte anda se juntando a animais de estimação, e deles, em geral sobreviventes de alguma relação estragada, vamos ouvir, invariável: “Confio mais em bichos do que em gente”.

Isso aí. Quando o povo quer radicalizar, o faz. Mas ser solteiro tem algumas vantagens a mais do que se largar esparramado na cama inteira, comendo chocolate ou pipoca, ou jogar toalha molhada em cima dela, e pouco se importar se a pia está cheia de pratos. Se você consegue viver sozinho já é um grande avanço, porque já sabe que é possível conviver com você, coisa que a gente nunca sabe se vai conseguir com outra pessoa. Quem não ouviu a famosa frase, em geral dita pelas mães? “Ah, acha ele bonzinho? Vai morar com ele!”

homerflexinginmirrorSer solteiro é estado civil que se pode mudar, se você realmente quiser dar uma chance. Não que seja assim tão fácil. Tem de ceder, ceder, ceder, dar muito de si e do seu espaço. Outro dia me perguntaram sobre isso, era uma pessoa que quer saber como é estar com alguém, e eu fiquei matutando porque adoraria ter a resposta, iluminar algum caminho. Mas não tenho, nem sei por onde começar, eu e minha solteirice já nos acostumamos. Como diria Caetano, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Até meus namorados de toda a vida acabaram se acostumando. Alguns até aderiram. E me agradecem. Outros ainda não decidiram. Ou tem medo de perder alguma baixa fresca proporcionada pela acomodação.

São Paulo, solidão junto ou separado, 2014im okMarli Gonçalves é jornalista Só para constar: solteira, sem filhos. E daí? Se quiser mandar presente pela data, não se acanhe. E vou dizer mais: solteiros adoram bobagens.

********************************************************************
E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br

Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter @Marligo

Quem vai parar a Avenida Paulista na sexta de manhã? Força Sindical. Na frente do Banco Central.

FONTE: INFORMAÇÕES DA COMUNICAÇÃO DA FORÇA SINDICAL

Força Sindical faz ato 6ª feira, às 10 horas, em frente ao Banco Central, em São Paulo

TIREDCARA Força Sindical fará, na próxima 6ª feira (dia 6), em frente ao Banco Central, em São Paulo, um protesto contra a política econômica que o governo está impondo aos trabalhadores.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, declara que “a economia brasileira está na UTI. Crescimento econômico pífio, juros em patamares estratosféricos, inflação alta e a desindustrialização, que está colocando em risco a sobrevivência de fábricas e os empregos por elas mantidos”.
Além de mudanças na política econômica, os manifestantes irão levar faixas cobrando juros baixos, correção da tabela do Imposto de Renda, manutenção da política do salário mínimo, fim do Fator Previdenciário, reajuste digno para os aposentados e mais investimentos em saúde, educação e transporte, entre outros pontos.
Na prática, os trabalhadores cobram a concretização da Pauta Trabalhista aprovada pelas Centrais Sindicais em julho de 2010, no Estádio do Pacaembu, SP.speeding

Quem vai parar a Avenida Paulista amanhã? Os cirurgiões dentistas. Protesto nacional

5 de junho

Cirurgiões-dentistas param Avenida Paulista às 18h por saúde bucal de qualidade aos brasileiros e valorização da profissão

graphics-medical-medicine-085005Exatamente às 18h da quinta-feira, 5 de junho, os cirurgiões dentistas do estado de São Paulo vão parar a Avenida Paulista, no cruzamento com a Avenida Brigadeiro Luis Antonio, para um manifestação inusitada por valorização da profissão e por mais qualidade nos serviços de saúde bucal à população.

BEIJAO
De jalecos brancos, com tarjas negras em sinal de luto, ao som da marcha fúnebre e ao toque de sinos, formarão de mãos dadas, o símbolo escolhido para a campanha (um coração com um dente em seu interior), para guardar um minuto de silêncio por assistência bucal digna em todos os níveis de governo. Do centro do coração, ainda serão soltos mim balões das cores branca, preta e vermelha.

No 5 de junho haverá protestos em todo o Brasil com o mesmo foco. Outros estados promoverão ações diferentes, para garantir a liberdade de expressão dos cirurgiões-dentistas. Em algumas regiões haverá inclusive paralisações.

Em São Paulo, a meta é obter mais atenção às políticas de saúde bucal no Estado e em seus municípios. Os cirurgiões-dentistas, profissionais técnicos e auxiliares da Odontologia que atuam no âmbito público, vinculados às três esferas de Governo (União, Estado e municípios), iniciarão a concentração, às 16h, em frente à sede do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), na Avenida Paulista, nº 688, Bela Vista.

A expectativa é de grande adesão ao movimento, pois todas as entidades nacionais da Odontologia já manifestaram apoio (Conselho Federal de Odontologia – CFO, Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas – ABCD, Associação Brasileira de Odontologia – ABO, a Federação Interestadual dos Odontologistas – FIO, Federação Nacional dos Odontologistas – FNO e Associação Brasileira de Saúde Bucal Coletiva – ABRASBUCO).

Até o presente momento, além do CROSP, o protesto também recebeu apoio das seguintes entidades odontológicas paulistas: Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), Sindicato dos Odontologistas de Santos (SINDIODON), Sindicato dos odontologistas de Ribeirão Preto, Sindicato dos Odontologistas de Araraquara, Sindicato dos Odontologistas de Piracicaba e região, Associação Odontológica da Prefeitura de São Paulo (AOPSP), Associação dos Profissionais da Odontologia da Prefeitura de Guarulhos (APOPG), Associação Paulista de Saúde Pública (APSP), Associação Paulista dos Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal (APATESB). Há também apoio de entidades de outras áreas, como a Associação Paulista de Medicina e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.

Protesto e paralisação
Durante todo o dia 5 de junho, os profissionais da equipe de saúde bucal funcionários e servidores públicos trabalharão com uma tarja preta no jaleco, em resposta a preocupantes situações como a baixa remuneração e atrasos nos pagamentos e, em alguns casos, farão a paralisação no atendimento nesta data.

FONTE: ASSESSORIA DE IMPRENSA DAS ENTIDADES

ARTIGO – Flexes ou flashes. Por Marli Gonçalves

beginnercollabentry-1É um cansaço mental tão profundo no fim do dia que às vezes até aquele efeito luminoso cheio de bolinhas aparece na visão. Vocês vão dizer que jornalista vive disso, de informações, mas elas estão violentamente rápidas. E violentamente mórbidas. E violentamente inacreditáveisOvertheWall

Perdi a hora umas duas vezes esta semana, porque na hora de acordar estava sonhando e os sonhos eram bons. Ou estranhos, mas bons. E sonhar na hora de acordar é como se você tivesse mais alguma coisa para fazer ali na caminha, aninhado, com os olhinhos fechados. Neles, nos sonhos, eu viajava, tinha dinheiro, tudo estava legal, aparecia gente bacana, amigos e amores. Mas é só acordar que a coisa começa, até porque tenho o hábito de ligar o rádio – para ouvir música, só que as notícias logo aparecem. Aí vou ler o jornal. Pronto, começou o dia. E acabou o dia.

Os helicópteros sobrevoam, dando barulhentas voltas, na região da Avenida Paulista. As sirenes dos carros de policia se intensificam. As manifestações agora começam mais cedo, o que faz pensar que é preciso ser muito ativista para já estar por ali gritando às nove horas da manhã. A cuidadora de papai informa que na distante região de onde vem, já viu quando saiu de madrugada de casa para se aventurar atrás de transporte coletivo, um ou dois ônibus queimados, ou carros estropiados de bêbados entortando os postes na madrugada. PCC dando ordens. Ela tem olheiras: bailes funk com tudo aquilo, na rua, e não adianta chamar a polícia. Não adianta chamar ninguém. Ficam ao Deus-dará.

Swordplay-5Mais de 200 meninas sequestradas na Nigéria, de dentro de uma escola, e que ninguém sabe onde estão, tipo avião da Malásia. Se hoje Caetano compusesse, perguntaria, para que tantos satélites, ao invés de quem lê tantas revistas. Tudo de baciada: 250 presos na Venezuela. Outras centenas perdidas em deslizamentos, guerras particulares, aqui, ali, acolá. Líderes mundiais e formadores de opinião só segurando cartazes bonitinhos, posando para fotos. E mais flashes espoucando.

Hora do banho e a água já está com vazão menor. Ensaboa, morena, ensaboa, enxagua, tô enxaguando. Abre e fecha torneiras. Mas não consigo deixar de pensar em quanta gente ainda vejo varrendo calçada com água, lavando carros, mandando beijinho no ombro.

Um boato. Um retrato falado. Um zumzumzum, a total falta de noção e uma mulher é espancada por dezenas de pessoas, arrastada como bicho, agredida até a morte em um das cidades mais chiques do litoral paulista, e não, não foi tão lá na periferia onde isso ocorreu, que eu vi no mapa. Foi onde uma vez há muito anos o prefeito da ocasião queria fazer uma “cortina verde” para que os turistas não vissem as casas subindo os morros na avenida paralela às principais praias. Achava que daria votos. Ninguém me contou. Foi para mim e meus ouvidinhos que ele fez essa sugestão, batendo no peito como se tivesse tido a grande ideia de sua carreira política, obviamente já fracassada. Até hoje enjoo só de pensar nesse dia.RagDoll-1

Crianças matando crianças. Meninas espancando meninas, caceteando com pauladas e pedradas, por causa de moleques, namorados, outros boatos e fofocas. Moças estupradas e assassinadas e ainda picotadas por maníacos que encontram desgraçadamente em seus caminhos de ida ou vinda. Corpos achados em rios. Mães desesperadas. Crianças sendo mortas por dinheiro, ira, ciúme, vingança. Mulher põe fogo na casa, com o marido dentro, mas antes quebra tudo, porque viu mensagem de outra no celular.Electrocution

OvertheWallNão, não estamos em filmes do Batman, nem do Charles Bronson. Os sons são reais, as armas atiram pumpumpum. Vingadores surgem de todos os cantos como justiceiros, acreditando que devem botar para quebrar. E quebram. Inclusive pela política, pelo teto, pela terra. O cheiro pestilento da morte, o ar seco, os ídolos morrendo. A arte ficando mais pobre.

A bola ainda não rola. Operário torrado em estádio. O mundo todo olhando, que vergonha. Imagino que nesse momento montes de malas estão sendo desarrumadas, e tudo o que se sonhou que viria, nem chegando.

Prisoner_2Nas prisões, detentos se matam para abrir algum espaço. Outros presos Vips desafiam a Justiça de seus camarotes gradeados. Na rua uma caminhonete último tipo me chama a atenção. Ela é verde e branca, está reluzente de nova, tem uma sirene no capô. Me adianto para ler e identificar quem são, carro e homens: “SAP – Secretaria da Administração Penitenciária – ESCOLTA“. Não, não escoltavam nada.

Porque que agora me lembro de ter lido, logo cedo, numa matéria de jornal, o relato de uma das jornalistas sorridentes que jantaram com a presidente no palácio, selfie para lá, selfie para cá, que a Dilma faz álbum de figurinhas com o neto, conhece a letra da Galinha Pintadinha, cantarola e tamborila com os dedos na mesa “Atirei o pau no Gato, totô, mas o gato-tô não morreu…”?Clown_prisoner

Ah, ainda tem as manchetes políticas, mas tenho de começar o dia, e já estou cansada de tanta notícia. Pior, vivo disto.

beginnercollabentry-1São Paulo, 2014, menos de um mês para a gente saber que bicho vai dar no Fuleco

 

Marli Gonçalves é jornalista Ouviu contar que descobriram uma barata de mais de 40 centímetros que disputa comida com os tubarões no fundo do mar? Pois é. Esta noite vou ter pesadelos.

********************************************************************Parkourstreet-1
E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br

Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter @Marligo

ARTIGO – Eu quero uma pra viver. Por Marli Gonçalves

paraquedas.gif3Andando por ai, tentando me livrar de uma tristezelda que rondava e queria pegar meu calcanhar, encontrei uma passeata. No meio do caminho tinha uma passeata, tinha uma passeata no meio do caminho. Isso agora é comum por aqui, e com as mais variadas reivindicações. A que vi era de jovens felizes pedindo de um tudo, cantando e dançando, sem tanta polícia, na santa paz. Me lembraram Cazuza.

Avenida Paulista. Era feriado e São Paulo entregue a uma tarde modorrenta, tipo sabe como? Tipo – esse tipo aqui é tipo assim imitando a linguagem desses meninos que estão sentindo a ave piar, mas não sabem onde – tudo corria bem normal, até na ciclovia improvisada destes dias. De repente eles apareceram à minha frente – um bloquinho de umas 400 pessoas meio que organizadas e divididas em quatro ou cinco colunas, alas, duas à frente do carro de som, outras seguindo atrás, onde ao fim traziam uma imensa bandeira, daquelas que precisa de um monte de gente pra carregar. Me lembraram o Brasil.mz_4699144_bodyshot_175x233

Parei para ver a banda passar já que estava à toa na vida. Todos muito jovens, muito cabeludos, as meninas e os meninos; de todos os jeitos, lembro de muito xadrez, muita tatuagem, muito jeans, muito vermelho, algum amarfanhado, inclusive nas bandeiras. Alguns cobriam o rosto, mas mais por charme do amarrado de um lenço de marca: “Levante Popular”. Havia bandeiras de todas as cores, verde e amarelas, lilázes, faixas pintadas. Coloriram rapidamente o asfalto, fechando a avenida. Me lembraram os Doces Bárbaros.

Animated_jesus_sermon_hg_whtTodos me pareceram do bem. Podiam até estar equivocados, mas eram do bem. Pediam liberdade, mas usavam camisetas do Che, carregavam fotos do Chávez e do Maduro da Venezuela. Falavam em Constituinte, em socialismo, em libertar a América do Sul, e me fizeram lembrar de Belchior. Entendi que para eles importava o mover, o Levante, levante popular, o nome do grupo, como me pareceu, sob o comando de um líder ao megafone. Importava o pedir, e eles usavam novas rimas. Paravam, dançavam, pulavam. Me lembraram as marchas evangélicas.

Inclusive, chamou minha atenção o número de bandeiras do Movimento dos Sem Terra e sem Teto, sem alguma coisa. Haverá uma lojinha onde se compram adereços de protesto? Porque os que as carregavam não o eram, não me pareceram nem sem teto, nem sem terra. Me lembraram da amargura de Gonzaguinha.

Sei que pediam de um tudo, porque os vi passar, cada qual também com sua palavra de ordem particular. Sob o som da bateria, me lembraram de uma escola, de samba, mas também da Educação, um dos seus temas.

Me emocionaram e, de verdade, umas teimosas correram pelo rosto. Também quero. Queria achar, mais do que uma turma para fechar a Avenida Paulista, uma ideologia para chamar de minha, porque as que eu tinha minguaram. Senti essa falta. Fui pra política, estive na fundação do PT, deu no que deu, pensei na guerrilha, deu no que deu, larguei, voltei-me para o rock, para o feminismo, para a libertação sexual. Deu no que deu. Depois, para a ecologia. Deu no que deu. Hoje milito num campo perigosamente minado, de jornalismo, mas minado porque preciso andar em ziguezague – ora rezo com a esquerda, outras, me alinho ao centro; e os opositores, pobres de espírito, acusam como direita.005381223_jesus_animated

Nada está completo para uma devoção, para uma entrega, para uma torcida. Nem de lá nem de cá. É solitário e desolador ver o nível de desentendimento das coisas, mesmo as mínimas, aquelas que deveriam juntar todos nós.

Quero uma ideologia particular, e acabarei qualquer hora criando uma, se já não estou há muito tempo tentando. Porque ideologia só cresce na argumentação, que arregimenta e fortalece até virar mais comum e aceita. Escrevo e te conto o que penso – quem sabe você também está por perto esperando uma passeata.

Mas ela, a ideologia, precisa, antes, nascer. Para que a gente possa por ela se apaixonar e criá-la para que fique forte. Já comprei binóculo, procuro lunetas e até agora ainda não as vi no horizonte. Com lupa, nas letras que leio, também não.

E eu quero uma para viver. Adoraria poder cantar e dançar por ela.

São Paulo, 2014gifjornaleiroMarli Gonçalves é jornalista Entrando no inferno astral, pensando em trocar de pele, tipo a de cobra pela do jacaré. Porque a gente vai precisar de ter a casca dura.

Filmei alguns minutos. Procura no YouTube. Meu canal chama jornalista.marligo.

ou AQUI

********************************************************************
E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br

Tenho um blog, Marli Gonçalves, divertido e informante ao mesmo tempo, no https://marligo.wordpress.com. Estou no Facebook. E no Twitter
@Marligo

50 anos da dita cuja. ATENÇÃO, AMANHÃ, 1º DE ABRIL: MTST promete para a Avenida Paulista. 14 horas. Veja comunicado deles. Não é mentira.

brazilW_animado0006Amanhã ( 1 de abril)realizaremos um grande Ato dos movimentos populares na Avenida Paulista em memória aos 50 anos do Golpe que estabeleceu a ditadura militar no país.

A data também nos remete às tentativas de criminalização das lutas sociais que estamos vivenciando atualmente: A Lei “Antiterrorismo” e diversos outros projetos, inclusive com apoio do Ministério da Justiça , que estão ou irão ao Congresso Nacional.

O direito de manifestação está sob ataque, tal como o fez sistematicamente a ditadura militar.

O Ato é organizado pelo MTST, juntamente com o MST, MPL, entidades do movimento sindical e coletivos de esquerda.

Pretendemos reunir mais de 5 mil pessoas na Avenida Paulista.

mao apontando direitaO Ato sairá as 14hs do Metrô Paraíso e percorrerá toda a Av. Paulista. Pararemos na sede do MPF para protocolar Documento das entidades contra a criminalização das manifestações e terminaremos entregando o mesmo documento no Escritório da Presidência da República.

 

fonte: imprensa MTST

Agenda para quem pode. Amanhã, 8 de março, tem Marcha das Vadias 2014 em SP. Acabo de pegar esse post!

gif-sexy-gratuit-1

Atenção, atenção mulherada! Amanhã, 8 de março, a Marcha das Vadias de SP estará nas ruas para marcar mais um ano de luta. O ato deste 8 de março de 2014 é uma realização conjunta de vários coletivos feministas e outros movimentos sociais, além de partido políticos. A concentração será no vão do MASP a partir das 9h. Se você ainda não tem uma turma definida, vem marchar com a gente!!!!! Procure pela faixa Marcha das Vadias que estará estendida ao lado do pilar esquerdo, no fundo do MASP (olhando de frente pro vão) a partir das 8h. A partir das 10h, sairemos todxs em marcha! A rua é nossa!!!!!

Mais informações:

https://www.facebook.com/MarchaDasVadiasSP

anniv_036

 

 

 

 

JÁ LEU MEU ARTIGO DESTE ANOS SOBRE A DATA? AQUI

 

CTB, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras, anuncia paralisação da Avenida Paulista amanhã

 VEJA COMUNICADO:

work3Em São Paulo, trabalhadores vão ocupar a avenida Paulista nesta quinta-feira

Parte do Dia Nacional de Luta com Greves e Mobilizações, a atividade vai levar para as ruas reivindicações como o fim do fator previdenciário, reforma agrária, redução da jornada, o combate à terceirização, entre outras bandeiras contidas na Agenda da Classe trabalhadora.

O objetivo é mostrar para o Governo e para o Congresso Nacional que os trabalhadores querem avançar nas mudanças em defesa de uma nação democrática, soberana e com justiça social. “Queremos conscientizar o Congresso nacional para a importância de projetos que tramitam na casa que beneficiam a sociedade em geral”, destacou Onofre Gonçalves, presidente estadual da CTB-SP.

Além da manifestação na avenida Paulista, diversas categorias realizarão atos, atividades e paralisações a exemplo dos trabalhadores dos Correios e dos metroviários que aprovaram a adesão ao movimento e votam nesta quarta-feira a forma de protesto, com greve ou não.

Médicos, amanhã, 3: o grande protesto. Vão bater panela lá onde a “Rose” ficava, na Presidência, em SP.

mao apontando direitagraphics-medical-medicine-157681

TODO O ATENDIMENTO DO HC SERÁ APENAS DE URGÊNCIA PELO QUE APUREI, AMIGOS!

A AVENIDA PAULISTA VAI PARAR E ESPERO QUE OS MÉDICOS COMPAREÇAM PARA MOSTRAR QUE ESSAS PAPAGAIADAS QUE ESTÃO SENDO PROPOSTAS SÃO …SÃO…

Pauta para 3 de julhomao apontando esquerda

 Médicos, residentes e estudantes de medicina vão parar a Avenida Paulista

graphics-medical-medicine-762887Os médicos de São Paulo tomarão a Avenida Paulista, dia 3 de julho, para uma passeata de protesto contra a importação de profissionais de medicina sem capacidade comprovada.

O ponto de encontro, às 16h, será na Associação Médica Brasileira (Rua São Carlos do Pinhal, 324, atrás do prédio da TV Gazeta), de onde sairá uma passeata rumo ao gabinete de representação da presidência da República, na Avenida Paulista, 2163.

  th_animated_BoomPanelaço no gabinete da Presidência em São Paulo

Médicos, residentes e estudantes de medicina farão um panelaço simbolizando a necessidade de as autoridades constituídas abrirem os ouvidos ao clamor dos brasileiros.

graphics-medical-medicine-305571Caminho para levar saúde às áreas remotas  graphics-medical-medicine-245937

Como solução para o problema da falta de profissionais de saúde em áreas remotas e nas periferias, as lideranças médicas propõem a criação de uma carreira médica nos serviços públicos federal, estadual e municipal, semelhante à de juízes e promotores. Certamente uma garantia da interiorização de médicos brasileiros para as áreas carentes de acesso à assistência.

O problema do atendimento integral, contudo, não depende somente da melhor distribuição geográfica de médicos. As entidades registram que, atualmente, o SUS (Sistema Único de Saúde) enfrenta um grave caso de subfinanciamento e também de distorções no processo de gestão.

É sempre bom lembrar que, além de médicos, uma assistência adequada aos moradores de áreas remotas só se dará quando a infraestrutura for completa, ou seja, com hospitais, postos de saúde, profissionais de outras áreas, como nutricionistas, cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, enfermeiros; acesso a medicamentos, etc.

hothothotFONTE: ASSESSORIA DE IMPRENSA – AMB

Tudo bem, tudo bom. Mas o MASP está às traças. E o que pior: já está mostrando isso. Um contrasenso, de cabeça pra baixo.

Fui na avenida Paulista nesta noite.

As luzes feéricas, muita gente na rua passeando. Mas quando olhei o Masp fiquei muito triste com sua aparência rota.