ARTIGO – Azáfama. Por Marli Gonçalves

Azáfama, não é linda a palavra? Sonora? Você ouve e logo até já se põe em movimento. Lembro muito dela aos finais de ano, quando a humanidade parece entrar no estágio do “corre”, para fazer tudo o que não fez os outros meses.

AZÁFAMA

Tudo vira urgência, afinal agora faltam poucos dias para virar o ano, todo mundo já de cabeça virada pensando em Natal, Ano Novo, viagens, verão, férias, essas coisas, que inclusive diminuem os dias, digamos, úteis, deste mês de dezembro. Parece que alguém lá de cima estalou o dedo e as pessoas imediatamente se põem a pensar, correr, e daí vem um estresse danado. Como se não bastasse o normal do dia a dia, as coisas se aceleram, atropelam. São atropeladas.

A lista é grande, em geral de coisas que lá no começo do ano a gente se prometeu fazer e se dá conta só agora que não fez, não realizou, ou até esqueceu, mas acaba lembrando e isso é bem chato. Mais chato ainda é quando ainda por cima se é a vítima da azáfama dos outros, que viram suas baterias contra nós exigindo que façamos em azáfama o que poderia ter sido feito muito tranquilamente antes – e isso é bem comum, jogar a lista para a frente. Se prepara! Dezembro chegou, e passou tudo tão rápido que vai ter quem repare que o ano praticamente já acabou só a partir de hoje, de agora, da chegada do mês que já vem sendo anunciado por enfeites, luzinhas espalhadas em janelas, árvores de Natal, 25 de Março em polvorosa, ou melhor, na azáfama. Tô falando: tem palavra melhor para definir essa época?

O sentido dela pode ser bom ou mau, dependendo de como levamos a vida; tem o lado da pressa, afobação, confusão, imprudência, açodamento que pode trazer problemas inclusive para os próximos tempos se não ficarmos atentos. O lado bom? Ao menos começar a caminhar na direção sonhada, mesmo que atrasado alguns meses.

Andei pensando que coincidentemente quase todas as vezes que me mudei de um lugar para outro foi em dezembro. Essa coisa de começar o ano com vida nova que a gente aprende desde que, inclusive, se entende por gente, vai sendo renovado pelas tradições. Todos os anos pensamos e passamos pela mesma coisa: que à zero hora do dia 1º do ano que chega tudo vai mudar, inclusive nosso próprio comportamento. Aí fazemos as tais promessas, planos, epifanias. Pior, logo descobrimos que em geral o que mudou mesmo foram só os números. Do ano, do mês, e sempre ganharemos – e se tudo correr bem, Oxalá! – inclusive mais um ano de vida. Ah, os números também mexem com as contas que sempre aumentam.

Mas, bem, você há de pensar, e eu vou concordar, que a azáfama tem vivido entre nós o tempo inteiro, não só agora. A de viver, sobreviver, e também a de aparecer, especialmente essa, tem tornado a vida uma aventura e tanto para um número cada vez maior de pessoas em busca de virar rico, celebridade, influencer ou se contentando até em ser sub tudo isso. Toda hora sabemos de alguém que despencou de um penhasco tirando uma selfie ou se estatelou num poste gravando algum vídeo. Uma loucura essa azáfama de se dar bem com pouco esforço que anda bem na moda.

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– MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).

marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

ARTIGO – Máscaras, Carnaval e nossas agonias. Por Marli Gonçalves

Uma pressa que pode nos custar muito caro essa de liberar o uso de máscaras justamente nesta época e quando surgem novas ondas em todo o mundo, que podem rapidamente se transformar em tsunamis. Estamos em um país descontrolado e agora mais uma nova e terrível cepa liga o alarme da prudência em volume máximo

  Aconteceu exatamente assim no ano passado, lembram? Quando as coisas começaram a melhorar um pouco o povo já botou as manguinhas de fora incentivado pelos malucos negacionistas e ignorantes que nos desgovernam. O resultado: 2021 foi um massacre, e logo em abril o número de mortes já ultrapassava as ocorridas em todos os meses anteriores. Já chegamos em 614 mil mortes, ao todo. Diga esse número em voz alta, para entender o tamanho. Lembre de quantas pessoas perdeu; perdemos. E não aprendemos.

Parece até que queremos um repeteco, e não haverá fogos de artifício, pular sete ondinhas, fantasia e samba no pé, bloquinho e desfiles que mostre acerto nas decisões que vêm sendo anunciadas. Isso, claro, quando há alguma decisão.

Antes até da liberação – aqui em São Paulo prevista para 11 de dezembro o fim do uso de máscaras em locais abertos – já está insustentável e visível que os cuidados estão sendo largados pelos caminhos. Basta olhar o número de máscaras jogadas pelo chão nas ruas, como exemplo. A dificuldade de termos de explicar para os engraçadinhos em que data estamos. Nas academias – a que frequento me dá uma boa ideia – as máscaras caem dos narizes; os funcionários enfrentam o ódio quando alertam os egoístas seres. Tem mais essa: alguns alunos cariocas, e como lá liberaram a farra, os caras querem esticar o mapa e usar isso como argumento, acredite quem quiser.

Ultimamente as pessoas não ouvem as notícias inteiras, assim como, também, ou só leem as manchetes ou só o que lhes convém. Fazem questão de não assimilar a realidade. Tristeza maior é ver jovens não indo se vacinar, ou ainda “esquecendo” o calendário da segunda dose. Deprimente ver pessoas que além de não se vacinarem, ainda saem por aí fazendo campanha mentirosa contra as vacinas, ou mesmo disfarçando que tomaram, já que, do meu ponto de vista, na realidade está praticamente nulo esse controle.

Nesses tsunamis, vacinas ainda são a nossa única tábua de salvação. Eu conto ou vocês contam que, se nem quem tomou as três doses, como é o meu caso, está totalmente garantido, imaginem eles! Pior, podem estar, como nos piores filmes de ficção, andando por aí, sendo os agentes da morte, de transmissão. Vermes.

Estamos no fim de mais um ano bem difícil, onde já não há mais espaço nem para piorar. Inflação crescente comendo nossos tornozelos, miséria grassando, violência aumentando, sistemas em colapso. Governo que continua testando nossa paciência de uma forma nunca vista. Entrada de ano eleitoral, com personagens surgindo e sem propostas viáveis para qualquer via de direção.

Uma grande campanha agora seria “Vamos salvar 2022”. Mas pelo visto vamos ter de apelar mesmo é para Todos os Santos, e em nome de nossa saúde mental.

Ou você ainda não reparou que está todo mundo meio que pirando por aí?

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Marli GonçalvesMARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto.  (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br

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ARTIGO – Confusão geral, teu nome é Brasil. Por Marli Gonçalves

Os Trapalhões, os mais reais que poderiam existir, estão entre nós. Pior, no governo, mandando e desmandando. Nos deixando lelés. Duvido que você já tenha visto tanta confusão junta, ao mesmo tempo, em todas as direções. Tantas mentiras, literais trapalhadas, falta de rumos, interferências indevidas, prejuízos gerais.

confusão

Na geral dá aquela esquisita sensação que tudo quanto é desgraça, notícia ruim, acontecimentos estranhos têm a ver com essa situação geral. Gente, até tubarões aparecendo no litoral. Pernambuco? Não! Em São Paulo. E machucando gente no rasinho. Chuva de poeira. Florestas sendo destruídas. Populações dizimadas, fome, miséria, números bons caindo; números ruins crescendo. Muita coisa está fora da ordem. Inclusive nossas cabeças vivendo tudo isso.

“Os Trapalhões” estão entre nós. Os Trapalhões metem o nariz onde não são chamados. Onde são chamados, inclusive nas urgências, não aparecem nem para dar explicações – já que não as têm, óbvio. Está alucinante a absurda forma com que esse governo federal vem tratando todos os temas, e a loucura acaba se espalhando por todo o território, nos levando a um tempo cada dia mais terrível, vergonhoso, inacreditável. Violento.

Um fala, o outro nega; um decreta como se fosse a Casa da Mãe Joana, sem consultar quem de direito que reclama e fica no ar. Todos os dias revelações de malfeitos ou de desleixos, mas são tantos e tão numerosos que nos dias seguintes acabam soterrados por outras de fatos ainda mais absurdos, o que impede a resolução daqueles lá atrás. E assim vamos indo, e num ensurdecedor silêncio e desorganização social. O Trapalhão-mor vocifera bobagens por onde anda, seja no Oriente ou Ocidente.

Senão, vejamos, só essa semana: vacinação e Enem.

Vacinação: porque que acaba aparecendo uma boa pulga atrás de nossas orelhas? Alguém está ganhando com isso? Sabe aquele governo negacionista que atrasou a compra de todas as vacinas e que só depois de muita pressão mexeu a bundinha e agora quer, como diria o Gil do Vigor, se regozijar em cima disso como se tivessem virado os mais competentes do mundo? Pois bem, a vacina de uma dose só que parecia perfeita já não é mais – tem de tomar mais uma e da outra. A outra também precisa de mais uma. E a primeira, do Butantan, que foi a pioneira e que tanto ajudou, fica esquecida porque o cara lá não gosta do cara daqui. Aquela que teria tecnologia fornecida para ser produzida aqui, cantada e divulgada em verso e prosa pela Fiocruz, necas de pitibiriba.

A Anvisa reclama que não vem sendo consultada. Os prazos são mudados de acordo com o humor de alguém no Ministério da Saúde. Uma hora, depois de seis meses, outra, depois de cinco meses, para o reforço; segunda dose já foi de três meses, agora já nem sei mais, qual de qual, quando. Os governos estaduais e municipais acabam correndo atrás para atender, muitas vezes sem nem ter as doses das vacinas nos seus postos. Casa da Mãe Joana é pouco.

Fora isso, cadê o plano de 2022? Onde estão os contratos? Vamos ter um novo plano de vacinação ou será novamente a loucura que já vivemos? Vai comprar de quem? Já tem contrato? Já estão reservadas? Estão vendo, acaso, que o mundo inteiro está em pânico? Conseguem acompanhar o perigo do relaxamento geral? Vamos fazer um samba para o Carnaval? Olê, olê, olê, olá! Dingobel, olha o Natal. Isso vai longe ainda.

Enem: 37 servidores pedem demissão e afirmam que as provas estão sendo manipuladas. Repito, 37, trinta e sete. O tal ministro pastor de risinho sarcástico que comanda a pasta da Educação, servil, apoia o que o ser vil falou de agora o exame estar com a cara do Governo. Deus nos livre! O nome disso é claro: Censura.  Interferência. Desmonte de tudo o que funcionava de alguma forma. Até no Censo estão querendo meter o bedelho nos questionários.

Bate-cabeça. Com tudo isso, quem consegue deitar o cabelo em paz? Me digam. Quem?

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ARTIGO – 2021, o ano que tanto desejamos. Por Marli Gonçalves

Nunca, creio, pelo menos desde que nasci, e isso já faz tempo, desejamos tanto um ano realmente novo e que ocorra uma mágica –as coisas sendo resolvidas, a pandemia controlada e que uma luz de consciência se abata sobre os governantes. Ou, então, que eles sejam abatidos, pelo nosso bem.

Vamos lá. Concentre-se. Minha ideia é que use aquela horinha mais sua, mais preservada, em que esteja nu, despojado, só você e a água do banho, seja de chuveiro, banheira, latinha, balde, bidê, canequinha.  Reflita. Pensa o quanto queremos nossas vidas de volta e o quanto estamos tendo por aqui dificuldades impostas por maníacos e pela ignorância para conseguir obter isso, além de tudo o mais. Ajude-nos a desejar com ênfase o fim dessa verdadeira guerra em que nos encontramos, diferente de outras, mas tão mortal quanto, e que já chega a 1,7 milhão de mortes em todo o mundo. 185 mil vidas perdidas só aqui no Brasil, e isto contando só oficialmente.

Temos de virar essa página, o mais rápido possível, e do jeito, a realidade e forma que as coisas andam, diariamente tantos desatinos, erros, “bate-cabeça”, teremos mesmo de apelar a algum outro plano. Aliás, outros planos, muitos, reais e espirituais.

Hoje estou querendo focar no espiritual. Sempre ouvi falar da força da mente humana e acredito que aqui, entre meus queridos leitores, poderemos fazer uma boa e positiva corrente para testá-la.

Que as crianças – aliás, não só elas, mas todos os que querem e precisam aprender – possam voltar sem medo às escolas, universidades, bancos escolares, que esse ano perdido precisa ser recuperado e já temos tantas deficiências nesse setor Educação.

Que os palcos possam voltar a brilhar, com arte, beleza e espetáculos que possamos ver e sentir além de telas de computadores e celulares que por mais que se tente não têm a menor graça.

Que todos possamos voltar às ruas, seguros, pelo menos quanto à essa maldita doença, já que outras formas de segurança ainda demorarão, disso não temos dúvidas. Que haja trabalho e prosperidade.

Que os idosos possam voltar a viver seus dias ao lado de quem amam, recebendo cuidados de suas famílias, beijos e abraços.

Aliás, que todos possamos de novo receber carinhos, beijos, abraços, ver os sorrisos, namorar. Que as mulheres possam procriar sem que os meses de gestação sejam de agonia e temores como vêm sendo. Que possamos nos tocar, ter prazer. Sem ter que sair desinfetando tudo.

Que os jovens possam sair, divertir-se, dançar até o chão – mas bem que eles podiam deixar esses bailes funk caírem em desuso por tanta perturbação que causam. Tantas opções poderão se abrir!

Que a Ciência, a razão, o bom senso, a Justiça prevaleçam sobre as trevas que tristemente encobrem nosso país e nos envergonham diante de todo o mundo.

Que as fronteiras se abram, e todos possamos viajar para lá e para cá. Quem foi, possa voltar. Que as portas de nossas casas novamente se abram para receber quem amamos.

Não. Não teremos Carnaval, o tal, aquele de escolas de samba, blocos nas ruas. Mas faremos um desses bem grande assim que conseguirmos a vacina que ainda pretendem nos negar. Ah, aí sim, dançaremos nas ruas como se não houvesse amanhã, mas haverá.

E pelo andar da carruagem, se tudo der certo – e vai dar, porque somos mais – logo nos encontraremos nessas ruas em protestos que precisam ser feitos e que estão apenas represados enquanto eles se aproveitam da fragilidade que tentam perpetuar, porque só assim poderiam continuar se mantendo.

Concentre-se. Vamos! Deseje.

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mARLI

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ARTIGO – Os normais dias seguintes. Por Marli Gonçalves

 

 À esta altura você já deve ter se dado conta – assim como eu – de como é dura a realidade dos fatos, e que ano após ano a gente acredita que eles vão mudar como mágica à meia noite de um Ano Novo. E assim levamos a vida, dia após dia.

Teve mais uma vez quem pulou sete ondinhas, vestiu branco, saiu carregando uma mala em volta do quarteirão para chamar viagens, comeu lentilhas, chupou caroço de romã. Fora a calcinha, que essa é de praxe. A minha deste ano foi amarela. E a sua? Ah, você usa cuecas? Coloridas? Acredita que já tentei praticamente de todas as cores nessa longa vida? Testei até não usar. Nunca veio, nem o amor da vermelha, nem o dinheiro da amarela, nem…  Esse ano para o ano que vem, andei pensando, vou tentar a verde, da esperança. Qualquer coisa direi que estava lutando pelo meio ambiente, contra o aquecimento global, pela legalização, coisas assim…

 Tem também a de acender velas, tomar passes, oferecer oferendas, de não comer nada que cisca pra trás, e o que mais? Banho de ervas? Roupa nova? Estourou uma champagne, viu a rolha voar, com aquele estampido bom, abraçou e beijou quem estava por perto, e assim foi a tal noite feliz – sempre acho que é essa a Noite Feliz, não a de Natal, sempre mais envolta em tristezas.

Espero que não tenha acreditado na possibilidade de fogos de artifício não terem barulho. Balela! Só o dia que forem apenas virtuais, projetados, e acredite, a gente vai odiar. Nada como vê-los como são, sempre foram, explodindo em cores, formatos – aquele momento, aqueles poucos minutos especiais em que viramos crianças de novo.

Fez lista de decisões? Escreveu ou ficou só na cabeça, na intenção? Aliás, já pensou ou olhou para ela nesses poucos, mas longos dias, que já correram e ocorreram de forma assustadora? Devo perguntar ainda se já desistiu de algum item e sacou que tinha exagerado, exigindo muito de você mesmo. Acontece. A gente se promete cada coisa!

Ano após ano parece que tudo se acelera, e que os efeitos de Ano Novo estão cada vez mais efêmeros. Antes, aliás, costumava-se dizer por aqui que o ano só começava depois do Carnaval, mas já faz algum tempo que isso mudou, creio que desde que a globalização se instalou de vez entre nós, fazendo o país acelerar para não ficar mais trás ainda do que já está. Fica aí esperando, sem fazer nada, trabalha não, pra ver se as coisas caem do céu.

Bem, você também já ter conferido: que eu saiba, não ganhou a tal Mega da Virada. Esse ano, joguei – e eu nunca jogo na loteria, mas a mulher do horóscopo falou que podia ser, que havia propensão, probabilidades. Não custava nada acreditar. Um ponto, e olhe lá, em cada aposta.

Enfim, as rédeas do destino a gente até segura, mas o cavalo empina sempre em mais direções do que a vã consciência pode explicar. Passou a meia-noite, e já na outra meia-noite estávamos preocupados com o luto da guerra, com o que os dirigentes mundiais se divertem, com os botões que apertam, as ordens que gritam, com as bobagens que proferem aos borbotões, isso sim. Descobrimos ou lembramos que não somos os únicos agentes de nossos caminhos, onde inclusive andamos deparando com tantos seres do mal que dá vontade de nem sair de casa e passar o ano é gritando socorro.

Aguenta firme aí, temos mais 50 semanas. E pelo que já vimos, assunto não vai faltar.

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ARTIGO – Mergulhe. E volte sempre à tona. Por Marli Gonçalves

 

Talvez chova, talvez faça Sol. As previsões para 2019 são, um pouco como todas as previsões, poços de esperança para a gente mergulhar. O que encontraremos só saberemos vivendo, tentando manter a cabeça fora d`água para respirar. O ruim é que quase sempre tomamos um caldo no caminho

Lembro de pequena – na época era assim, na marra, a tal educação – minha mãe me levar para perder o medo do mar. Praia de José Menino, Santos, São Paulo. Até hoje penso no medo, e o que é pior, na forma com que ela, assim agindo, conseguiu foi me dar mais medo ainda. Num instante, me deu o tal caldo, mergulhou minha cabeça, certamente contra minha vontade. Foi horrível. Aquela água salgada que engoli, mas voltando à tona e reagindo. Levei anos, muitos, para me livrar desse medo, finalmente aprender a nadar, e mesmo assim não costumo me aventurar muito para longe do solo mais seguro, a areia.

Mas fiquei esperta para a vida, as marés, as águas salgadas, os mergulhos, tantos que ao longo da vida todos nós encontramos, e de onde temos de fazer tudo para sair da melhor maneira possível, mesmo que com alguns arranhões. Há um paralelo entre esse fato e tudo o que enfrentamos ano após ano, e que acaba sendo aprendizado de sobrevivência.

SEREIA NADANDOTemos de enfrentar, ir, mergulhar, percorrer, senão como saber? “Se não fui acho que deveria ter ido”; depois pode ser tarde. A vida é imprevisível tanto quanto pode ser. Penso se não é essa angústia que aparece nessa época, de final de ano, entrada de outro.

A gente pensa se vai de roupa nova, qual cor, a cor da calcinha, faz listas de metas e decisões, e revisa o que fez exatamente da mesma forma no final do ano anterior. Se alegra com o que obteve, repete na lista atual o que faltou, acrescenta desafios. Meia noite, uma hora da manhã por aqui nesse horário de verão que muda o tempo, depois de saber que o resto do mundo já chegou no Ano Novo. Corre! Depois de poucos dias, engolidos pela realidade, algumas metas passam a ser de tempos menores, um mês, uma semana, 24 horas. Nadando para alcançar alguma margem segura.

Lá vamos nós. Será um ano de novidades, especialmente pela chegada de um novo governo com muitas pessoas diferentes das habituais, e das quais temos poucas referências, e algumas que temos são bem preocupantes para quem já tomou um caldo. Já teve a cabeça mergulhada. Resta apenas que a gente espere. Mas agora, com mais segurança, com a sabedoria de quem já viveu para ver e até pouco se surpreender com o quanto tudo ainda pode ser possível. Pro bem e pro mal. Mais: com esperança e olhos abertos. Otimismo e olhos abertos. O de sempre e olhos abertos.

Outro dia me toquei que logo entraremos nos Anos 20 deste século, quando há pouco falávamos apenas sobre a história dos Anos 20, 30 do século anterior, sobre aquelas conquistas, os comportamentos, as guerras, a arte. Como passa rápido a existência!

Vamos a ela.

Que os próximos trezentos e tantos dias sejam de Paz, boas notícias, que não percamos nunca a força de enfrentar a maré e voltar à tona. Inclusive fazendo ondas, inventando modas e nos reinventando.

ANIMERMERMAID

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Marli Gonçalves, jornalista – Um beijo em cada um, e a certeza de que estaremos juntos acompanhando o horizonte.

São Paulo, do futuro, e do passado e do presente, 19

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#ADEHOJE, #ADODIA – O PLANETA GRITA POR ATENÇÃO. TRISTEZA NA INDONÉSIA.

#ADEHOJE, #ADODIA – O PLANETA GRITA POR ATENÇÃO. TRISTEZA NA INDONÉSIA. E O NATAL, AH, O NATAL!

 

 

Está ouvindo? O planeta grita por atenção. O calor insuportável, o frio cortante. As chuvas torrenciais, vulcões eclodem. Terremotos, maremotos, centenas de mortos, desaparecidos na Indonésia, sem que ao menos tenham sido alertados por qualquer alarme antes do maremoto devastador que houve por lá – e ainda há perigo de que outros venham. Os governos não se preparam, todos continuam pouco se importando com o clima, com os ataques à natureza. O que podemos fazer de melhor? É um pensamento para esse Natal. Entre outros que precisaremos ter, positivos, para que tudo não desande de vez.

ARTIGO – Comunicação do além, para além de nós. Por Marli Gonçalves

Entre as coisas que vêm mudando com rapidez assustadora está a comunicação. Total. Entre as pessoas, entre elas, para elas, e até com os astrais superiores. As autoridades também andam inovando, mas pensa: eliminam intermediários muito mais apenas para não serem contrariados.

Começou com aquela tal vela automática, eletrônica, nas igrejas, aquela da luzinha que acende quando você põe a moeda na máquina. Sempre achei esquisito. Ainda não descobri como andam pagando promessas nas igrejas, aquelas promessas que usavam velas do tamanho das pessoas a serem protegidas. Mas também tem – e aí nem precisa sair de casa ou do celular – dezenas de apps, aplicativos, de promessas, de palavras confortantes, todas as religiões entrando na era digital. Você também pode acender velas pelos sites, fazer pedidos e até rezar o terço. Imagina a capacidade instalada do servidor de Deus! Será que Ele também sofre com a lentidão, com downloads, muito tempo diante da tela? Que equipamentos usará? Será que visualiza as nossas mensagens? Bloqueia, responde correntes? Certeza é que não atende aquelas ordens de “REPASSE SEM DÓ”, geralmente mentiras cabeludas que toda hora querem que a gente passe para a frente, e também deve odiar receber vídeos e áudios sem noção.

Mas não parou aí essa mudança. Logo viveremos só com as nossas telas. O mundo digital causa uma revolução no nosso dia a dia, atinge o relacionamento humano interpessoal. A eleição demonstrou de forma cabal coisas que há pouco nem imaginaríamos ser possíveis.

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Por exemplo, brigamos com “amigos” que nem conhecemos, nem chegaremos nunca a ser na vida real. Ou nos juntamos a grupos enormes que pensavam como nós, acreditando piamente que fazíamos a diferença, como em um protesto monumental. Concordamos, seguimos, conversamos ou batemos boca com robôs. Aliás, não há como esquecer que agora compramos roupas e várias outras coisas de vendedores virtuais; podem até ter nome, mas não existem. Isso porque não faz muitos anos a gente só reclamava de “não ter gente” que nos atendesse quando telefonávamos para reclamar de alguma empresa. Disque 1 para isso, 2 para aquilo, 440 para nos xingar, e … 9! – Se quiser falar com algum de nossos atendentes, que poderão, claro, deixar a linha cair e você precisar fazer tudo de novo, essa sim uma verdadeira via crucis.

Não por menos agora a moda seja a comunicação de tudo, vai, me diz se não é verdade, de tudo, sendo feita via redes sociais. O Twitter é o predileto dos políticos que anunciam o que bem querem, o que pensam e muitas vezes nem pensam para escrever, o que fazem muitas vezes em alterados estados na madruga…e depois do rolo, correm para apagar. Outra coisa que também é digna de nota: escreveu, não leu, o pau comeu, ou seja, não dá mais para apagar. Em algum canto do planeta alguém copiou, printou, fotografou, guardou, salvou, arquivou e vai esfregar na cara de quem disse que não disse, na primeira hora que for possível. Por enquanto a única saída é alegar que foi hackeado, que teve o computador invadido e as contas usadas.

O novo governo já é especialista nisso, começando pelo presidente eleito e seus replicantes. Jair Bolsonaro anunciou os componentes do governo, debateu, critica quem quer, opina até sobre o que não perguntaram. Ainda. Manipula a informação. Ele é quem pauta, e só, claro, o que lhe interessa. Qualquer hora publicará uma foto pondo a língua para fora ou dando “uma banana” aos jornalistas, a quem vem sobrando apenas correr atrás dos caracteres já publicados, das migalhas. Tudo muito igual o Trump, nos Estados Unidos, que parece mesmo ser o ídolo máximo do nosso novo governante.

Incentivamos com nossa curiosidade. Porque por isso ganham a cada linha, cada foto, cada #hashtag publicada, por livre e espontânea vontade acompanhamos tudo de celebridades e subcelebridades. Sabrina Sato nos fez sentir até a dor do parto de sua primeira filha, Zoe. Novidade mesmo foi essa do João de Deus que, para satisfazer seus desejos e, obviamente, seus problemas de ejaculação precoce, alegava que seu pênis era uma espécie de antena com o além. Só se concentrava, sem precisar de equipamento.

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Marli Gonçalves, jornalista – Desejando tudo de bom a todos e que o ano que vem essa nossa comunicação virtual alcance todos os sinais e que continuemos unidos, na realidade, pelo que melhor e mais nos faça feliz.

Brasil, quase… 2019.

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noel

 

#ADEHOJE, #ADODIA – VEM CHEGANDO O VERÃO. DEIXEM NOSSOS COSTUMES EM PAZ

#ADEHOJE, #ADODIA – VEM CHEGANDO O VERÃO. DEIXEM NOSSOS COSTUMES EM PAZ

 

 

OLHA SÓ. Vai ser complicado, porque a partir de janeiro assumirá o poder toda uma turma absolutamente heterogênea. Uma equipe e eleitos com cabeças retrógradas, ideias conservadores e o que é pior, ideias malucas. Por exemplo, essa do tal Osmar Terra – atenção que eu acompanho esse aí faz tempo e só pensa e fala bobagens desconectadas da realidade – que quer limitar a venda de produtos alcoólicos. Ele é totalmente contra a legalização das drogas, e não tem noção do assunto. Mas quer aparecer. Era o que nos faltava: uma lei seca. Como se fosse assim, passe de mágica. Precisaremos ficar bem atentos à essa turma que quer mexer com costumes. Creio que aí estará o grande foco de tensões do futuro governo. Vem chegando o verão e já tem gente queimada.

ARTIGO – Ser mutável. Por Marli Gonçalves

Pablo Picasso. Femme Assise Accoudée. 1939

 

Chegou dezembro, com os seus ho-ho-ho, luzinhas piscantes coloridas, árvores enfeitadas e renas estilizadas despregadas de sótãos, porões e garagens onde se abrigaram empilhados durante todo os outros dias. Todo mundo se programa até para o que vai comer no fim do mês. Tempos complicados para os seres mutáveis que só querem a alegria de volta nos dias seguintes que chegarão ao ano que vem

Acho lindo e respeito quem tem condições de se organizar, planejar metodicamente todos os passos adiante, preparar até o pé-de-meia. Principalmente em um momento tão atribulado como o que passamos aqui na terrinha.

Nunca consegui. Fora isso, tenho horror, sempre tive, a compromissos agendados com muita antecedência. Nem aniversário, o meu, gosto de comemorar, marcar nada, porque no dia posso, e vai ser normal, eu não querer ir, e tem uma certeza que sempre tive: o dia é meu, faço o que quiser, embora quase sempre passe mesmo na mesma, trabalhando, que é o que tem para hoje e o que quase sempre ocorreu nos dias 8 de junho. Manter a cabeça fora d`água para continuar respirando. Exercitando a apneia quando tentam te dar um caldo, e você quer tentar emergir.

Ser mutável, pensa, não é fácil não. E Deus me fez mutável. Veja que isso também não quer dizer que seja ruim, ser mutável também é ser versátil, variado, e até volúvel. Adoro.  É, mais ainda, não ser uma coisa só, birrenta, que fica batendo pezinho muito tempo. Não deu, não deu, vambora, vambora.

vamos achar o Norte, o Nordeste... e mudar o IrãPor mim realmente os dias seriam sempre diferentes, cheios de novidades e aprendizados. Eu teria o luxo de poder usar inúmeras personalidades, exercitar todos os meus alteregos inclusive visualmente. Escrever como diferentes personagens, nomes e pseudônimos. Não desisto de conseguir essa liberdade verdadeira um dia.

Só que a realidade é dura. A gente não vive só com a gente, convive e depende de outras pessoas, dos acontecimentos, das compreensões, e estas teimam em podar os ímpetos, ou querendo impor tudo dentro da rotina, uma coisa engessada. Confortável para eles.

Até mudar de ideia anda complicado, com esse bando de gente de um ou do outro lado do rio, nas margens; e poucos navegando nas fluidas águas do futuro.

Dezembro chegou, e com ele todo o rol daquelas coisas que todo ano se repetem, novamente todo mundo contando para onde vai, perguntando para onde você vai, correndo para ser bonzinho, e também para mandar para cima de outro alguém tudo o que podia ter sido feito durante todo o ano. Começa o corre-corre. Os apelos, e com eles, a tristeza, a sensação de vazio e decepção. As revisões.

No Brasil desses dias, em que estamos em suspensão – não negue, porque ninguém tem condições de saber no que vai dar tudo isso, o novo Governo, o novo presidente e sua saúde, as pessoas que estão sendo instaladas nos locais, as decisões que dão dois passos para a frente e três para trás – seres mutáveis como eu sofrem muito.

Queremos pensar positivo, manter o otimismo, além, mas sempre surgem obstáculos, incertezas que nos amarram numa angustiante mesmice, dependências que tiram a paz de qualquer atitude criativa. Afinal, se não dá para pensar nem no dia seguinte, ficamos tolhidos, tentando acertar o passo, com medo de cair nos inúmeros fossos destampados, do qual não param de sair e surgir assombrações e ameaças.

Não dá para viajar. Nem em pensamento. Mas dá para se distrair um pouco. Por isso – só por isso – é bom ser mutável.

mudanças

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Marli Gonçalves, jornalista – As gravações do meu programinha de um minuto – #ADEHOJE, #ADODIA (acompanhe! Estrelando nas redes sociais e nos nossos sites) – pelo menos têm me ajudado a cada dia poder pensar diferente sobre os fatos.

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Fim de ano, 2018


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ARTIGO – Consulte aqui nossas previsões certeiras. Por Marli Gonçalves

Conjecturas, suposições, adivinhações, augúrios, palpites, prognósticos, profecias, presságios, vaticínios, pressentimentos, predições. E, claro, um pouco de obviedades, sinais, indícios, palpites, estimativas. Com precisão, precisão mesmo, não dá nem pra prever o tempo que fará daqui a pouco, mas a gente quer sempre saber mais pra frente.

2018: qual vai ser a do ano? Fui dar uma olhada. Aliás, eu, você, milhões de pessoas nesse momento tentando achar os fios de otimismo que possam costurar nossos retalhos de vida. Nos dar alguma confiança, esperança, forças, ativar nosso otimismo que foi bombardeado nos últimos tempos. Saber se vamos amar e ser amados, se será mais fácil ou difícil, que riscos correremos. Adoraríamos poder quebrar as surpresas para que elas não nos surpreendam, pelo menos não tanto. Até porque se soubéssemos mesmo o futuro, se nos fosse dado esse poder, iríamos brigar tanto com ele, interferir tanto, que de nada adiantaria. Assim é o destino, que traçamos dia a dia.

Por isso não é bom ficar atentando. Dizem que só se deve buscar essas predições – principalmente as pessoais – com videntes, bruxas, magos, seja quem for tão iluminado que você acredite ou pague para ouvir, com intervalo de, no mínimo, seis meses. Justamente porque tentamos ir ao encontro ou delas desviar, e mudamos tudo. Igual entrar numa rua em vez de outra, escolher uma estrada. Tudo o que passamos os dias a decidir. Pensa: quase tudo poderia ser mudado de um segundo a outro, de um minuto a outro, um dia, um mês. Um ano.

Essa é a realidade, jogada por búzios, cartas de baralho, pedrinhas ou palitinhos. Calculada pela Numerologia. Antevista em bolas de cristal, ou na difícil interpretação do I-Ching. Haverá sempre significativas mudanças políticas, sociais e econômicas nesse mundo em constante mutação. O meio ambiente gritará por socorro da única forma que sabe, em catástrofes, já que seus apelos lentos e silenciosos não fazem mais efeito.

Muita gente nascerá. E muita gente morrerá, inclusive algumas personalidades, aquelas pessoas que são mais notícia que outras, e mais uma vez teremos a sensação de perder gente boa com os ruins ficando. Em geral, quando as pessoas morrem, imediatamente conseguem a redenção de suas falhas, dependendo de quem são ou foram. De herança, ficarão os registros de seus feitos no Google e os seus perfis nas redes sociais se ninguém puder apagá-los.

Sobre se a gente vai ganhar a Copa do Mundo, quem será eleito, preso, julgado, condenado, quem vai ganhar o Carnaval, qual será a situação econômica, qual cura será encontrada, as dezenas de videntes, cartomantes, astrólogos, esotéricos e afins que li se dividem bastante. Dizem que estaremos nas ruas protestando, bateremos panelas novamente, que novos atos terroristas ocorrerão. Claro que o Trump vai fazer “trumpices” brincando de guerra com a Coreia do Norte e com o Oriente Médio. Enfim, tudo o que é óbvio ocorrerá.

Contudo, busquei os fatos incontestes desse ano que chega, e que você poderá usar de acordo com seu entendimento, fé, crença. Às 13h15 de 20 de março, Saturno, bem cansado, passará o bastão para Júpiter. É o maior planeta do sistema. Por isso tudo será grande, explicam. Interessante…

16 de fevereiro, o Ano Novo Chinês chegará latindo, sob a regência do Cão – Cão de Terra, para ser mais específica. Ficará de guarda até 5 de fevereiro de 2019. Lealdade, vigilância e conquista são suas marcas.

O grande Xangô, da Justiça, governará nossas cabeças. Mas será auxiliado por Yansã, Nanã e Exu, numa combinação nada comum, que até para santo arrumar essa bagunça do ano que se vai não será nada fácil.

Creio que também poderemos ajudar. Feliz Ano Novo! Boa Sorte. Em branco, dourado, na cor que puder pintar esse mundo.

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  Marli Gonçalves, jornalista – Ah! Esqueci-me de mencionar que a China avançará a passos mais largos ainda para se tornar a maior potência mundial e o que pode modificar o eixo do planeta. Tá bom pra você? Consulte a “Mãe Marli“ todas as semanas para saber mais.

 

 2018, a gente está aqui agoniado esperando você ser melhor

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ARTIGO – A espera é difícil. Por Marli Gonçalves

esperaJá percebeu? Passamos a vida a esperar. No final de ano, nessa época, fica ainda mais patente porque mostra que todo o tempo esperamos. Ainda mais e demais de tudo e de todos, de todas as coisas, dos dias que virão, e até de nós mesmos. E depositamos esperança, que nada mais é do que esperar o algo que mais desejamos. Contagens regressivas diárias que fazemos às vezes até meio distraídos; algumas esperas até impulsionam quando possível, aceleramos para tentar chegar ao seu fim o mais rápido possível, quando então se transformarão em realidade – e isso é sempre muito concretoespera-1

O compasso da espera – essa pausa que, em uma orquestra, se aguarda a vez de o instrumento entrar e participar da música entoada. O difícil é preencher esse vazio, atento, para não desafinar, entrar na hora errada, estragar tudo. A espera é prima-irmã da angústia. Mãe da ansiedade. A espera não contém certezas.

Continuo escrevendo para você sentada em uma cadeira azul, ao lado de uma cama de hospital de onde ainda não consegui arrancar meu pai. A cadeira é só um pouco mais confortável do que a anterior, já que agora ele foi transferido para outra enfermaria.

Em hospitais, por exemplo, a espera tem uma dimensão fantástica. Esperamos melhoras, a eficácia dos medicamentos, diagnósticos mais precisos, a passagem das longas horas dos compridos dias e noites, que as nossas orações alcancem os céus, a cura, que vençamos os embates e os jogos mortais. Todos aqui especialmente esperam. Talvez daí, pelo menos neste onde me encontro, tantas filas, uma das maiores e mais comuns expressões e formas de espera.

10, 9, 8,7,6,5,4,3,2,1…a contagem regressiva para o Natal. De novo, 10, 9, 8,7,6,5,4,3,2,1…e lá vai o ano acabar e chegar outro; dele se esperam soluções para nossos desencantos e a realização de nossos planos. Meia noite. Poucos lembram que, se essa mágica fosse mesmo eficaz, a passagem de um minuto a outro em alguns estados onde vigora o horário de verão a faríamos uma hora depois.

Pouco adianta dizer que na sequência continuaremos esperando tudo da vida. Esperaremos sentados ou em pé. O Sol e a chuva, o calor e o frio. As estações e as grandes datas; os feriados.

Esperaremos muito das pessoas; ou menos. Esperaremos as pessoas certas, e as ocasiões para cada uma delas. Os dois lados da moeda. Seu amor vir te ver.

Esperando uns governos melhores e um país, enfim, minimamente decente, terra da qual possamos nos orgulhar.

Continuaremos contando com a boa vontade, a solidariedade, a proteção divina, algo que teremos como certo ou provável, uma chegada ou partida. Esperando uma brecha, uma oportunidade, reconhecimento de algo que talvez seja como sempre esperamos.

Esperar é esperança. Essa virtude que almeja a vida eterna e o reino dos céus.

Os nossos atos que depositamos na mão de Deus, esperando que ele os julgue e decida o quanto precisaremos esperar para sentir Sua glória.

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20160813_143252Marli Gonçalves, jornalista As mãos em oração, como a pequena esperança verde quase transparente que se esconde nas plantas, mexe suas antenas e parece sempre implorar misericórdia.

São Paulo, Feliz Natal a todos, e que 2017 seja ao menos um pouco do que esperamos

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ARTIGO – Prepare seu coração. Por Marli Gonçalves

boygirl3Dtoons_onRollerCoaster_169x169_anigraphics-rollercoaster-600814Sim. Calma. Respira. De novo. Vamos. Não adianta se desesperar. Ainda teremos emoções bem fortes pela frente nos próximos seis meses. Sim, já se passaram seis meses, a metade, deste ano. Incrível, não pode ser só eu que acha que o tempo está voando sob nossos pés. Feliz segundo semestre de 2016!

Aos trancos e barrancos, descendo e subindo ladeiras, tropeçando, prendendo a respiração, arregalando o olho, prestando atenção, pulando poças, se desviando das flechas. Vai mesmo parecer corrida de obstáculos, labirinto. Ou trem fantasma. O que já está seguro: temos de enfrentar os dias de cabeça erguida. Me dá sua mão. Eu preciso de uma mão.

Já se deu conta? Vamos indo juntos, pensando. Primeiro, algo suave, as estações. Meses de inverno com frio. Frio, que até a gente tinha se desacostumado. Previsão de tempo seco, nada de ficar se esquentando debaixo do chuveiro. Vai passar também toda uma primavera, daquelas, para que a gente sempre acredite que ela traz coisas boas, novas, coloridas, amorosas, perfumadas, belas.

Lá pro finzinho do ano, que a coisa vai ficando quente (ou fria, depende; mas me refiro à coisa), chegará o verão e suas modas. Engatilhado, o Natal, o Ano Novo, a vontade de pensar só coisas boas e otimistas, roupinhas brancas, e todas aquelas palavras e gestos de todos os anos, com hohoho e tudo.

Mas antes vai ter muito protesto, muita manifestação, muito barulho por tudo e por nada, que agora a gente gostou de ir para a rua, de vermelho ou de verde e amarelo, carregando plaquinhas. Tem a votação do impeachment no Senado, os julgamentos pendentes nos tribunais superiores. As ruas vão fazer pressão, queda de braço, ver quem grita mais alto. Os jovens estão sedentos por causas, e só não temos mais tantas greves porque para ter greve precisa ter trabalho e isso anda bem escasso. 14 milhões de desempregados em todas as faixas podem ocupar um país, acabar de pará-lo, puxar o freio de vez, deixando a marca no asfalto.

Tá bom, vou maneirar, refrescar um pouco, e lembrar que teremos quatro feriados nos próximos seis meses: 7 de setembro, 12 de outubro, 2 e 15 de novembro. Sim, verifiquei; caem em dias da semana, para serem enforcados. Esquece o Natal que esse vai cair no domingo.

Voltando à nossa conversa, todos os dias dos próximos seis meses ouviremos falar as mesmas palavras como uma cantiga: João que delatou Maria que delatou o Pedro, que contou que não sabia de nada. José preso; Francisco com tornozeleira. Antonio nega. Paulo condenado. Ao fundo só ouvimos contar os milhões, bilhões, desviados de algo que ao fim e ao cabo era nosso – fomos roubados.

No meio dessa cantação toda, ouviremos também obrigatoriamente a cantilena e os jingles de campanha para prefeitos e vereadores. 2 de outubro tem eleição. Não temos bons candidatos, mas temos eleição, e vamos ter que votar e uns serão eleitos. Obrigatório.

Está pensando que eu esqueci agosto? Como poderia? Deve ser votado o final da novela Dilma, e o fim do seriado Eduardo Cunha, para ver se enfim as peças se ajustarão melhor e algum futuro poderá ser previsto mais solidamente, que agora está no ar, como os devaneios e baboseiras. Spoiler: os dois serão varridos.091_snowjump_cat_gifs

E vamos todos estar com as mãos juntinhas rezando para que nada de muito grave ocorra durante as Olimpíadas, logo esse ano, por aqui, no Rio, na calamidade. De 5 a 21 de agosto, muita fé. Vale promessa, virar o sapo no telhado, subir no Cristo Redentor de joelhos, qualquer coisa. Só rezar para que não seja baixo astral coletivo. O mundo todo olhando para cá. Para lá.

Mal respiraremos saindo dessa e logo, de 7 a 18 de setembro, a agonia vai voltar durante as Paralimpíadas. Mais atletas, mais perigos, mais Rio de Janeiro.

O mundo todo, eu sei, estará bem ocupado. Vai ter dor de pescoço de tanto ter de se virar de lá para cá para assistir a tanta coisa acontecendo na Terra, quiçá no espaço, quiçá no subsolo, quiçá vinda do céu, ou invadido pelo mar que anda querendo se espreguiçar. Eleições doidas na nação mais poderosa do mundo, numa terça-feira, 8 de novembro, com competidores díspares e atitudes inusitadas em movimentos perigosos. O Reino Unido arrumando as malas para se mudar, morar sozinho. Bolsas sensíveis a qualquer movimento mais brusco. E o terrorismo à espreita com os delírios de suas virgens, suas proibições e dogmas em Estados e organizações paramilitares e religiosas.

Bem, então, como eu ia dizendo…. Prepare seu coração para as coisas que eu já contei.

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Marli Gonçalves, jornalista – A profissão que existe para contar as histórias dos dias que virão, tentando entendê-los. E ultrapassá-los, porque afinal falta pouco para virar o ano.

Réveillon do segundo semestre, mais uma metade, tim tim, 2016

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Artigo – Salve simpatias. Por Marli Gonçalves

trevoVai que eu sei que alguma você fez ou praticou nessa passagem de ano para ver se as coisas melhoram, ou que pelo menos elas não piorem. Não precisa contar. Pode ter sido das grandes, mais trabalhosas, porque precisaram ser premeditadas dado os seus componentes ou ingredientes. Todos os salamaleques necessários. Pode ter sido só aquela calcinha colorida, tudo branco, a cueca nova, as sete ondinhas. Alguma você fez.-peppers-562083

 Chegou um momento em que me peguei cansada. Querendo que a meia-noite chegasse logo. Meia-noite não, uma da manhã para ser mais precisa, porque não consigo esquecer que estamos no tal horário de verão por aqui, mesmo que o foguetório todo tenha sido explodido antes. 2016 em São Paulo chegou a uma hora da manhã. E, como eu ia dizendo, fiquei cansada, porque mal ou bem a gente tem sempre de fazer um monte de coisas antes do fim do ano, nem que seja só a comida. E compras, para não faltar nada porque tudo fecha. E mandar umas mensagens imprescindíveis cheias de otimismo. E atender as chamadas cheias de otimismo dos amigos.

No entanto, por mais que eu goste, e gosto, da passagem de ano, já gostei mais, muito mais. É como se estivessem conseguindo tirar da gente até essa esperança de renovação real. No momento seguinte, já no Ano Novo, descobrimos que tudo só é apenas um dia mais velho, acontecendo de novo. Acidentes, chacinas, enchentes, escândalos, hipocrisias, contas para pagar.

Revisão, avaliação, reavaliação, autocríticas. Há alguns anos não posso viajar, mas este ano percebi que sair um pouco pode ser mais legal justamente por distrair disso tudo. Veja bem: pegar uma fila quilométrica no pedágio, indo para a praia lotada e com chuva, às vezes até suportando pessoas, a família e suas indispensáveis crises, crianças, acomodações nem sempre ideais. Quem, com tudo isso, tem tempo para pensar muito na vida?

Tirei uns dias de relativa folga, relativa, porque jornalista não pode aposentar a cabeça. Descanso carregando pedra, como dizia minha mãe ao executar o monte de tarefas que só as mulheres conseguem fazer ao mesmo tempo, e que hoje de alguma forma sobraram para mim. Cantar, dançar, sapatear, e ainda equilibrar-se no salto. Pois bem. Uma formiguinha laboriosa, a imagem que vi. Arrumando armários. Tentando arrumar as ideias, limpar alguns cantinhos de pensamentos, de lembranças, de mágoas, muitas que a mim foram apresentadas e que eu nem imaginaria que conheceria.

E tinha, como dizia, também de executar as tais simpatias, duas ou três, talvez quatro, que resolvi adotar. Superstições como creem alguns. Mandinguinhas, para os exagerados ou crentes em outras paradas. Acho que com elas a gente aproveita – como símbolo – para pedir, desejar, e dar ordens ao cérebro – faça isso esse ano, faça aquilo, procure ser feliz, ganhar dinheiro, ter saúde, amar e ser amado, parar com tudo. Começar num sei o quê. Acontece também no aniversário, em menor escala, mas acontece. Só não tem é tanta simpatia para executar.

flutterGosto da ideia e da palavra: simpatia, simpatias. Tem simpatia para tudo quanto é coisa. Para pedir coisas boas e para afastar coisas ruins, mantê-las a boa distância. Para curar terçol, por exemplo, achei essa: pegar três grãos de feijão preto, passar no terçol e jogá-los para trás sem olhar. O terçol desaparecerá, eles garantem. Não conhecia essa, nem a da aliança de ouro quente passada três vezes. Só conhecia a da faca posta em cima por alguns segundos, e que já vi até resolver mesmo o problema.

Não fica triste se esqueceu ou se estava ocupado demais para fazer simpatias. O ano começou e a gente tem de enfrentar, trabalhar. Aproveita o Dia dos Reis, o 6 de janeiro, quando se desarrumam os enfeites, a árvore, as bolinhas e pingentes. Dizem que no Dia dos Reis o africano Baltazar, 30 anos, o asiático Gaspar, com 15, e o europeu Belchior, quarentão, são os primeiros a visitar o menino Jesus, já com seus quase 12 dias de vida, para levar presente: ouro, incenso e mirra. Na Espanha tem a tradição de as crianças deixarem sapatos com capim, pendurados nas janelas, como alimentos dos camelos dos magos, que retribuem com doces. E tem o Bolo de Reis, com a coroa de Reis, e uma fatia premiada.

Nesse dia, para mim, é hora da romã, das sete sementinhas. Chupadas e guardadas na carteira, para atrair dinheiro. É meio chato admitir, mas meus pedidos andam meio muito materiais nessa hora de crise no país que vivemos. Por via das dúvidas, também já comi lentilhas, tomei banho de louro, vesti amarelo, usei ouro.

A esperança é a última que morre.

Reis Mags_SergiopopSão Paulo, tudo de novo, que seja simpático, 2016

Marli Gonçalves, jornalista – – Quando cheguei na janela à meia noite do dia 31, achei o máximo: vi passando uma moça toda bem vestida, carregando uma mala, daquelas até bem chiques, perolada, com rodinhas, e dando a volta no quarteirão. Não acreditei. É uma simpatia para atrair viagens. Ano que vem, tô nessa.

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ARTIGO – Já que chegamos até aqui. Por Marli Gonçalves

ani-bb_newyearJá que chegamos até aqui vamos lá! Vamos atravessar a ponte que liga um ano a outro. Pergunto: daria para destruir esse acesso assim que acabarmos de atravessá-lo? Senão, tudo bem, que ele pode até ter sido bom para muita gente. Mas de uma coisa tenho certeza: você já está aí do outro lado se fazendo um monte de promessas, revirando o baú, apelando para todos os santos, pensando em quais rituais, simpatias e antipatias vai produzir para a passagem do ano.

Quem foi que disse que as coisas mudam assim, num passe de mágica, num estalar de dedos, assim que vira o ano, que muda o número? Mas é bom acreditar; faz bem ao espírito tentar se renovar para começar de novo ou terminar o que já vinha sendo feito, inventar alguma pirueta, propor algo para você próprio. Prometer coisas – para si ou para alguém – já não acho muito legal, porque já vem carregado da óbvia culpa do não-cumprir, essazinha mesma que bate agora no fim de ano e dá uma certa ressaca. A auto-cobrança da época é a parte chata. O mais engraçado é que a gente passa a vida nessa, se desafiando até. Nessas horas, agora, nesse vácuo de tempo entre Natal e Ano Novo, nesse último mês do ano, nos voltamos mais para nós mesmos, para esse mundo que carregamos junto, onde vivem os nossos mais livres pensamentos e desejos. Só o espelho nos conhece (ou pensa que nos conhece).homerflexinginmirror

 O legal de escrever é que você encontra com as pessoas – eu e você aí – nas horas mais diferentes, situações especiais e até íntimas. Principalmente pelo meio digital, onde pode ter ativado seu smartphone ou tablet de quase qualquer lugar. Posso estar aí agora. Onde quer que esteja, seja praia, campo, montanhas, pegando ondas bravas ou só fazendo chapchap em alguma piscina. Talvez passeando em alguma metrópole desenvolvida, ou alguma cidade histórica; em um safári ou em algum imenso parque de diversões. Aqui por perto ou muito longe. Pelado ou cheio de roupa para se aquecer de alguma neve que foi cavar. Escrevo para dar um oi. Ver se nos encorajamos juntos nesse 2015.graphics-happy-new-year-295780

 Espero te encontrar com mais saúde, se você acaso está lendo agora, meio mal ou numa beira ou numa cama de hospital. Que recupere as forças, não sofra nem sinta dores, estas pontadas que nos paralisam.
Como eu dizia, já que chegamos até aqui, vambora. Primeiro, aquele “ufa” coletivo, porque a coisa não tá fácil, anda pior que corrida de obstáculos. É violência, má notícia, catástrofe, péssima administração, descalabro político, atentado social, corrupa, corrupinha, corrupona por todo o caminho por onde a gente passa pulando. Estamos vivos.

Então, o que precisamos fazer é melhorar. O que exatamente eu não sei, mas você sabe.

 Tenho aqui minha listinha básica. No geral, listo coisas que, se feitas, e se souberem, vocês se orgulharão de mim – acho que até tenho me saído bem nesse sentido. Mas também tenho desejos de não ser o que sou.
Queria ser camaleão para poder me metamorfosear em determinados momentos, me protegendo de ataques, já que os inimigos não me localizarão e espero que nem em pensamento.

Queria ser vagalume para trazendo a luz em mim atrair a luz de bons olhares. E podem vir esses olhares, que espero gostosos, amorosos e até apaixonados.

Queria ser borboleta para fazer voleios ao seu redor. Ou uma joaninha para alegrar seu olhar e fazer você perder alguns segundos me fazendo passear entre seus dedos, até voar, toda prosa.

 Com tudo isso, só quero mesmo é que não me esqueça se tiver algo legal a dizer. Agradeço sua atenção.

São Paulo, amanhã será outro ano.

joaninhagil3Marli Gonçalves é jornalista – Tentando olhar sempre à frente

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Xiii! Chii! Os aeronautas vão parar, dia 20, a partir das 6h. Veja comunicado oficial

0007chat15Comunicado Oficial

Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA)

Prezados senhores,

  

Informamos a V.Sas. que a categoria dos aeronautas, em Assembleia realizada no dia 13 de dezembro de 2013, decidiu deflagrar uma greve ante o impasse criado pelas empresas aéreas representadas pelo sindicato da categoria econômica (SNEA) com a manutenção da proposta de não concessão de qualquer aumento salarial que represente um ganho real para a categoria, produtividade e outras vantagens postuladas pelos aeronautas na pauta de reivindicação e nas reuniões paritárias de negociação coletiva que foram realizadas até a presente data.

 

Diante disso, avisamos que o início da greve ocorrerá a partir das 6h do dia 20 de dezembro de 2013, por prazo indeterminado.

 

Esclarecemos que, embora o SINDICATO NACIONAL DOS AERONAUTAS já tenha definido previamente as condições necessárias para o integral cumprimento do disposto no art.11, da Lei 7783/89, isto é, garantia de 20% do efetivo da categoria, essa entidade sindical colocou-se à disposição do SNEA para discutir as atividades previstas no referido dispositivo legal até às 17h do dia 18 de dezembro de 2013.

 

Serve ainda a presente como COMUNICAÇÃO do início da paralisação nos termos do que dispõe o art. 13, da lei 7783/89 e para todos os seus efeitos legais.

 

 

Cordialmente,

 

 

SINDICATO NACIONAL DOS AERONAUTAS

MARCELO CERIOTTI

Presidente

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fonte: assessoria de imprensa do sindicato

ARTIGO – Vivi para ver: loucura, loucura, loucura, por Marli Gonçalves

mensen_dikkepsychicjDuvido-ó que você diga que não sente qualquer angústia nesta época de fim de ano, ou que consiga passar totalmente incólume pelos minutos finais do segundo tempo desse jogo. Ainda não inventaram, infelizmente, nenhum spray impermeabilizante contra essa temporada. Só nos resta sentar no balanço, e balançar muito a perninha, esperar que alguém empurre, enquanto discorremos mentalmente sobre nossas vidas e sobre o que o tempo fez

A esta altura já parece que uma locomotiva nos atropelou e o tique-taque não para. Por mais que a gente queira ignorar – porque esse clima de todo mundo bonzinho para ganhar presente do Papai Noel é de matar – não dá. É o trânsito. O lufa-lufa. O pega-pega. O corre-corre. O snif-snif. O empurra-empurra. O calor memorável que derrete o cérebro com seu vapor. A pressão de todo mundo querer tirar o atraso do ano todo, mas com o seu pelo, pedindo coisas para ontem. E tem as propagandas, apelos e musiquinhas, as inevitáveis vinhetas de tevê, cada vez mais falsas, porque os coitados também não têm mais o que inventar. Por mim, de tudo, só sobrariam as luzinhas decorativas que adoro ver piscando por aí.

Mas, como pouco adianta fazer balanço do ano, vamos fazer do tempo? A coisa está tão rápida, mas tão alucinadamente rápida, que até criança já fala em “antigamente”; daqui a pouco elas vão começar a escrever biografias contando como sobreviveram no mundo em que a gente as colocou.

woman2Quem imaginaria mudanças tão drásticas que veríamos nas últimas décadas? Mesmo aquelas pelas quais a gente pelejou passaram de nossa imaginação. Eu lutei pela libertação da mulher e pelo reconhecimento, pelos homens, de seu lado feminino. Mas pensei que não estaria aqui para presenciar homens tocando mulheres para fora das cozinhas, felizes com seus aventais, receitas e panelas. E, por mais otimista que seja a vida inteira, diria ser impossível ver tantas mulheres em postos de comando fundamentais, chefiando famílias, morando sozinhas, andando de mãos dadas e aos beijos nas ruas com outras mulheres.blkgranny

Homens passeando felizes com seus cachorrinhos/ totós (tudo bem que vários ainda aproveitam justamente esse momento para dar, digamos, “aquela” telefonada básica; antes, era no orelhão, agora, com os seus idolatrados celulares) ou carregando, faceiros, sacolinhas de supermercado. Lembro que isso, até há pouco, era a “morte”, e vejam que sou da cidade mais avançada do país e sempre morei na região onde nascem as tendências. Quem diria que eu veria os todo-poderosos machos passando cremes e etceteras. E tantos homens amando outros homens tão livremente. Muito bom.

musclesQuem diria que o poderoso Japão, onde imaginávamos o futuro, tenha sido ultrapassado pela China que se espalha, e ainda mantém seus rigores execráveis? Nem sei como ainda não voltaram a proliferar restaurantes da culinária chinesa como era antes da invasão dos sushis e sashimis.

Quem diria que veríamos a Europa pedir água?

mensenladyPor mais jovem que a pessoa seja há de se espantar, porque também conhece: 50 anos de Beatles. 50 anos de Rolling Stones. Meio século. É muito tempo. E, no caso dos Rolling Stones, os véinhos ainda dão um caldo e botam muito para quebrar, rock n`roll com suas bocas grandes, rugas e rusgas. Madonna, 54, já veio e já voltou. Prince, outros 54. Caetano, Gil, Milton, 70. Roberto e Erasmo, 71. Melhor parar por aqui para não causar depressão em mais ninguém.

Tanto tempo. Mas ainda não aprendemos que as guerras não levam a nada, que religiões não se misturam com política e poder, nem chiclete com banana.

Já conhecemos o violento e devastador poder de revide da natureza. Mas também não parece que aprendemos muito com isso.hillbill

Seguimos o caminho. Os dias passam, o ano que vem já tá aí. E lá no outro vai ter Copa. Andamos sempre com a cabeça longe, no futuro. Mas ainda não sabemos como lidar com ele. Muito menos o que fazer para chegar lá.

É isso que dá a angústia.

São Paulo, quase virando o velocímetro, 12-13Marli Gonçalves é jornalista– Nem em sonhos, antes, pensou que poderia praticamente ser um jornal inteiro. Que Niemeyer morreria. Que o Lula ser meteria numa encrenca dessas, e muito menos que seria tão covarde com uma mulher que parece ter amado.

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ARTIGO – Climão de fim de ano alerta

por Marli Gonçalves Cuidado. Não adianta mais nada agora. Ele está aí, nem digo para ficar, porque daqui a pouco já foi. Já entrou tudo, ou melhor, já saiu. Como passou rápido esse ano! Esse e os outros que nos deixam os cabelos brancos, ruguinhas, e a sensação de sempre, de que poderíamos ter feito mais e melhor.

Não ria. Conheço um monte de gente que faz igual. Chega dezembro e começa a fazer balanço do que deu para fazer e do que fez até sem dar, o que acontece com muita frequência. Fora os planos que vêm sendo carregados, tal qual fardos – ano após ano – no papel ou no âmbito das frustrações. Tem quem goste de tudo isso, e não é o meu caso, que acho um porre essa época e todos os salamaleques, obrigações e sentimentos que se dispersam na primeira esquina. Todo mundo fica bonzinho – deve ser resquício de quando precisávamos nos comportar para ganhar presentes de Papai Noel, para passar de ano, para o papai-do-céu nos perdoar. É o povo se fazendo de bobo para viver, como se dizia.

Este ano tudo chegou antes: as árvores, as luzinhas. O climão. Quando vi a rua já estava coberta de apelos natalinos, com a visível predominância – repare – de bolas, aquelas frágeis que eu não sei como chamam, e que a gente dependura nos galhos, brilhantes, coloridas, de vários tamanhos. Devem ter sido produzidas ainda mais em massa lá na China, o país que influencia os penduricalhos e a moda de uns tempos para cá. Você pode até correr, mas difícil vai ser não acabar envolvido com tantos apelos comerciais, de consumo, alguns até para começar a pagar só depois do Carnaval, e ficar devendo o ano inteiro, mês após mês. Sentiu o frio na nuca? Pois olha só o que consegui focando o climão e o que vem junto dele: uma lista de coisas com c. C de casa. C de comida. (O resto é por sua conta).

Chegam as compras todas que você vai ter que fazer, nem que não queira. O cansaço que vai sentir se tentar ir dar um “olá” em todos os lugares para o qual acaba chamado para aquele abraço de confraternização. Fora o cansaço de atender todas as demandas que deveriam ter sido planejadas, não foram e acabaram sobrando, adivinha, para nós, coitados de nós, na última hora. As chopadas, a cambada de livros que lançam, a coleção de amigos que aparecem e de graças a distribuir por aí, para não passar o ano vendo gente de cara feia, como os porteiros, entregadores, entre outros.

Já pensou e comprou as comidas para as ceias? E as cestas? Vai ter festa na firma? Cuidado com os ciúmes – nessa época é difícil casal que não brigue porque um quer ir ali e o outro lá, e quando sozinhos aproveitam para se soltar. Cuidado com os micos das festas, e as cantadas típicas que acontecem quando um monte de gente se reúne e se destrava com bebida e esquece de comer os canapés. E lá vem o cabeleireiro necessário, e mais compras – as roupas que não dá repetir. Convites não faltam. Contas também não e elas são um chute nos sacos, que nem laços têm.

A verdade é que no mundo real – neste que a gente vive, fora da ficção cor de rosa e choque dos governos, passamos 365 dias pulando mais do que pererecas sapecas, e está cada vez mais difícil dançar conforme a música. Todo mundo chamando urubu de meu loiro.

Deve ser por isso que a decoração barata e tímida, racionalizada, dizem – toma conta das ruas. Deve ser por isso que alguns lugares chiques resolveram buscar uma temática animal para seus enfeites, pelo menos aqui em São Paulo. Uma coisa da natureza, de um lado, tipo ecológica; mas também real, como a boca do leão aberta, e a selva. Coitadinhas das renas – até elas andam com medo de ser atacadas na região da Avenida Paulista e aguardam com ansiedade a votação da Lei anti-homofobia (essa semana) para poder por a cara para fora, sem medo, as coitadas das gazelinhas.

O climão também não está para peixe, o olho da cara, atravessando o verão que também chega este mês, e que é bom para uns; ameaça para outros, com as águas que levam ano após ano suas coisas e suas mágoas.

O climão está aí. E mais uma vez, mais um ano chegará ao fim, sem grandes novidades para contar, e embora eubem mereça, não dá para viajar, parar, descansar. Tem que chegar, sorrir, sumir. Pelo menos nas festas. Já aprendeu a fazer um carão?

São Paulo, arrematando 2011

(*) Marli Gonçalves é jornalista. Jura que tem sido muito boa “menina”, se comportado direitinho. Espera poder ganhar pelo menos alguns dias de papo para o ar, mas tem muitas dúvidas se os pedidos feitos chegarão ao correio dos seus bons velhinhos.

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VIM TRAZER A MENSAGEM MAIS SUBLIME QUE PUDE. VISUAL. TUDO O QUE EU QUERIA NESSA PASSAGEM DE ANO.

ONTEM, SEM MAIS, ANDANDO NA RUA, DEI DE CARA COM  ESSA IMAGEM SENDO VENDIDA, BARATINHA,

 NUMA LOJA DE MOLDURAS.

ELA AGORA VIVE COMIGO NA MINHA CASA.

NÃO SEI DE QUEM É A FOTO. NÃO SEI QUEM É A MODELO.

SEI QUE É A IMAGEM QUE MAIS EXPRIME MEUS DESEJOS.

É A IMAGEM QUE QUERO IMAGINAR NA PASSAGEM DO ANO.

NUA, LINDA, EQUILIBRADA, NUMA PRAIA VAZIA, CONSIGO MESMA.

“Ele” já está em todas as partes…aiaiai

CHEGO AGORA POR AQUI…

AGORA… VOU SAIR POR AÍ PARA VER O QUE COMENTAREMOS AQUI NA NOSSA CASINHA.

 Mas, amigos, vocês já viram que esse cidadão esquisitão de barba branca, roupa vermeha e HOHOHO de risada, está em todos os lugares, se alastrando?

Viram esse gigante? É da fachada das Casas Pernambucanas da Avenida da Consolação.

Tudo iluminado – das luzinhas eu gosto!

Vamos que vamos. Não tem jeito.O Natal está chegando, o ano indo embora e 2011 chegando.

AGORA É RELAXAR… OU…

Artigo – Feliz segundo semestre, e que tudo se realize no ano que vai chegar.

Marli Gonçalves 

Daqui a pouco, champanhe no gelo. Uma boa arrumada na casa, no corpo e na mente. Respire fundo. Bota uma roupinha legal. Joga pipoca pro ar. Toma banho de sal. Dá sete pulinhos aí mesmo. O importante é mandar e receber uma boa vibração para começar o ano de novo, agora no segundo semestre.  

Nestes seis meses iniciais já aconteceu tudo de ruim e mais um pouco, de terremotos a enchentes onde havia seca. Negros, homens e pelicanos, mulheres e crianças massacradas e mortas, balas que acharam destinos incertos, amigos e gênios que tombaram antes da partida inicial. Já teve incêndio, furacões, e vulcão. Ar. Terra. Fogo. Água. Da força de todos os elementos vimos a cara brava, desconfortável, ameaçadora e perigosa, típica daqueles que estão avisando que sempre pode ser pior. Pode piorar. Não brinca, não! Presta atenção! 

Mas, como nós somos sempre muito atentos, vamos mudar esse rumo e é agora. É para já. A partir de agora as coisas vão melhorar, tem de melhorar, precisam realmente melhorar. Força no mantra! A partir de agora as coisas vão melhorar, tem de melhorar, precisam realmente melhorar…A partir de agora… 

Dizem que uma coisa repetida mil vezes torna-se verdade. Diz-se que temos, nós todos, o dom de mandar ordens para o cérebro; desde que precisas, serão cumpridas pelo destino. Mas tem de caprichar, pensar direito, de todos os ângulos, refinar. Há muito tempo, quem me ensinou isso uma vez me contou que conheceu uma mulher que só tinha um desejo, que era o de viajar em um cruzeiro. Dito e feito. Conseguiu. Mas esqueceu de pedir o resto, e quase morreu de enjôo na viagem que amargou. Urghh. Eu nunca esqueci disso. 

Assim, quer um homem? Se caprichar, consegue.Mas lembre que ele virá com todos os defeitos e cacoetes – tente saber antes quais são. Quer uma linda e boa mulher, esposa, cheia de predicados? Nos contos de fadas, amigo! Na realidade elas existem, mas resistem por pouco tempo. Quer um trabalho? Do jeito que as coisas estão, cuidado. Pode acabar conseguindo. Veja se não está prejudicando ninguém. Ou se não vai trabalhar de graça. 

Melhor mesmo é usar esse dom, de forma radical, poucas vezes na vida. Para poder caprichar. Pense se agora já não é um bom momento. Saia na rua, olhe para um lado e para outro, observe o semblante carregado, o desânimo no comércio, a falta de perspectiva dos mais jovens, a deseducação e deselegância que grassa nas ruas. Primeiro, dê Graças por poder ser observador, livre das amarras de um mundo imaginário que estão tentando à força enfiar em nossas goelas e mentes de forma quase criminosa, estelionatária, publicitária, forjada. 

Em seguida, concentre-se e conclua que não será nada fácil se o segundo semestre continuar desse jeito, tão fatídico, inseguro, com nuvens escuras se formando, carregadas, elétricas, fatais. Depois que acontece não tem mas jeito; não adianta ficar reclamando do prédio se nunca vai a uma reunião de condomínio, se não vota direito no síndico. Se deixar que sempre os outros decidam, sejam as maiorias. Preguiça. Indolência. Cansaço. “Já fiz muito”. “Não quero nem saber!” 

Justificam acabar o futuro, desistir antes da badalada final? Não. “The moment is now”! 

Engana-se, se imagina que estou falando só do Brasil, da pobreza política local, da falta de orientação, da corrupção, da miséria, da insensibilidade. A bolinha da Terra girando, escorrendo mortes, óleo, sangue, fumaças, controvérsias religiosas, soltando gases, secando de um lado e molhando de outro, trocando o azul por cinza, tingindo o azul com o vermelho, prova que, se Arca houver, ainda teremos que encontrar nossos pares para o salvamento. E para procriar caminhos diferentes, todos terão de se encontrar, enfim, numa intensa e antropofágica orgia. 

Celebremos, pois, o 2010 que pode começar agora. Oxalá! 

São Paulo, fim de junho, metade da caminhada 2010. Muita água para rolar.   

Marli Gonçalves, jornalista. Otimista por natureza, sempre comemora o réveillon do segundo semestre. Adoraria que as pessoas aproveitassem a data e se “auto-renovassem” verdadeiramente, sem nem ter que esperar dezembro, se fazer de bonzinho, nem ter de dar presente para ninguém.  
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