ARTIGO – Máscaras, Carnaval e nossas agonias. Por Marli Gonçalves

Uma pressa que pode nos custar muito caro essa de liberar o uso de máscaras justamente nesta época e quando surgem novas ondas em todo o mundo, que podem rapidamente se transformar em tsunamis. Estamos em um país descontrolado e agora mais uma nova e terrível cepa liga o alarme da prudência em volume máximo

  Aconteceu exatamente assim no ano passado, lembram? Quando as coisas começaram a melhorar um pouco o povo já botou as manguinhas de fora incentivado pelos malucos negacionistas e ignorantes que nos desgovernam. O resultado: 2021 foi um massacre, e logo em abril o número de mortes já ultrapassava as ocorridas em todos os meses anteriores. Já chegamos em 614 mil mortes, ao todo. Diga esse número em voz alta, para entender o tamanho. Lembre de quantas pessoas perdeu; perdemos. E não aprendemos.

Parece até que queremos um repeteco, e não haverá fogos de artifício, pular sete ondinhas, fantasia e samba no pé, bloquinho e desfiles que mostre acerto nas decisões que vêm sendo anunciadas. Isso, claro, quando há alguma decisão.

Antes até da liberação – aqui em São Paulo prevista para 11 de dezembro o fim do uso de máscaras em locais abertos – já está insustentável e visível que os cuidados estão sendo largados pelos caminhos. Basta olhar o número de máscaras jogadas pelo chão nas ruas, como exemplo. A dificuldade de termos de explicar para os engraçadinhos em que data estamos. Nas academias – a que frequento me dá uma boa ideia – as máscaras caem dos narizes; os funcionários enfrentam o ódio quando alertam os egoístas seres. Tem mais essa: alguns alunos cariocas, e como lá liberaram a farra, os caras querem esticar o mapa e usar isso como argumento, acredite quem quiser.

Ultimamente as pessoas não ouvem as notícias inteiras, assim como, também, ou só leem as manchetes ou só o que lhes convém. Fazem questão de não assimilar a realidade. Tristeza maior é ver jovens não indo se vacinar, ou ainda “esquecendo” o calendário da segunda dose. Deprimente ver pessoas que além de não se vacinarem, ainda saem por aí fazendo campanha mentirosa contra as vacinas, ou mesmo disfarçando que tomaram, já que, do meu ponto de vista, na realidade está praticamente nulo esse controle.

Nesses tsunamis, vacinas ainda são a nossa única tábua de salvação. Eu conto ou vocês contam que, se nem quem tomou as três doses, como é o meu caso, está totalmente garantido, imaginem eles! Pior, podem estar, como nos piores filmes de ficção, andando por aí, sendo os agentes da morte, de transmissão. Vermes.

Estamos no fim de mais um ano bem difícil, onde já não há mais espaço nem para piorar. Inflação crescente comendo nossos tornozelos, miséria grassando, violência aumentando, sistemas em colapso. Governo que continua testando nossa paciência de uma forma nunca vista. Entrada de ano eleitoral, com personagens surgindo e sem propostas viáveis para qualquer via de direção.

Uma grande campanha agora seria “Vamos salvar 2022”. Mas pelo visto vamos ter de apelar mesmo é para Todos os Santos, e em nome de nossa saúde mental.

Ou você ainda não reparou que está todo mundo meio que pirando por aí?

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Marli GonçalvesMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Confusão geral, teu nome é Brasil. Por Marli Gonçalves

Os Trapalhões, os mais reais que poderiam existir, estão entre nós. Pior, no governo, mandando e desmandando. Nos deixando lelés. Duvido que você já tenha visto tanta confusão junta, ao mesmo tempo, em todas as direções. Tantas mentiras, literais trapalhadas, falta de rumos, interferências indevidas, prejuízos gerais.

confusão

Na geral dá aquela esquisita sensação que tudo quanto é desgraça, notícia ruim, acontecimentos estranhos têm a ver com essa situação geral. Gente, até tubarões aparecendo no litoral. Pernambuco? Não! Em São Paulo. E machucando gente no rasinho. Chuva de poeira. Florestas sendo destruídas. Populações dizimadas, fome, miséria, números bons caindo; números ruins crescendo. Muita coisa está fora da ordem. Inclusive nossas cabeças vivendo tudo isso.

“Os Trapalhões” estão entre nós. Os Trapalhões metem o nariz onde não são chamados. Onde são chamados, inclusive nas urgências, não aparecem nem para dar explicações – já que não as têm, óbvio. Está alucinante a absurda forma com que esse governo federal vem tratando todos os temas, e a loucura acaba se espalhando por todo o território, nos levando a um tempo cada dia mais terrível, vergonhoso, inacreditável. Violento.

Um fala, o outro nega; um decreta como se fosse a Casa da Mãe Joana, sem consultar quem de direito que reclama e fica no ar. Todos os dias revelações de malfeitos ou de desleixos, mas são tantos e tão numerosos que nos dias seguintes acabam soterrados por outras de fatos ainda mais absurdos, o que impede a resolução daqueles lá atrás. E assim vamos indo, e num ensurdecedor silêncio e desorganização social. O Trapalhão-mor vocifera bobagens por onde anda, seja no Oriente ou Ocidente.

Senão, vejamos, só essa semana: vacinação e Enem.

Vacinação: porque que acaba aparecendo uma boa pulga atrás de nossas orelhas? Alguém está ganhando com isso? Sabe aquele governo negacionista que atrasou a compra de todas as vacinas e que só depois de muita pressão mexeu a bundinha e agora quer, como diria o Gil do Vigor, se regozijar em cima disso como se tivessem virado os mais competentes do mundo? Pois bem, a vacina de uma dose só que parecia perfeita já não é mais – tem de tomar mais uma e da outra. A outra também precisa de mais uma. E a primeira, do Butantan, que foi a pioneira e que tanto ajudou, fica esquecida porque o cara lá não gosta do cara daqui. Aquela que teria tecnologia fornecida para ser produzida aqui, cantada e divulgada em verso e prosa pela Fiocruz, necas de pitibiriba.

A Anvisa reclama que não vem sendo consultada. Os prazos são mudados de acordo com o humor de alguém no Ministério da Saúde. Uma hora, depois de seis meses, outra, depois de cinco meses, para o reforço; segunda dose já foi de três meses, agora já nem sei mais, qual de qual, quando. Os governos estaduais e municipais acabam correndo atrás para atender, muitas vezes sem nem ter as doses das vacinas nos seus postos. Casa da Mãe Joana é pouco.

Fora isso, cadê o plano de 2022? Onde estão os contratos? Vamos ter um novo plano de vacinação ou será novamente a loucura que já vivemos? Vai comprar de quem? Já tem contrato? Já estão reservadas? Estão vendo, acaso, que o mundo inteiro está em pânico? Conseguem acompanhar o perigo do relaxamento geral? Vamos fazer um samba para o Carnaval? Olê, olê, olê, olá! Dingobel, olha o Natal. Isso vai longe ainda.

Enem: 37 servidores pedem demissão e afirmam que as provas estão sendo manipuladas. Repito, 37, trinta e sete. O tal ministro pastor de risinho sarcástico que comanda a pasta da Educação, servil, apoia o que o ser vil falou de agora o exame estar com a cara do Governo. Deus nos livre! O nome disso é claro: Censura.  Interferência. Desmonte de tudo o que funcionava de alguma forma. Até no Censo estão querendo meter o bedelho nos questionários.

Bate-cabeça. Com tudo isso, quem consegue deitar o cabelo em paz? Me digam. Quem?

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Marli GonçalvesMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Vacina: vai funcionar contra raiva? Por Marli Gonçalves

Mais do que uma vacina contra o coronavírus precisaremos insistentemente apelar aos cientistas e pesquisadores de todo o mundo para que, por favor, também desenvolvam vacinas, fórmulas, indicação de ervas ou remédios eficazes contra a loucura humana nesse período alucinante que vivemos. E pra que não tenhamos raiva do que aconteceu, acontece e terá repercussão durante ainda longo tempo. Não está fácil, especialmente por aqui, acompanhar o andar dessa carruagem desgovernada.

Ilustração dos desenhos animados, louca beleza cabelos compridos ...

Todos os dias tentamos acompanhar e entender gráficos, tabelas, cálculos, dados móveis e imóveis, flechinhas coloridas apresentadas sobre as tais últimas 24 horas. Um leve ar alegre dos apresentadores tentando passar algum otimismo informa, enfim, termos alcançado um platô, o cume. Mas quando vamos ver com atenção é apavorante, o cume do terror – como tão bem definiu claramente um especialista, essas curvas e tendências nos mostram nada mais do que uma “assinatura do fracasso”.  Lá em cima. Mais de mil mortes dias seguidos, outros milhares de contaminados dia após dia.  Isso contando só números oficiais, que todo sabem bastante defasados.

Os dados mostram números ora estacionando, ora dando pequenas marcha-a-ré, ou engates de primeira, como se fosse algum teste de direção para tirar habilitação. Como não diria, ou diria, Michel Temer, “não tem de manter isso aí”. O tal platô está lá no alto, não tem o que comemorar, relaxar. Mas não é o que o parece ser entendido como informação para a população deste nosso país atrasado, com tal ignorância de consciência social e de coletivo, além da sua enorme população tão carente de recursos que exigir compreensão, “protocolos” e mais sacrifícios chega a ser surreal e malvado.

E daí? E daí que é como se alguém embaralhasse de tal forma as informações, que ninguém sabe direito ou tem segurança é de mais nada. Vêm sendo liberadas atividades aqui e ali, as pessoas já estão tomando as ruas, o trânsito, os problemas do velho normal agora somam-se aos do tal novo normal. Tudo parece meio chutado.  Uma coisa pode abrir cinco horas, outras oito. outras só de dia; ambulantes podem, e já invadem com suas máscaras penduradas no queixo as calçadas das grandes cidades. Tanto pode e não pode como se houvesse alguma fiscalização real sobre o cumprimento dos tais protocolos. Tenho vontade de rir quando ouço falar em multas, punições de estabelecimentos; coitados dos quatro ou cinco escolhidos como flagrados, para dizerem que estão agindo. A real é que a Casa da Mãe Joana está com as portas abertas, escancaradas. E a economia, pálida, sem energia.

Enquanto isso, dá para acreditar? Não sei se temiam a reação ou alguma revolução popular nacional se não acenassem logo com nova data, transferiram o Carnaval de 2021, que cairia de 12 a 16 de fevereiro, e remarcaram para maio do ano que vem. Ou junho, ou julho, ou agosto, sabe-se lá.  Então, combinado: em maio do ano que vem, junto com noivas e mães, arlequins, pierrôs, colombinas, unicórnios, e um pouco mais de dias, que se junte logo às festas juninas, com seus alegres caipiras e quadrilhas. Só não fizeram o papel ridículo total porque ainda, pelo menos ainda, apenas cancelaram as festas da passagem do ano, não tentaram mudá-las de data. Mas não duvidem. Agora não duvido é de mais nada. Depois de transferirem, deslocarem, o Carnaval, tudo pode acontecer.

Datas, todas, inclusive, que dependerão sempre, exclusivamente, da existência de uma vacina. Vacina que a ignorância da negação já ataca, de antemão, com os mais estapafúrdios argumentos.

Enquanto isso um presidente infectado com o vírus passa as tardes pensando como vai aparecer para nos aborrecer um pouco mais, tinhoso que é. Corre atrás de uma ema em seu jardim encantado. Empunha nas mãos uma caixa de cloroquina, da qual aliás não se desgruda mais, e um dia saberemos a verdade atrás dessa história – como um maluco, esperando tomar mais alguma bicada, ser confundido com um prego. Sem ter ao que parece nada o que fazer – nesse desesperador momento – vai passear de moto, parando para conversar bem de perto e sem máscara com os serviçais de seu palácio.  Vive em outro mundo, assim como alguns de seus ministros irreais. O da Saúde, general interino, disse, repito, disse, falou, eu ouvi, você também deve ter ouvido, que assintomáticos não transmitem os vírus para outros, fora ignorar todos os alertas que recebeu e tudo que a Ciência propõe. E ainda tem o ministro Imposto Ipiranga querendo mais…impostos! E queimadas, e o mundo perplexo, e o tempo passando.

Não bastasse já estarmos precisando conviver com a gente mesmo de uma forma que jamais imaginávamos, e que é tão difícil, não temos um dia de paz, nem um dia que não nos envergonhemos de alguma fala, ato, decisão, ou que não tenhamos de fazer de conta que tudo isso vai passar logo. Não tem nem um dia em que não passamos pelo sentimento que tanto mal pode fazer, principalmente por nos sentirmos imobilizados e impotentes: raiva. Ainda não estamos babando, mas falta pouco.

Precisamos poupar energia para pedir uma vacina também contra isso, contra eles. E essa fórmula não parece que será dada nas próximas eleições, que essas –  interessante – ninguém teve coragem de cancelar.

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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. À venda nas livrarias e online, pela Editora e pela Amazon.

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#ADEHOJE – CLIMA MOBILIZA O MUNDO

#ADEHOJE – CLIMA MOBILIZA O MUNDO

SÓ UM MINUTO – Milhões de pessoas em todo o mundo hoje estão mobilizadas pelo salvamento do planeta, no que chamam Greve Geral pelo Clima. São pessoas de todas as idades, mas especialmente mulheres e jovens, o que é muito interessante, especialmente.

Hoje os médicos liberaram Jair Bolsonaro par a a viagem a Nova York, onde abrirá – com discurso – a conferência geral das Nações Unidas, na ONU. Vocês estão aí rezando e torcendo para que não passemos mais vergonha, né? Pior é que será difícil que isso não ocorra, porque é o Ernesto Araújo, aquele que faz um monte de ranran quando fala, e só bobagens, assessorado pelo que há de pior da direita, quem está cuidando disso.

No Congresso, o resumo da ópera: os deputados estão querendo que a Casa da Mãe Joana volte às eleições. E que a gente pague todas as bobagens que eles fizerem durante a campanha. Esse é o resumo desse samba do vaivém do projeto que aguarda sanção do presidente, acuado. Se cortar, os políticos vão revidar. Se deixar, nós revidaremos.

#ADEHOJE – “POR AQUI” COM ESSA FORMA DE GOVERNO

#ADEHOJE – “POR AQUI” COM ESSA FORMA DE GOVERNO

 

SÓ UM MINUTO – Estou – e acredito que muito mais gente está também – “por aqui” com essa forma de governo de Bolsonaro e sua gente. Não vou defender Joaquim Levy, até porque nem tenho conhecimento técnico em economia para isso. E defendo, sim, a abertura da caixa-preta do BNDES, que já não é sem tempo.

Estou por aqui é com tanta grosseria, governar como se fosse a casa da mãe joana, e usando jornalistas como garotos de recado, mandando ordens, aproveitando de fora pior ainda que quando tuita que nem maluco. Passando por cima de todo mundo como um trator, ditadorzinho.

No café da manhã, que reúne jornalistas ainda não entendi exatamente para o quê, e que cada dia acho mais estranho, na qual uma jornalista, acreditem, deu uma bíblia pro homem, Bolsonaro “demitiu”- e sem ninguém perguntar – o presidente dos Correios.

Isso não pode dar certo, gente. E a previsão do PIB, olha…menos de 1%

#ADEHOJE – SEMANA DE TUDO. PARADO. TENSO. CONFUSO

#ADEHOJE – SEMANA DE TUDO. PARADO. TENSO. CONFUSO

 

SÓ UM MINUTO – Semana será curta em dias, mas longa em possíveis emoções. No Congresso, as decisões referentes à discussão da Reforma da Previdência que estão empacadas e parece que empacadas permanecerão. Depois da canelada de Bolsonaro em cima da Petrobras – e é bom lembrar que deu prejuízo de 32 bilhões à marca em apenas um dia os técnicos vão tentar abrir aquela cabeça para que entenda que os preços dos combustíveis são baseados nos preços internacionais, que vivemos hoje em um mundo totalmente globalizado. Enfim, que a presidência não é a Casa da Mãe Joana com seus três filhos. Agora está se metendo com o Ibama, e acaba defendendo madeireiros da extração ilegal!

Já são 11 mortos e 14 desaparecidos na queda dos dois prédios no Rio de Janeiro. Quando nos entregarão a cabeça dos chefes das milícias responsáveis pelos desastres e por muito mais?

ARTIGO – Casa da Mãe Joana Brasil. Por Marli Gonçalves

Não é só por causa da paradeira dessa semana, dos caminhoneiros, que o Brasil virou o verdadeiro e único representante da Casa da Mãe Joana, aquela com uma porta onde todos podem entrar, conforme reza a lenda que Joana I, de Nápoles, decretou ao legalizar os bordéis de sua região no século XVI, numa história que envolveu conspiração, mortes e desejos de liberdade total.

 

A expressão Casa da Mãe Joana se atualizou total esses dias. Na verdade, se instalou de vez. Igual àquela que diz (ou pelo menos dizia, porque a coisa está tão preta que há muito não ouço nem ninguém citar) que Deus é brasileiro. Até Ele tem limites e deve ter se mudado de mala e cuia. Aqui não só entra quem quer, como faz o que quer e, enfim, quando tenta se impor, declara e manda fazer o que não tem a menor ideia de como será cumprido. Casa da Mãe Joana é uma expressão popular, “o lugar onde todos mandam”, sem organização, onde cada um faz o que quer, uma baguncinha, enfim.

Reuniões longas, horas, documentos e documentos, contas que depois se mostram absolutamente erradas, anúncios de decisões que na manhã seguinte não surtiram qualquer efeito. A paralisação dos caminhoneiros apenas nos demonstrou de forma radical e até cruel o desatino e despreparo que enfrentamos há anos, em todas as direções para as quais olhamos.

Em algum momento o trem descarrilou. Inclusive, trilhos dos quais agora nos lembramos saudosamente e que tanta falta nos fazem na logística de distribuição nacional desse país de dimensões tão complexas, e que se inclinou para a indústria automobilística, para a fonte petróleo, entre outros erros estruturais que vemos se repetindo anos a fio.

Na Casa da Mãe Joana todo mundo invade a cozinha e quer tirar um proveito, mexer na receita, tacar a colher na sopa, entornar o caldo. Se a comida sai ruim, os dedinhos de todos se apontam uns para os outros levianamente, não fui eu, foi ele. Como crianças birrentas e marotas. Esse é o cardápio completo que estamos vendo. Pratos postos numa mesa que ressuscita até os zumbis que já governaram e desgovernaram, e que voltam para nos assombrar com suas declarações toscas e buscando isentar-se do estado a que as coisas chegaram.

Em casa, seja da Mãe Joana ou de qualquer outra, onde falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão; imaginem quando falta pão, gasolina e vergonha na cara.

Surgem, de um lado, os salvadores da pátria e suas ideias birutas; de outro os vilões que não têm nome nem cara, mas sabem remarcar preços como ninguém para se dar bem, não poupar ninguém. Sabem fazer sumir e aparecer produtos, mágicos. Gasolina a dez reais o litro, alface murcha, 10 reais a unidade, batatas de ouro puro, todos viram aparecer. Mais os oportunistas políticos que surgem para o banquete onde esperam lugar à mesa, sentados na cabeceira, inclusive. Só que precisarão pagar a conta.

Mas não se preocupem. Como disse o presidente ao mandar as Forças Armadas acabarem com a movimentação dos caminhoneiros, falando do púlpito, sem combinar com os goleiros, agora “o Governo terá coragem”. Faz lembrar a coragem da intervenção federal do Rio de Janeiro quase esquecida nas calendas. Temer, inclusive, se mostrou bem preocupado com os frangos que, segundo ele, estariam já se canibalizando. Sem comentários, por favor.

De soquinho em soquinho, vamos indo esperando o próximo round, quem vai bater à porta, a próxima crise. Tanto falam em militares, tanto falam em intervir que conseguiram botar o bloco verde para dissipar o azul de nosso céu. Por enquanto, e espero que pare aí, para desobstruir os canais por onde corre o nosso sangue. Os combustíveis, os alimentos, e tudo o mais que nos mantêm vivos.

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 Marli Gonçalves, jornalista – Veio à mente uma música muito conhecida, de Vinicius de Moraes: Era uma casa/ Muito engraçada/Não tinha teto/ Não tinha nada/ Ninguém podia/ Entrar nela, não/ Porque na casa/ Não tinha chão/ Ninguém podia/ Dormir na rede/ Porque na casa/ Não tinha parede/ Ninguém podia/ Fazer pipi/ Porque penico/ Não tinha ali/ Mas era feita/ Com muito esmero/ Na Rua dos Bobos/ Número Zero.

marligo@uol.com.br/ marli@brickmann.com.br

Maio de 2018

FLAGRANTE 1: Cenas ridículas de uma São Paulo largada às traças. Essa, do desperdício nos Jardins

Joalheria da Rua Haddock Lobo, ao lado do Restaurante Rodeio,  hoje pela manhã.

O cara ficou mais de quinze minutos refrescando a calçada. Isso porque é preciso economizar.

Flagramos! ( fotos de Carlos Brickmann)fotos Carlos Brickmann 20140911_104539fotos Carlos Brickmann

Acabei de falar e…pumba! Apareceu uma Barbie por aqui

Estava reclamando da falta de assunto quando ouvi me chamarem e me entregaram uma linda sacolinha rosa choque!

Ganhei uma Barbie, e uma coleção desenvolvida pela C&A. Sete roupinhas!!!!

Amei.

Não tive infância, gente! Olha ela aí. Depois troco as roupinhas.

Agradeço ao pessoal da In Press, que me mandou, à Mattel, e à C&A

barbiebarbie 2

 

Nota lá da Monica Bergamo. Não tenho nada com isso. Quem descreve o Lula é o Bono Vox.

BONO LÁ

Bono tirou os sapatos e botou os pés na mesa para imitar Lula na visita que fez a Dilma Rousseff na sexta, em Brasília. Ele contou que, em 2006, ao visitar o ex-presidente na Granja do Torto, acabou esquecendo o celular na residência oficial. Voltou, bateu, chamou, chamou -e nada. Foi abrindo as portas e gritando “Hello! Hello!”. Até que deu de cara com Lula, pernas esticadas, sem sapatos, copo de cerveja na mão e TV ligada no futebol. “Entra aí, cara!”, teria dito o ex-presidente. Bono repetiu a cena para Dilma

DENÚNCIA: SP nas mãos de Deus. Veja esse caso ocorrido nesta tarde, 4 de abril, em plena avenida 9 de julho:uma árvore é derrubada. Quer mais? No meio da rua. Quer mais? CET? Foi chamado e não apareceu. Tem mão de vereador no meio. Subsíndica sorrateira. E lascas de pata de vaca.

ABSURDO – DENÚNCIA QUE SERÁ ENCAMINHADA AO GABINETE DO PREFEITO

NA TARDE DESTA SEGUNDA, 4 DE ABRIL, plena Avenida 9 de Julho, perto da Praça das Bandeiras, intenso movimento, uma subsíndica munida de um papelzinho torpe manda derrubar uma árvore. Para completar, no meio da avenida, com cones improvisados, e sérios riscos à segurança pública. A árvore ficou lá caída, depois com um “mandado” jogando lascas de madeira em todo mundo, inclusive os passantes.

ATÉ QUANDO? 

Tudo documentado.

Aí a gente reclama. Para o CET, por volta das 16h10 ( tá lá o protocolo!) e NADA.

Aí a gente vai reclamar e ainda toma perigo de tomar machadadas de um ser que fica repetindo que só “cumpre ordens” – um tipo de gente perigosíssimo ultimamante esse que só cumpre ordens!

Veja a sequência de fotos. Veja a avenida com os cones. Veja as pessoas sem ter por onde passar.

Ah, a tal subsindica fica citando ser parente de um coronel e amiga de um vereadorzinho. Ela chama Filomena. Descobrimos que o síndico do prédio que chama ARCO-ÍRIS  vive no PARANÁ!

clique nas fotos e veja mais detalhes…

SOCORRO!  E tudo porque antes de mais nada queríamos salva uma pata de vaca, a árvore.